FELIPE . . Quando a Nicole foi pro hotel que ela estava hospedada, contra a minha vontade, eu senti muita raiva, mas depois eu tentei entender o lado dela, e ela tinha razão, era cedo demais pra falar em morarmos juntos, sendo que ela sempre quis ter o canto dela, morar sozinha e ser independente. — Eu preciso apoiá-la, ou eu vou perdê-la. Falei pra mim mesmo. Eu peguei o meu celular e liguei pra Marina, afinal a Nicole deixou bem claro que eu precisava organizar a minha vida. — Oi Felipe. Confesso que fiquei surpreso, pois além dela não ter recusado a minha ligação, ela estava tranquila, mesmo depois de tudo o que a Nicole disse na entrevista. — Marina, eu sei que já está tarde, mas preciso que você concorde em assinar o divórcio. — Por mim, tá tudo certo Felipe, quanto mais rápido eu me livrar desse casamento fracassado, melhor. — Não fala assim Marina, houve um momento que fomos felizes. — É, até o momento de eu estragar tudo, mas enfim, eu assisti a entre
NICOLE . . Eu fiz a minha mudança pro apartamento que o Felipe me deu uma semana depois, e ao entrar definitivamente lá, senti um misto de alegria e tristeza. Alegria por finalmente ter um apartamento, embora não tivesse sido eu a comprá-lo, e tristeza por saber que os meus pais não estavam compartilhando essa felicidade ao meu lado. Desde que eu havia sido expulsa de casa, nós não nos falamos mais, parte de mim imaginou que eles me ligariam após a minha entrevista, ou pelo menos um deles, mas isso não aconteceu. Nos dias seguintes eu decidi tentar um último contato com eles. Apesar de tudo o que havia acontecido, parte de mim ainda esperava que, de alguma forma, eles pudessem entender minhas escolhas. Eu peguei o telefone com as mãos trêmulas, meu coração martelando no peito, e disquei o número da casa onde cresci, eu poderia ter ligado para o celular de cada um, mas eu tinha medo de não ser atendida. O toque parecia durar uma eternidade até que a voz familiar do meu
FELIPE ..Depois de uma reunião demorada, fui convidado por alguns amigos pra irmos tomar uma bebida em um barzinho, eu não era um frequentador de bares, mas fui com a promessa de ser somente um drink pra comemorarmos o contrato de uma nova parceria.Eu estava sentado no bar, tentando manter minha promessa, prestes a ir embora. O dia havia sido longo, e a conversa com Nicole mais cedo ainda estava pesando na minha mente. Eu precisava estar ao lado dela, mas havia cedido à insistência dos amigos, porém já era hora de voltar.Rodrigo: Felipe, você precisa relaxar.Ele dizia enquanto eu mexia no copo, mal estava prestando atenção nele.Então levantei o olhar e vi quem eu menos esperava. A Renata.Foi impossível não sentir o ódio me invadir, afinal, aquela ordinária havia tornado a vida da Nicole um inferno. Toda a tempestade que ela fez Nicole passar, ainda estava presa na minha garganta.Ela estava ali, diante dos meus olhos, como se nada tivesse acontecido, como se não tivesse sido
NICOLE . . O sol da manhã invadia o meu novo apartamento, preenchendo cada canto com uma luz suave, mas a sensação de vazio persistia. Felipe havia retornado aos negócios, e eu sabia que o momento de enfrentar a vida real, a faculdade e os colegas estava cada vez mais próximo. Eu me arrumei com calma, respirando fundo para acalmar os pensamentos que me assombravam desde a última conversa com meu pai. As palavras dele ainda doíam, mas Felipe tinha me dado a força que eu precisava para seguir em frente. — Hoje, é o dia de voltar para a faculdade e encarar tudo de frente. Eu cheguei ao campus com uma mistura de ansiedade e determinação. Os olhares e sussurros eram inevitáveis; todos pareciam saber da minha história. Eu os ignorei, mantendo a cabeça erguida e os passos firmes, tentando não me deixar abalar. Mas a sensação de estar sendo julgada a cada segundo era sufocante. Assim que entrei na sala de aula, vi a Clara, minha amiga. Ela estava sentada no fundo, olhando p
FELIPE ..No dia seguinte ao episódio com a Renata, acordei com uma dor de cabeça dos infernos, eu não havia bebido muito, mas foi o suficiente pra me deixar em uma situação ruim.Enquanto eu me preparava pra mais uma reunião, eu fiquei repassando todas as ameaças da Renata, e fiquei me perguntando se ela seria mesmo capaz de fazer algo mais, mesmo depois do processo.Eu olhei pro celular e senti vontade de ligar pra Nicole e falar tudo o que aconteceu, mas eu não queria levar mais problemas pra ela, afinal eu sabia que ela estava sentindo dor e mágoa e suficiente por conta dos pais.Os últimos dias tinham sido uma loucura. A correria do trabalho, com reuniões intermináveis e eventos que estavam prestes a acontecer, me impediu de estar com ela, e a saudade dela só aumentava. Eu não conseguia parar de pensar nela. Sentia falta do sorriso dela, do cheiro dela, da buceta dela, dos gemidos dela no pé do meu ouvido...— Que porra!Resmunguei ao perceber a minha ereção se formando por den
NICOLE . . Eu tentei focar no restante da aula, mas minha mente estava em outro lugar. As palavras daquela vagabunda, ecoavam na minha cabeça. "Será que mais alguém pensa como elas? Como meu pai?" Eu sabia que não podia me deixar levar pela tristeza daqueles confrontos. Eu era mais do que as pessoas estavam dizendo de mim, mas não podia negar que aquilo me afetou mais do que eu gostaria. Eu estava exausta, psicologicamente drenada, e cada palavra parecia pesar mais do que a anterior.Quando a aula finalmente acabou, saí da sala com a cabeça cheia de questionamentos. Minha vida tinha se tornado uma montanha-russa de emoções, e eu sentia falta de um porto seguro. Felipe. Eu sabia que ele estava ocupado com os negócios, que sua agenda era cheia e que não podia estar ao meu lado o tempo todo, mas, mais do que nunca, eu daria tudo para tê-lo por perto. Só queria que ele estivesse comigo, pelo menos neste dia horrível.Eu cheguei no apartamento e soltei um suspiro longo, tentando me
FELIPE . . Eu a segurei contra mim, sentindo o calor do corpo dela através das nossas roupas. O sorriso que ela me deu, mesmo que apenas por um breve instante, já fez valer a pena tudo o que passei até ali. Mas quando os lábios dela encostaram nos meus, todo o resto desapareceu. Havia uma fome ali, uma necessidade mútua que era quase palpável. Eu precisava estar dentro dela de uma forma que eu não conseguia explicar. Era tudo diferente, a sensação de estar com ela e saber que ela era só minha, me deixava ainda mais maluco. Eu a levei pro quarto disposto a acabar com todo o meu sofrimento, porque sim, era um verdadeiro sofrimento passar tanto tempo sem comê-la. O quarto estava apenas iluminado pela luz suave que entrava pela janela, criando sombras que dançavam nas paredes. Eu me afastei por um segundo, apenas o suficiente para apreciar a visão dela, deitada na minha frente enquanto eu tirava a minha roupa em um completo desespero. O colar que eu havia colocado ainda brilhand
NICOLE ..Eu tinha começado a me dar conta que o meu relacionamento com o Felipe estava me deixando mimada e fragilizada, logo eu, que sempre cuidei de mim mesma, que achei ser superior a qualquer tipo de situações difíceis, estava praticamente me rendendo a tudo e a todos, como se eu fosse uma boneca de porcelana prestes a quebrar, e eu não queria ser assim. Depois do Felipe ter me comido ferozmente, como se o mundo fosse acabar no dia seguinte, eu ainda não havia chegado a essa conclusão, mas ele furou a bolha em que eu estava, com um único nome, ele literalmente me puxou pra realidade e me fez vê que diante de tudo o que havia acontecido com nós dois, eu não podia baixar a guarda pra nada e nem pra ninguém, muito menos pra Renata, que não havia superado a traição do Felipe, e estava disposta a destruir qualquer felicidade que ele viesse a ter, e eu estava absorvendo toda aquela onde de vingança, simplesmente por eu ser alguém empenhada a fazê-lo feliz. Eu perguntei para o Fel