Sexta – feira, 21h20
Tia Nina e eu chegamos em casa, ela havia me levado o caminho todo pelo braços, como se eu fosse fugir, e talvez fosse mesmo se eu pudesse.
- Juan? - Perguntou Javier ao ver eu chegar sendo praticamente arrastado pela minha tia.
- O que houve? - Questionou Derick.
Tia Nina, no entanto, contou que me viu beijando outro cara e que a história da namorada havia sido uma total farsa. Derick olhou para mim com desprezo, fiquei mal só com o jeito dele me olhar, abaixei minha cabeça e ele se aproximou de mim cautelosamente.
- Você me dá nojo. - Ele disse se pondo a cuspir em meu rosto.
- E eu tenho nojo de pessoas como vocês. - Falei me pondo a me retirar para aquilo que eles chamam de quarto.
Eu estava em meu quarto e deitei naquela cama que era mais dura que pedra. Comecei a chorar, não aguentava mais tanto ódio e desprezo, eu nunca havia feito mal a uma
O doutor nos olhou sério e simplesmente abaixou a cabeça.- Como está minha mãe? - Perguntou Aliny.- Ela não resistiu. - Disse o doutor.Todos começaram a chorar, inclusive eu. Eu não era uma pessoa má, por mais que tia Nina fosse ruim para mim, eu não queria que ela morresse, até porque ela tinha 4 filhos que precisavam dela, e eu sei a dor de perder uma mãe e essa dor eu não desejo para ninguém, nem para meu pior inimigo. Sabem, ali vendo o sofrimento de todos, principalmente de meus primos, eu vi que eu preferia mil vezes continuar sendo torturado até fazer aniversário do que tia Nina ter morrido e ter deixado os filhos sozinhos, pior que eu nem sei se Derick ficaria com os filhos de minha tia também, pois ele já tinha os dele e não deve ser nada fácil cuidar sozinho de 7 crianças e jovens.S&a
Segunda – feira, 10h00- Então, a sua tia morreu? - Me questionou Giulia bastante surpresa com a notícia que eu havia acabado de lhe contar.- Aham. - Respondi.- Bem feito, agora vai arder no fogo do inferno. - Disse Aisha.- Aisha! - Reprendeu a ruiva surpresa com a fala da garota muçulmana.Pedi para ela não falar assim, pois a morte não era para ser castigo pra ninguém. Aisha, no entanto, disse que eu era muito bonzinho, talvez eu fosse mesmo, mas fazer o que, se é o meu jeito, não conseguia desejar o mal do outro, mesmo que o outro fosse uma pessoa má, quer dizer, só desejava o mal de assassinos e pedófilos, estupradores, pois esses merecem tudo de ruim, e deles eu não sentiria um pingo de pena.Segunda – feira, 11h10Estávamos na aula de Português, e até que estava legal, fizemos uma redação sobre o q
Terça – feira, 20h00- E o que você fará agora? - Me perguntou Javier.- Como assim? - Lhe questionei sem entender a pergunta do garoto.- Você continuará morando aqui ou vai morar com o Phelippe? - Me perguntou Javi.- Acho que vou ficar aqui mais uns dias e depois vou morar com ele. - Respondi.- Pra que esperar mais dias? - Me perguntou Tyler. - Você não está louco para viver com o seu namorado? Então vá!Dito isso, ele se retirou de meu quarto e bateu a porta com toda força, me deixando um pouco assustado, pois não havia entendido sua reação.- O que deu nele? - Perguntei.- Jura que você não se tocou? Ele tá gostando muito de ti.- Mas Javi, eu tenho namorado.- Juan, quem disse que o coração sabe dessas coisas?Não gostava de ver Tyler daquele jeito, odiava faze
- Você quer conhecer os meus pais? - Me questionou Phelippe parecendo bastante surpreso com a minha pergunta.- Não, os pais do Thomas. - Falei em tom irônico ao dar um leve revirada de olhos.- Ah, então fala com ele. - Disse Phelippe soando tão irônico quanto eu.- Ah, homem, eu tô falando sério. - Falei já começando a me irritar.- Juan, é que... Na verdade, não tem como você conhecer meus pais. Pelo menos, não agora.- Disse Phelippe um pouco nervoso.- Ué, por que não?Phelippe ficou em silêncio por alguns minutos, e tomou um pouco de seu suco enquanto eu aguardava por uma resposta.- É que meus pais moram longe. São 4h de viagem. - Respondeu.- Legal, assim podemos viajar juntos. - Falei. - Vai ser legal.- Hã... Ok, depois eu falo com eles. - Disse Phelippe.Nossa, viajar com
Quinta – feira, 21h00Phelippe e eu estávamos deitados vendo filme de terror. O tempo todo fiquei deitado em seu peito, escutando seus batimentos cardíacos, e estavam fortes.- Nossa, seu coração tá batendo rápido. - Falei.- Ele sempre bate assim quando estou ao seu lado. - Disse o garoto ao me arrancar um enorme sorriso.O mais velho me beijou, mas durante o beijo, lembro do que Lizy havia me dito e eu fiquei meio grilado, estava morrendo de vontade de questionar o garoto sobre essa história dele não ser assumido e tal, mas estava com um pouco de receio, ainda estava tomando coragem e tinha medo dele mentir, pois detestaria saber que Phelippe havia mentido novamente para mim.- Não, não entra aí, ele está escondido. - Disse Phelippe vidrado no filme. - Volta, você vai morrer. - Ficou um pouco em silêncio. - Morreu. Eu avisei.- Até
Domingo, 18h00Phelippe e eu estávamos na casa dele aguardando a chegada de meus sogros. O garoto havia pedido para eu ficar com ele até seus pais chegarem, queria que eu estivesse junto, mas não entendi o porquê, porém fiquei embora estivesse bastante nervoso com essa situação.- Obrigado por ficar comigo. - Disse Phelippe ao dar um leve sorriso.- Eu sempre estarei com você. - Falei ao sorrir também.Logo em seguida, os pais do mais velho chegaram. A mãe dele era uma senhora meio baixinha e loura, de olhos azuis, naquele instante, eu vi da onde Phelippe havia puxado aqueles olhos maravilhosos, e ela parecia ser bem simpática, tinha um olhar doce e um sorriso encantador. Já o pai do meu namorado era mais alto que a mãe dele e meio grisalho, de olhos verdes, achei ele meio parecido com o Richard Gere (ator de Sempre Ao Seu Lado e Outono Em Nov
- Você é o quê? - Perguntou seu Gastón.- G-A-Y. Sou gay, pai. - Disse Phelippe.- Tudo bem, filho, nós te amamos independente de qualquer coisa. - Falou dona Suzana, se pondo a abraçar o filho.- Fale por você. - Disse Gastón. - Eu não criei um filho pra ser gay, eu criei pra ser macho, pra ser homem de verdade, pra gostar de mulher feito um rapaz normal.E já vi que teremos uma nova ''Nina'' no pedaço, era só o que faltava, quando eu acho que me livrei de uma, aparece outra, será que eu nunca teria sossego? Ah, será que esse inferno não teria fim? Já era horrível sofrer preconceito na rua, mas em casa é mil vezes pior. Era para os pais amar seus filhos sem se importar com sua orientação sexual. Sério, eu só queria saber até quando raça, religião, peso, orientação sexual,
Terça – feira, 20h00- Não esquece de me dar notícias sobre o teu namorado, até eu já estou preocupado. - Disse Brenndon.- Pode deixar. - Falei ao dar um sorriso tristonho.Sai da farmácia e fui direto pra casa de Phelippe. Precisava saber dele, qualquer notícia, qualquer coisa, precisava de um sinal, saber que ele estava bem... Toquei a campainha e aguardei por alguns segundos, no entanto, ninguém atendeu, esperei mais um pouco e toquei novamente, porém mais uma vez ninguém atendeu. Talvez não tivesse ninguém em casa, será que haviam ido embora e levaram meu Phelippe com eles? Não, isso não podia acontecer, ai, eu queria o meu namorado, onde será que ele estava? Sem conseguir uma notícia, ou uma pista sequer, eu acabei indo pra casa.Terça – feira, 20h30Recém havia chegado em casa, mas não estava