Giordana
A noite passada foi difícil do sono chegar, fui dormir era quase uma hora da manhã e acordei de hora em hora, estava muito ansiosa e angustiada.
As seis horas da manhã acabei pegando no sono e dormindo até as nove, quando a governanta da casa veio me acordar, pois meu pai me aguardava para conversar antes de eu ir para o salão de beleza.
Me levantei com borboletas no estômago, sabe quando a gente não consegue aquietar o coração? Parece que meu coração e meu estômago sairão pela boca. Ansiedade me define, seguida de medo, muito medo. Pavor de tudo dar errado.
Ao mesmo tempo, tenho uma sensação boa que tudo vai dar certo! Se meu pai me pega antes ou depois de eu fugir, não sei do que ele será capaz. Não correr esse risco é me entregar ao fracasso! Vou seguir em frente com o plano, respirando fundo e enfrentando uma coisa por vez.
É chegada a hora de encarar Giovanni Collucci, desço as escadas e ele está me esperando para me acompanhar no meu café, sei que ele acorda cedo e já fez seu desjejum. Meu coração bate forte, minhas pernas estão bambas... Eu tenho muito medo do meu pai!
― Buongiorno Giordana!
― Buongiorno papà!
― Animada com seu noivado?
― Muito!
― Você vai para o salão que está marcado para as onze horas, mas te quero em casa as dezessete e trinta, Moretti filho quer conversar contigo antes da festa.
― Si papà. Voltarei no esse horário.
― Pietro irá te levar e te buscará as dezessete horas. Estamos entendidos?
― Si papà!
― E pode colocar um sorriso no rosto é seu noivado e não seu enterro Giordana.
Não respondi nada para o meu pai, se eu estiver aqui nas dezessete horas para mim será um enterro. Giovanni deu um soco na mesa me fazendo pular e quase cair da cadeira.
― Você entendeu Giordana? Maldita menina que não pode cooperar! Se eu falo com você, tem que me responder! Se eu falo que você vai se casar você fará isso com um sorriso no rosto. Quem manda nessa casa sou eu Giordana! E você deveria me agradecer por casar com Moretti e não ficar com essa cara de velório.
As lágrimas corriam pelo meu rosto, eu não poderia viver assim, eu não aguentaria ser minha mãe. Esse plano de ir embora da Itália, precisa dar certo!
― Si Papà! – Respondi forçando um sorriso.
― Por enquanto está bom, mas sei que pode melhorar. Pode ir se arrumar para ir ao salão, Pietro está te esperando e eu não quero atrasos.
― Obrigada papà.
Subi as escadas e me joguei na cama. Meu é horrível, é bem diferente do que eu queria. É lilás, os móveis brancos, com detalhes em ouro, pareciam de uma princesa, uma criança. Só que eu sou uma mulher, não acredito em princesa, muito menos em contos de fadas. Odeio esse quarto, tanto quanto, a minha vida aqui.
Coloco um vestido ao gosto do papai. Há algum tempo venho me vestindo com as roupas que ele gosta, para fazê-lo pensar que sou o que ele deseja. É difícil, mas é parte do plano. Precisava ganhar a confiança dele e me dediquei bastante para conseguir um pouco disso. Sei que ele não confia em mim, mas não impossibilita tudo.
Peguei a chave do armário do aeroporto, que vovô me enviou de presente. Não tive tempo de ir vê-lo, mas também, era uma emoção, uma despedida, que nenhum dos dois precisava. Finalmente saí de casa e me dirigi ao quintal, para encontrar com Pietro e ir ao salão.
Pietro me esperava encostado no carro, fazia uma pose ridícula que evidenciava seus músculos, muitos músculos e pouco cérebro. O típico cara fútil que se acha o maioral por ter um corpo definido e assim, acredita que por isso todas as meninas estão caindo a seus pés, basta um sorriso, ou uma frase bonitinha para estarmos à sua disposição. Resumindo: Pietro é bonito, gostoso, sem conteúdo e babaca!
― Olha se não é a futura Collucci Moretti!
― Pietro vai cuidar da sua vida, da minha cuido eu.
― Acordou de mau humor patricinha?
― Você sabe onde me levar, faça seu trabalho no maior silêncio possível!
Entrei no carro e fechei a porta, peguei meu celular, coloquei o fone liguei uma música e fui muda. Assim que cheguei no salão desci sem me despedir, sem falar uma palavra sequer.
― Seu pai pediu para esperar do lado de fora, se precisar de alguma coisa estou à sua disposição patricinha!
Ignorei Pietro e me apresentei no salão como Cinthia, que era uma de nossas cúmplices e me aguardava do lado de fora. Logo que entrei ela veio atrás e se apresentou como Giordana.
Nos cumprimentamos fingindo que o encontro era coincidência e que éramos amigas. Fomos fazer as unhas enquanto começaram paparicá-la e ajeitar seus cabelos. O primeiro passo foi dado e ninguém sabia que eu era Giordana.
Assim que acabei de fazer as unhas, paguei pelo serviço e perguntei:
― Tem alguma outra saída, meu ex-namorado está plantado do lado de fora e não queria que ele me visse! Já é tanta dor de cabeça que ele me dá durante a semana no trabalho!
― Ah amiga, eu sei como é isso, não sabia que vocês haviam terminado. Mas também não sabia que estaria aqui, se eu pudesse controlar o mundo teria pedido outro motorista para meu pai.
― Como ele é seu motorista não falei nada para não o prejudicar. E convenhamos, seu pai é outro crápula. Deus me livre daquele demônio em forma de homem.
― Nem me fale, nem sei como ele ainda não ligou para saber se eu estou aqui. Ele controla todos os meus passos.
― Ah querida ele ligou sim, para saber se você tinha chegado, pediu para ficarmos de olho em você! – Falou a recepcionista.
― Meu pai se acha o Deus da Itália!
― Eu queria que meu pai me controlasse minha vida, pelo menos esse retardado do Pietro não estaria na minha cola.
― Tenho uma ideia! Você coloca minha roupa, assim ele não te reconhece o que acha?
― Você faria isso por mim?
― Lógico Cinthia, nós somos amigas não somos?
― Claro!
― Da última vez que encontrei com Pietro ele me bateu, não quero passar por isso, não hoje!
― Se você puder me esperar mais vinte minutos, estou com carro na garagem e já vou embora, posso te deixar umas ruas daqui. Você sai daqui por outra saída, num carro e ele não te vê. – Disse uma cliente.
― Eu quero muito!
― Te deixo na avenida, vou buscar minha filha no aeroporto, senão te levava para sua casa. Ela está voltando de um intercâmbio no Estados Unidos.
Troquei de roupa com Cinthia, vesti seu jeans, camiseta e bota preta e saí do salão junto da senhora que, rumo ao aeroporto de Milão, deixei meu celular com Cinthia e levei o dela. Mandei uma mensagem para Camila dizendo que a troca foi um sucesso e estava indo de carona ao aeroporto de Milão.
― Se não for pedir demais você poderia me deixar no aeroporto? Eu estou indo encontrar uma amiga que também está vindo dos Estados Unidos e preciso enrolá-la para não chegar antes dos convidados, estamos fazendo uma festa surpresa. Não comentei no salão, porque ela e a Gi não se dão.
― Ótimo, assim não vou sozinha, entendo você não ter falado nada assim não deixa ninguém chateado.
Chegando no aeroporto, deixei a senhora com sua filha e fui encontrar Camila, que estava com um rapaz que eu não tinha ideia de quem ele era.
― Isis esse é o Mário, ele é um amigo de Guto.
― Mário, Isis está indo para o Brasil para fugir de um namorado obsessivo. Por favor, ande com ela de mãos dadas e a beije se perceber alguém olhando.
Minha reação foi arregalar os olhos e ver a cara de diversão dos dois. O que essa louca tem na mente?
― Explica Camila.
― Fácil, se por acaso seu namorado aparecer por aqui o Mário te envolve e ninguém te reconhece. Não seja careta agora, você precisa de um plano B. É melhor beijar o Mário do que ser pega.
― Não vai ser nada ruim te beijar por algumas horas. Senhor me mande trabalhos dessa natureza sempre.
― Ok, entendi.... Que droga Camila!
― Também te amo e ele nem é de se jogar fora.
― Eu sou gato e legal. E pare de falar de mim como se eu não estivesse aqui.
Fomos ao armário pegamos as coisas que vovô deixou, tinha um bom dinheiro, numa pochete, nos bolsos de uma mochila, carteira, coloquei a máquina dentro da mochila, três trocas de roupas e estava pronta, próximo passo era eu sacar o dinheiro e Camila ir embora. Como minha bagagem era de mão não precisaria despachar a mala.
― Gi, já descobriram que a Cinthia está no seu lugar, eu preciso ir para não desconfiarem. Você está bem?
― Sim Camila, obrigada por tudo!
― Mário cuide dela com sua vida, a ajude fugir daqui a vida dela será um inferno se ela ficar. Me manda notícia, por favor.
― Ok.
― Gi vá sacar o dinheiro, precisa tirar a desconfiança de alguém tê-la ajudado.
Assim eu fiz, saquei o dinheiro, dei um pouco para as duas meninas deixei o diário no banheiro e me dirigi ao portão de embarque. Quando estava me aproximando vi meu pai adentrando no aeroporto.
― Mário me beija, por favor!
― Claro princesa!
Mário passou o braço pela minha cintura, segurou meu cabelo na nuca e beijou minha boca e ele me empurrou até encostar numa parede e prensou seu corpo contra o meu. Fiquei olhando Giovanni e Breno passando e olhando para os lados. Mesmo não tendo me entregado ao beijo, poderia afirmar que o Brasil vai me fazer bem, Mário beijava bem, bem melhor que Pietro que era minha única referência e acabei concluindo em voz alta:
― Eu nunca fui beijada dessa maneira.
Mário me deu um sorriso de satisfação e voltou a me beijar. Ele pegou minha mochila e carregou para o portão de embarque. Acho que deu certo, não é?
― GIORDANA, EU VOU TE ACHAR, NEM SE FOR NO INFERNO!!!! GIORDANA!!!
Meu pai gritava feito louco pelo aeroporto, eu não posso me comover com isso.
― Você é Giordana?
― Não, eu sou Isis. Essa aí está mais fodida que eu.
A partir de hoje Isis Souza seria meu nome. Minhas regras para sobreviver seriam:
1- Nunca aparecer em jornais, revistas, catálogos, qualquer mídia da internet, não ter perfil de I*******m, F******k, Twitter, ou qualquer outro tipo de rede social.
2- Morar em locais que não chamem atenção, proibido república ou coisa do tipo onde as pessoas ficam curiosas para saber quem é você.
3- Não me hospedar em hotéis quando eu chegar ao Brasil.
4- Me manter segura.
5- Aproveitar todos os dias como se fosse o último, mesmo não querendo ser pega, sempre há o risco.
E por último, não manter contato com ninguém da minha vida antiga, não contar para ninguém quem eu sou de verdade, ou de onde venho.
Estava sentada no avião esperando-o decolar rumo à São Paulo, no início eu pensei em ir para Uruguai e depois Brasil, mas Camila e eu achamos que quanto mais pontes, maior o risco. Resolvi vir direto, minha família tem negócios no sul do país, portanto eles irão achar que não vou me arriscar de vir ao Brasil. Esse era o plano, ir para o lugar onde nem eu achei uma boa ideia a princípio.
No Brasil vou ter o primo de Camila para me ajudar no início. Pedi para ele alugar uma quitinete simples, e ele assim fez. Camila ficaria responsável por ficar de olho nos movimentos da minha família, ela cursaria faculdade na Inglaterra e provavelmente depois iria para Alemanha trabalhar com o pai.
Guto, seu primo seria nosso meio de comunicação. Certamente papai iria investigá-la, ela era minha única amiga. Não poderia dar nenhum passo em falso, nós duas sabíamos disso. Tenho receio das consequências que nós duas sofreríamos. Se eu for pega, tudo bem, desde que todos que me ajudaram não sofra por minhas escolhas.
Eu sentia meu corpo tremer enquanto o avião não levantava voo, olhava a todo momento para verificar se mais ninguém entraria no avião, um homem entrou e eu me encolhi atrás do Mário, ele se dirigiu até sua poltrona e sentou, era só um passageiro.
― Menina, você cometeu algum crime?
― Eu tenho cara de quem fez isso?
― Absolutamente não! Sei que esconde um segredo, talvez esteja só fugindo do namorado, ou talvez você tenha matado alguém sem querer e está fugindo por medo. Ou ainda pode ser uma serial killer escondida por trás dessa carinha de anjo.
― Oh meu Deus! Descobriu meu segredo!!! E agora? Vai me denunciar???
― Hum me deixe pensar, deixar uma moça indefesa ser presa por cometer um, ou vários assassinatos, ou beijá-la durante uma viagem inteira e desfrutar de seus lábios doces? Sem ser para te esconder de alguém.
― Como pode ser tão galanteador?
― Chavequeiro princesa, use o termo chavequeiro, não quer parecer alguém que pulou das páginas de um livro, quer?
― Não.
Mário se aproximou dos meus lábios e me beijou, terno, carinhoso, devagar. Diferente do beijo dado fora do avião! Ouvi o anúncio de "aperte os cintos que iremos decolar". Soltei o ar que estava prendendo e assim que o avião ganhou o céu, me desabei a chorar. Alívio, era o que eu sentia, Mário segurou minha mão, a acariciava e beijava a parte de cima.
― Você parece desesperada para deixar a bela Itália!
― Aqui não é meu lugar, a única coisa que quero é a liberdade e aqui eu nunca a teria!
― Eu te entendo menina, pode contar comigo para te ajudar na sua adaptação ao Brasil.
― Eu agradeço a Mário, mas vou precisar caminhar com minhas próprias pernas.
― De qualquer maneira anote meu número de telefone, ou me dê o seu.
― Eu deixei meu telefone para trás, deixei tudo para trás!
― Começando do zero?
― Exatamente, começando do nada.
― Vem aqui, acho que está precisando de um abraço e um aconchego! Me lembra de agradecer Guto pelo trabalho, eu fiquei muito puto de ser babá de uma menininha mimada, mas creio que errei feio!
― Obrigada por isso!
Me aninhei nos braços de Mário e acabei dormindo com os cafunés que eu recebia. Fui acordada com outro beijo e logo em seguida outro beijo de tirar o folego, dessa vez senti a emoção de um beijo de verdade, senti meu coração acelerar, meu corpo esquentar.
― Estamos chegando em solo brasileiro, não quer ir para minha casa? Vou adorar passar uns dias te apresentando São Paulo. Me dê a honra?
― Não Mário, não agora, se o destino quiser nos encontraremos por aí, agora eu preciso ficar sozinha.
― Sim senhorita, mas fique com meu telefone, nunca se sabe a hora que precisamos de alguém. Você é gente boa!
― Você também.
Descemos do avião e nos dirigimos para fora do aeroporto sem sermos parados por ninguém. Guto estava nos esperando. Mário me deu um beijo de despedida e foi embora rindo e agradecendo Guto pela companhia na viagem.
― Princesa se quiser conhecer são Paulo estou à disposição.
― Não, obrigada!
Guto me levou para o apartamento e me deixou ali, já sabíamos que nosso contato deveria ser restrito e assim comecei minha vida em São Paulo, sozinha e feliz!
GiordanaEstou morando no Brasil, em São Paulo para ser mais específica. Meus primeiros dias aqui não foram nada do que eu pensei, acredite, eu nunca tinha sentido tanto medo na minha vida.Nas primeiras semanas não saí de casa para absolutamente nada. Com um mês Guto veio aqui e me rezou um sermão, de como eu parecia uma prisioneira dentro da minha própria quitinete e que eu precisava me obrigar a sair, disse inclusive, que Camila estava arrependida por ter me ajudado.Todo o discurso feito, não me sensibilizou em nada! E, muito menos, mudou meu comportamento, continuei trancada dentro de casa da mesma forma.Foi só, com um pouco mais de um mês, quando começou faltar as coisas para me alimentar e Guto se recusou a trazer, que precisei conhecer um pouco do bairro. Sempre que eu andava pelas ruas achava que todo mundo sabia quem eu era e voltava para
Mário Momentos antes...― Onde está Isis?― Estava se pegando com um cara aí na pista.― Onde?― Por ali, sei lá cara, desencana! Deixe a menina ser feliz!― Eu tinha que protegê-la. Merda!!!― Ali Mário.Vi Isis no colo de um cara e um bando se aproximando, estava indo em sua direção e Guto estava na boate e me parou para conversar.― Agora não cara, deu ruim.Apontei para onde Isis estava e ele me puxou para lá. Eu via ódio nos olhos do Gustavo, ódio que a muito tempo não via.― Que porra vocês fizeram com minha irmã?Chegou intimando o homem que estava com ela nos braços. O rapaz ficou sem falar nada diante de Guto e passou a gaguejar.― Eu vou denunciar todos vocês, se não sumirem da minha frente em um minuto.Não demorou muito
GiordanaHoje completam dois anos desde a data que cheguei aqui.Pela manhã eu fui fazer um ensaio fotográfico para uma menina que completaria quinze anos, as fotos seriam usadas na festa. Fizemos as fotos, troquei o cartão de memória e saí pelo parque fotografando.Fui para casa almoçar e saí de novo para rua, passei na academia e treinei jui-jitzu. Guto ainda controla meus treinos e o dia que eu falto recebo sua ilustríssima visita no meu apartamento. E essa visita, passo, sem pensar duas vezes. Não sei qual é o mistério, mas ele me odeia. Não sei de onde Camila tirava que Gustavo era um cara legal.A tarde fui em um dos edifícios mais altos da cidade, queria tirar fotos do pôr do sol, o dia estava bonito.Como sempre, entro no meio das pessoas indo e vindo pego o elevador até o antepenúltimo andar
WilliamOlho para a menina dando socos no saco e pisco várias vezes, não posso acreditar no que estou vendo. Esfrego meus olhos, pisco diversas vezes e direciono meu olhar para aquela cena, afim de ter certeza que eu me enganara.― Que palhaçada é essa Rui?― Do que está falando?― Dela!Falo apontando para a moça que parece ter uma energia do mal dentro de si. Ela soca aqueles sacos com tanto ódio, que mesmo de longe é possível perceber o quanto está ela brava. Provavelmente, imagina minha cara em cada golpe que ela aplica. Começo dar risada imaginando a cena.― Tá louco Will?― Provavelmente cada golpe dela, está me imaginando.― Ela é a fotógrafa?― Você acha mesmo que vou cair nessa de você não ter ligado os pontos? Que me chamou para extravasar sem ser de propós
Dois anos atrás na Itália...Não consigo acreditar que com toda minha experiência fui enganado por uma menina de dezoito anos. Giordana deve ter dedicado muito tempo a esse plano.Fiquei emputecido com toda a merda que passei naquele dia e ainda passo, é questão de tempo até colocar as mãos nela. Em contrapartida, não posso dizer que não senti orgulho por ela lutado pelo que quer. Provou que tem meu sangue correndo nas veias.Giordana sempre me pareceu aquelas meninas que não tem boca para nada, engano meu! Estou sentindo na pele a esperteza dela!Fato é que preciso encontrá-la e ela vai pagar toda humilhação que me fez passar.No dia do noivado dei meu voto de confiança a ela, coisa que geralmente não faço. Minha teoria de não confiar nas pessoas foi confirmada, mais uma vez.Horas ant
Isis SouzaAcordei com sol entrando pela janela da minha sala, ainda estava nos braços do Mário, ele nunca dormiu desse jeito em casa, sempre levanta na madrugada e vai embora. Me desvencilhei de seus braços, fui ao banheiro e tomei meu banho para começar bem o dia.Fiquei por alguns minutos deixando a água morna cair e escorrer pelas minhas costas, enquanto ponderava se ia atrás de William, ou usava o dinheiro do vovô.Saí do banho com alguns quilos a menos em meus ombros fui para aquele corredor apertado que eu chamo de cozinha, pluguei meu fone em meu celular e coloquei uma playlist um pouco mais agitada e fui fazer café para meu amigo e eu.Passei um café preto e forte, porque ninguém merece começar o dia sem uma boa dose de cafeína. Coloquei pão de forma com frios na sanduicheira e fiquei satisfeita com o que tínhamos para
WilliamCom essa louca linda, que tenho do meu lado, nem o simples fato de entrar no carro pode ser normal. Depois de uma pequena discussão com Tom sobre quem ia na frente, do meu lado, ela ocupou o lugar no banco de trás. Sentou meio do banco para conseguir ver Tom e eu, segundo ela é melhor para conversar. Você achou que a briga foi para saber quem ia ficar comigo na frente? Não, não foi. Se um dos dois tivesse tido a ideia, certamente eu iria de chofer.Enquanto eu dirigia até o restaurante os dois conversavam sem parar, exceto por um pequeno momento que o carro ficou em silêncio, olhei pelo retrovisor e a morena está cabisbaixa olhando para seu celular, falei algo aleatório para que ela levantasse a cabeça e constatei que seus olhos estavam cheios de lágrimas. Reparei que seu dia foi assim, sempre que dava uma pausa ela se entregava as lágrimas. Isso d
Isis SouzaTer ido ao escritório de William acabou sendo uma coisa boa no final das contas e meu dia foi totalmente diferente do que eu havia imaginado logo cedo, quando recebi a notícia da morte do meu avô.Surpreendentemente William se mostrou um cara simpático, cuidadoso, apesar da arrogância como ele tratou sua secretária. Mas ela foi uma vaca e por dentro eu estava rindo. Ela também agiu errado comigo e poso dizer que me senti bem vendo a lei do retorno agir.William tem aquela coisa que faz nosso corpo se arrepiar, entrar em chamas, aquele homem daquele tamanho me cercando com o corpo, a voz baixa, rouca, os lábios perfeitamente desenhados, seus olhos azuis, barba bem feita, cheiroso, hálito suave de hortelã, ele é o conjunto enviado do inferno para ser a perdição de qualquer mulher! Manter o controle perto desse homem é uma tarefa quas