O pai de Davi, Roberto, estava descendo de um Mercedes preto quando nos encontramos de frente no estacionamento.— Kiara? — Ao me ver, Roberto ficou surpreso. Em seguida, disse. — Você veio visitar o Davi, afinal.Eu também fiquei surpresa. Davi estava internado nesse hospital? Ele não costumava ser tratado em hospitais particulares caros? O que fazia em um hospital público agora?— Oi, tio Roberto. Estou acompanhando um colega de trabalho ao hospital, não sabia que o Davi estava internado aqui. — Respondi educadamente, com um tom direto, sem querer que a família Castrode tivesse qualquer tipo de mal-entendido.O rosto de Roberto ficou desconcertado. Ele parecia sem graça ao responder:— Eu achei… que você tinha vindo ver o Davi.Eu sorri levemente, sem dizer mais nada.— Já que nos encontramos, será que posso tomar um pouco do seu tempo? Gostaria de conversar com você. — A expressão de Roberto mudou, ficando mais séria enquanto me encarava.Por dentro, eu já imaginava o motivo. Fui di
Eu sabia que, mesmo deletando o vídeo do meu celular, eles não ficariam realmente tranquilos. Além disso, se eu quisesse, poderia facilmente recuperar o vídeo, mesmo após deletá-lo. Mas, já que eles queriam um resultado que apenas os enganasse, eu podia muito bem atender ao pedido.Fiz uma expressão de hesitação, como se estivesse ponderando. Depois de alguns segundos, assenti:— Tudo bem. Por consideração ao senhor, tio Roberto, eu vou apagar.Peguei o celular, localizei o vídeo e, na frente dele, excluí o arquivo completamente.— Está satisfeito agora?— Você tem algum backup? — Roberto perguntou, ainda desconfiado.Abri o aplicativo da nuvem no celular e, também na frente dele, apaguei os dados armazenados ali.— Pronto, não tem mais nada.— Obrigado, Kiara. Foi um grande favor. — Roberto sorriu, satisfeito, com o semblante finalmente relaxado.Guardei o celular e fiz um gesto educado com a cabeça:— Então, já vou indo.— Espere! — Roberto chamou, de repente.— O que foi, tio Robert
O policial fez questão de prolongar a conversa, e Isabela, ao ouvir as palavras dele, ficou tão apavorada que suas pernas começaram a tremer:— Eu não fiz isso de propósito, foi um acidente... Senhor policial, meu filho está preso e eu preciso achar um jeito de tirá-lo de lá. Por favor, não me coloquem na cadeia...— Não adianta me pedir nada. Só dá pra resolver se a vítima aceitar um acordo. — O policial respondeu, com um tom de indiferença.Isabela imediatamente se virou e começou a implorar para Lucas.Lucas lançou um olhar para mim, claramente irritado, e respondeu com uma voz cheia de drama:— Eu não fiz nada contra você, e você quebrou a minha cabeça! Vou ficar com uma cicatriz, sabia? Eu ainda nem casei, e agora com uma marca dessas no rosto, como vou arranjar namorada?Eu precisava admitir que Lucas tinha talento para atuar. Enquanto ele falava, eu me senti ainda mais culpada. Se ele realmente ficasse com uma cicatriz e isso prejudicasse sua vida amorosa, seria uma enorme respo
Eu sorri, confiante, e disse:— Esse contrato de empréstimo de oitenta mil reais está comigo. Ele tem validade legal. Se ela pagar ou não, para mim não faz diferença. O que eu preciso é dessa prova para mantê-la sob controle.Bela entendeu imediatamente e me lançou um sorriso com o polegar para cima.— Você é genial. — Ela elogiou.Nina, por outro lado, suspirou com empatia:— Eu achava que você, recém-casada, estaria aproveitando uma vida cheia de felicidade e tranquilidade. Quem imaginaria que sua vida seria tão cheia de reviravoltas?— Pois é. Nem eu imaginava que minha vida seria tão... emocionante. — Respondi, com ironia.Bela lançou um sorriso malicioso:— Mas, pensando bem, foi um mal que veio para o bem. Se você tivesse realmente casado com o Davi, nunca teria conhecido o Jean. Olha o jeito que ele te olha, como se você fosse a única mulher no mundo. É de dar inveja.Ao ouvir o nome de Jean, percebi que meus lábios se curvaram levemente em um sorriso involuntário, e elas, claro
Boom! Minha mente explodiu. Meu rosto ficou instantaneamente quente, como se estivesse pegando fogo. A mensagem que eu estava digitando ficou travada no meio.Ele viu! Eu mandei e apaguei imediatamente, mas ele viu! Fiquei paralisada, olhando para o celular, encarando aquelas palavras na tela, sem saber o que fazer. Minha mente estava completamente vazia.De repente, o celular começou a tocar. A tela mudou, e o nome de Jean apareceu. Ele estava ligando!Meu coração disparou, e, completamente nervosa, rejeitei a chamada como se tivesse levado um choque. Sim, eu tive medo, medo de atender, medo de encará-lo. Me arrependi profundamente de ter enviado aquela mensagem. Que impulso idiota!Com o rosto ainda queimando, larguei o celular no sofá e me joguei para trás, cobrindo o rosto com as mãos. Meu coração batia tão forte que parecia ecoar pelo meu peito: tum-tum, tum-tum.O som de uma notificação do Line interrompeu minha tentativa de me acalmar. Levantei devagar, olhei para o celular e vi
Às cinco da tarde, finalmente consegui um momento de descanso e peguei meu celular. Vi que Bela havia me enviado uma mensagem no Line. Ao abrir, fui surpreendida de forma positiva! Ela tinha compartilhado um vídeo que estava viralizando nas redes sociais. O vídeo era sobre Amélia.No clipe, Amélia aparecia participando de um flash mob com um grupo de músicos de rua na Europa. Primeiro, ela tocava violino com elegância, e depois, com um movimento fluido, girava o corpo, fazendo a saia de seu vestido esvoaçar, antes de se sentar e começar a tocar piano com maestria.Assisti ao vídeo surpresa, sem saber que, além do violino, Amélia também era uma pianista tão talentosa. Sua performance era impressionante, cheia de emoção e técnica impecável. Mas o que realmente complementava sua apresentação era o vestido que ela estava usando: uma peça sofisticada e cheia de charme, com um toque tradicional brasileiro.Sim, era o vestido que eu havia desenhado e confeccionado para ela.A peça havia sido
— Desculpa, minha avó está internada. Ela passou mal, estou no hospital. Acho que não vou conseguir sair hoje à noite. — Falei enquanto segurava os comprovantes de pagamento e caminhava em direção ao quarto. Minha voz saiu baixa, carregada de cansaço.Jean, ao ouvir, imediatamente mostrou preocupação:— É sério? Precisa de ajuda? Quer que eu procure algum médico?— Por enquanto, não precisa. O médico disse que foi um infarto do miocárdio. Eles começaram o tratamento de trombólise.— Em qual hospital vocês estão?Eu hesitei por um instante, mas, após uma breve pausa, respondi:— No Hospital Central.— Certo. Resolva tudo por aí, e qualquer coisa, me avise.— Tá bom.Desliguei a ligação e voltei para o quarto. Minha avó havia sido acomodada e estava acordada. Neste momento, os médicos e enfermeiros faziam mais alguns exames.Fiquei de pé em um canto, em silêncio, observando. Ouvir minha avó responder às perguntas do médico com clareza me trouxe um alívio enorme. Pelo menos, ela estava co
Ele ainda se lembrava disso? Será que estava com ciúmes?Jean percebeu minha expressão e, como se lesse minha mente, sorriu de forma ligeiramente provocadora, com aquele ar irresistivelmente charmoso:— Claro que lembro. Você não parava de elogiar aquele colega.Meu rosto ficou vermelho na hora, e eu desviei o olhar, sem saber como responder.Ele não insistiu na provocação. Olhou de relance para o meu carro e perguntou:— Vamos no meu ou no seu? Tanto faz para mim.Foi só então que lembrei do problema com meu carro. Fiquei um pouco envergonhada e me apressei em explicar:— Então… meu carro…Olhei para ele com um sorriso sem graça e depois me virei para olhar meu veículo:— Está com problema. Não liga de jeito nenhum. Eu ia ligar para a assistência, mas aí você me ligou.Jean arqueou levemente as sobrancelhas, surpreso, mas logo sorriu:— Que coincidência, hein? Parece que cheguei na hora certa.Não respondi, mas, no fundo, tive que concordar. Ele acenou com a mão para o motorista do Au