Capítulo 4
Embora meu casamento com Olavo tenha sido por interesse comercial, me apaixonei por ele à primeira vista.

Não foi por nada além do fato de que nós já tínhamos nos encontrado uma vez no colégio.

Naquela época, acabei de me transferir para uma escola pública de prestígio na cidade, e logo me tornei vítima de bullying.

Mesmo lutando com todas as minhas forças, eu não consegui resistir, era como se estivesse lutando contra todo mundo.

Mas, quando eu já estava praticamente sem esperanças, ele apareceu.

Foi ele que me salvou.

Por isso, quando soube que ele seria meu futuro marido, fiquei tão feliz que passei a noite toda sem conseguir dormir.

Mas o que eu não sabia era que ele se casou comigo apenas porque a empresa da família dele estava quebrando, e ele precisava do apoio financeiro da minha família.

E, no fundo, ele me ajudou devido à Helena, a verdadeira causadora do bullying. Ele tinha medo de que ela fosse denunciada.

Durante todos esses anos de casamento, me dediquei de corpo e alma. Tinha medo de que ele não se alimentasse bem, então preparava comida todos os dias e levava para ele.

Ele foi mudando um pouco, passou a me dar presentes, a me surpreender.

Naquele momento... realmente achava que seríamos felizes para sempre.

Mas, no dia em que descobri que estava grávida, fui correndo contar a ele. Só que, pelas palavras de Helena, ele passou a achar que o filho não era dele.

— Você tá grávida? A Leninha te viu saindo com outro cara outro dia. Esse bebê é do seu amante?

Tentei explicar, mas ele simplesmente pegou o vaso de flores que estava na mesa e jogou no chão.

Me xingou, dizendo que eu não estava sendo fiel...

A dor não foi algo físico, mas, por algum motivo, eu me senti como se estivesse de volta àquele momento.

O ar parecia faltar, me sentia sufocada.

Fiquei parada, sem reação, e vendo que eu não me mexia, Olavo se irritou ainda mais.

— Já passou meia hora, ela ainda não veio? Não percebeu o erro que cometeu?

— Tereza, você tem que me dar uma boa explicação agora.

Eu só fiquei ali, observando-o ficar cada vez mais nervoso, tentando segurar Helena com mais força, quase deixando o copo de água cair da mão.

Foi então que ele falou:

— Leninha, espera aí, vou dar um jeito nela. Fica tranquila, vou fazer ela vir pedir desculpas.

Ele se levantou rápido e foi em direção ao lugar onde me mantinham. Quando chegou perto da porta, parou de repente, como se sentisse algo estranho no ar.

— Que é esse cheiro?

O secretário estava ao lado, pálido, vomitou com a lata de lixo na mão.

— Sr. Olavo, o senhor mesmo precisa ver isso.

De alguma forma, estava ansiosa para ver como ele reagiria ao ver o meu corpo. Será que ele teria o mesmo medo de mim, como tive?

Olavo empurrou a porta. A tampa da piscina já tinha sido retirada e estava jogada no canto. A lona preta que cobria a piscina também foi tirada, mas a água lá dentro estava suja e turva.

Olavo franziu a testa e, gritou na direção da piscina, com um tom frio:

— Tereza, não vai sair daí? Vai ficar aí pra sempre?

Flutuei ao lado dele, sorrindo amargamente e falando para mim mesma:

— Você não sabe? Queria sair. Até o último segundo, fiquei ali, batendo no fundo da piscina, tentando achar uma saída... mas não consegui. Então eu morri.

Mas ele não se importou, e com um tom autoritário, ordenou:

— O que tá fazendo, hein?! Se não fosse por sua causa, a Leninha não teria se afogado! Não devia estar trancada aí! Sai logo!

Ele se aproximou da beira da piscina. O cheiro fétido do corpo fez com que ele quase vomitasse, mas ele não hesitou e pegou uma vassoura que estava ao lado. Com raiva, ele bateu na água, atingindo minha figura na piscina.

Ele murmurou para si:

— Que nojo! Vai logo tomar um banho.

A força com que ele bateu fez o corpo que estava lá embaixo subir à tona, deformado pelo tempo.

A cena foi horrível.

Ele ficou apavorado, recuou rapidamente, e a vassoura escorregou de sua mão, caindo no chão.
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