– Lady Lucy, você acha mesmo que isso vai ajudar? – Querida, é claro que sim. Esse médico pode fazer milagre nas suas mãos. – É que eu já estou tão acostumada a tê-las assim. As luvas nem me incomodam mais. Na verdade, até gosto delas. – Querida, você não pode passar sua vida usando luvas, e quando tiver seu bebê, vai querer toca-lo com as mãos saudáveis. Acredite em mim. – Eu sempre acredito em você. A mulher cerrou os olhos. – Não é verdade. Uma vez eu disse para que você descesse comigo até a cachoeira e você não quis. – E o que aconteceu? – Eu caí... –E você sabe que se tivesse me convencido a ir, eu também teria despencado junto com a senhora, não sabe? A mulher olhou para o lado tentando disfarçar. – Ok, mas estava tudo sob controle. Foi proposital. – Se você diz... A senhora cerrou os olhos e a encarou antes de pegar um travesseiro para atingi-la. – Não ria de mim Madison Reese. – Tudo bem! Ela reagiu colocando as mãos em frente ao rosto, mas ainda estava sorrindo.
“ Querido Charles, eu achei que o Cesare Santorini fosse o homem mais justo que eu já havia conhecido. Ele é lindo como um anjo, e quente como o deus do amor, mas ele não é uma boa pessoa. Porque ele ganha tanto dinheiro, mas os funcionários passam tanta fome?” O homem se lembrou das palavras escritas em um diário manchado com algo que parecia terra e lembrou-se de como apesar da mulher ser delicada como uma pluma pairando no ar, ela também era forte e valente para cavalgar por horas segurando as rédeas com as mãos machucadas. Ele andou furiosamente pela fazenda até chegar ao local onde os funcionários deveriam morar muito bem, por que os recursos eram mandados todos os meses. E desde que a Madison Reese faleceu e lhe foi revelado tudo que os pobres trabalhadores passavam, ele se perguntou o que havia de errado, embora o luto não tenha permitido que ele investigasse melhor. O homem alto parou diante de algumas casas muito bem feitas e bonitas por fora como ele havia ordenado que fos
Algum tempo havia se passado desde que a propriedade da família Reese queimou completamente durante um incêndio, no entanto, as pessoas não conseguiam deixar de comentar a respeito do acontecido por todos os cantos sem importar para onde o Cesare estava indo ou o quanto ele poderia ficar bravo com todas as ofensas que lhe diziam na rua. “ O homem que dormiu com a cunhada. O homem que traiu a doce esposa com uma promíscua e incestuosa”, eram muitos os comentários. A Sara Reese, no entanto, tentava esquecer que já tivera um passado de luxos e glorias para se dedicar as novas atividades de um trabalho árduo, embora bastante julgado pela época. Então ela caminhou até o palco de luzes bastante bregas e dançou da forma mais vulgar que conseguia em uma cadeira de ferro antiga e quase toda enferrujada do lugar mal frequentado. O coração da mulher quase parou no momento em que o Cesare Santorini entrou acompanhado de um jovem garoto que ela logo reconheceu como o cavalariço que conversava co
– De forma alguma, minha cara. Eu não preciso de uma mulher deste lugar... Não precisa de mulher nenhuma. – E o que você veio fazer aqui então? – Não sei... Eu soube que você estava trabalhando aqui, e ah, eu precisava ver com meus próprios olhos... – É só isso que você quer, Santorini. Se for, você pode ir embora. O homem bebeu um gole do conteúdo no copo e fez uma careta pela bebida ruim. – Vocês deveriam melhorar os drinks. Isso esta uma mer... – Você veio beber por acaso? É melhor sair... – Porque a pressa? Nós ainda podemos fazer negócios... A Sara Reese riu de uma maneira muito feliz por que acreditou que ainda tinha influência sobre o homem bilionário. E se esse fosse o caso, ela ainda podia usar todas as armas para sair daquele lugar e se livrar do homem a quem estava presa por um grande erro que cometeu ao pedir ajuda a ele. E talvez ela pudesse dar um fim nele quando estivesse bem longe para que ele não revelasse aquele segredo terrível. – O que você quer? – A Sara
A mulher deitada em uma cama de lençóis brancos já não observava as próprias mãos em um estado tão perfeito que ela mal podia acreditar por que haviam duas criaturas tão lindas e pequenas que ela sequer podia pensar que as teria algum dia. Então, ela os tocou no rosto enquanto dormiam abraçados um ao outro como quando ainda estavam na barriga da mãe. Ela não conseguia acreditar no quanto se sentia sortuda e feliz por ter conseguido gerar os dois bebês tão saudáveis, mas o melhor de tudo foi ter a surpresa do casal de gêmeos que não eram idênticos e muito menos tinham o mesmo sexo. Ela observou a semelhança sútil entre as duas crianças, embora pudesse notar as características mais presentes de ambos os pais selecionados separadamente em cada bebê. E a menina, é claro, parecia bastante com o Cesare Santorini, para o deleite da lady Lucy, e para a desgraça da Madison Reese. Nesse momento ela pensou nele, e se lembrou de todas as aflições também. Ela se sentou na cama e abraçou os própri
O Cesare Santorini estava olhando a paisagem do lado de fora, embora não pudesse ver muita coisa de onde estava, a aquela altitude. Então, após alguns minutos em que ele refletiu seu arrependimento que provavelmente nunca passaria, o homem se voltou para dentro da cabine, onde não havia mais nada para fazer. E como o único passageiro, ele também não tinha com quem conversar, embora não quisesse de toda maneira. Após três meses em que esteve naquela cidade, depois de ver a Sara Reese pela ultima vez, o homem não conseguiu aguentar mais tantos falatórios. E ele sabia que fugir seria a escolha mais errada que ele podia fazer, porém ainda assim ele o fez. E não por que achasse que não merecesse todas as ofensas e zombarias a que faziam toda vez que ele caminhava pela rua com a cabeça erguida, mesmo sabendo que os chifres lhe pesavam a ponto de entortar o pescoço másculo, mas por que ele precisava do perdão de alguém a quem também havia magoado com as escolhas ruins que fizera. O avião p
O Cesare paralisou por alguns segundos enquanto a mulher elegante de sorriso largo caminhou com tanta sensualidade entre as pessoas que ele quase duvidou que realmente fosse ela. Havia algo de muito diferente na Madison Reese, mas ele não conseguia decifrar. Tudo que ele pôde concluir foi em como ela parecia mais madura agora. Mais mulher. Ela sorriu para um homem aleatório e naquele momento, o senhor Santorini descongelou seus pés do chão para se adiantar a ir até a beldade que desfilava entre as pessoas enquanto os homens a admiravam além do que o Cesare Santorini podia considerar como aceitável. A Lady Lucy antecipou os movimentos do filho ao perceber como ele pareceu aflito, espantado e principalmente bravo. Então ela tentou segura-lo pelo braço, mas a reação do filho foi reprimi-la sem sequer olha-la, por que ele estava atônito demais para tirar os olhos daquela obra de arte que mais pareceu uma miragem. Era ela que apareceu entre a mata enquanto ele tanto desabafou e chorou,
Sem estar convencido, o Cesare Santorini praticamente sentiu estar pairou sob o piso de madeira da sala elegante, enquanto a mulher desenvolta sorria para todos enquanto atraia a qualquer atenção involuntariamente e de forma natural. Ela era como um ímã para os olhos, e apesar da Madison Reese ser da mesma maneira, havia uma sensualidade nela que era difícil de explicar. Mas olhar para ela era como esquecer-se de que existia qualquer outra mulher vivendo sobre essa terra. Ele engoliu o liquido que da bebida em seu segundo copo e a observou como um falcão, enquanto os outros homens faziam a mesma coisa. Aquilo pareceu muito estranho, por que aquela mulher, se não fosse a sua esposa, parecia além do comum, e só poderia ser uma irmã gêmea perdida. Não havia outra explicação para isso. O mais conflitante para ele foi saber que se ela não era de fato a Madison Reese, o que ele podia fazer quanto ao ciúmes que estava sentindo e que quase lhe esmagava a alma de tão pesada e brutal? E porqu