ETHANQuando descobri que a Victória estava acomunada com aquele escroto, senti um ódio fervendo no meu peito. Ela já tinha causado o suficiente, e agora se aliar ao William só deixava claro o tipo de pessoa que ela realmente era. Mas, por mais que meu instinto fosse explodir, me controlei.Eu precisava manter a cabeça no lugar e levar isso ao Noah, afinal, ele era o responsável pela equipe que estava atrás desse maldito.Antes de toda essa merda começar, eu estava bem posicionado na carreira. Como atleta em ascensão, soube usar a cabeça e fiz uma boa reserva, investi com inteligência.Agora, se eu precisasse usar cada centavo disso para proteger a mulher que amo e devolver a tranquilidade que ela merece, eu faria sem pensar duas vezes.Assim que passei as informações para o Noah, ele agiu imediatamente. Já estava de olho na Victória desde o episódio aqui em casa. O cara era ágil e prevenido, por isso eu confiava tanto nele. E ele fez questão de me lembrar de uma coisa…— Existe um di
Perceber que a Sarah estava atenta foi como uma lavada na alma. Saber que ela, agora ciente de tudo, não daria vacilo para aqueles idiotas, me trouxe um pouco de paz.Eu confiava na equipe que estava cuidando dela, mas a verdade era que, só de pensar na possibilidade de algo sair do controle, meu estômago se revirava. Para ela notar que havia algo errado, era porque os seguranças estavam em estado de alerta máximo.Por mais que eu quisesse que pegassem logo esses desgraçados, meu maior desejo era que não tentassem nada que colocasse a vida dela em risco. Nada valia mais do que a segurança da Sarah.Fui trabalhar, mas sem foco. O celular parecia uma extensão da minha mão. A cada notificação, meu coração acelerava, esperando por alguma atualização, uma notícia, qualquer coisa.A ansiedade corria nas veias. Tudo o que eu queria era que o dia acabasse logo para tê-la de novo nos meus braços. Talvez só assim meu coração desacelerasse.Ela era teimosa. Mesmo com tudo acontecendo, recusava-s
SARAHNunca imaginei que eles chegariam tão longe. Ter que lidar com uma pessoa obsessiva era extremamente desgastante e o pior de tudo era saber que seu próprio irmão a apoiava. Os relatos de tragédias causadas por amores doentios não eram raros, e eu estava convencida de que era exatamente isso que William sentia por mim.Aquilo não podia ser somente raiva pela rejeição. Era algo mais profundo… e assustador. Sentia como se ele estivesse drenando minha energia, sugando minha vida lentamente.Precisava estar constantemente alerta, atenta a cada passo, a cada lugar que frequentava, a cada pessoa com quem me encontrava. E havia ainda o medo, que crescia de forma absurda. Por mais que tentasse ser forte e esconder meu pavor, até isso começava a me exaurir.Aquela situação afetava até minha saúde. Passei a sofrer com enxaquecas constantes, enjoos e perda de apetite. Preferia omitir tudo de Ethan, para que ele não se preocupasse comigo.William estava desestruturando completamente a minha
Enquanto estávamos deitados, abraçados um ao outro, tentando acalmar minha mente e meu corpo, exausto por toda a loucura que rondava minha vida, meu celular começou a tocar. Ao olhar a tela, meu coração se animou por um breve instante ao ver o nome da Nayara.— Oi, amiga! — Cumprimentei com leveza.— Sarah? — Sua voz soou chorosa, e aquilo me fez sentar na cama de imediato, despertando o alerta em Ethan também.— O que houve, Nayara? — Perguntei, já tomada pela preocupação.— Estou chegando na frente da mansão desse merdinha, libere minha entrada ou então a única coisa que você vai encontrar é o corpo dessa vagabunda jogado na portaria.— William, não faça nada contra a Nayara, ela não tem culpa de nada! — Ouvi os gritos e o choro desesperado da minha amiga do outro lado da linha. — Vou liberar sua entrada, William, mas me prometa que não fará nada contra ela.— Se você fizer tudo que eu mandar, vou deixá-la somente com a lição que já lhe apliquei. — Suas palavras me gelaram por dentr
ETHANQuando atirei no William e me preparei para acertar o Caio, Sarah já estava na minha frente. Não tive tempo nem espaço para reagir.O disparo soou e, no segundo seguinte, ela caiu sobre mim. O desespero tomou conta de mim ao vê-la ferida. Soltei a arma instintivamente e tentei segurá-la em meus braços. Um terceiro tiro foi disparado, dessa vez pelos seguranças que haviam acabado de entrar na mansão e Caio também foi ao chão.Gritei o nome da Sarah, tomado pelo pânico. Ela me olhou por um instante, abriu aquele sorriso lindo que sempre me desmontava, mas, logo em seguida, começou a puxar o ar com dificuldade, lutando para respirar. Aquilo foi o suficiente para me enlouquecer.Minha mãe correu para ampará-la, porque, preso nessa maldita cadeira, eu não conseguia fazer nada pela minha mulher. Um dos seguranças se aproximou rapidamente para prestar socorro.Ele a avaliou com urgência e começou a reanimar. Primeiro as massagens cardíacas, depois a respiração boca a boca. Logo em segu
Quando voltei para aquela sala de espera, tive a impressão de que meu coração havia diminuído o ritmo. Sentia-me sufocado, e aquilo foi me causando uma aflição crescente. Eu não podia perder a Sarah, não daquela forma.Perguntava-me o que a levara a se colocar na frente de uma bala por mim. Talvez fosse o mesmo sentimento que me faria fazer o mesmo por ela. Porque, no fundo, acreditava que era isso que teria acontecido. Jamais permitiria que aqueles canalhas a levassem. Preferia morrer a vê-la partir.Cada vez que aquela porta da ala restrita se abria, eu prendia a respiração, temendo a notícia de que poderia sair de lá de dentro. A tensão me consumia pouco a pouco.Quando, finalmente, o médico apareceu, bastou um olhar para entender que ele não trazia a resposta que eu tanto esperava. Aquilo me desesperou. Senti-me devastado, como se algo dentro de mim tivesse sido arrancado.— Não, não… não pode ser! Por favor, não! — Gritei, tomado pelo desespero.— Calma, meu amor, não se desesper
Quando estava saindo, fui surpreendido por um grande grupo de pessoas reunidas em frente ao hospital. Carregavam cartazes com o nome da Sarah e cantavam uma oração.Já tinha visto algo assim em filmes, mas nunca ao vivo. Fiquei em choque, completamente paralisado diante da cena. Nayara, que também estava por ali, se aproximou de mim. Eu estava profundamente emocionado.— Essas pessoas, em algum momento, foram tratadas pela Sarah ou conheceram alguém que foi. Souberam do que aconteceu por meio da homenagem no estádio. A partir disso, formaram uma corrente do bem nas redes sociais e decidiram vir até aqui. Como não puderam visitá-la, resolveram orar por ela do lado de fora. — Explicou Nayara.Ali, pude ter noção do quanto Sarah era dedicada ao seu trabalho. Finalmente compreendi por que aquilo ocupava um lugar tão importante em sua vida. Através dele, ela transformava a vida de outras pessoas.Diante daquela cena, tive a certeza do quanto minha mulher era querida e nada daquilo dizia re
SARAHApós mais uma semana no hospital, sempre cercada pelos amigos e pela minha família, finalmente recebi alta. O médico me explicou que, devido a todo o procedimento adotado, eu poderia sentir, de vez em quando, um pouco de falta de ar.Mas que, com a fisioterapia respiratória que eu mesma poderia realizar, esses desconfortos tenderiam a diminuir com o tempo.Ele também foi claro ao dizer que, por muito pouco, eu não tivera o mesmo destino daqueles dois miseráveis. Segundo suas palavras, foram “coisas de centímetros” que impediram a bala de atingir meu coração.Ethan tem me mimado de todas as formas possíveis desde então, desde preparar meu café da manhã até ajustar meus travesseiros na hora de dormir. Mas também me deu uma bronca séria por eu ter me colocado entre ele e aquela bala. Como se ele não fizesse exatamente o mesmo se estivesse em meu lugar...O que ele não entende, ou talvez entenda bem demais, era que eu teria morrido cem vezes se fosse necessário, só para impedir que