Recaída
O meu psiquiatra me falou que tudo o que eu sentia era reflexo ou sintoma da depressão, eu não aceitava essa condição, eu queria ser alguém, eu queria ter algo que pudesse me orgulhar futuramente.
Eu comecei a tomar o antipsicótico para dormir, e o antidepressivo de manhã, eu não me sentia bem, esse remédio me dava tanto sono que eu não conseguia acordar antes de uma da tarde, ou quando me levantava, ficava zonza, irritada, e com mal-estar, sentia que meu corpo estava adormecido, só conseguia dormir e mais nada, vivia num transe total.
As consultas com o psiquiatra eram uma vez por mês, então tinha que esperar completar um mês para me informar sobre o que estava acontecendo, passei o mês todo tomando o remédio, e quando passei com o médico ele me informou que era normal, que com o tempo meu corpo iria
Ganho de pesoHavia alguma esperança?Algum dia eu iria me ver bem, me sentir bem, tratar bem a minha família?Porque eu?Porque muitos morrem sem querer, muitas pessoas com câncer, luta para sobreviver, e eu, sem nenhuma doença visível, tento constantemente morrer e nunca dá certo?Eu vivo em perguntas frequentes na minha cabeça, e nunca consigo uma resposta que me convença.Meu marido me levou no outro dia após minha tentativa de suicídio, para o meu psiquiatra, ele explicou para meu marido._. Se ela não tiver o tratamento adequado, ela vai tentar sempre se matar, e uma hora irá conseguir, por isso, peço que você, guarde os medicamentos em local fora de alcance e você a medica, todos os dias, não pode falhar, vou passar um remédio que é top de linha, é um pouco caro
Algumas alternativasEmbora tomar aqueles remédios me deixava bem, com muita disposição, eu queria de uma forma ou de outra, parar de tomar, eu estava virando uma viciada, pois em dois dias sem tomar o remédio, sentia uma sensação de choque na cabeça, tinha alguns espasmos musculares e por mais que eu tentava não conseguia dormir, então me via na obrigação de toma-los.Em um encontro com minha amiga e manicure, ela me perguntou o que eu tinha, porque estava pálida e sem reação as conversas que ela tinha comigo, era como se eu estivesse no mundo da lua, não prestava atenção nela, por mais que eu tentasse, ela quis saber o que estava acontecendo comigo._. Ah, amiga, estou em crise depressiva, parei com os remédios a dois dias, pois estavam me fazendo engordar demais, eu quero parar de toma-los, mas aí
Buscando ajudaEm alguns momentos da minha vida, eu me encontrava com meu eu interior, era onde minha mente se confundia, o real com o imaginário, a tristeza se encaixava em minha vida e não dava tréguas, fazendo eu entrar em desespero total.Me vi com mais 20 quilos, sem ao menos alterar minha alimentação, isso me deixava angustiada e constrangida, não conseguia me olhar no espelho, não conseguia me trocar na frente de meu marido, queria me esconder, queria sumir desse corpo, eu sentia como se tivesse em um corpo que não era meu.Quando entrei em colapso com minha mente, decidi que não tomaria mais o remédio que estava me fazendo engordar dois quilos por semana, onde eu iria parar se continuasse assim?Marquei uma consulta no endocrinologista, e por mais presas que eu tinha, marcaram para um mês depois, eu fiquei nervosa, pois mesmo pagando caro e
DesesperoPercebi que não podia mais aguentar, somente um vinho não melhoraria meu status, minha vida, meus sentimentos.Era muito mais profundo que isso, a angústia já tinha passado do limite, eu já não conseguia explicar o que sentira.Muitas vezes, as pessoas ficam questionando._O que você tem?_Angústia__. Mas, porque?Era aí que meu coração desacelerava, eu não tenho um porque, eu simplesmente estou angustiada, muitas vezes, até dava alguma desculpa, para ter argumentos, comecei a virar uma mentirosa, já que meus argumentos tinham se esgotado, e, eu queria muito que parassem de me fazer perguntas.Infelizmente as perguntas não paravam, eu não conseguia me livrar dos sermões, que, ao invés de ajudar só complicava mais minha cabeça._Procura Deus.
Nova chanceAcordei no dia seguinte com a sensação de que eu estava dormindo a semanas, mas, como se nada tivesse acontecido, estava estranhamente bem, porém, eu lembrava de tudo, pura infelicidade, seria bom esquecer de uma vez.Comecei a refletir sobre o real motivo da vida, e porque eu sempre que tentava morrer, conseguia uma nova chance, resolvi então viver, e se entregar totalmente à essa vida pós morte, era como eu considerava.Eu decidi que não tomaria nunca mais remédio nenhum e que eu jamais precisaria deles novamente, essa era uma decisão só minha, meu marido insistia para que eu tomasse os remédios e ficava aflito, pois não queria me ver mal novamente.Mas, dizem que os problemas psicológicos nós temos o poder de afastá-lo com nossos pensamentos positivos, então eu comecei a ignorar tudo de negativo qu
AbstinênciaEu achava que estava bem e que nunca mais precisaria do remédio, eu conseguia dormir, mesmo que depois das duas da manhã, tinha disposição para lavar a louça e cozinhar, já que eram minhas principais funções, minha filha estava sendo bem cuidada.Passou-se exatamente duas semanas sem o remédio, comecei a ter pesadelos horríveis, acordava em menos de duas horas de sono já chorando e gritando, meu marido com seu sono leve, sempre acordava e dizia “calma amor, foi só um sonho”, mas uma ou duas horas depois estava eu lá, agarrando ele e gritando novamente.Certa noite eu estava dormindo, quando minha filha começou a tossir e chorar no quarto, resolvi ver o que era, porém, quando abri meus olhos, me deparo com uma sombra de uma senhora de idade, acariciando o rostinho de um bebê, virei para o meu
ViagemTínhamos uma viagem, fomos convidados a ser padrinhos de casamento, ficamos muito felizes pela consideração, e, é claro, teríamos que estar apresentável, então decidi fazer meu próprio vestido de crochê, já que estava animada com os crochês, terminei de fazer em duas semanas, na minha opinião ficou perfeito, eu amei.Chegou o grande dia da minha sobrinha, ela iria se casar, para ela já estava passando da hora, mesmo que tinha somente 18 anos, nós, a mãe dela e eu, a aconselhávamos para que ela não fizesse nada de cabeça quente, casamento não era brincadeira, ela poderia sofrer caso não pensasse muito bem antes.Mas, ela estava decidida, era realmente o que ela queria, todas nós estávamos cientes que a pressa dela era de sair de casa e ser independente, nós tamb&eacut
O retornoAssim que retornamos para São Paulo, eu precisava voltar ao psiquiatra, para uma avaliação e se necessário renovar a receita, agendei a consulta para dali a duas semanas, enquanto isso fiquei tranquila por não estar tomando o remédio, pois ele me faria engordar mais do que eu já estava.A essa altura eu já tinha engordado dez quilos acima de meu peso normal, eu já estava começando a me preocupar, minhas roupas já não serviam, eu sentia um calor excessivo, e um incômodo nos joelhos.No dia da minha consulta com o psiquiatra, ele me pediu que mantivesse a medicação e ele passaria um remédio a mais, para ajudar a não ganhar mais peso do que estava, eu não gostei muito dessa sugestão, eu queria mesmo era mudar de remédio, pois eu estava virando uma bomba relógio, só engorda