LuccaEstávamos lá no restaurante, e não pude deixar de notar como Bella estava linda. Enquanto nos sentávamos à mesa, tentei me controlar. "Lucca, se controla! Ela é filha do seu grande amigo," pensei, tentando manter a compostura. Além disso, fiz uma promessa ao Marco de que cuidaria e protegeria sua filha, e não poderia falhar com ele agora.Bella estava realmente deslumbrante naquela noite. Seu cabelo castanho caía em ondas suaves sobre os ombros, e os olhos brilhavam com uma intensidade que eu não tinha notado antes. Ela parecia mais madura, mais segura de si, mas ainda havia aquela vulnerabilidade que me lembrava da menina que conheci no velório de seu pai. A luz suave do restaurante realçava suas feições delicadas, e seu sorriso, embora tênue, irradiava uma sensação de esperança e determinação.― O que vai querer beber? ― perguntei, tentando soar casual enquanto gesticulava para o garçom se aproximar.― Acho que um vinho seria bom, ― ela respondeu, com um pequeno sorriso.Acene
LuccaEstava indo para o banheiro tomar banho quando ouço batidas na porta. Meu instinto começa a ficar alerta depois da última vez. E fico me perguntando quem estava batendo na minha porta, ainda a essa hora? Andei com cautela indo para sala, passo numa mesa que fica perto do corredor, em seguida abro a gaveta e tiro minha glock 21, depois fecho a gaveta da mesa devagar e vou andando sem fazer barulho. Rapidamente estou perto da porta, continuo ouvindo batidas freneticamente na porta, parece que a pessoa que está batendo está com raiva e com urgência. Quando finalmente ouço sua voz.― BORA LUCCA. SEI QUE VOCÊ ESTÁ EM CASA! ― Ele grita. E acho que reconheço essa voz, parece de alguém que conheço? Só um momento, é o Enzo. Que esse cara quer essa hora? Logo guardo a minha glock dentro da calça na parte de trás e em seguida abro a porta.Enzo entra enfurecido e me encarando.― Porra, que demora para abrir essa porta. ― Claro, vou abrir a essa hora da noite numa boa, depois o que acontec
LuccaAcordei tarde depois da longa noite que tive com Enzo, conversamos como eu ia contar sobre a família Matarazzo, que a morte dos seus pais tem haver com essa família.Estou sentado tomando um café forte e puro pra ver se faço o sono ir embora.Ainda estava curioso como o Enzo descobriu que a Bella está em Palermo, fiz tudo pra ela não ser descoberta, se Enzo descobriu com certeza a família Matarazzo logo vai saber que ela está aqui. Vou ter que parar de me encontrar com ela, porém…O jantar com Bella não saía da minha mente. Sentado, tentava me concentrar nos relatórios de segurança e nas questões financeiras da família, mas meus pensamentos continuavam a vagar de volta para ela. A forma como seus olhos brilharam quando ela sorriu, a suavidade de sua voz, a graça com que se movia. Cada detalhe dela era uma distração sedutora que eu não conseguia ignorar.Bella tinha crescido e se transformado em uma mulher incrivelmente bela. Quando nos reencontramos no restaurante, fiquei impres
LuccaQuando abri a porta e vi Romero, percebi imediatamente que a situação era grave. Ele entrou sem dizer uma palavra, e nós dois nos dirigimos para a sala de estar. Eu não sabia o que esperar, mas algo no olhar de Romero me deixou em alerta.Ele se sentou na cadeira oposta à minha, respirou fundo e começou a falar.― Lucca, eu descobri algo que você precisa saber. O filho mais velho dos Matarazzo, Giovanni, está envolvido em algo que pode mudar tudo.Eu fiquei em silêncio, esperando que ele continuasse. Romero parecia estar escolhendo cuidadosamente suas palavras.― Giovanni é viciado em jogos. Ele já estava devendo milhões e, em um de seus acessos desesperados para recuperar o dinheiro, apostou os negócios da família e as boates de prostituição que também pertencem a eles. Senti um arrepio percorrer minha espinha. Era uma revelação chocante.― Ele perdeu tudo, Lucca. ― Romero continuou, seu tom grave. ― Giovanni perdeu todos os negócios da família em uma única noite de pôquer. E
BellaEstava deitada na cama da suíte que Lucca tinha providenciado para mim, olhando para o teto e pensando em como tudo havia mudado tão rápido. Não conseguia tirar Lucca da minha mente. O jantar que tivemos, a maneira como ele me olhava, cada detalhe daquele encontro estava gravado na minha memória. Ele era charmoso e enigmático, e havia algo nele que me atraía irresistivelmente, mesmo sabendo que era perigoso.Enquanto meus pensamentos vagavam, lembranças do passado se misturavam com as emoções do presente. A última vez que havia estado em Palermo, eu era apenas uma criança, assustada e confusa depois da morte dos meus pais. E agora, anos depois, estava de volta, determinada a descobrir a verdade, mas também encontrando sentimentos inesperados por Lucca.<
LuccaFaz três dias que estou tentando entrar em contato com a Bella, e não estou conseguindo. Cada tentativa falha só aumenta a inquietação no meu peito. Meu celular está cheio de chamadas não atendidas, e as mensagens que enviei ficaram sem resposta. Isso não é nada bom. Bella sempre foi cuidadosa, especialmente depois que chegou a Palermo. Ela sabia dos riscos. Ela sabia que eu estava tentando protegê-la, mas mesmo assim, ela desapareceu.Essa falta de comunicação está me deixando louco. Algo está errado, muito errado. Já liguei várias vezes para o hotel onde a deixei. Cada vez que um dos atendentes atende, a esperança cresce dentro de mim, só para ser destruída quando ouço que não há resposta no quarto dela. Hoje, decidi que não posso mais esperar. Se Bella não está me respondendo, vou até o hotel para descobrir o que está acontecendo.Assim que chego ao hotel, entro apressado na recepção. O lugar está lotado, mas não consigo me importar com mais nada. Vou direto até o balcão, ond
BellaDois dias antesTerminei de arrumar a mochila e a mala, cada item cuidadosamente dobrado e colocado no seu lugar, mas com uma sensação amarga no peito. A última peça de roupa deslizou dos meus dedos, e eu a acomodei na mala com um cuidado que contrastava com a tempestade dentro de mim. Era como se, ao arrumar meus pertences de forma meticulosa, eu tentasse organizar meus pensamentos e emoções, que estavam em completa desordem.Fechei a mala com um clique seco, e aquele som ecoou na minha mente, lembrando-me da decisão que havia tomado. Enquanto puxava o zíper, a imagem de Lucca surgiu na minha cabeça. Eu não podia negar que ele tinha sido carinhoso, cuidadoso. "Foi um amor...", sussurrei para mim mesma, mas imediatamente sacudi a cabe&ccedi
GiovanniCinco anos antesAcabei de chegar puto e revoltado em casa, fui para a adega que fica perto da lareira para beber uma vodka para tentar me acalmar depois da merda que acabei de fazer! Depois de dar um gole, senti a bebida quente descendo pela minha garganta, queimando a cada centímetro. O calor deveria me acalmar, relaxar meus nervos à flor da pele, mas parecia fazer o oposto. Ao invés de amenizar a raiva que fervia dentro de mim, a sensação intensa só fazia aumentar a tensão.Tentei me concentrar na bebida, no sabor que se desenrolaram na minha boca, mas cada segundo parecia amplificar a frustração. O calor, que normalmente teria sido um alívio, agora parecia avivar a chama da minha raiva, fazendo com que o sangue pulsava ainda mais forte nas minhas veias.Fechei os olhos por um momento, tentando respirar fundo, tentando encontrar algum resquício de controle. Mas a bebida, longe de acalmar, parecia apenas intensificar a tempestade que estava dentro de mim, borbulhando e no