GiovanniO silêncio voltou a reinar, pesado e sufocante. Luigi balançava a cabeça, como se estivesse tentando acordar de um pesadelo, mas o pesadelo era real, e eu era o responsável por ele. Cada movimento que ele fazia, cada respiração entrecortada, me atingia como um soco no estômago. Eu sabia que nada do que eu dissesse agora poderia desfazer o que eu fiz, nada poderia apagar o peso do fracasso que eu joguei sobre nós.O som do gelo derretendo no meu copo era o único ruído na sala, um gotejar lento e constante que parecia marcar o tempo que eu tinha para enfrentar a verdade, a dura realidade do que eu havia feito. Cada segundo que passava sem uma resposta de Luigi era um lembrete cruel do estrago que eu havia causado. Era como se o próprio tempo estivesse zombando de mim, me forçando a encarar a dimensão do meu erro, sem nenhuma saída, sem nenhum alívio.Eu tentei abrir a boca para dizer algo, qualquer coisa que pudesse amenizar o choque, mas as palavras pareciam estar presas na mi
GiovanniFaz um mês desde que dei a ordem para um dos meus homens seguir Marco Baccarin. A cada dia que passava, a vontade de atacá-lo, de acabar com ele e toda a sua família, crescia dentro de mim como um veneno que se espalha, insidioso e implacável. Eu queria acabar logo com isso, queria vê-lo morto para que, enfim, pudesse ter paz. Se eu conseguisse tirar Marco do jogo, meu papá nunca saberia da merda colossal que eu fiz. Ele nunca precisaria enfrentar a vergonha de saber que seu filho apostou o império da nossa família e perdeu tudo. Eu poderia corrigir isso, eu poderia consertar.Mas Luigi, sempre mais calmo e calculista, me convenceu a esperar. Ele me disse que, se íamos fazer isso, precisava ser feito do jeito certo, de forma que ninguém suspeitasse de nós. Ele estava certo, é claro, mas a espera era insuportável. Cada segundo que Marco Baccarin respirava era um lembrete do fracasso que eu havia me tornado.Eu estava no escritório agora, o mesmo onde passei tantas horas ao lad
GiovanniDias atuaisSentei-me no escritório, uma sensação de poder e controle me envolvendo enquanto eu observava os papéis e contratos à minha frente. Tudo estava onde deveria estar; a vida fluía exatamente como eu queria. Meus pensamentos estavam concentrados, por uma bela boca chupando deliciosamente no meu pau. Hmm… Como é gostoso sentir aquela boca no meu membro duro.A porta do escritório se abriu de repente, e meu irmão, Luigi, entrou sem sequer bater. Sua expressão era um misto de urgência e pânico, mas eu não estava com disposição para suas interrupções., ainda mais nesse momento, que ia fazer a enfiar tudo nessa boca gostosa. Sem levantar a cabeça, continuei minha atenção naquela loira gostosa sugando o meu pau com aquela boca carnuda.― Giovanni, estamos com problemas! ― A voz dele cortou o silêncio da sala, carregada de preocupação. Eu, no entanto, não desviei o olhar do que estava fazendo. Ele sabia que eu odiava ser interrompido, e ainda assim, ali estava ele, ansioso
LuccaA noite estava escura, e a chuva caía com uma intensidade que quase tornava difícil enxergar à frente. As gotas pesadas batiam contra o para-brisa do carro, transformando a visão em um borrão de luzes e sombras. Desliguei o motor e fiquei por um momento em silêncio, tentando acalmar a tempestade que rugia dentro de mim, tão violenta quanto a que rugia lá fora. Eu precisava encontrar a Bella.Saí do carro, a chuva me atingindo como um soco frio. Cada passo que eu dava em direção à casa onde Marco, meu falecido amigo, havia morado, fazia a água encharcar minhas roupas e gelar minha pele. O vento soprava forte, jogando gotas de chuva no meu rosto, mas eu mal sentia. A preocupação com Bella era tudo o que importava. BellaO som da voz de Lucca atravessou a porta, um rugido cheio de urgência.— Bella, por favor! — Ele parecia desesperado, mas por quê? Meu coração começou a bater mais rápido, e a curiosidade quase me fez correr até a porta, mas eu resisti.Em vez disso, fui até a janela e, com cuidado, afastei a cortina só um pouco para espiar. Lá estava ele, exatamente como eu temia. Lucca estava completamente encharcado pela chuva torrencial que caía lá fora. Seus cabelos negros estavam grudados na testa, e suas roupas colavam ao corpo, delineando cada músculo. A visão dele assim, vulnerável e ainda tão imponente, fez meu coração vacilar.— Ele vai pegar uma gripe se ficar lá fora — pensei, mas sacudi a cabeça rapidamente, tentando afastar a preocupação que surgia. Eu ainda estava brava. Como ele pôde mentir para mim, esconder a verdade sobre a morte dos meus pais? Ele não merecia minha compaixão, muito menos minha ajuda.Recuei da janela, levando as mãos à cabeça e fechando os olhos com força.—Capítulo 37
LuccaEu estava paralisado, preso em uma espécie de limbo entre a incredulidade e a culpa. Bella continuava a me encarar, seus olhos queimando com uma intensidade que eu nunca tinha visto antes. Eu sabia que ela estava furiosa, e com razão. Mas ouvir aquelas palavras vindas dela, sentir a mágoa em sua voz... isso me deixou completamente sem açãoAntes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ela avançou na minha direção, o rosto dela era uma mistura de dor e raiva, cada passo seu parecia um ataque direto ao que restava da minha já frágil compostura.― Como você pôde, Lucca? Como você pôde me esconder algo assim? ― A voz dela estava quebrada, mas havia uma força implacável em cada palavra. Eu sentia o impacto de suas acusações como golpes físicos, cada uma perfurando mais fundo do que a anterior.Tentei balbuciar alguma defesa, algo para justificar meus atos, mas as palavras se negavam a sair. Não havia nada que eu pudesse dizer que apagasse a verdade que ela agora conhecia. Eu havia menti
Giovanni A noite estava no auge quando chegamos à Paradisco. A fachada da boate brilhava com luzes neon, atraindo uma clientela que buscava prazeres rápidos e sem compromisso. Essa é a essência do nosso negócio. Paradisco não é apenas uma boate qualquer; é um lugar onde os desejos mais obscuros e as vontades mais reprimidas encontram expressão. Aquele brilho intenso das luzes era o nosso convite, uma promessa de uma noite sem limites, onde o que acontece aqui fica aqui.Luigi e eu atravessamos o saguão lotado. O som da música pulsava nas paredes, uma batida que sincronizava com o ritmo do coração daqueles que vinham buscar diversão. As garotas de programa circulavam pela boate, cada uma delas treinada para ler os sinais dos clientes, para saber exatamente o que dizer e fazer para que saíssem dali satisfeitos. Não era apenas sobre o sexo, mas sobre a experiência, o jogo de poder e sedução que mantinha os clientes voltando noite após noite.O bar, situado no centro da boate, era outra
LuccaTentei abrir a boca para falar, para me explicar, mas Bella não me deu a chance. Antes que qualquer palavra pudesse sair, ela me cortou de novo, sua voz carregada de raiva e mágoa.— Para, Lucca! Não quero ouvir mais nada. — As palavras dela eram afiadas, cortantes, e cada uma delas acertava em cheio. — Essa sua proteção besta… Isso não faz sentido nenhum! Eu não sou mais a criança que você conheceu!As palavras dela ecoavam na minha mente como um trovão, cada uma delas ressoando com uma verdade amarga. Ela tinha razão, e eu sabia disso. Bella não era mais a garota inocente que eu conheci anos atrás, a quem eu queria proteger de todas as crueldades do mundo. Ela havia crescido, se tornado forte, capaz de enfrentar o que viesse. Mas, na minha cabeça, ainda a via como aquela menina que eu precisava cuidar, proteger de tudo e de todos.Eu queria argumentar, explicar que tudo o que fiz foi pensando no bem dela, mas as palavras se perderam no meio do caminho. Como eu poderia justific