Heather cantarolava baixinho, batia os dedos nas coxas no ritmo da música e o vento que batia em nossos rostos bagunçava seus cabelos, tão dourados quanto o iluminar do sol, que nos aquecia naquele dia ensolarado de outono. Ainda não conseguia acreditar que a noite anterior havia acontecido, que eu a tive em meus braços da maneira que sonhava todos os dias a 3 anos. E confesso que foi muito melhor do que em meus sonhos. Ainda conseguia sentir o cheiro de baunilha misturado com o adocicado do seu perfume, impregnado em minha pele como se fizesse parte de mim. Como eu amava esse cheiro.— Vamos passar no meu apartamento depois do expediente, não vamos? — Sua voz me despertou de meu devaneio e apenas confirmei com a cabeça. — Você está bem? — Seus dedos em minha nuca fizeram meu corpo inteiro se arrepiar. Céus... Nunca me acostumaria com o toque daquela mulher em minha pele. — Sim, estou bem. — Institivamente inclinei minha cabeça em direção ao seu toque, como um cachorro implorand
— É assim que você recebe uma velha amiga? — Ela não se dava nem ao trabalho de esconder a ironia em seu tom de voz. As lembranças de oito anos atrás inundaram minha mente, como numa avalanche, que chega sem o menor aviso. Tudo aquilo me acertou bem em cheio, na boca do estomago e me fazendo faltar o ar. — E eu moro aqui, docinho! — O sarcasmo em sua voz me dava ânsia, fazendo a bile prender na garganta e me forçando a engolir tudo aquilo novamente. — Você não tem o mínimo de vergonha na cara, não é Brianna? — Me afastei do balcão e cruzei os braços, mantendo uma distância considerável segura, daquela que tanto me fez sofrer. — Eu só vim comprar um café. — Ela tamborilou as unhas no balcão com um sorriso triunfante nos lábios. Filha da puta! Seus cabelos estavam cumpridos, quase na altura da cintura e negros como a noite, bem diferente do ruivo curto que usava a oito anos atrás. Olhar para seus olhos castanhos quase mel, os mesmos olhos que eu tanto amava e me remetiam a boas le
O dia na cafeteria passou voando, mas mesmo nessa correria o Ethan não perdia uma oportunidade sequer de demonstrar seu afeto por mim. Fosse no encostar das pontas dos dedos ao esbarrar em mim no balcão, no roçar dos braços ao passar os pedidos, ou somente no olhar que me dava a cada minuto que conseguia. E cada demonstração dele fazia meu peito se encher de esperança e meu coração bater desenfreado. Esse homem estava acabando com qualquer barreira que eu tinha em mim. E confesso que eu estava amando sentir as borboletas no estomago novamente. Me aproximei dele devagar, observando-o concentrado enquanto anotava os pedidos. Seus dedos tamborilavam no balcão, uma mania antiga dele quando estava ocupado com algo.— Vai precisar de mim por aqui? — Perguntei baixo, próximo ao seu ouvido. Senti sua respiração pesar e seu peito arfar, confesso que fiz de propósito só para provoca-lo. — O que eu preciso você não pode me dar... — Ele virou o rosto para mim, aquele meio sorriso travesso q
— Você comeu o que eu lhe deixei no escritório? — Perguntei enquanto terminava de limpar o balcão. — Deixou pra mim? — Ele levantou os olhos do caixa, interrompendo a contagem das notas. — Desculpa pequena... — Ele se aproximou de mim, me abraçando por trás e apoiando o queixo em meu ombro. O cheiro inebriante do seu perfume me invadiu por inteira, me deixando em um completo estado de excitação. Esse homem tinha mais poder sobre mim do que achava. — Eu não vi. — Seus lábios tocaram gentilmente meu pescoço, fazendo todo meu corpo se arrepiar e se acender para ele como uma enorme fogueira. — Vamos fazer o seguinte... — Ele me virou de frente para ele e agradeci aos céus por estarmos fechados já. Ele colocou delicadamente os fios soltos que caiam pelo meu pescoço, para trás, deixando um rastro de arrepios e me obrigando a segurar a respiração. Meu coração batia tão desenfreadamente que era possível me causar um infarto.— ...Você vai até lá pegar, aproveita e já pega suas coisas. —
O que eu fiz para merecer o paraíso em meus braços? Porque era isso que eu sentia ao tê-la comigo, desfalecendo sob mim depois de um orgasmo intenso, enquanto gemia pelo meu nome, ainda conseguia sentir a ardência das suas unhas em minha pele e seu nome cravado em meu coração, como uma tatuagem. Permanente em minha pele. Que porra estava acontecendo comigo? O velho Ethan estava vindo à tona de novo, se esgueirando pelas paredes, subindo sem que eu percebesse e abrindo a tampa do buraco do qual eu tanto me esforcei para deixar velada e lacrada. E era ela a razão disso tudo. Mas como eu poderia culpa-la? Só sendo extremamente idiota de não se apaixonar por ela. Pelos seus olhos castanhos, sua pele macia, sua risada contagiante e o seu gemido. E que gemido meu pai! Ouvi-la gemendo meu nome era quase como uma passagem só de ida para o céu. Fui despertado de meus pensamentos ao sentir suas caricias em meu rosto. — Em que você tanto pensa? — Seus dedos pressionavam de leve o vi
Já passavam das 22:00 horas quando Heather entrou no carro, usando um vestido rosa, de manga longa e um all star nos pés, cabelos molhados, resultado do banho tomado a alguns minutos atrás. A levei em seu apartamento, mas optei por não subir, para não resultar em mais putaria. Não resistiria em ver aquela mulher andando de toalha pela casa e não a foder em cada canto do seu apartamento. — Vamos? — Ela perguntou enquanto se inclinava para o banco traseiro, jogando a mochila com algumas peças de roupa e afivelando o cinto em seguida.Mal notou que meus olhos não desviavam dela, seu perfume invadia o carro, se misturando ao cheiro de baunilha que eu tanto amava. — O que foi? — Uma risada baixa e tímida escapou de seus lábios, suas bochechas apresentavam um leve rubor, denunciando a vergonha em que ela estava. Peguei seu rosto entre as mãos e beijei delicadamente seus lábios, sorrindo entre o beijo ao sentir um pequeno suspiro escapando de sua boca, ao ser pega de surpresa.— Adoro v
Meu pai e a mãe dela estavam na cozinha, o cheiro delicioso invadia todo o primeiro andar da casa e aquele cheiro eu conhecia muito bem. — Lasanha! — Candy colocou o enorme refratário de vidro em cima da bancada, tirando em seguida o papel alumínio do recipiente. O molho ainda borbulhava devido a quentura que ainda estava, o cheiro era divino e provocava barulhos muito mais altos do que simples roncos em meu estomago. Só então percebi que estava o dia inteiro sem nada no estomago, além do café da manhã. — Meu Deus, que fome! — Dei a volta na bancada, ficando de frente para a lasanha e inalando fundo o cheiro magnifico dela. — Por mim eu comeria esse refratário inteiro e sozinho! — Todos rimos da brincadeira. — Está com fome porque quer! — Heather se apoiou na bancada, tamborilando os dedos em cima. — Te comprei almoço hoje e você nem sequer comeu. — Ela inclinou a cabeça de lado, me encarando com aqueles olhos azuis piscina. — Desculpa baby... — Soltei um suspiro longo e arrepen
Desnorteado.Era essa a palavra que descrevia a expressão do Ethan no momento em que falei sobre gravidez.Não que eu também queira ser mãe nesse momento.Porque definitivamente, eu não quero!Afinal, não tem nem um mês direito que estamos juntos e o Ethan não é o melhor exemplo de figura paterna no momento.E tenho certeza que pela expressão de terror que eu vi em seu rosto, uma gravidez estava muito fora de cogitação para ele no momento.Senti meu celular vibrando e me tirando de meus devaneios.Peguei o aparelho em minha bolsa e recostei na cabeceira da cama dele, desbloqueando o celular em seguida. Era uma mensagem da Abby, com a correria da semana mal consegui falar com ela. Prontamente abri o aplicativo de mensagens para responde-la.Abby: Está viva?Dramática como sempre.Disquei o número dela que atendeu logo no primeiro toque.— O que você deseja, rainha do drama? — Nem precisava está perto dela para imaginar o revirar de olhos que ela deu nesse momento. — Vou te chamar assim