Catarina Hernandez
Autocontrole, tudo que eu procurava no meu corpo, mas parece que eu já usei até a última gota, mas não para um lado pervertido ou safado, mas sim para um lado que vai me fazer explodir de raiva.
- olha aqui seu sem noção - estava falando até ele mexer no cinto da calça.
- viu? Você me odeia mas não tem autocontrole - ele disse.
- ah tá, o que vem agora? - perguntei e ele se aproximou de mim.
- você que escolhe - ele estava tão perto que eu conseguia sentir o seu hálito.
Nem pensei muito, foi puro instinto, o acertei com um chute bem no meio dos países baixos del
Catarina Hernandez Não sei bem como essas coisas funcionam, só sei que hoje a tarde eu estava evitando ser presa, mas agora estou em uma prisão por livre e espontânea vontade, mas não se trata de mim e sim de uma menininha que eu ainda não sei nada, nem quantos anos tem, nem de onde vem - mesmo que isso não importe. Sei apenas que seu nome é Lia, ou talvez esse seja o seu apelido, mas em compensação eu ainda não faço ideia do que eu farei, também não faço ideia de quais providências serão tomadas pelos órgãos públicos, só me lembro vagamente da explosão do carro, todas as vezes que fecho os olhos. Júlio arriscou sua vida para salvá-la, mas se ele não tivesse ido, eu mesma teria oferecido minha vida para aquela situação, não sei de nada que acontece ao meu redor, só sei que estou perdi
Catarina Hernandez Não tinha para onde fugir, era isso que eu pensava enquanto dava o banho na Lia, mas quando eu desci as escadas e me deparei com Júlio chorando e bebendo. Meu peito se encheu de dor, não sei porque estava tão sensível, mas vê-lo daquela forma me deixou mal, mesmo que eu não o suportasse, assim que fiquei perto o suficiente, ele me abraçou. Me parecia um abraço sincero, ele parecia frágil. - ei! Está tudo bem! - falei passando a mão em seu cabelo. - não, não está tudo bem - ele falou e se afastou de mim. Me sentei no sofá, ele andou até mim, empurrou meu ombro com cuidado para que eu
Catarina Hernandez - pode nos dar licença um minutinho? - perguntei para Morgan. - claro! Posso levar Lia comigo? - Morgan perguntou se levantando. - por favor - pedi. Morgan pegou Lia que estava no colo de Júlio, no começo achei que minha princesinha fosse chorar, mas ela parecia entender que a coisa ficaria séria. - olha Catarina... - Júlio tentou falar mas eu levantei a mão mandando-o calar a boca por um minuto. - quero que você saiba que essa é uma responsabilidade enorme, ela já me parece acostumada e apegada a você, não quero que a machuque - falei com a voz triste.
Catarina Hernandez Sentia como se estivesse tudo por um fio fino, mas ao mesmo tempo parecia estar tudo ligado a uma corda, Júlio parecia refletir se aquela era a decisão correta a ser tomada, ele deve ter começado a pensar sobre isso depois de ter visto a cara e ouvido o choro de decepção da Lia, quando ele a ignorou. Mesmo que sem querer, ou que estivesse distraído com a irmã que ele acabou de descobrir que havia voltado, Lia não saberia diferenciar. - barganhar me parece o certo, estou pronto para esta responsabilidade - Lia pareceu entender e jogou os bracinhos ao redor do pescoço de Júlio. - Morgan, aonde eu tenho que assinar? - perguntei tentando sair dali o mais rápido possível.
Catarina Hernandez Depois daquele momento familiar, Júlio esperou pacientemente enquanto eu terminava de fazer o meu trabalho de assinar contratos e liberar os seguranças novos. Lia brincava com uma revista e Júlio parecia uma águia prestando atenção em todos os movimentos dela, acho que esse medo de ela engasgar, era algo que compartilhamos. - terminei - falei me levantando, Lia e Júlio me olharam - não, não - Lia estava prestes a colocar a revista na boca, Júlio a puxou rapidamente. Suspirei aliviada, me sentei de novo, Lia começou a chorar e Júlio a olhou com uma careta engraçada, Lia não sabia se ria ou chorava. Júlio a pegou no colo, eu me levantei para pegar minh
Catarina Hernandez Assim que saímos da sala que o Matheo usava como escritório, fomos surpreendidos por uma funcionária, ela estava pálida e parecia tremer, Júlio me entregou Lia e foi falar com a mulher, como se tivesse a maior intimidade, me perguntei se ela seria a tal Sarah. Júlio e eu já usamos as alianças, ele não fez questão de esconder e qualquer pessoa que olhasse para nossas mãos, perceberia a aliança dourada, que brilhava igual um diamante. Lia quis porque quis ir para o chão, tentei ajudá-la a se equilibrar, mas ela parecia nervosa, começou a ficar muito agitada e nada do Júlio voltar. - não acredito que ele foi transar! - falei quando olhei para o lado e percebi que Júlio sumiu com a funcionária.
Catarina Hernandez - como assim em reforma Júlio? - perguntei tentando manter a calma para não pular no pescoço dele e esfolá-lo. - digamos que... - Júlio começou a falar mas parou. - fala logo - falei já agoniada, até que percebi que Júlio não estava olhando para mim, mas sim para uma mulher alta, que tinha os cabelos pretos. Júlio parecia compenetrado em olhá-la, pelo amor de Deus, olhei ao redor, vendo que Lia estava com uma funcionária do restaurante, a mulher que Júlio encarava, virou para onde estávamos e sorriu. Ela andou até nós, com um sorriso de vadia barata, estou ficando extremamente sem paciência. Catarina Hernandez Ok, Julio cancelou a minha foda casual de hoje, ele me contou que fez isso enquanto estamos em uma cozinha, probabilidade que eu o mate com uma faca 99,9%. - eu remarco - falei e dei de ombros. - eu talvez tenha o ameaçado - Júlio parecia feliz por ter estragado a minha foda. - o que você ganha se eu não transar? - perguntei cansada. - não ganho nada, mas também não perco - eu já falei que ele é um desgraçado? - então deixe-me ver se eu entendi, eu não posso transar mas você pode? - quem disse que eu estou transando? - JúlCapítulo 21