O coração do jovem líder estava em paz, sua fé em Deus era inabalável, mesmo diante aos caos que tomava a Terra, ainda assim ele somente cria que seu Pai estava ciente e no controle de tudo, fé essa que era visível em seus olhos e transpassava em suas palavras, acalmando não somente a menina machucada, mas as outras pessoas que ali estavam. As portas da igreja, pela primeira vez em muitos anos, encontravam-se fechadas. Algumas pessoas foram separadas, pois permaneciam visivelmente alteradas. Pedro andava de uma sala a outra tentando, sem muito sucesso, contê-los. Orava e clamava, pedindo por uma intervenção divina. Reuniu todos os jovens que conseguiam conter suas emoções, estavam na nave da igreja e levantaram um clamor, pedindo ajuda para aquela situação. As portas se abriram em um rompante e nem mesmo toda a barricada de bancos, moveis e empecilhos colocados para impedir uma in
Passaram correndo por onde Pedro acabara de sair, deparando-se com um largo corredor com portas dos dois lados, ouviam os gritos atrás de cada uma delas, uns pedindo por ajuda, outros clamando a Deus e muitos deles eram somente urros e palavras ruins. Mas foi uma voz especifica que chamou a atenção de Diego e o guiou até uma das portas. Abrindo-a, se deparou com uma jovem enraivecida em cima de Fernando que tentava sem muito sucesso se livrar da menina que berrava as palavras mais terríveis já ouvidas pelo jovem, arranhando onde suas grandes unhas alcançavam. Diego tirou a jovem de cima de Fernando em um só movimento, mantendo-a afastada com uma das mãos e a outra esticou para ajudá-lo a se levantar. Ele aceitou a ajuda, chorava e limpava os filetes de sangue que escorriam em seu rosto e pescoço, aturdido e confuso diante daquela loucura que acontecia ao seu redor, mas não foram os machucados f&iacut
O mundo estava um caos. Assim que os anjos contiveram a fúria solta entre os possuídos, fazendo-os cair em um sono profundo, conseguiram ver a destruição por todos os lugares. Andavam por ruas desertas e a sensação de fim do mundo estava marcada na face de cada um deles, como se esperassem por algo pior a qualquer momento. Diego, Heylel e Azazyel andavam na frente, sondando para ver se encontravam alguma pessoa ainda lúcida, e as que encontravam direcionavam à igreja central, onde anjos com as asas escondidas, passando por simples humanos, recepcionavam e tentavam apaziguar o turbilhão de sentimentos dessas pessoas. Pedro e Fernando estavam colocados logo atrás dos três, buscando neles abrigo contra uma luta que nem ao menos entendiam. Agares e Naiara estavam no centro daquela formação, camin
Naiara não entendia o porquê daquele pedido, mas respeitaria a vontade do amigo, liberou-o da bolha e ele caiu no chão e correu de volta para ela, tendo Naiara logo atrás. Ela parou ao lado de Gabriel, concentrando-se para conter a magia da mãe e suas irmãs. — O que está fazendo? — ele perguntou incrédulo. — Defendendo meu amigo. — Esboçou um sorriso. Samyaza estava com as mãos apoiadas nos joelhos, respirava com dificuldade. Soltou um risada baixa que em seguida se transformou em uma gargalhada. 
Uma luz diferente tocou a sua pele. Seus olhos, mesmo fechados, arderam diante da claridade. Ele levou a mão à face, tentando de alguma forma diminuir aquela intensidade. Não estava em sua casa, não poderia ser sua casa, não com aquela luz, não com aquele toque quente. Heylel abriu os olhos e sentou-se de súbito sobre uma cama grande, com lençóis brancos e macios. Seus olhos varreram o lugar, um quarto imenso e arejado, móveis claros e modernos. A luz que o despertou entrava por uma ampla janela aberta, onde cortinas brancas de um tecido leve balançavam com a brisa da manhã. Ao lado direito, um enorme quadro fez Heylel pular da cama e seu coração bater descompassado. Caminhou até a imagem pendurada envolta em uma linda moldura e seus dedos deslizaram suavemente, tentando talvez
— Já percebeu que estamos passando muito mais tempo aqui do que em casa, né? — Seus dedos deslizavam entre os fios loiros da menina em seu colo. Élida estava aninhada nos braços de Yekun, aproveitavam o dia ensolarado na ilha. Desde que o céu enfim ganhou cor novamente, ele se manteve ao lado dela, ajudando Mohini e Azazyel a colocarem ordem em todo o Sheol. Mesmo com o sumiço de Belial e a ordem nos três reinos, havia rumores de um possível levante se formando. Falavam muito pouco sobre a quebra da predestinação, mas sempre deixou claro o quanto se importava com a felicidade e segurança de Naiara, ainda que seu coração não pertencesse mais a ela. — Um pedido realiz
— Ela é tão linda. — O tom de voz manso não condizia com o caído que declarava a frase.Yekun e Élida estavam em pé, parados na entrada da morada. Muitas coisas haviam mudado nos últimos anos. Mohini deu vida ao lugar, enchendo tudo ao redor de grama verde e flores coloridas. No grande quintal à frente deles, uma pequena menina andava a passos inconstantes, com os braços abertos para manter o equilíbrio, vindo em direção dos dois seres que a olhavam em adoração, torcendo para que conseguisse fazer o trajeto até o final.— Vem, meu amor — Élida cantarolou para a pequena. — Vem com a mamãe.— Isso, filha, você consegue — Yekun incentivava.Élida deu alguns passos à frente, não conseguindo conter a ansiedade em ajudar a filha que caminhava para ela com dificuldade. Tomou a
—Sentiu? — Naiara olhava para Agares sorrindo.Ele estava com as mãos na barriga volumosa dela, deitados no chão da sala, enquanto ela o obrigava assistir todos os X-Men disponíveis. Olhava para Naiara e não continha o espanto em sua face.— O que foi isso? — Afastou-se um pouco quando sentiu um ondular sob a pele da sua amada.Ela riu baixo e o puxou para sua barriga novamente, acariciando os longos fios loiros, apreciando a cena com carinho.— Ele está mexendo — respondeu com a voz embargada, sentindo o bebê se mexer ainda mais, como se respondesse ao desejo dela.Agares ajeitou-se, deitando a cabeça sobre a barriga.Ficaram imóveis por alguns segundos até sentir a barriga se mover como uma grande onda. A respiração lhe faltou, apoiou uma mão de cada lado da barriga, inclinando o corpo enquanto apoiava a boca bem pró
Estavam sentados na ampla varanda de seu quarto, lado a lado, mãos entrelaçadas, ambos com uma caneca repleta com chá de ervas, quente e reconfortante. Olhavam para o outro lado da rua, mais especificamente para a casa da frente, notando dois jovens casados, unidos por um vínculo que, até aquele momento, em toda a existência, jamais foi presenciado, unidos pela quebra de um destino, pela escolha de dois corações.— Ela está linda grávida — Heylel sorriu, seus olhos focados no vai e vem da filha e Agares, que tiravam as coisas do carro e levavam para dentro de casa.Amarantha também sorria, mas sem conseguir conter a lágrima solitária que escorria em sua face.— Ainda ontem ela era a minha bebezinha, uma pequena bolinha, tão branquinha que parecia ser feita do mais puro leite. — A lembrança da maternidade alargou o seu sorriso.&m