Pedro via tudo ao seu redor desmoronando, a fé das pessoas esvaindo entre os dedos, muitos desistindo de uma vida inteira de uma ligação que ele acreditava ter sido real e sincera, deixando-se levar pelas tribulações que os assolavam. Mortes e mais mortes aconteciam todos os dias, pequenos grupos de diferentes congregações davam fim à própria vida. A polícia procurava algo que ligasse um grupo ao outro, mas não havia nada, nenhuma carta, despedida, nada. Pessoas normais, com famílias, filhos, amigos, jovens com todo um futuro pela frente, um dia estavam bem, rindo, conversando e se divertindo e no outro, mortos. Mas não negaria a sua, não deixaria as pessoas que se apoiavam nele caírem. Há um tempo estava liderando um grupo que muitos torciam o rosto, mas, para ele, eram mais do que especiais. Jamais entendeu como conseguiam rotular as pessoas, como conseguiam olhar para a
Debatia-se tentando se soltar, sem conseguir muita coisa. Não usaria sua magia contra ele e, sem poderes, jamais ganharia de Agares somente com a força do corpo.Rendeu-se.— Hum... — ele murmurou e em resposta, inclinou o corpo sobre o dela, aproximando-se do pescoço da menina, deslizando devagar o nariz em todo o contorno até a altura do ombro, enquanto falava baixinho. — Acho que prefiro me divertir com você aqui.— Você não merece — disse manhosa, já sentindo o efeito que Agares causava em seu corpo.— Não mereço mesmo? — Devagar, mordeu o lóbulo da orelha dela, deixando a língua percorrer o seu pescoço em seguida.— Só um pouquinho...Os olhos de Naiara já queimavam em vermelho vivo, as mãos desciam em garras nas costas de Agares, marcando caminho, arrancando dele um gemido gutural
Yekun não ousou abrir os olhos, apertava seus dedos aos dedos dela, vivendo um conflito interno assombroso. Desejava ter o poder da escolha, queria poder decidir o caminho a seguir, mas, ao mesmo tempo, sentia-se ligado a ela de muitas formas e desejava manter seus corações ligados, ainda que não fosse correspondido. Seu peito subia e descia violentamente, seu corpo mostrava o quanto tudo aquilo o abalava. Naiara estava alheia ao que acontecia ao seu redor, mergulhada dentro de si e de seus pensamentos e, quanto mais buscava a quebra da predestinação, mais fora de seu próprio corpo ela ficava. Seus olhos se abriram abruptamente revelando a névoa branca que envolvia todo o seu globo ocular, sua cabeça foi projetada para trás e as palavras escapavam de seus lábios como se tivessem vida própria, nem mesmo o tom de voz parecia ser o dela.A magia envolvia Yekun ao ponto de levantar seu corpo do ch
Agares estava sentado na cama de Naiara, esperando. Ela surgiu em seu quarto, seus joelhos tremeram e caiu sem forças, ele levantou-se rapidamente a tomando em seus braços, sentou na cama com ela em seu colo e tentava acalantar a dor que sentia em sua amada que chorava copiosamente. A dor parecia exalar dos poros de Naiara, não conseguia conter o vazio que sentia dentro de si, como se não sentisse mais a sua alma. Deitou a cabeça no peito de Agares e respirou fundo, tentando se encontrar novamente. Ele fechou os olhos e deixou com que sua essência invadisse o corpo da namorada, dividindo com ela o que era, quem ele era. Aos poucos o choro foi controlado e as lágrimas secando. Não disseram nada, ficaram somente se encontrando um no outro, tendo a certeza da decisão tomada.Heylel e Azazyel entraram na morada e não se deram o trabalho de chamar por sua família, sabiam que viriam ao encontro deles assim
O coração do jovem líder estava em paz, sua fé em Deus era inabalável, mesmo diante aos caos que tomava a Terra, ainda assim ele somente cria que seu Pai estava ciente e no controle de tudo, fé essa que era visível em seus olhos e transpassava em suas palavras, acalmando não somente a menina machucada, mas as outras pessoas que ali estavam. As portas da igreja, pela primeira vez em muitos anos, encontravam-se fechadas. Algumas pessoas foram separadas, pois permaneciam visivelmente alteradas. Pedro andava de uma sala a outra tentando, sem muito sucesso, contê-los. Orava e clamava, pedindo por uma intervenção divina. Reuniu todos os jovens que conseguiam conter suas emoções, estavam na nave da igreja e levantaram um clamor, pedindo ajuda para aquela situação. As portas se abriram em um rompante e nem mesmo toda a barricada de bancos, moveis e empecilhos colocados para impedir uma in
Passaram correndo por onde Pedro acabara de sair, deparando-se com um largo corredor com portas dos dois lados, ouviam os gritos atrás de cada uma delas, uns pedindo por ajuda, outros clamando a Deus e muitos deles eram somente urros e palavras ruins. Mas foi uma voz especifica que chamou a atenção de Diego e o guiou até uma das portas. Abrindo-a, se deparou com uma jovem enraivecida em cima de Fernando que tentava sem muito sucesso se livrar da menina que berrava as palavras mais terríveis já ouvidas pelo jovem, arranhando onde suas grandes unhas alcançavam. Diego tirou a jovem de cima de Fernando em um só movimento, mantendo-a afastada com uma das mãos e a outra esticou para ajudá-lo a se levantar. Ele aceitou a ajuda, chorava e limpava os filetes de sangue que escorriam em seu rosto e pescoço, aturdido e confuso diante daquela loucura que acontecia ao seu redor, mas não foram os machucados f&iacut
O mundo estava um caos. Assim que os anjos contiveram a fúria solta entre os possuídos, fazendo-os cair em um sono profundo, conseguiram ver a destruição por todos os lugares. Andavam por ruas desertas e a sensação de fim do mundo estava marcada na face de cada um deles, como se esperassem por algo pior a qualquer momento. Diego, Heylel e Azazyel andavam na frente, sondando para ver se encontravam alguma pessoa ainda lúcida, e as que encontravam direcionavam à igreja central, onde anjos com as asas escondidas, passando por simples humanos, recepcionavam e tentavam apaziguar o turbilhão de sentimentos dessas pessoas. Pedro e Fernando estavam colocados logo atrás dos três, buscando neles abrigo contra uma luta que nem ao menos entendiam. Agares e Naiara estavam no centro daquela formação, camin
Naiara não entendia o porquê daquele pedido, mas respeitaria a vontade do amigo, liberou-o da bolha e ele caiu no chão e correu de volta para ela, tendo Naiara logo atrás. Ela parou ao lado de Gabriel, concentrando-se para conter a magia da mãe e suas irmãs. — O que está fazendo? — ele perguntou incrédulo. — Defendendo meu amigo. — Esboçou um sorriso. Samyaza estava com as mãos apoiadas nos joelhos, respirava com dificuldade. Soltou um risada baixa que em seguida se transformou em uma gargalhada. 
Uma luz diferente tocou a sua pele. Seus olhos, mesmo fechados, arderam diante da claridade. Ele levou a mão à face, tentando de alguma forma diminuir aquela intensidade. Não estava em sua casa, não poderia ser sua casa, não com aquela luz, não com aquele toque quente. Heylel abriu os olhos e sentou-se de súbito sobre uma cama grande, com lençóis brancos e macios. Seus olhos varreram o lugar, um quarto imenso e arejado, móveis claros e modernos. A luz que o despertou entrava por uma ampla janela aberta, onde cortinas brancas de um tecido leve balançavam com a brisa da manhã. Ao lado direito, um enorme quadro fez Heylel pular da cama e seu coração bater descompassado. Caminhou até a imagem pendurada envolta em uma linda moldura e seus dedos deslizaram suavemente, tentando talvez