_ Uma mulher do passado. Uma espiã famosa que também era dancarina e que trabalhava para os governos, fazendo espionagem durante a guerra.
_ E eu seria como ela? - riu.
_ Não sei - deu de ombros _ Você é uma incógnita - gesticulou afobado _ Estava voando no meio de uma tempestade, com chuva pesada e raios, o que desanima qualquer um - fez uma careta _ Não tem documentos - foi contando nos dedos _ Nunca vi o símbolo gravado em seu uniforme, não quer falar com a polícia ou com um médico... Ninguém falou sobre a queda de um avião nos noticiários...
_ Porque não era um avião.
_ Sei lá - balançou a
Amina estava deitada no sofá. Carlo estava no quarto. Depois de comerem ele evitou voltar ao assunto de sua queda.Não era surpresa que não acreditasse nela.Na verdade, era até natural.Ele não insistiu para que fosse dormir no quarto, parecia não querer aborrecê-la, o que foi bom, porque sair da cabana seria mais fácil.Se ele tivesse ideia do quanto tinha sido importante esse encontro deles, entenderia o quanto ela se sentia carregada de um peso que nunca teve antes.O peso da saudade.Ao voltar para casa, para seu tempo, e
_ Daqui em diante temos que seguir a pé - puxou a chave _ Vou levar comigo - fez uma cara engraçada e saiu._ Não vou responder - desceu olhando em volta _ Mais alguns metros._ Melhor ter cuidado. Me dê a mão - o dispositivo fazia um bip _ O que essa coisa quer agora?Ela riu alto._ Não se preocupe, não vai explodir - ergueu o braço e girou o corpo devagar _ O alcance dele é grande, mas talvez com a queda, a nave esteja emitindo um sinal mais fraco. Sei que vamos achar.O bip foi aumentando._ É por ali.
Dados de seu trabalho, de sua vida pessoal, com fotos e arquivos.Uma foto dela abraçada a outra mulher._ É minha irmã mais velha, somos muito unidas. Myna é muito carinhosa._ Esses são seus pais? - viu outra foto._ Sim - mordeu o lábio._ E esse?Mostrou outra foto onde ela estava abraçada a um homem e pareciam bem próximos._ Esse é meu instrutor._ Só... Instrutor? - desviou o olhar.
Depois que comeram, Amina mostrou outras partes da nave para ele, que apesar da surpresa com cada coisa que via, a enchia de perguntas._ Sabe, até que você está mais calmo do que pensei - ela disse apertando seu braço._ Engano seu - esfregou a cabeça _ Eu estou até suando. Por dentro meu coração está acelerado. Tudo isso... - gesticulou _ É uma grande loucura. É como se eu estivesse em um filme._ Mas eu sou bem real - segurou sua mão._ É normal... De onde você vem... As pessoas voarem em naves por aí?_ Sim - deu de ombro _ Desde que nasci vejo coisas assi
A viu segurar a nave manualmente depois que os controles falharam, o suor descendo por sua testa e as caretas que fazia a cada vez que era atingida por um meteoro.Não conseguia descrever em palavras tudo o que estava vendo. Era como um filme de ficção, porém muito superior em efeitos, porque era real.Amina afastou os cintos de segurança e colocou o capacete para manter o controle. Então ele viu o que ela vira.Ao longe parecia um planeta, o espaço aberto, imenso e sedutor com sua escuridão quebrada ao longe por pontos que ele identificou que seriam estrelas talvez, não via bem o que era.Até ele ficou nervoso vendo aquilo, imagine ela que viveu o
As gavetas estavam cheias de lingerie iguais as que ele tirou dela, em cores diferentes.Se sentiu estranho e fechou tudo. Terminou de beber o conteúdo da garrafa, observando o quarto.Sentou na cama e pegou o porta-retrato de novo. Deitou de lado e ficou olhando as imagens distorcidas que se alternavam na tela com defeito. Amina parecia feliz nelas.*******Um bom tempo depois Amina o achou no quarto dela, deitado em sua cama. Seu arquivo pessoal digital em cima de sua barriga, um braço por cima dos olhos. Parecia dormir. _ Não ligam para isso. Querem tudo imediato, desde que se sintam na vantagem do momento - soltou o ar devagar soprando _ Infelizmente, tenho que lhe dizer que nosso mundo está cheio de gente egoísta._ Que triste isso - apertou sua coxa _ Mas eu não acho você ruim._ Tento não ser - a olhou _ Está com fome? Aqui tem um local onde vendem hamburguer com fritas que é muito bom. Já comi lá algumas vezes._ Agora quero provar._ Vamos ver se está aberto.Carlo seguiu por outra rua e saíram em um praça pequena, mas muito bonita, com flores e uma estátua grande no meio.Capítulo 9.3
_ E então? Gostou?Eles estavam no fundo da pick-up. Carlo parou o carro em um ponto alto onde podiam ver a pequena cidade lá embaixo, com as montanhas ao fundo. A paisagem era muito bucólica._ Muito. Da vista e disso - mordeu o hambúrguer _ Hum... Que delícia - tomou um gole do refrigerante _ Isso é muito bom.Ele riu da empolgação dela em comer o trio de hambúrguer, fritas e refrigerantes. Algo bem simples e comum para ele. Nem ligava mais para isso._ Para alguém tão magra, você come muito._ Minha mãe diz que sou como um magróide.
Último capítulo