Clara Herrera.
Um mês. Hoje faz um mês de uma das melhores decisões que eu já tomei na minha vida. Estou completando meu primeiro mês de namoro com Milena Bianco. E gente, eu não sei nem explicar o quanto essa garota tem conseguido me fazer tão feliz, me fazendo sentir tão amada nesse pequeno espaço de tempo. É claro, lá no comecinho tivemos aqueles problemas. Problemas esses mais conhecidos como Juan, mas mais uma vez, Milena se demonstrou tão madura, e me mostrou novamente um dos motivos que fez com que eu me apaixonasse tanto por ela.
Mas uma coisa ainda ronda minha cabeça há um bom tempo. As ameaças que Alice fez à Milena e o seu olhar de ódio contra mim. Eu sou do tipo de pessoa que costuma esquecer logo as coisas sem importância, mas vez ou outra, essas lembrança se apoderam de meus pensamentos. E mesmo que essa garota seja uma sem noção dos infernos, eu espero sinceramente que ela tenha dito tudo aquilo apenas ali, no calor do momento.
— Clara, eu decidi uma
(. . .)Nada me encanta mais em Milena, do que sua simplicidade. Ela tem uma forma de ver as coisas, que eu não sei definir direito, mas desde nossa primeira conversa, me chamou atenção. E agora, após nosso jantar em comemoração ao nosso primeiro mês de namoro, todo preparado por ela, eu só sei sentir o quanto esse anjo loiro me deixa mais encantada a cada minuto.— Clara? — ouço a voz da garota, me tirando de meus devaneios. — Tudo bem?— Sim. — me aconchego entre seus braços, ficando de costas para a loira. — Eu já disse que amei a surpresa? — pergunto e ouço um “aham” em resposta. — E já disse que te amo?— Já, mas se quiser falar de novo... — dou uma risada e sinto a mesma depositar um beijo em meus cabelos. — e de novo, e de novo e de novo.— Ainda é exigente!? — me viro, a encarando. — Eu te amo, Milena Bianco.— O que eu posso fazer, se você me chamando assim, até minhas pernas bambeiam? — pergunta com uma falsa expressão inocente, me fazen
Clara Herrera.Depois de um fim de semana mágico, aparecer na escola e a primeira pessoa que eu sou obrigada a ver, ser Juan Carlos, com certeza, não é uma das melhores coisas desse mundo. Mas, por agora, nada é capaz de tirar meu bom humor. Nada mesmo, o sorrisinho irônico e o ar debochado que esse idiota carrega.— Bom dia, Clara! Como foi seu fim de semana?Pelo bem da minha saúde mental e para não correr o risco de sair desse colégio numa viatura da polícia, decido me fingir de sonsa e passar direto por Juan. Tentar manter uma relação um pouco mais saudável com ele, por amor à Henry, infelizmente, não engloba conversinhas sobre os nossos finais de semana. Que pena!Sigo andando e me sento ao lado de Ingrid, iniciamos uma conversa aleatória, enquanto não bate o primeiro sinal. E assim que no relógio marca sete horas, me encaminho para minha primeira aula do dia.Juan Carlos.Eu acho que nunca tive um au
Milena Bianco.Agora, após algumas semanas que Juan Carlos voltou a trabalhar com Clara no colégio, eu venho aprendendo a me controlar mais e não me deixar afetar por qualquer coisa que vejo. Afinal de contas, eu confio na minha namorada, e por mais que as vezes eu seja uma pessoa totalmente paranoica, eu sei que ela não faria nada para me magoar e muito menos, sendo com Juan Carlos, mesmo que, até hoje eu não saiba o motivo da separação deles.Acabei de chegar do trabalho e meu corpo só pede um banho. Deixo minha mochila em um canto qualquer do quarto e sigo direto para o banheiro. Ao som das minhas músicas preferidas, acabo ficando no banho por quase quarenta minutos, o que faz minha mãe quase quebrar a porta do meu banheiro, devido a força com que bate na mesma.— Milena, minha filha, vai morar aí dentro, é? — desligo o chuveiro. — F
Milena Bianco.E lá se foi a última semana antes da chegada das avaliações do fim do bimestre, o que quer dizer que, a partir de segunda feira, eu mal vou ter tempo de respirar, já que esse ano quero manter minhas notas o melhor possível. Justo no último ano, não quero ficar presa até, praticamente, o natal e claro, dessa vez eu tenho um maior incentivo. Já que, creio eu, quanto antes terminar o colégio, logo eu e Clara nos veremos mais tranquilas.Mas por enquanto ainda estamos no fim de semana, o sábado mal começou e eu já estou pura preguiça. Não faço a mínima idéia de que horas são, mas logo ouço algumas batidas desordenadas na porta. O barulho se intensifica e ao me levantar e abrir a mesma, vejo Phellipe perto da mesma. Me abaixo pegando o pequeno e o enchendo de beijos.— Bom dia, príncipe. &
(. . .)Após passar o fim de semana na casa de Clara, me despedi da morena e de Heitor, quando meu pai passou por lá e me deu uma carona. Assim que cheguei em casa, preparei minha mochila para o dia seguinte e me empenhei em dar mais uma passada na matéria das provas de segunda.Fico por longas horas revisando minhas dúvidas em português e física, me concentro tanto, a ponto de me assustar quando uma série de notificações apitam em meu celular, quebrando o silêncio do quarto. Pensando ser Clara, ou algum de meus amigos, desbloqueio o celular e vou direto ao aplicativo de mensagens. E é nesse momento que eu sinto meu coração errar uma sucessão de batidas.Meus olhos parece terem congelados, não consigo os desviar da tela do celular. Nela, haviam umas cinco fotos minhas e de Clara juntas. Algumas em seu carro, outras no parque e outras em lugares que eu nem me lembro mais. Em todas elas, era nítida a troca de carinho entre eu e a morena. Em uma delas, a pessoa que
Clara Herrera.Mais uma semana de provas se passou e agora eu só sei encarar a enorme pilha de papéis na minha frente. Já devo ter corrigido umas cem e meu cérebro quase pega fogo ao me lembrar das várias outras que ainda me esperam. Sem contar, o pequeno furacão que passa a todo segundo correndo perto de mim.— Mamãe, já acabou? — Heitor pergunta pela vigésima vez desde que comecei.—Não, príncipe. — suspiro. — Talvez daqui uns cem anos eu termine isso daqui... — me levanto.Checo o celular, mesmo já tendo feito isso umas cinquenta vezes nos últimos vinte minutos. Desde que a semana de provas começou, eu e Milena temos nos visto bem pouco e até os contatos via mensagens se tornaram um pouco mais raros. E bom, eu até entendi, já que Milena demonstrou ser uma aluna bem focada e centrada nos estudos, ainda mais agora, em seu último ano no colégio.Pelo sim e pelo não, decido ligar para a minha namorada. Estou com saudades, e por agora, nem que
Milena Bianco.Eu tentei, juro que tentei de todas as maneiras possíveis me manter afastada de Clara, pelo menos até conseguir entender toda essa merda que está acontecendo. Mas cara, eu simplesmente não consigo. E por mais que eu sinta, que Alice, realmente, pode jogar tudo para o ar a qualquer instante, acabando com meu sossego e mais ainda com o da mulher que eu amo, eu não tenho a mínima estrutura para me manter longe de Clara Herrera.Já faz uma semana e um dia que as ameaças de Alice começaram e esses parecem ser os piores dias da minha vida. Sem dormir direito, sem comer direito e principalmente, sem querer papo com ninguém. A todo instante, eu só me ocupo em tentar pensar numa maneira sensata de resolver isso tudo, sem precisar me afastar repentinamente de Clara e consequentemente de Heitor.Mas agora, em mais uma manhã com a morena dormindo em meus braços, eu não consigo pensar em outra coisa, a não ser o quanto eu acabei sendo sortuda por tudo isso e agor
Clara Herrera.É tão difícil acreditar que nesse mundo, ainda há pessoas que se incomodam tanto com a felicidade alheia. Por que, simplesmente, cada um não consegue viver no seu quadrado? Ficar sossegado no seu canto? Por que merda, alguém sempre tem que tentar te ferrar quando você parece estar na melhor fase da sua vida, por puro... egoísmo?Céus, até agora não consigo acreditar no que Milena acabou de me contar. Que proveito Alice pode tirar em estar nos ameaçando dessa maneira? E uma dúvida maior ainda, quem será essa outra pessoa que está de cúmplice em toda essa palhaçada com ela? Onde alguém é capaz de chegar por não saber de portar quando recebe um “não”?— Clara, você tá me ouvindo? — ouço a voz de Milena me trazendo de volta de meus devaneios.— Sim... desculpa. — a encaro. — Há quanto tempo ela está te mandando essas mensagens?— Há pouco mais de uma semana. — abaixa o olhar. — Desculpa não ter te contado antes, eu fiquei com medo... na verda