Clara Herrera.
Depois de um fim de semana mágico, aparecer na escola e a primeira pessoa que eu sou obrigada a ver, ser Juan Carlos, com certeza, não é uma das melhores coisas desse mundo. Mas, por agora, nada é capaz de tirar meu bom humor. Nada mesmo, o sorrisinho irônico e o ar debochado que esse idiota carrega.
— Bom dia, Clara! Como foi seu fim de semana?
Pelo bem da minha saúde mental e para não correr o risco de sair desse colégio numa viatura da polícia, decido me fingir de sonsa e passar direto por Juan. Tentar manter uma relação um pouco mais saudável com ele, por amor à Henry, infelizmente, não engloba conversinhas sobre os nossos finais de semana. Que pena!
Sigo andando e me sento ao lado de Ingrid, iniciamos uma conversa aleatória, enquanto não bate o primeiro sinal. E assim que no relógio marca sete horas, me encaminho para minha primeira aula do dia.
Juan Carlos.
Eu acho que nunca tive um au
Milena Bianco.Agora, após algumas semanas que Juan Carlos voltou a trabalhar com Clara no colégio, eu venho aprendendo a me controlar mais e não me deixar afetar por qualquer coisa que vejo. Afinal de contas, eu confio na minha namorada, e por mais que as vezes eu seja uma pessoa totalmente paranoica, eu sei que ela não faria nada para me magoar e muito menos, sendo com Juan Carlos, mesmo que, até hoje eu não saiba o motivo da separação deles.Acabei de chegar do trabalho e meu corpo só pede um banho. Deixo minha mochila em um canto qualquer do quarto e sigo direto para o banheiro. Ao som das minhas músicas preferidas, acabo ficando no banho por quase quarenta minutos, o que faz minha mãe quase quebrar a porta do meu banheiro, devido a força com que bate na mesma.— Milena, minha filha, vai morar aí dentro, é? — desligo o chuveiro. — F
Milena Bianco.E lá se foi a última semana antes da chegada das avaliações do fim do bimestre, o que quer dizer que, a partir de segunda feira, eu mal vou ter tempo de respirar, já que esse ano quero manter minhas notas o melhor possível. Justo no último ano, não quero ficar presa até, praticamente, o natal e claro, dessa vez eu tenho um maior incentivo. Já que, creio eu, quanto antes terminar o colégio, logo eu e Clara nos veremos mais tranquilas.Mas por enquanto ainda estamos no fim de semana, o sábado mal começou e eu já estou pura preguiça. Não faço a mínima idéia de que horas são, mas logo ouço algumas batidas desordenadas na porta. O barulho se intensifica e ao me levantar e abrir a mesma, vejo Phellipe perto da mesma. Me abaixo pegando o pequeno e o enchendo de beijos.— Bom dia, príncipe. &
(. . .)Após passar o fim de semana na casa de Clara, me despedi da morena e de Heitor, quando meu pai passou por lá e me deu uma carona. Assim que cheguei em casa, preparei minha mochila para o dia seguinte e me empenhei em dar mais uma passada na matéria das provas de segunda.Fico por longas horas revisando minhas dúvidas em português e física, me concentro tanto, a ponto de me assustar quando uma série de notificações apitam em meu celular, quebrando o silêncio do quarto. Pensando ser Clara, ou algum de meus amigos, desbloqueio o celular e vou direto ao aplicativo de mensagens. E é nesse momento que eu sinto meu coração errar uma sucessão de batidas.Meus olhos parece terem congelados, não consigo os desviar da tela do celular. Nela, haviam umas cinco fotos minhas e de Clara juntas. Algumas em seu carro, outras no parque e outras em lugares que eu nem me lembro mais. Em todas elas, era nítida a troca de carinho entre eu e a morena. Em uma delas, a pessoa que
Clara Herrera.Mais uma semana de provas se passou e agora eu só sei encarar a enorme pilha de papéis na minha frente. Já devo ter corrigido umas cem e meu cérebro quase pega fogo ao me lembrar das várias outras que ainda me esperam. Sem contar, o pequeno furacão que passa a todo segundo correndo perto de mim.— Mamãe, já acabou? — Heitor pergunta pela vigésima vez desde que comecei.—Não, príncipe. — suspiro. — Talvez daqui uns cem anos eu termine isso daqui... — me levanto.Checo o celular, mesmo já tendo feito isso umas cinquenta vezes nos últimos vinte minutos. Desde que a semana de provas começou, eu e Milena temos nos visto bem pouco e até os contatos via mensagens se tornaram um pouco mais raros. E bom, eu até entendi, já que Milena demonstrou ser uma aluna bem focada e centrada nos estudos, ainda mais agora, em seu último ano no colégio.Pelo sim e pelo não, decido ligar para a minha namorada. Estou com saudades, e por agora, nem que
Milena Bianco.Eu tentei, juro que tentei de todas as maneiras possíveis me manter afastada de Clara, pelo menos até conseguir entender toda essa merda que está acontecendo. Mas cara, eu simplesmente não consigo. E por mais que eu sinta, que Alice, realmente, pode jogar tudo para o ar a qualquer instante, acabando com meu sossego e mais ainda com o da mulher que eu amo, eu não tenho a mínima estrutura para me manter longe de Clara Herrera.Já faz uma semana e um dia que as ameaças de Alice começaram e esses parecem ser os piores dias da minha vida. Sem dormir direito, sem comer direito e principalmente, sem querer papo com ninguém. A todo instante, eu só me ocupo em tentar pensar numa maneira sensata de resolver isso tudo, sem precisar me afastar repentinamente de Clara e consequentemente de Heitor.Mas agora, em mais uma manhã com a morena dormindo em meus braços, eu não consigo pensar em outra coisa, a não ser o quanto eu acabei sendo sortuda por tudo isso e agor
Clara Herrera.É tão difícil acreditar que nesse mundo, ainda há pessoas que se incomodam tanto com a felicidade alheia. Por que, simplesmente, cada um não consegue viver no seu quadrado? Ficar sossegado no seu canto? Por que merda, alguém sempre tem que tentar te ferrar quando você parece estar na melhor fase da sua vida, por puro... egoísmo?Céus, até agora não consigo acreditar no que Milena acabou de me contar. Que proveito Alice pode tirar em estar nos ameaçando dessa maneira? E uma dúvida maior ainda, quem será essa outra pessoa que está de cúmplice em toda essa palhaçada com ela? Onde alguém é capaz de chegar por não saber de portar quando recebe um “não”?— Clara, você tá me ouvindo? — ouço a voz de Milena me trazendo de volta de meus devaneios.— Sim... desculpa. — a encaro. — Há quanto tempo ela está te mandando essas mensagens?— Há pouco mais de uma semana. — abaixa o olhar. — Desculpa não ter te contado antes, eu fiquei com medo... na verda
Milena Bianco.Na vida, pode ser que seja necessário tomarmos decisões e procurar caminhos que nos levem à mudanças. E eu não me arrependo nem um pouquinho dessa decisão que tomei. Eu precisava de algo rápido e que não deixasse mais sombra de dúvidas para as ameaças de Alice, mas agora, eu e Clara seremos apenas duas pessoas normais, que se encontraram na vida e se amam. Sem o peso de ter de se esconder por ela ser minha professora.Assim que cheguei em casa, reuni meu pai e minha mãe no sofá da sala. E agora, ambos estão me olhando com uma expressão confusa e até um pouco assustada.— Olha, vocês sempre me criaram me dando responsabilidades, para que eu soubesse o peso das minhas escolhas, não é? — pergunto e eles concordam. — E vocês sempre estiveram comigo em todas as minhas decisões até hoje... e m
Juan Carlos. Se até hoje eu estava tentando ser um cara passivo e levandoaté na brincadeira esse fato de Clara estar desfilando com uma mulher por aí, agoraeu não vou deixar isso barato. Clara Herrera é minha mulher e não há papelnenhum no mundo que prove o contrário e não tem pirralha nenhuma que me farádesistir dela.Falando em pirralha, Milena Bianco... essa fedelha com certeza pensa queestá no topo. Idiota, mas sabe ela que está sendo usada por Clara, feita detrouxa. Quer saber? Já chega, acabou essa brincadeira! Esse romancezinho meiatigela não vão durar muito tempo e eu sei muito bem onde atacar para ferir Clara.Heitor.— Me dá mais uma! — grito ao barman, levantando o copo. — Eenche isso, eu não estou pagando atoa.<