Milena Bianco.
Eu nunca lidei muito bem com a morte, sabe? Minha primeira perda, foi o Luck, o primeiro cachorro que tive e morreu quando eu tinha quatro anos. Depois disso, quando eu tinha sete anos meu avô, pai da mamãe se foi e por último, um primo com o qual eu cresci se envolveu em um acidente. E em todas essas situações, eu me reclui, me fechei por um tempo. E agora, sinto que estou fazendo o mesmo. Só que dessa vez, o que mais me entristece é o fato de Elizabeth Bianco ter ido embora ainda com ressentimentos sobre mim. Nós éramos tão, mas tão unidas quando eu era menor, e no fim das contas, sua indiferença em relação à mim esteve presente até o momento de sua morte.
— Eu queria muito, muito mesmo estar com você aí, minha linda... bem abraçadinha com você e te dando força, mas acho que seus pais devem saber de nós da forma certa. — Clara diz, em mais uma das nossas vídeo chamadas.
— Eu sei, querida. Mas você já está me dando fo
Capítulo novinho, espero que gostem!
Milena Bianco(. . .)Como era previsto, chegamos em casa de madrugada, e como dormi boa parte da viagem, agora estou sem um pingo de sono. A primeira coisa que fiz ao colocar os pés em casa foi tomar um banho, pois apesar de não estar com sono, meu corpo se sente cansado. Deixo a água morninha cair sobre mim, me dando a satisfatória sensação de relaxamento. E por fim, visto alguma coisa leve e me jogo na cama.Pego meu livro afim de continuar minha leitura. E após uma boa quantidade de páginas, termino por dormir com o livro sobre o rosto. E durante o sono, acabo sonhando com vovó Liza. Mas dessa vez não foi um pesadelo, como os vários da noite retrasada. Foi um sonho leve e que me trouxe ainda mais paz, do que quando soube que a não havia ido embora ainda chateada comigo. No sonho, estávamos em um jardim, como o que tínhamos em nossa antiga casa e vovó adorava cuidar. E assim, estávamos fazendo o mesmo.Como em flashes, em outro
Milena Bianco. — Milena, quando é que a gente vai sair? Sinto que você só tá me enrolando. — Alice me cobra pela décima vez na semana. — Não sei, Alice. — digo, pegando minha mochila.— Agora eu tenho que ir, depois nos falamos, tá bom? — tento não ser grossa, apesar de toda essa sua insistência me deixar um pouco desconfortável.Sigo até a sala de Sr. Heitor afim de me despedir do meu chefe. Ele sai de sua mesa e se aproxima, sorrindo. — Já vou indo, Sr. Heitor . — trocamos um abraço rápido. — Até amanhã. — Até amanhã. Vai ver Clara hoje? — Sim, vamos levar o pequeno no cinema. Contaremos e conversaremos com ele sobre nós. — sorrio.— Desde já, desejo s
Milena Bianco. (. . .) Assim que cheguei na livraria, segui para o balcão e como de habitual, guardei minha mochila. Poucas pessoas apareceram na pequeno espaço que fico atendendo sozinha no local, o que me permitiu atender e passar no caixa sem muita dificuldade. Mas assim que deu uma e meia, Alice adentrou pela porta. Mal a vi, saí do caixa e segui para perto de uma das estantes. Está sendo assim todos os dias desde que Alice fez aquela sacanagem. Mas acredita que ela continua agindo como se não tivesse feito nada? É, eu sei, muito cínica. Muito mesmo. Havia chegado uma enorme remessa de livros novos, o que ocupa boa parte de nossa tarde enquanto não estamos atendendo os clientes. Me sento o mais longe de Alice que posso, mas parecendo que é pra implicar a outra se aproxima cada vez mais, ora me perguntando algo, ora me mostrando alguma coisa em um livro. — Meninas, são quase cinco da tarde... eu estava mexendo com umas planilha
Clara Herrera.O sábado amanheceu ensolarado lá fora, mas ainda mais aqui dentro de mim. Fala sério, quem não acordaria feliz nos braços de um anjo como Milena Bianco? Ainda de olhos fechados, sinto um dos braços da loira circundando minha cintura, enquanto sinto sua respiração leve batendo em meu pescoço. Não me contendo, com muito cuidado, tento me desvencilhar de seu abraço para poder olhá-la.Meus olhos fazem questão de gravar cada detalhezinho do rosto de Milena. Sua feição leve, seus lábios finos formando um delicado e quase imperceptível bico, os fios dourados caindo sobre seu rosto. Se essa minha garota não é a criatura mais linda desse mundo, eu realmente, não sei quem é. Fico por vários minutos perdida em meus devaneios, que acabo não percebendo Milena despertar e a loirinha me pega no flagra em meu momento de admiração, dando um sorriso contido, enquanto se aconchega mais em mim. — Clarinha... que graça tem ficar me olhando enquanto eu es
(. . .) Ao descer do carro, pude ver que, na frente do meu carro está o carro da minha mãe e atrás, o carro de Kelly, o que quer dizer que eu Milena fomos as últimas a chegar. — Ótimo, nossas famílias já foram apresentadas sem nós. — digo, após passarmos pelo portão. Enquanto cruzamos o jardim, Milena segura minha mão, enlaçando nossos dedos. Damos uma última troca de olhares e sorrisos antes da loira abrir a porta. Ela entra, me puxando pela mão e logo na sala, encontramos meu pai e o pai de Milena conversando animadamente. Ok, já posso respirar um pouco mais aliviada. — Olha, nossas meninas chegaram! — meu pai diz, se levantando do sofá. Cumprimento meu pai com um abraço, enquanto Milena faz o mesmo com David. Em seguida, a garota se aproxima do meu pai e também o abraça, eles sussurram alguma coisa um para o outro, o que faz Milena sair do contato sorrindo genuinamente. — Papai... — a garota ch
Clara Herrera. “Não imagina o prazer que será trabalhar nesse colégio novamente, querida Clara.” Não, isso não está acontecendo, só pode ser algum tipo de brincadeira comigo. E uma brincadeira de muito mal gosto, diga-se de passagem. O que Juan Carlos está fazendo de frente pra mim, na sala dos professores? Que merda toda é essa? O que está acontecendo aqui? Por alguns segundos, eu apenas congelo no lugar em que estou, meu olhar espantado, com certeza está mais que visível aos meus poucos colegas de trabalho que ainda restam no local. Todos sabem da maneira que me separei de Juan Carlos, da traição e tudo mais. Bom, ainda não sei quem contou, mas eles sabem. Eles me olham, provavelmente esperando que eu que eu diga algo. Mas o que eu vou dizer? Que fico feliz que ele tenha voltado? Não, eu não estou feliz. Muito pelo contrário. — Ele está te importunando, Clara? — uma voz feminina pergunta, e ao olhar para o lado, vejo Ingrid.
(. . .)Finalmente o dia de aula acabou. Pego minhas coisas e sigo para a sala dos professores, guardo alguns livros e pego minha bolsa. Quando estou prestes a sair da sala, dou de cara com Juan Carlos. Para minha sorte, ele não diz nada, apenas sorri e faz o caminho contrário ao meu. Ótimo, que a partir de agora seja sempre assim.Me dirijo até a escolinha de Heitor, que como sempre, me recebe da melhor maneira do mundo. Sentir seus bracinhos me apertando é a maior sensação de alívio que eu tenho.— Como foi na escolinha, meu bem?— Foi bom, mamãe. — sorri, me entregando sua mochila.O caminho até em casa é animado. Quando chegamos, Heitor vai direto para o seu quarto se trocar e eu logo começo a preparar o nosso almoço. Minutos depois, meu menino aparece correndo na cozinha e segundo e diz que vai me ajudar. Nem preciso falar a grande bagu
Milena Bianco.Eu não imaginava o quanto precisava ouvir um “eu te amo” de Clara, até chegar o momento em que essa frase saiu da boca da morena. Eu sei que muitos por aí dizem isso sem verdadeiramente sentir, mas eu sinto que com a minha Clarinha é diferente. Agora o medo de quebrar a cara é menor, mesmo que o receio por Juan Carlos a rondando de novo, seja grande e as ameaças de Alice ainda estejam vivas em minha cabeça.Após um teste surpresa de matemática, a única coisa que eu preciso é de um café pra ver se meu cérebro volta a funcionar e para de sair fumaça. Assim que o sinal do intervalo toca, eu, Alexia e Henrique saímos rumo ao pátio, logo nos encontrando com o resto do nosso grupo. Passo na cantina e compro um copo de café puro. Até arrepio ao sentir o líquido quente e sem açúcar entrar em contato com mi