Nicole andava de um lado para o outro no quarto como se fosse um animal enjaulado. Ela esticou a mão até a escrivaninha logo que a visão ficou turva.
― Nicky, você está bem?
Ele atravessou a porta do quarto em passos largos e chegou mais perto. Apoiou a mão nas costas de Nicole
― Sente alguma dor?
― Estou bem, Alexander! ― Abriu os olhos e tentou se endireitar. ― Só quero ficar sozinha.
― Para você ir embora de novo?
Ela olhou com uma cara feia para Alexander, mesmo que ele não acreditasse, aquela foi uma das piores decisões que já tomou na vida.
― Toda vez que você vai embora ― ele venceu o nó
Com uma fisionomia inescrutável, Alexander observava a mulher que exibia toda a sua sensualidade. ― Entre, mon coeur! ― Esboçou um sorriso bem alinhado. Levantou do sofá e pegou a taça de vinho branco. ― Sente-se! Fez um gesto para a poltrona de estofado bege e ofereceu a taça. ― Onde está a Marcelly? ― Ela foi passear no parque com o avô. ― Por que você não me avisou? ― Estou com pressa, Josephiné! ― Rejeitou a bebida. Virou o rosto para o outro lado quando ela chegou mais perto e tentou beijá-lo. Tentou se convencer de que ela não era atraente. Precisava resistir ao fruto proibido. Embora estivesse ansioso para ver o filho, Alexander acompanhou o delegado até a outra sala onde Joanna os aguardava. O homem de cavanhaque, ajeitou a blusa preta que cobria a barriga saliente e arrumou o distintivo bolachão pendurado no pescoço. Joanna estava com uma aparência debilitada. Encarou os dedos entrelaçados quando os dois homens passaram pela porta. ― Aí está a meliante ― disse o delegado. ― Encontramos ela com o seu filho em um abrigo. ― Eu não sequestrei o Rodolpho. ― Os olhos castanhos fixaram em Alexander. ― Acredito que você saiba de toda a verdade. Alexander se sentou na cadeira de frente para Joanna e cruzou os braços. Os olhos claros a fuzilavam através das lentes multifocais. ― Por qCapítulo 26
Era difícil de acreditar no que seus olhos viram, depois de tanto tempo chorando por um filho que pensava estar morto, não conteve a emoção. Ver o filho, reacendeu uma esperança no coração que até aquele momento estava perdida. Apesar dos olhos marejados, havia um sorriso que atravessava o rosto de Ricardo. Alguns anos antes, o coração doeu ao ver o neto sem vida e agora seu coração saltava de alegria. A emoção era tanta, que Nicole mal olhou para a tia que estava ao lado do marido, acomodou-se no sofá e sorriu para o menino acanhado no colo do pai. Alexander se aproximou da esposa e colocou a criança no chão; ― Oi! Nicole cumprimentou de um jeito tranquilo e acariciou o rosto do filho. Estava impressionada
O peitoral se expandiu pelos ombros largos. O triângulo invertido da cintura esguia apontava o caminho para parte escondida pela calça de flanela. ― Eu preciso que meu corpo volte ao normal! Estou imensa. ― reclamou em voz baixa ― Você é perfeita! ― Se jogou ao lado dela. ― E você é um belo mentiroso! ― Virou para outro lado. ― Estou mentindo? ― Roçou-lhe a virilidade dura na pele macia das costas. As mãos puxaram o tecido liso da camisola branca até a altura do quadril. ― Responda! ― murmurou perto do ouvido e puxou a orelha entre os dentes. Correu os dedos de leve pelo queixo e inclinou a cabeça contra o travesseiro forçando a encará-lo. Passou a língua pel
Na manhã seguinte, Rosa preparava o café da manhã enquanto Joanna arrumava alguns dos sanduíches nas lancheiras da escola. Colocou frutas e algumas garrafas de água. Nicole ajudou os filhos a se organizarem e explicou a Rodolpho como era a nova escola. O menino de cabelos vermelhos ficou empolgado depois que Alex falou sobre os brinquedos e os amigos. ― Estão prontos? ― Alexander apareceu na porta. ― Sim, estão! ― Nicole ajeitou o botão da blusa de Alex e ajudou Rodolpho a colocar a mochila. ― Vão lá tomar café com a tia Joanna. As crianças saíram às pressas do corredor até a escada. Nicole caminhou em passos lentos. ― Não corram! Cuidado para não se machucarem nos degraus da escada. ― Estou aqui, filha! ― O senhor não acredita que é um pouco tarde para ser um superpai? ― questionou a voz mirrada. Henry afundou na cadeira, cruzou a perna e colocou a mão no tornozelo com uma meia preta. ― O Alexander também não estava aqui quando você teve os gêmeos. ― Não se compare ao meu esposo! ― Alterou o tom da voz. ― Ele teve oportunidade de desfazer os erros do passado. E agora vocês encontraram seu outro filho. ― Argumentou logo que venceu o nó que crescia na garganta. ― E tem uma filha a caminho. Apesar dos conselhos que o esposo lhe deu e de planejar tudo o que perguntaria a Henry na noite anterior, Nicole estava perdida naquela infinidade de mágoas.Capítulo 30
Poucas horas antes do evento, Alexander e Nicole levaram os filhos para um passeio no shopping de Botafogo, na zona Sul do Rio de Janeiro. Após deixar Nicole sob os cuidados dos profissionais da beleza em um Spa, eles correram até a loja de brinquedos enquanto o pai filmava e captava os momentos em que os filhos se divertiam no Magic Toy. Depois de quase três horas de brincadeiras no parque, os meninos caminhavam nos corredores por entre as estantes e as bancadas com revistas e brinquedos de super-heróis na loja de quadrinhos. — Eu quero ser médico igual a você, pai. — disse Alex. — E você Rodolpho? Alexander olhou o filho que estava distraído com a capa de um HQ da Liga da Justiça. A morada excessivamente grande e luxuosa com fachada em tons neutros e os pilares trabalhados, tinha arquitetura no estilo clássico. ― Eles contrataram o mesmo arquiteto que projetou a casa da sua família? ― Fitou Alexander. ― Talvez! A Heloísa é francesa! ― Olhou de esguelha para Nicole. ― Seu pai não te contou? ― Não tivemos tempo de falar sobre isso. O carro atravessou o enorme portão dourado da mansão com entrada imponente e notável no entablamento e pilastras. Os detalhes podiam ser notados nos pilares e nas colunas, assim como no friso e nas cornijas da fachada. Embora o design interno seguisse o estilo provençal francês na curva das mobílias, o salão climatizado transmitia uma beleza impactante.Capítulo 32