Alexander colocou as malas no carro e preferiu esperar em frente ao automóvel estacionado em frente ao portão. Descruzou os braços ao ver o filho se aproximar. A criança usava uma das blusas do seu herói favorito e uma bermuda combinando. Alex entregou a mochila ao pai e correu direto para o carro.
Antes de sair de casa, Nicole pegou a bolsa e trancou a porta. A barriga avolumava o tecido do vestido floral amarelo com trespasse.— Você está linda! — Abriu a porta do carro sem desviar o olhar.— Obrigada! ― Nicole fechou a expressão, formando um pequeno v na testa.Alexander encaminhou-se até o outro lado do veículo e entrou. Selecionou a música "Back to one" de Bryan Mcknight, no ipod e apertou o play. Pareceu satisfeito ao vê-la esboçar um meio sorriso enquanto a música tocava.Alex usava um fone de ouvido acolchoado, estava no banco de trás distraído em seu jogo favorito no tablet. Por vezes, ele encarava o pai pelo retroApesar de manter uma decoração retrô mais parecida com a dos quadrinhos, antes que o filho chegasse, Alexander providenciou algumas alterações e pediu ao decorador que deixasse o quarto com um ar mais infantil. Alex arregalou os olhos assim que viu o papel de parede. Tinha alguns prédios que remetiam à cidade de Gotham City e formavam uma paisagem. — Olha, tia Rosa, essa é minha caverna. — Apontou para o letreiro com os dizeres Alex's cave. Os toques lúdicos na decoração traziam as cores principais do personagem no papel de parede. — Isso é fantástico! — Ela piscou enquanto abria as cortinas da porta de correr que dava para varanda. — Seu pai sempre gostou do Batman. Alexander encostou-se no vão da porta aberta, o
Após o agradável fim de semana, Nicole acompanhou Alexander até o hospital onde faria mais uma consulta pré-natal. Deixou o filho com Lana, com quem trocou amenidades e explicou sobre as tarefas de casa que o menino deveria realizar naquele dia. Ela seguiu para o consultório de Jenny pouco antes de se despedir de Alexander, que foi direto para uma reunião com dois sócios que o aguardavam. Durante a consulta, Nicole não se pronunciou sobre o que Alexander contou alguns dias antes. Não conteve a lágrima ao ouvir os batimentos cardíacos da filha e se emocionou por saber que Jullianne se desenvolvia como o esperado. Depois de se despedir da obstetra, Nicole seguiu pelos corredores até o departamento pessoal da empresa, já que não assinou os papéis da demissão, ela aproveitou o momento para se d
Havia uma barreira que matinha Nicole longe daquele homem que a chamava de filha. Um turbilhão de sentimentos embaralhou-lhe a mente. Ela queria saber os motivos que levaram Henry a abandonar sua mãe, mas as palavras não fluíam. Uma sensação de perda, dor e tristeza se misturava com a revolta e a indignação. Se ao menos ele oferecesse o devido apoio, talvez a mãe de Nicole não teria partido tão cedo. Ela recuou e deu de cara com o peitoral de Alexander que se empertigou feito um guardião feroz que era capaz de tudo para proteger a família. ― Você está bem? ― Levantou-lhe o queixo com indicador. Nicole assentiu com a cabeça quando ele a abraçou. Encostou o rosto próximo ao pescoço de Alexander. ― Meu anjo, vai para casa e descansa um pouco ― Beijou o topo da cab
Pouco antes do sol nascer, Nicole abriu os olhos e se sentou no colchão encardido. Abraçou o travesseiro contra a barriga e olhou em volta. A persiana fechada bloqueava a entrada da luz. Levou a mão à nuca e gemeu baixinho ao sentir um pequeno inchaço. Tudo o que ela lembrava era que saiu do hospital São Miguel às pressas, pegou o táxi e seguiu ao local marcado para se encontrar com a tia. Nicole levantou-se com certa dificuldade e foi até a porta em passos lentos. A ansiedade e o medo assombravam a sua mente. Ela chegou mais perto e tocou na maçaneta, girou desesperadamente e puxou diversas vezes. ― Me deixa sair daqui! ― berrou. ― Por favor, eu estou grávida. ― Me soltem. ― Fecha essa matraca, madame! ― A voz masculina ordenou.
No quarto da nova casa, Alexander andava de um lado para o outro no ambiente com espaço amplo. Os tons de bege e branco predominavam desde o carpete até as cortinas e o revestimento de papel de parede do jeito que ele e a esposa planejaram alguns meses antes da separação. Suspirou pesado ao lembrar dos gritos de Nicole do outro lado da linha que o deixaram nervoso. Ele lançou o celular que se espatifou em pedaços ao se chocar contra o chão. Andou até uma cadeira perto da escrivaninha onde sentou com o rosto enterrado contra as mãos. As batidas fracas na porta o irritavam profundamente, não queria ver ou falar com ninguém que não lhe trouxesse notícias sobre Nicole. O olhar tenebroso mirou na porta que se abria devagar. ― Doutor Alexander! ― A governanta ficou para na porta. Poucas horas antes do tiroteio, Nicole sentiu as mãos magras que a sacudiram pelos ombros. Ela se mexeu e olhou dentro dos olhos castanhos da mulher pálida com rugas no canto dos olhos. A senhora de meia-idade segurou Nicole pela mão e a ajudou a se levantar. ― Vem, madame! Vamos aproveitar que o Zé saiu. ― Para onde vamos? Nicole gemeu baixinho e colocou a mão na frente dos olhos para proteger da luz solar quando chegaram a uma porta de madeira com a parte debaixo danificada. ― Nós vamos atravessar aquele matagal. ― Deram alguns passos por uma viela estreita até chegar ao meio do mato. ― Cuidado com os buracos. ― Por que a senhora está me ajudando? ― A mulhCapítulo 20
Alexander ajeitou os óculos e colocou a mão no volante enquanto espiava a esposa pelo retrovisor. Seguia por uma rua engarrafada quando decidiu falar. ― Tudo bem? ― Fitou Nicole. ― Sim! ― balbuciou. ― Só estou um pouco cansada. Durante o percurso pela Estrada do Joá, Nicole encostou a cabeça no banco carona de três lugares com estofado luxuoso no veículo prata. Evitou contato com o pai que estava ao lado de Alexander e cerrou os olhos. Embora Henry soubesse que a filha ainda estava magoada, ele sentiu-se grato por ver que Nicole estava fora de perigo. Pousou a mão sobre a barriga estufada. O automóvel se aproximava da casa com uma vista de tirar o fôlego. O bairro tinha algumas casas, em sua maioria em condomínios fechad
Fazer amor é como um ritual de satisfação em que o tempo não deve ser contado. Ela se entregou a uma onda de sensações que emanava do toque dos dedos esguios em cada curva do seu corpo. ― Eu quero você, Alexander! ― sussurrou. — Paciência, meu amor, eu ainda não terminei de te dar banho. Contornou a auréola dos mamilos com a ponta da língua e sugou com sofreguidão. Prendeu com mais força os bicos entre os lábios, escorregou a mão até encontrar a parte quente e sensível por entre as coxas. A pele ardia de paixão e desejo com os lábios que sugava o outro seio. Precisava senti-lo na musculatura rija que clamava para se unir a ele. Queria mais dele. Por entre beijos e carícias ávidas, Alexander percorreu o c