Nina, Kara e Lyon entraram na tal famosa balada, eles não precisaram enfrentar aquela fila que dobrava quarteirões. Kara havia posto seus nomes na lista “vip” do local graças ao contato que mantivera com o segurança de David, sem que Nina soubesse, e sem que Kara desconfiasse que Dave era quem de fato, estava por trás de todos os VIPS de sua inesquecível viagem.
Eles foram encaminhados até as suas mesas e foram prontamente atendidos. Nina estava vestindo um vestido rosa nude, uma sandália da mesma cor e uma pequena bolsa que comportava seu batom e seu telefone. Kara e Lyon sempre estavam vestidos para “matar”, não importando a ocasião.
A decoração do local era altamente luxuosa, apesar de que, visitar Roma em fevereiro, pode ser uma caixinha de surpresas, pois, é meado do inverno, o frio ainda prevalecendo, mesmo que as jornadas dos dias já tenham começado a ficar lentamente mais luminosas. As poucas possibilidades de nevar na cidade, não estavam totalmente
— Ei! Calma! — Disse ele com os braços suspensos no ar e com as mãos para cima. — Eu disse para você me largar. Não disse? — Eu já larguei. Ela tentava se recompor, ajeitando a roupa, os cabelos, tentando recuperar a respiração ofegante. — Está mais calma? — Ela só o olhava com raiva, sem responder. — Vamos conversar, Nina... — Não aqui. — Ok. Vamos para o seu hotel, então? Ela abriu um sorriso muito remoto no cantinho da boca e concordou com a cabeça. Ele viu que ela baixou a guarda e se aproximou dela com jeitinho. Chegou bem pertinho dela, rosto com rosto, enquanto falava que ficou preocupado. Ela podia sentir o hálito quente dele com cheiro de whisky em seu nariz. Era alucinante. Um cheiro de homem misturado com álcool e loção de barbear. Ele empurrou seu peito contra ela, a encarando nos olhos, encostou todo o seu corpo contra o dela a deixando sem espaço. Ela não sabia se chorava, se gritava, se o beijava
Enquanto Nina terminou de se aprontar para sair, ela percebeu a expressão estampada no rosto de seu Rich. Sabia que ele não retomaria as discussões, a respeito do tempo que ela queria afastada dele, pois, eles já tinham resolvido isso, e não insistiriam no mesmo assunto. Ainda assim ela sentia a decepção em seu olhar perdido, os lábios tristes, caídos, parecendo um cachorrinho que caiu do caminhão da mudança... ela não podia ceder. Antes de sair, Nina o explicou que era seu décimo dia de viagem e ele precisava descansar mais, dormir até tarde, passear quando quisesse, sem compromisso. E ela precisava ser livre. Ele concordava com tudo o que ela dizia. Para um taurino que é o signo mais conhecido por ser ciumento e possessivo, não foi nada agradável ouvir aquilo. Embora muitos digam que horóscopo é apenas superstição. “Por que ela não cogitava a possibilidade de fazer todas essas coisas junto a ele”? — Ele pensava enquanto se arrumava para sair. Taurino gosta de tudo
— Finalmente! O que aconteceu com seu telefone? Já ligamos mais de mil vezes, estamos há quase duas horas tentando falar com você, David! Jesus Cristo! Falou com Alexia? Você já viu os sites, notícias, e tudo que foi publicado sobre suas aventuras na Itália nas últimas horas? O agente de David, Paul, o entregou um tablet, onde eles passavam matérias e matérias, links e noticiários sobre a fuga secreta de David Nichols na Itália, que havia repercutido em absolutamente todas as redes sociais… Nesse momento Nina havia ido ao banheiro. Ouvindo aquilo, não sobrou uma gota de sangue em seus lábios. Ela não conseguia pensar em outra coisa, que não fosse a possibilidade de a terem fotografado. Ela pensou nos ataques que iria sofrer, pensou na exposição desenfreada, pensou nos milhões de comentários e julgamentos, que pessoas anônimas do mundo inteiro achariam que teriam o direito de fazer, usando o telefone como uma arma de opressão. Ela ficou tão nervosa que se sentou
Nina, Paul e Tony estavam o tempo todo ao lado de David no quarto enquanto ele dormia, tinha sido medicado e estava muito sonolento. Nina mal conseguia olhar os dois nos olhos. Ela estava evitando de propósito. Não devia nada a eles, não depois de tudo que ouvira no hotel. Os dois também não tentaram nenhum tipo de aproximação, mas a observavam como se ela fosse algo de outro planeta. Nina teve que sair ao corredor para avisar aos amigos que não iria embarcar, e enquanto Nina falava no celular, Paul e Tony a seguiam e a monitoravam com os olhos. Então Nina pôs seu telefone na bolsa e ficou sentada numa poltrona no corredor vazio. Aquela área seria a mais isolada possível. Ninguém poderia vazar à imprensa sobre tudo o que estava acontecendo. Inclusive essa era a maior preocupação dos agentes Paul e Tony. Eles jogavam todas as suas desconfianças em cima de Nina. Eles achavam que ela ia tirar fotos exclusivas daquela situação para vender à imprensa. Sentada, sozinha naq
Manhã do dia 27 de fevereiro de 2020. David estava acordado, olhando estranhamente para o teto do quarto do hospital. Ele e Nina haviam passado uma noite muito mal dormida. Acordavam de hora em hora, sentindo uma fadiga que não sabiam explicar ainda. Eram seis horas da manhã e aqueles olhos azuis felinos, que outrora expressavam vida, estavam agora com aspecto de sonolência, ele estava se sentindo fraco, sentindo tonturas e sintomas de uma gripe extremamente forte. Ele tentou se levantar, quando ouviu alguns gemidos baixos que pareciam distantes vindo do banheiro. Era Nina vomitando. Nina estava com dores na barriga, com febre, tossindo muito e com dor na garganta. Os dois acordaram muito mal. David conseguiu apertar o botão de alarme e em alguns segundos as enfermeiras adentraram o quarto vindo os socorrer. Nina e David estavam deitados ao lado um do outro em suas respectivas camas. Nina passou de acompanhante para paciente no decorrer da noite. As enfermeir
21 de março de 2020, Itália. Três semanas se passaram desde o dia em que David fora internado no hospital de Roma. Nina passou por mais dificuldades do que ele, seus sintomas foram mais fortes e ela sofreu muito mais para se recuperar do que David. Mas até mesmo ele que tinha uma saúde física de ferro, teve baixa imunidade devido às crises de estresses e crises emocionais. Os dois se recuperaram, aparentemente sem sequelas, precisariam apenas de fisioterapia, e foram transferidos para apartamentos onde ficariam isolados, para que continuassem cumprindo a quarentena e isolamento social. Eles não podiam sair do país, ninguém podia sair, nem entrar. Voos foram cancelados, escolas fechadas, cinemas, todos os lugares públicos foram fechados. As pessoas receberam ordens de ficar em casa e estavam sujeitas a multas se saíssem de casa.Seus agentes, Paul e Tony também foram contaminados, mas ficaram bem. Eles usaram de todo o seu poder e conhecimento para que eles e David fossem tran
No dia 6 de abril, o ministro da saúdeda Noruega, Bent Høie, declarou que o vírus estava sob controle. Nesse sentido,Erna Solberg, a ministra, declarou que após o feriado de páscoa as regras da quarentena seriam afrouxadas.Nina convenceu David de que, viajar para Bergen, seria o mais sensato e seguro a se fazer. David queria voltar ao Reino Unido o quanto antes, mas não podia arriscar ver seus pais e familiares, então concordou em ficar algumas semanas na Noruega até tudo se estabilizar, ou pelo menos melhorar.Enquanto isso os dois tentavam tirar proveito desse período de isolamento social da maneira mais aproveitável possível. Nina conseguiu tirar licença do trabalho por um período maior, pois ela não havia tido férias há quatro anos e apesar dos testes apontarem cura, havia muita incerteza dentre a comunidade médica sobre o comportamento do vírus, e o período de incubação ou risco de recaída. As autoridades na área de saúde até recomendaram que er
No dia seguinte lá estava Nina novamente trancada no banheiro principal e não o deixava entrar. Ele realmente protestava contra isso. Ele queria que os dois tivessem mais intimidade. Em tempos de isolamento social, ficar juntos 24 horas por dia era quase uma arte, exigia mais criatividade dos casais e o dom da paciência. A quarentena e o convívio à dois, isolados do resto do mundo, trazia consigo diversas fases distintas, e independente dessas fases, a vida conjugal em si já era trabalhosa, imagine agora com tanta pressão e diferenças ao mesmo tempo! Nunca a convivência tinha sido tão íntima ao longo dos tempos.As pessoas estavam reconhecendo seus parceiros, suas moradias, seus familiares e principalmente a si próprios. Saber que não tinham mais a opção de poder sair, nem que fosse para recusar e ficar em casa, não podiam simplesmente sair ou se aproximar de outras pessoas, nem mesmo do entregador do supermercado que entregava as compras, isso forçava ainda mais a prox