21 de março de 2020, Itália. Três semanas se passaram desde o dia em que David fora internado no hospital de Roma. Nina passou por mais dificuldades do que ele, seus sintomas foram mais fortes e ela sofreu muito mais para se recuperar do que David. Mas até mesmo ele que tinha uma saúde física de ferro, teve baixa imunidade devido às crises de estresses e crises emocionais. Os dois se recuperaram, aparentemente sem sequelas, precisariam apenas de fisioterapia, e foram transferidos para apartamentos onde ficariam isolados, para que continuassem cumprindo a quarentena e isolamento social. Eles não podiam sair do país, ninguém podia sair, nem entrar. Voos foram cancelados, escolas fechadas, cinemas, todos os lugares públicos foram fechados. As pessoas receberam ordens de ficar em casa e estavam sujeitas a multas se saíssem de casa.
Seus agentes, Paul e Tony também foram contaminados, mas ficaram bem. Eles usaram de todo o seu poder e conhecimento para que eles e David fossem tran
No dia 6 de abril, o ministro da saúdeda Noruega, Bent Høie, declarou que o vírus estava sob controle. Nesse sentido,Erna Solberg, a ministra, declarou que após o feriado de páscoa as regras da quarentena seriam afrouxadas.Nina convenceu David de que, viajar para Bergen, seria o mais sensato e seguro a se fazer. David queria voltar ao Reino Unido o quanto antes, mas não podia arriscar ver seus pais e familiares, então concordou em ficar algumas semanas na Noruega até tudo se estabilizar, ou pelo menos melhorar.Enquanto isso os dois tentavam tirar proveito desse período de isolamento social da maneira mais aproveitável possível. Nina conseguiu tirar licença do trabalho por um período maior, pois ela não havia tido férias há quatro anos e apesar dos testes apontarem cura, havia muita incerteza dentre a comunidade médica sobre o comportamento do vírus, e o período de incubação ou risco de recaída. As autoridades na área de saúde até recomendaram que er
No dia seguinte lá estava Nina novamente trancada no banheiro principal e não o deixava entrar. Ele realmente protestava contra isso. Ele queria que os dois tivessem mais intimidade. Em tempos de isolamento social, ficar juntos 24 horas por dia era quase uma arte, exigia mais criatividade dos casais e o dom da paciência. A quarentena e o convívio à dois, isolados do resto do mundo, trazia consigo diversas fases distintas, e independente dessas fases, a vida conjugal em si já era trabalhosa, imagine agora com tanta pressão e diferenças ao mesmo tempo! Nunca a convivência tinha sido tão íntima ao longo dos tempos.As pessoas estavam reconhecendo seus parceiros, suas moradias, seus familiares e principalmente a si próprios. Saber que não tinham mais a opção de poder sair, nem que fosse para recusar e ficar em casa, não podiam simplesmente sair ou se aproximar de outras pessoas, nem mesmo do entregador do supermercado que entregava as compras, isso forçava ainda mais a prox
Nina estava preocupada demais com tudo o que estava acontecendo. Ela não comentava com ele, não queria o afligir mais do que ela já sabia que ele estava aflito. Na cabeça dela ele ainda era seu paciente, passando por momentos críticos logo após ter tido crises emocionais ligadas ao estresse, ao trabalho e a fama. Ela tentava com todas as suas forças mantê-lo sã e salvo de tudo. Mesmo com todos os seus esforços, com o passar do tempo ela via que faltava algo no dia a dia, e coisas simples começavam a ficar tremendamente difíceis... não ia demorar muito até os dois sufocarem dentro daquela casa dia e noite. Então Nina o levou para as famosas cabanas nas montanhas da Noruega. Onde ele conviveria com a mais pura e bela natureza. Lá eles podiam pescar, andar de barco por toda a costa de Hordaland e Sogn ogFjordane, que agora se chamavam Vestland. Podiam nadar pelados e até correr sem roupas nas florestas se quisessem. Nina alugou uma cabana a quase 4 horas de Bergen, em Y
Ela estava embaixo do chuveiro quente, tentando organizar seus sentimentos, um animal ferido tentando sufocar os seus gemidos, para que ele não ouvisse, e mesmo que ela estivesse fazendo o máximo de esforço para repreender os sons que vinham de seu peito, o som da sua alma se dilacerando, o som do desespero, ainda assim ele a ouvia!— Abre essa porta, por favor! Estou pedindo, Nina... abre.Por um segundo passou pela cabeça dela a imagem dele abraçado a porta, passando mal, como no dia em que eles se internaram no hospital de Roma. Nina correu toda molhada e abriu a porta.Ela ficou o examinando com seus olhos vermelhos ainda molhados de lágrimas e da água do banho.— Está tudo bem, David? Responde! Você tá bem?— Ele a abraçou e ela tentava fugir daquele abraço, ela sabia que seria sua rendição. Ela tentou disfarçar mostrando que estava toda molhada, que precisava terminar o banho. Ele não a soltou. Eles lutaram genti
Depois da longa tentativa de beijá-la, uma luta suave foi travada, longa e ardente, Nina conseguiu levantar-se- do colo dele e disse olhando em seus olhos: — Eu vou dormir. Curta seu jogo, sua bebida, fique bêbado até! Você pode! Depois venha pegar o que é seu, quando quiser. Ele a olhava curiosamente. Nina inclinou-se até ele no sofá e sussurrou em seu ouvido: — Eu quero que você faça amor comigo enquanto eu estiver dormindo, a qualquer hora da madrugada. Vou esperar nos meus sonhos. Então ela o beijou delicadamente em seus lábios, um selinho apenas, e o deixou lá. Ele foi tomado por um fogo ardente que subia por todo o seu corpo. Ele queria pegá-la ali mesmo com força e botar para fora todos os sentimentos que ela o fazia sentir. Queria expor suas emoções, exteriorizar seus pensamentos e frustações através do sexo! Ele queria fazê-la pagar! Ele se levantou rapidamente da poltrona onde estava jogando, e caminhou em direção a ela firmemente, Nin
Nina começou a dança… de início tinha seu cabelo preso num rabo de cavalo, parecido com um coque desarrumado, no meio de alguns movimentos soltou seu cabelo longo daquele coque que, diminuía um pouco a sua sensualidade, e em outro instante já havia se livrado do salto alto, estava descalça, o que o deixou ainda mais atraído pelos movimentos leves que o meião transparente e os pés desnudos a permitia executar com tanta facilidade. Num piscar de olhos sua expressão ficou séria. Ele estava perdido em cada movimento que ela fazia. A música era perfeita! Os drinques que os dois haviam ingerido também os ajudavam para que enxergassem tudo com perfeição. Nina estava descontraída. Só de olhá-la dançando, estudando as expressões faciais dela, ele podia jurar que ela estava morrendo de excitação. E ela com certeza estava. Como um filho de Vênus, David amava a beleza. O cheiro que ela exalava, as cores daquela roupa típica de dançarina de samba do Brasil, tudo isso mexia
Chegando no estacionamento eles retiraram as malas, se fizeram prontos e, de repente Dave a encosta no carro, a beijando ferozmente. Desarrumando seu cabelo, estava tremendo. Nina sentiu que ele iria desmoronar ali mesmo! Sua respiração acelerada, a expressão de espanto no rosto, Nina teve que reunir uma força quase que sobrenatural para o ajudar, quando ela também estava precisando de ajuda. — Amor, vem! Abre os olhos. Respira. Olha para mim Dave! Com os olhos abertos ele a encarava. — Dave, não faz assim... vem, vamos! Seu voo já vai sair. Por favor, vamos! Não Podemos dar pra trás agora! Nina, saiu empurrando o carrinho de malas em direção ao saguão do embarque, fizeram o check-in “online”, o aeroporto estava praticamente vazio. Eles estavam de máscaras, agora molhadas de lágrimas. Tudo pronto para que ele embarcasse. Nina lhe deu um beijo demorado na testa e um selo suave nos lábios. Quase não o olhava nos olhos e disse baixinho em seu ouvido:
Nina ficou incomunicável. Imagine o que ela estava passando, se já é difícil para um artista ter que lidar com o assédio da imprensa, com as falsas notícias na corrida pela audiência, com milhares de comentários maldosos e ainda assim se manter estável, sorridente e seguir em frente, imagine como estava sendo para Nina. Que não estava acostumada com nada daquilo. Um choque, um trauma, danos irreparáveis! David também não conseguiu falar com os amigos de Nina, que foram consequentemente envolvidos nesse circo do terror. Todos os e-mails voltavam para sua caixa de entrada. Todos os celulares desligados. Todas as redes sociais desativadas. Ele queria contar para ela a respeito da biblioteca compartilhada, mesmo que ela o fosse odiar para sempre. Para a sorte de todos, o tempo não demorava, passava velozmente como um cavalo indomável, e para Nina ele também passou. Após um mês, ela achava que já deveria ter caído no esquecimento, mas as notícias só repercutiam cada vez m