Nina estava preocupada demais com tudo o que estava acontecendo. Ela não comentava com ele, não queria o afligir mais do que ela já sabia que ele estava aflito. Na cabeça dela ele ainda era seu paciente, passando por momentos críticos logo após ter tido crises emocionais ligadas ao estresse, ao trabalho e a fama. Ela tentava com todas as suas forças mantê-lo sã e salvo de tudo. Mesmo com todos os seus esforços, com o passar do tempo ela via que faltava algo no dia a dia, e coisas simples começavam a ficar tremendamente difíceis... não ia demorar muito até os dois sufocarem dentro daquela casa dia e noite.
Então Nina o levou para as famosas cabanas nas montanhas da Noruega. Onde ele conviveria com a mais pura e bela natureza. Lá eles podiam pescar, andar de barco por toda a costa de Hordaland e Sogn ogFjordane, que agora se chamavam Vestland. Podiam nadar pelados e até correr sem roupas nas florestas se quisessem.
Nina alugou uma cabana a quase 4 horas de Bergen, em Y
Ela estava embaixo do chuveiro quente, tentando organizar seus sentimentos, um animal ferido tentando sufocar os seus gemidos, para que ele não ouvisse, e mesmo que ela estivesse fazendo o máximo de esforço para repreender os sons que vinham de seu peito, o som da sua alma se dilacerando, o som do desespero, ainda assim ele a ouvia!— Abre essa porta, por favor! Estou pedindo, Nina... abre.Por um segundo passou pela cabeça dela a imagem dele abraçado a porta, passando mal, como no dia em que eles se internaram no hospital de Roma. Nina correu toda molhada e abriu a porta.Ela ficou o examinando com seus olhos vermelhos ainda molhados de lágrimas e da água do banho.— Está tudo bem, David? Responde! Você tá bem?— Ele a abraçou e ela tentava fugir daquele abraço, ela sabia que seria sua rendição. Ela tentou disfarçar mostrando que estava toda molhada, que precisava terminar o banho. Ele não a soltou. Eles lutaram genti
Depois da longa tentativa de beijá-la, uma luta suave foi travada, longa e ardente, Nina conseguiu levantar-se- do colo dele e disse olhando em seus olhos: — Eu vou dormir. Curta seu jogo, sua bebida, fique bêbado até! Você pode! Depois venha pegar o que é seu, quando quiser. Ele a olhava curiosamente. Nina inclinou-se até ele no sofá e sussurrou em seu ouvido: — Eu quero que você faça amor comigo enquanto eu estiver dormindo, a qualquer hora da madrugada. Vou esperar nos meus sonhos. Então ela o beijou delicadamente em seus lábios, um selinho apenas, e o deixou lá. Ele foi tomado por um fogo ardente que subia por todo o seu corpo. Ele queria pegá-la ali mesmo com força e botar para fora todos os sentimentos que ela o fazia sentir. Queria expor suas emoções, exteriorizar seus pensamentos e frustações através do sexo! Ele queria fazê-la pagar! Ele se levantou rapidamente da poltrona onde estava jogando, e caminhou em direção a ela firmemente, Nin
Nina começou a dança… de início tinha seu cabelo preso num rabo de cavalo, parecido com um coque desarrumado, no meio de alguns movimentos soltou seu cabelo longo daquele coque que, diminuía um pouco a sua sensualidade, e em outro instante já havia se livrado do salto alto, estava descalça, o que o deixou ainda mais atraído pelos movimentos leves que o meião transparente e os pés desnudos a permitia executar com tanta facilidade. Num piscar de olhos sua expressão ficou séria. Ele estava perdido em cada movimento que ela fazia. A música era perfeita! Os drinques que os dois haviam ingerido também os ajudavam para que enxergassem tudo com perfeição. Nina estava descontraída. Só de olhá-la dançando, estudando as expressões faciais dela, ele podia jurar que ela estava morrendo de excitação. E ela com certeza estava. Como um filho de Vênus, David amava a beleza. O cheiro que ela exalava, as cores daquela roupa típica de dançarina de samba do Brasil, tudo isso mexia
Chegando no estacionamento eles retiraram as malas, se fizeram prontos e, de repente Dave a encosta no carro, a beijando ferozmente. Desarrumando seu cabelo, estava tremendo. Nina sentiu que ele iria desmoronar ali mesmo! Sua respiração acelerada, a expressão de espanto no rosto, Nina teve que reunir uma força quase que sobrenatural para o ajudar, quando ela também estava precisando de ajuda. — Amor, vem! Abre os olhos. Respira. Olha para mim Dave! Com os olhos abertos ele a encarava. — Dave, não faz assim... vem, vamos! Seu voo já vai sair. Por favor, vamos! Não Podemos dar pra trás agora! Nina, saiu empurrando o carrinho de malas em direção ao saguão do embarque, fizeram o check-in “online”, o aeroporto estava praticamente vazio. Eles estavam de máscaras, agora molhadas de lágrimas. Tudo pronto para que ele embarcasse. Nina lhe deu um beijo demorado na testa e um selo suave nos lábios. Quase não o olhava nos olhos e disse baixinho em seu ouvido:
Nina ficou incomunicável. Imagine o que ela estava passando, se já é difícil para um artista ter que lidar com o assédio da imprensa, com as falsas notícias na corrida pela audiência, com milhares de comentários maldosos e ainda assim se manter estável, sorridente e seguir em frente, imagine como estava sendo para Nina. Que não estava acostumada com nada daquilo. Um choque, um trauma, danos irreparáveis! David também não conseguiu falar com os amigos de Nina, que foram consequentemente envolvidos nesse circo do terror. Todos os e-mails voltavam para sua caixa de entrada. Todos os celulares desligados. Todas as redes sociais desativadas. Ele queria contar para ela a respeito da biblioteca compartilhada, mesmo que ela o fosse odiar para sempre. Para a sorte de todos, o tempo não demorava, passava velozmente como um cavalo indomável, e para Nina ele também passou. Após um mês, ela achava que já deveria ter caído no esquecimento, mas as notícias só repercutiam cada vez m
Mais algumas semanas se passaram e parecia que aos poucos as pessoas iam esquecendo o nome de Nina. Ela não via a hora de ser deixada e esquecida no tempo. Tudo o que ela queria era voltar a ser anônima, mas isso nunca aconteceria. Ela participou de algumas exposições de arte patrocinadas pela comunidade de Bergen, onde ela ajudava mulheres, adolescentes e crianças com inclusão social. Ela também estava cada vez melhor no piano e nas aulas de inglês, francês e italiano. Ela sabia usar seu tempo livre. Se curando um pouquinho todos os dias… Lyon e Kara nunca saíram de seu lado, mesmo que por videochamadas. David por outro lado passava dia e noite focado no trabalho. O nome dele era assunto em páginas e canais que falavam sobre cinema e séries. Ele havia assinado contratos importantes com uma empresa de streamings, e seu nome era cogitado em vários filmes conhecidos no universo cinematográfico. Quando tinha um tempo livre ficava com a família e com os jogos online.
Kara tinha um traquejo especial para lhe dar com questões públicas e eventos. E não haveria ninguém melhor no mundo que Nina confiaria em entregar totalmente sua vida nas mãos. Inevitavelmente Kara e Lyon passaram a dedicar-se a esse mundo de fases novas na carreira e no dia a dia dos três. Eles teriam que se reinventar.Para aceitar aparições públicas e conceder entrevistas, Nina tinha um acordo com qualquer agência publicitária ou meio de comunicação. As perguntas eram enviadas de antemão, tudo combinado com Kara e Lyon antes de Nina aceitar alguém em sua casa para entrevistá-la ou ir a um programa. O nome de David e sua vida particular eram proibidos de ser mencionados nas perguntas. Tudo devidamente assinado antes de conceder as matérias. Ela já havia participado de mil eventos, entrevistas e campanhas, até mesmo de televisão ao longo dos dias, que foram se passando. Todos adaptados em lives streamings, sem presença física, devido a pandemia. Sempre com mensagens
O dia da entrevista chegou. Nina estava pálida no camarim. Já estava pronta, bem-vestida e maquiada por Kara e pela equipe de produção de Elena. O agente Marcus não desgrudava do pé deles. Até champagne com morangos eles haviam tomado, eles estavam tentando de tudo para que ela conseguisse acalmar os nervos, mas o que ela queria mesmo, era que Lyon e Kara estivessem ao seu lado no sofá. Os três amigos não largavam sua mão, falando que ela ia conseguir, que eles estariam ali há dois passos dela para defendê-la com afinco, seja lá de quem fosse, mesmo assim Nina estava tão fora de si, que não conseguia ouvir a própria voz. Era só adrenalina!Sua entrevista era em inglês. Nina sabia tudo o que seria perguntado e sabia tudo o que ia responder. Mesmo assim ela estava uma pilha de nervos, havia algo mais que só ela, Lyon e Kara sabiam, e eles se comunicavam no olhar. Ainda que Marcus tivesse feito de tudo para que ela não sentisse o clima e o peso dessa entrevista, ela não consegui