Ally Cannon POV's
Aquela era literalmente a primeira vez que eu conhecia um ator de filmes adultos. No início, desconfiei um pouco do que o tal Jason estava dizendo, mas, diante de todo o conhecimento sobre o universo pornô que ele estava me entregando, eu não tive opções senão acreditar. Até porque minhas experiências sexuais se resumiam à passadas rápidas do chuveirinho do banheiro.
-Então, um bom pornô, Ally - ele me explicava, com a expressão séria - Precisa ter uma história. É muito difícil entregar um pornô bom sem história.
-Realmente. - assenti, concordando. - Qual foi seu favorito de gravar?
Jason sorriu e passou a língua suavemente nos lábios, erguendo os olhos verdes sedutores pra mim.
-Teve um particularmente gostoso, em Ibiza, em um iate. - ele falou, com os olhos sonhadores brilhando - Regado à muita gin-tônica e especiarias afrodisíacas.
-Uau. - Foi a única coisa que consegui falar pois só cerveja existia no meu universo e eu nunca provara uma gin-tônica.
Jason riu da minha expressão surpresa e pareceu cruzar os dedos por baixo das algemas.
-Mas eu acho que estamos falando muito de mim. Fale-me de você. - Jason pediu, me encarando educadamente.
Tamborilei meus dedos nervosamente por baixo da mesa. Como eu não reparara que ele era tão bonito antes? Seu rosto era bem desenhado, com sobrancelhas que emolduravam perfeitamente seus olhos verdes. Sua boca era tão vermelhinha como uma cereja e, apesar de um pouco magro, eu podia ver alguns músculos se destacando em seus braços e seu peito, por baixo da camiseta preta. Seus cabelos castanhos e cacheados pareciam de um anjo e, se ele fosse um ator pornô mesmo, eu definitivamente queria assistir todos os seus filmes.
-Bom, eu preciso comprar um computador novo... - comecei, agitando os dedos nervosamente. - Eu, hm, toco piano também...
Jason jogou a cabeça para trás em uma gargalhada. Ele olhou para mim, com um sorriso sacana no rosto.
-Eu achei que você ia me contar suas experiências sexuais. Ou tocar piano é uma gíria para...
-Não, não. - interrompi Jason antes que ele terminasse. - Já falamos muito de sexo com você, podemos mudar de assunto agora.
Jason levantou uma de suas belas sobrancelhas, reprimindo mais uma risada.
-Não me diga que você é virgem. - Ele sussurrou, se inclinando em minha direção como se contasse um segredo. Senti minhas bochechas arderem furiosamente e Jason se afastou da mesa, jogando a cabeça para trás de novo em uma gargalhada - Eu não acredito.
-Cale a boca. - grunhi, sentindo os lábios tremendo. - É óbvio que eu já transei sim.
Jason sorriu afetado para mim.
-E qual sua posição favorita?
Aquele foi o momento de vasculhar em minha mente todas as palavras relacionadas à sexo que eu já lera ou ouvira em toda a minha vida. Falei a primeira coisa que veio em minha mente:
-Borboleta paraguaia.
-Borboleta paraguaia? - Jason repetiu, de uma forma divertida. Seu sorriso demonstrava que ele ainda não acreditava 100% em mim. - Certo, estou sentindo uma mentira por aqui hoje.
Mostrei a língua para ele novamente, numa tentativa falha de acabar com o assunto. Ele sorriu para mim mais uma vez, mas eu deitei a cabeça na mesa fria, sinalizando que estava cansada de falar.
-Eu também já fui virgem uma vez... - Jason começou, me fazendo soltar uma sonora gargalhada. Levantei os olhos para ele, sem mover o rosto. - É, foi faz um tempão, eu nem lembro mais...
-Me surpreende deixarem você andar de avião. Seu tesão acumulado deve ser tão pesado quanto a caixa preta....
-Gostaria de provar? - Jason perguntou, mordendo o lábio inferior e me encarando. Tenho certeza de que, se pudesse, ele estaria comendo todo o meu corpo com o olhar sedutor. - Eu, aparentemente, tenho um tempo disponível.
Encarei seus olhos verdes e sua língua, que parecia lamber os lábios de empolgação. Comecei a sentir um calor na parte debaixo da saia do meu vestido amarelo, mas antes que eu pudesse sequer responder, dois policiais entraram na sala com um prato de Donuts.
-Eu sabia. - Jason gritou. - Meu Deus, eu sempre soube!
[...]
Apesar de Jason estar se divertindo muito na dinâmica de policial-bom e policial-mau, eu já estava cansada de todas aquelas perguntas e advertências. Assim que os policiais tiveram certeza de que não causaríamos mais problemas, nos fizeram assinar uma última advertência e nos mandaram embora, com novas passagens para Londres. A saída daquela sala parecia um labirinto de feios tons de cinza e eu avistei ao final do corredor um carrinho de compras, com as minhas malas e outras malas desconhecidas (que eu imaginava que fossem de Jason) dentro.
Antes de eu sequer bufar indignada, senti a mão de Jason agarrar a minha e me puxar em direção à uma sala diferente.
-Você tá louco? - perguntei, tentando desvencilhar minha mão das dele que me puxavam com urgência.
-É uma emergência, eu preciso de ajuda. - ele disse, entredentes, me puxando mais energicamente.
Não havia uma sombra viva no corredor e Jason me puxou para uma sala com uma grande placa escrito "Sala da Limpeza". Ele me empurrou para dentro e entrou logo atrás.
-Que emergência? - perguntei, encarando a sala minúscula, apinhada de vassouras e com uma luz fraca produzida por uma única lâmpada que parecia prestes a queimar.
-Meu pau tá duro faz horas querendo você.
-Você tá doido? Eu preciso pegar minha mala, temos um voo daqui alguns minutos e...
Antes que eu pudesse continuar, Jason inclinou seu corpo no meu, me esmagando contra a parede. Eu podia sentir um grande volume na sua pélvis encostando na minha. Ele colou as nossas testas e ficou respirando profundamente, fazendo com que eu sentisse seu delicioso hálito bater em meu rosto. Seus olhos verdes se fixavam ora nos meus, ora na minha boca. Suas mãos urgentes vieram até meu rosto e me puxaram para um beijo.
Eu senti sua língua pressionando meus lábios, pedindo passagem para entra, que eu aceitei imediatamente. Sua língua brincava com a minha num efeito quase anestesiante. Uma de suas mãos agarrou com força minha bunda, e outra me puxava com força pelos quadris. Ele parecia querer tirar qualquer distância que ainda existisse entre nós. Pelos sorrisos que ele dava no meio do beijo, eu senti que ele estava gostando tanto quanto eu e um calor começou a subir por meu corpo, parando em minhas mãos e fazendo com que eu agarrasse seus cabelos cacheados com força.
Jason separou o beijo, me olhando de forma quase alucinada. Ele se abaixou, passando as mãos por baixo do meu vestido e puxando-me para seu colo, prensando-me na parede. Minhas pernas se contraíram ao redor dos seus quadris, fazendo com que seu volume parecesse maior e pulsante. Minhas mãos começaram a explorar seu corpo, puxando com energia sua camiseta para cima, tentando sentir o contato de sua pele junto à minha. Ele afastou as alças do meu vestido com uma das mãos, e se fartou em meu seio descoberto, indeciso se mantinha nossos lábios colados ou começava a passar a língua em meu peito. Joguei sua camiseta em qualquer lugar e comecei a gemer, sentindo sua ereção considerável.
-Ai, Jason... - gemi alto em meio aos nossos lábios e senti ele aumentar a agressividade do beijo.
Uma luz forte invadiu minhas pálpebras fechadas e eu ouvi alguém gritar. Jason levou um susto e me largou, me fazendo cair no chão - mas, não sem antes puxar ele junto comigo, para me esconder. À nossa frente, uma faxineira de aproximadamente 60 anos nos encarava chocada.
-É agora que somos presos de novo? - Jason perguntou para mim, baixinho, se esforçando em esconder meu corpo atrás do dele e em dar um sorriso amarelo para a funcionária.
-Definitivamente. - murmurei em resposta.
-Nós podemos sair correndo. - Jason sussurrou em meu ouvido - No 3.
-Ai meu Deus. - guinchei em resposta.
A incredulidade da senhora parecia estar passando e ela começara a discar um número rápido em seu celular.
-3. AAAAAH. - Jason gritou e saiu correndo, me puxando pela mão e passando como um raio pela senhora. Eu tentei balbuciar um pedido de desculpas, mas a senhora saíra correndo na direção oposta. No meio do caminho, Jason agarrou com uma mão só o nosso carrinho de malas, enquanto a outra segurava firmemente a minha, com os dedos entrelaçados.
Não consegui controlar a risada. Eu não podia acreditar que tudo aquilo estava acontecendo. E quando Jason olhou para trás, eu vi que não era a única.
[...]
-Então você nunca tinha feito um filme pornô no aeroporto? - perguntei, surpresa, me ajeitando em minha poltrona do lado da janela. Jason estava tamborilando os próprios dedos no colo, distraído. Com a correria, nem tivemos tempo de retirar nossos pertences pessoais como celulares do bagageiro - que tinham sido colocados em uma sacola preta como evidência pela polícia e foram devolvidos no carrinho, junto com as malas.
Jason virou-se para mim, com um sorriso maroto no rosto.
-Você quer dizer no banheiro do avião? - Ele perguntou sorridente e seus olhos eram suplicantes para mim - Me diz que você perguntou do banheiro do avião.
-Definitivamente não perguntei isso. - murmurei em resposta, contendo um sorriso.
-Ah. - Jason disse, murchando em seu próprio assento e voltando a encarar os polegares, que travavam uma luta particular. - Foi bom enquanto durou, pelo menos.
Abafei uma risadinha e solicitei para a aeromoça uma coberta enquanto afivelava meu cinto. Eu vi a aeromoça olhar chocada para Jason e lhe pedir um autógrafo. Acabei rindo imaginando que atores pornôs realmente eram mais famosos do que eu imaginava. Não tinha outra explicação.
Talvez fosse pelo fato de eu ter apenas dezoito anos e aquela ter sido literalmente uma das minhas primeiras experiências com homens, mas agora eu sentia uma estranha fascinação por Jason. Parecia que tudo em seu rosto, seu corpo e seu jeito me agradava - o que era estranho, considerando que há algumas horas atrás eu queria matá-lo. Mas ele tinha querido estar comigo e eu sempre tivera tanta insegurança em relação à isso, especialmente por causa do meu passado com Logan....
Eu não me achava feia. Mas também não me achava interessante o suficiente para um homem do nível de beleza de Jason se interessar por mim. E ele fora o primeiro que se interessara sexualmente. Eu tentara muitas vezes com outros rapazes, mas sempre levava evasivas. Quase pude ronronar imaginando um futuro que não existia com Jason. Me encostei no banco e fiquei encarando seu lindo rosto, ainda bastante distraído como se pensasse em muita coisa.
-Senhorita? - a aeromoça disse, me oferecendo uma coberta azul e me tirando dos meus devaneios. Agradeci a coberta com um aceno e me cobrir. A aeromoça ronronou para Jason: - E você, gostaria de algo?
Jason acenou com a cabeça que não e continuou distraído. Ele começou a mexer na televisão de bordo do próprio assento no mais profundo silêncio. Fiquei pensando se dizia alguma coisa ou tentava puxar algum tipo de assunto que não envolvesse sexo.
-Atenção senhores passageiros, preparar para a decolagem....
A voz do piloto retumbou em todo o avião me fazendo tremer. O taxeamento era literalmente a única parte divertida em aviões - a partir do momento que o domínio dos céus começava, eu sentia tanto medo quanto em um brinquedo de queda livre. Era o fato de lidar com a probabilidade de que, a qualquer segundo, aquele pedaço de metal gigante cairia que nem uma maçã lá embaixo, me espatifando em mil pedaços que jamais seriam devolvidos para minha família. E, ultimamente, nenhuma probabilidade estava a meu favor. Fechei meus olhos com força enquanto avião levantava voo e senti um mão segurar despreocupadamente a minha. Abri os olhos e encarei Jason, que me encarava de volta.
-Você tem medo de voar? - Ele perguntou, encarando os próprios dedos que eu apertava com bastante força enquanto o avião não se estabilizava no céu. - Ai.
-Desculpa. - grunhi, soltando a mão dele e agarrando o encosto da minha própria poltrona com força. - Eu odeio.
Jason soltou uma risada e abaixou a minha coberta, depositando um beijo gelado em meu ombro. Senti ele passando a língua pela meu ombro, até minha clavícula. Aquilo era bom. Uma das mãos de Jason se enfiou debaixo da coberta e começou a dedilhar o caminho até o meio das minhas pernas. Arquejei.
-Jason. Devo lembrar que estamos em um avião tremendo e...
-Tremendo? - Jason questionou, se afastando surpreso. - Eu acho que essa parte já passou.
Então percebi que realmente tinha passado. E realmente o avião estava sem nenhum movimento suspeito e que me deixava insegura. Olhei com os olhos marejados para Jason sem saber como agradecer. Ele assentiu e deitou a cabeça em meus ombros.
-Boa noite, Allyzinha.
-Boa noite, Jasonzinho.
Jason Smith POV's Acordei com o pescoço duro e dolorido, mas antes que pudesse reclamar, percebi que Ally fazia carinho nos meus cabelos - então era isso que era um "cafuné"? Eu nunca sentira isso antes - pelo menos, não desse jeito. No sexo era bastante comum as meninas acariciarem meus cachos, mas ninguém nunca tinha feito issodepois.Era uma sensação gostosa e engraçada, que me fazia sentir um quentinho diferente por dentro. Tentei olhar para ela do péssimo ângulo em que estava e percebi que ela parecia dormir também - é realmente incrível que mulheres conseguem fazer carinhos inconscientes. -Atenção senhores passageiros e comissários de bordo. Vamos passar por uma zona de turbulência, afivelem todos os cintos e mantenham-se sentados.... Os olhos de Ally abriram-se imediatamente e pareciam em pânico. Finalmente levantei meu rosto, que devia estar amassado de um lado só e encarei ela. Estendi minha
Jason Smith POV'sAntes que ele se jogasse em mim, vi Danny agarrar correndo sua cintura e puxá-lo para trás, enquanto Leo e Nick me levantavam e Zack se colocava no meio dos dois.-Pelo amor de Deus, Logan! - Danny pediu, segurando o agente descontrolado.-Você tá maluco, seu filho da puta? - berrei em plenos pulmões - Você tá achando que é quem? Você tá achando que pode comigo? Me soltem, me larguem!Leo e Nick me ignoraram religiosamente, cada um me segurando por um braço. Logan parecia ter se acalmado e Danny já o soltara. Fiquei tentando me desvencilhar do aperto dos outros dois meninos, sem sucesso.-Me soltem. Eu vou matar! - gritei mais uma vez.Notei que todos os seguranças estavam para fora do carro, rindo. Senti um líquido quente escorrer pelo meu nariz e percebi que estava sangrando. E, pela forma que latejava e ardia,
Ally Cannon POV'sEu gostei da parte de que os britânicos, no geral, não se metem muito na sua vida.Era ótimo simplesmente me debulhar de tanto chorar no banco de trás do táxi sem o taxista perguntar - apenas por "educação - o que estava acontecendo. Americanos gostam de uma boa fofoca, mas talvez seja coisa do nosso continente, porque o senhor me encarava com conformada educação e parecia se perguntar, apenas, se eu estava molhando o banco do carro com tanta lágrimas.Tentei encarar um pouco da paisagem, mas eu chegara em um péssimo horário. As ruas estavam escuras e úmidas, com algumas luzes amarelas ladeando o caminho. Funguei uma última vez e decidi parar com meu drama adolescente - afinal, eu estava mais próxima de ser uma senhora de 70 anos do que uma jovem normal de 18.Uma música muito gostosa tocava na rádio e eu tent
Jason Smith POV'sOs meninos estavam se sentindo tão mal por mim que Danny literalmente tinha se oferecido para massagear meus pés. Digo, literalmente. Ele tinha tirado minhas meias e estava há tanto tempo passando a mão no contorno do meu dedão que eu já estava agoniado.-Foi ótimo, Danny. Muito obrigado. - Agradeci, afastando meus pés das mãos agitadas dele.Não que eu estivesse me divertindo muito com a situação. Mas, para variar, era legal poder conversar com eles. Era legal o jeito que eles faziam as coisas por mim - meus outros amigos, definitivamente, nunca me ofereceriam uma massagem no pé. Bebidas, drogas e muito sexo era mais a vibe deles. E eu gostava. Mas eu gostava disso aqui também. Quase como se eu pudesse ser o Jason antigo outra vez, antes de tudo... Balancei a cabeça, tentando afastar esses pensamentos.Nick me ofereceu mais uma fatia
Ally Cannon POV'sEu simplesmente não tinha a mínima ideia do que estava fazendo. Eu só corri para fora do apartamento, acendendo as luzes no caminho e apontando a faca pra literalmente o primeiro vulto que eu vi. E era um daqueles meninos bonitos do avião, que agora eu sabia que fazia parte de uma banda famosa, com Jason. O que diabos estava acontecendo? Será que meus remédios estavam me causando alucinação? Pensei em verificar a bula de todos eles mais tarde.-Que espécie de pessoa é você que tem espadas em um apartamento? - Ele gritou em minha direção.Virei meus olhos para o lado e ali estava ele. Jason Smith. Quase demonstrei susto ao vê-lo, porque seu nariz parecia deformado, com algumas gazes coladas; ele usava um casaco e chapéu ridículos e parecia que suas olheiras estavam mais roxas do que antes - em suma, ele parecia acaba
Jason Smith POV'Acordei no meio da madrugada com alguém acariciando meus cabelos. De onde eles estavam com essa mania de ficar encostando em mim? Eu empurrei as mãos para longe, grunhindo.-Que grosseria. - ouvi uma voz feminina murmurar. Era Ally.Abri os olhos. Eu estava deitado em uma cama macia, com lençóis que cheiravam lavanda. O quarto era bonito e de um branco reluzente - mas, o que mais me chamava a atenção, era uma janela imensa, aberta de frente para a cama, com uma vista incrível de Londres. Entrava um vento frio por lá. Ally me encarou, olhando para a janela - ela estava sentada ao meu lado.-Eu posso fechar... - Ela disse, se adiantando para levantar da cama.Agarrei seu pulso.-Não. - sussurrei. - Eu gosto.Quando criança, eu sempre sonhara em ter uma grande janela no meu quarto. Na verdade, esse sonho não era meu - era do meu pai.
Ally Cannon's POV'sEu queria pensar várias coisas. Mas, a primeira coisa que pensei, definitivamente, é que aquele era meu pior ângulo. Mesmo que eu tentasse esconder ao máximo meu rosto, ele parecia rechonchudo e feio. E, meu jeito de andar parecia extremamente descoordenado, assim como meus cabelos pareciam ralos e quebrados. E eu já me vestira melhor.Eu sabia que não devia me cobrar tanto por não ter vestido o melhor look de fuga para a farmácia enquanto um famoso estava desmaiado dentro do meu apartamento sem ter como sair. Mas aquilo, ainda sim,me abalava. Eu pensava nos milhares de comentários que as pessoas estariam fazendo sobre mim e o quanto aquela exposição estava me doendo. Como alguém podia gostar disso?Será que era por isso que Jason enlouquecera? Eu podia quase sentir um fio de piedade por ele - se, é claro, ele não
Jason Smith POV’sEu estava tremendo. Eu não aguentava mais. Todo o peso estava em minhas costas, como se eu pesasse 100 quilos a mais. Era difícil correr, era difícil respirar.Eu sentia meu pulmão se expandir, fazendo arder toda minha caixa torácica. Os pensamentos passavam tão rápidos pela minha cabeça que eu não conseguia mais acompanhar – e era aí que eu corria mais depressa, para silenciá-la. Eu via flashes, via flashes de tudo, via imagens difusas, via momentos terríveis.Sentia minhas narinas se abrirem o máximo possível, me causando dor, para puxar um oxigênio que parecia não mais existir ali. Gotas de suor pingavam dos meus cabelos e molhavam meu rosto, tão quentes que eram incapazes de trazer qualquer forma alívio. Meu coração parecia bater tão rápido e desesperado – e isso n&a