O rei Edward Rinys, segundo de seu nome, não era conhecido por ser um homem muito paciente ou piedoso. Quando os seguidores do deus Temenis, os Shiake, o contataram, ele ficou muito curioso. Principalmente quando falaram que estavam contra os caçadores. O líder do grupo disse que enviaria emissários com um presente. O que o rei achou um insulto, já que o correto seria o próprio líder ir vê-lo. Além dessa falta de respeito, estes ainda estavam atrasados. E o velho odiava atrasos. Uma batida na grande porta dourada foi ouvida.— Entre! — exclamou com sua voz seca. Um lobisomem baixinho, vestindo calças marrons, camisa branca, um chapéu com aba vermelho e um casaco da mesma cor bordado em ouro, com o brasão da coroa no peito entrou. O símbolo simbolizada o reino de Mantua, com um lobo cinza a frente e o fundo amarelo. O jovem talvez possuísse 20 e poucos anos, muito pouco em comparação aos 100 do rei. Lobisomens não viviam tanto quanto vampiros, elfos, fadas e magos, mas viviam mais
Mira estava na floresta sagrada novamente. Era de noite, e o vento soprava como sua primeira vez ali, levando as folhas pálidas pelos seus cabelos. Tudo havia se tornado mais escuro e triste. Parece que a saúde da floresta havia piorado. Ela estava sonhando, com certeza. Talvez tivesse desmaiado após aquele surto de poder.— Esse lugar já se tornou familiar para ti, certo minha criança? A voz pertencia a uma mulher. Ela tinha a pele escura como carvão e olhos laranjas como a própria luz do sol, seu cabelo era preto e brilhante como ônix, caindo cacheado e longo sobre seu manto branco e amarelo.— Deusa Lunits. — Mira exclamou. A deusa andou pelo caminho pálido e se aproximando, acariciou o rosto da menina.— Parece que você veio nos ver, nossa queria sacerdotisa. — disse a mulher em sua voz suave. Mira já estava acostumada a se encontrar com Eluin, mas os outros deuses que estavam presos era outra história.— Eu não entendo, senhorita. Como posso falar contigo? Lunits sorriu.—
Kendra caiu no chão. Sentiu o peito arfar devido ao calor e as costas doerem devido ao impacto. Ar e Fogo costumavam ser familiares, mesmo assim esse fogo parecia ser diferente. Além disso, ela não entendia porque havia caído no fogo e não no ar.—Tudo bem, Kedy? — Mira estendeu a mão e a ajudou a levantar. Mira finalmente percebeu o que havia acontecido. Elas chegaram na biblioteca, mais precisamente na parte do fogo. Ali era muito diferente na vida real doque no sonho. Mas era óbvio, em sonhos não havia perigo real. O ar estava sufocante e o calor aumentava cada vez mais. O suor começou a molhar as roupas das meninas e ainda não se via as outras alas.— Vou tentar fazer uma bolha de ar como em Mantua. — disse Kendra. Assim ela o fez. Uma esfera feita de ar se moldou sobre as duas, protegendo-as. Elas começaram a andar sobre o fogo, empurrando a esfera com as mãos para se moverem, porém o calor ainda podia ser sentido, mesmo que em menor quantidade. Os livros estavam nas prat
Alice observou as luzes de Idys da sacada. Semanas depois, não acreditava que estava em um lugar como aquele. Seus pensamentos se voltaram para a filha, enquanto enrolava uma mecha de seus cabelos avermelhados nos dedos.— Pensando em Mira? Alice deu um pulo ao ouvir a voz de Liam atrás de si. Ele estava vestido com uma camisa verde escuro, coberta pelo colete marrom e com calças da mesma cor.— Sim, eu estava pensando nela. — disse preocupada. Ele a encarou com seus olhos amarelos e acariciou suas bochechas.— Eu tenho notícias dela — disse Liam com um sorriso travesso.— Como? Harry? — ela disse animada com a notícia.— Exato! — respondeu o príncipe. Harry era um amigo de Liam que foi enviado para encontrar Mira. O príncipe elfo achou que era melhor alguém desconhecido de Dylan ir.— O que diz? — ela perguntou ansiosa.— Diz que ele a encontrou, porém ela não virá até Idys. Mira disse que tem uma missão a cumprir.— Uma missão? Mas como assim? Mira ainda é jovem, não foi trei
Tudo era escuro, ela só via sangue e corpos caídos aos montes. Um manto laranja, pendurado em uma espada era a única coisa com cor além do sangue. Sentiu algo queimar em seu braço, uma ardência incontrolável. Ela tentava se mover e sair dali, porém não consguia. Kendra acordou assustada, seus cabelos loiros estavam encharcados e suas pupilas dilatadas.— Kendra, o que foi? Você teve um pesadelo? Pensei que os sonhos tivessem passado. — Mira disse preocupada. — Tentei te acordar, mas você não abria os olhos de jeito nenhum. Kendra estava com a camisola verde grudada no corpo. Ela não olhou para amiga. Só olhou para o local que a incomodava.O bracelete que Jack havia lhe dado, queimava em seu braço, provavelmente tentando conter o poder de suas visões. Mira tentou puxar o objeto, mas ele não saia de nenhuma maneira.— Tudo bem, está passando. Acho que não tem como tirar. — respondeu finalmente encarando os olhos mel de Mira. Já havia amanhecido, a luz do sol tocando seu rosto. M
Mirelle finalmente chegou até Edam uma semana depois. Mesmo sem neve ou gelo o local possuía uma atmosfera fria. Ela pôde sentir seu capuz negro se mover com o vento. Suas calças leves e finas e a camiseta regata por baixo não era o ideal para tal clima, porém a garota havia sido treinada para suportar tais temperaturas. Se fosse um humano comum no lugar dela, só com um leve casaco a protegendo do vento gelado, não suportaria o frio. A menina passou com sua égua malhada, Kaethis, pelo vilarejo. Todos ali eram pálidos, mesmo aqueles com pele parda ou negra. Olhos vermelhos a encarravam a cada passo que dava. O mercado do reino era como todos os outros, várias tendas espalhadas pela rua com objetos a serem vendidos. Só que eram objetos mágicos e vampirescos: crânios, vidros com sangue, adagas enfeitiçadas, e poções amaldiçoadas. Uma mulher esguia, de cabelos brancos e claro, olhos vermelhos, olhou para Mirelle, oferencendo um fraco com um líquido vermelho. A manga do vestido p
Amélia abriu seus olhos amarelos, porém logo os fechou novamente ao sentir a luz do sol em sua pele morena. Havia se passado uma semana desde que saira de Mantua. Ela seguiu o pássaro incansavelmente por quatro dias, mas mesmo que seu corpo de lobisomen fosse mais forte que o de um humano comum, ela ainda se cansava.Era o segundo dia de sua caçada que ela havia parado para dormir. A floresta era silenciosa, não havia nada por ali.Na primeira vez, a ave dormiu ao lado dela. A criatura notou quando a jovem não aguentava mais seguí-lo.No entanto, havia algo estranho naquele dia: Kadmus não podia ser visto em lugar nenhum. E bem, ele não era muito bom em se esconder, já que não teria como não se ver um ser daquele tamanho. Amélia se levantou apressada. Pôs o capuz que havia sido usado como travesseiro e começou a olhar o céu à procura do pássaro.— Onde ele foi se meter? — perguntou a si mesma, frustrada.— Então você acordou. — disse uma voz atrás dela. Amélia deu um pulo, assus
Era de noite, Dylan entrou no bar arrastando o longo casaco negro pelo chão de madeira. O local era meio iluminado, dando um ar aconchegante ao estabelecimento. O rei se sentou em frente ao barman, perto do balcão. Não havia quase ninguém naquele dia ali, afinal estavam no meio da semana. O lobisomen à sua frente o encarou com os olhos amarelos. Ele era grande, alto e forte. A pele morena e os músculos destacados pela camisa xadrez vermelha que estava com as mangas arregaçadas até o início do cotovelo.— Vá embora, principezinho. Não aceitamos magos aqui. — rosnou.Dylan deu um sorriso sarcástico e sacou uma arma da cintura. O objeto adentrou a boca do barman, que ficou paralisado.— Ainda não adestrou seus novos cachorros, Steve? — perguntou ao homem que havia acabado de aparecer. Steve sorriu ao ver seu amigo no bar. Eles se conheciam desde pequenos quando o rei Neelas vinha até o local, que pertencia ao pai de Steve e trazia Dylan junto. Claro que isso só acontecia porque todos a