Ele é louco, é a única explicação. É a afirmação que Ingrid repete para si mesma enquanto olha ao redor do local para onde Matthis a tinha levado. O cômodo localizado na parte superior da casa possui estruturas específicas de um sótão, como as paredes mais baixas e assimétricas e o forro inclinado devido aos desníveis da cobertura da residência. — Vou deixá-la aqui para pensar um pouco em suas ações, mas não se preocupe, tudo isso que faço é para você melhorar, é para seu bem. — Ainda se recorda muito bem das palavras dele e do beijo que ele depositou em sua testa após isso e a forma como deixou o local sem olhar para trás. Ingrid não sabe quanto tempo se passou desde então, não havia relógio naquele lugar, tampouco janelas para saber se era dia ou noite, no entanto ela imagina que já tenha se passado um bom tempo, haja vista que já sentia fome. Ela começa a pensar e definitivamente não poderia aceitar aquele tipo de coisa. Não importa se está em sua casa ou se ele a tem ajudad
Sonata ao luar de Beethoven toca no sistema de som da casa ao passo que em uma caminhada lenta Matthis se aproxima do corpo de Ingrid esticado sobre a cama em um sono profundo. Seu corpo coberto apenas com uma simples e leve camisola de seda rosa perolado. Os olhos cinzas dele tornam-se escuros ao encarar a frágil e manipulável jovem que ressona do lado esquerdo da cama e finalmente ele a alcança, tendo em suas mãos duas cordas resistentes.Cautelosamente, para não acordá-la, ergue cada um de seus braços e os amarra à cabeceira da cama com nós dignos dos feitos por marinheiros. Ele já a tinha tomado para si naquela noite quando haviam chegado da pensão onde ela havia passado os últimos dias, o que explica seu sono pesado. Com certeza ela estava exausta, mas Matthis não.Com beijos e carícias suaves aos poucos ele a traz de volta do mundo dos sonhos, um mundo onde ele não existia.— Olá, min prinsesse — seus olhos cinzas a encaram de forma nebulosa e Ingrid entende ali que naquele mom
Colômbiaㅡ Barajas, é para matar sem deixar rastro algum, não admito incompetência, se algo der errado quem vai para a cova é você e sem direito a caixão. Será enterrada como indigente direto na terra, fui claro? ㅡ As palavras de Matthis são certeiras ao soar ao telefone e a garota engole em seco.ㅡ Estou ciente de tudo, chefe.ㅡ Ótimo. Não acho que ser enterrado vivo seja bom, ao contrário é agonizante, portanto faça seu serviço direito.ㅡ Farei chefe.O norueguês finaliza a chamada sem dizer mais nada e a moça suspira pesadamente.Fernanda Barajas faz parte da secreta corporação de Matthis composta por um seleto grupo de assassinos de aluguel pagos unicamente para servir aos serviços sujos do norueguês.No momento ela observa de longe quando alguns dos mais experientes homens daquela tribo indígena empalam a rã viva e a colocam sobre um braseiro. Com a dor provocada pelo calor do fogo a rã se assusta, se agit
Ingrid estudava algumas matérias que não havia compreendido muito bem em aula, quando a campainha da mansão de Matthis soa, fazendo com que ela dê um sobressalto ao se assustar. Não imaginava quem poderia ser aquela hora da noite, haja vista que Matthis não se encontrava, estava em viagem e obviamente ela não chamaria alguém para uma casa que não fosse sua.Franze o cenho e questiona-se se deve abrir ou não a porta, mas logo opta pela primeira opção. Se os seguranças deixaram quem quer que seja passar é porque não havia problema algum.Levanta-se do local onde estudava, deixando a bagunça de livros e cadernos sobre a mesa de centro da sala e segue até a grande e pesada porta, a abrindo.Surpreende-se ao visualizar Lars do outro lado, com um largo sorriso nos lábios e os braços dados aos de uma mulher mais velha, que possui olhos idênticos aos seus.— Lars? Oi, tudo bem? — Diz meio incerta de como começar um diálogo.— Olá, Ingrid, vou bem e você? Deixa eu te apresentar, essa é Sigri
Sentada em uma das confortáveis poltronas do jatinho particular de Matthis, Ingrid indaga-se mentalmente o porquê de ter aceitado viajar com ele. A verdade é que não consegue entender como alguém como o homem sentado elegantemente a sua frente conseguia ser tão imprevisível em suas ações e comportamento. Não é como se tivesse o perdoado por suas ações, afinal ele a ameaçou e ameaçou sua família e isso não conseguia perdoar, no entanto está aprendendo ao poucos que o homem à sua frente é mais poderoso do que poderia imaginar e às vezes, para não se estressar, é melhor não ir contra, pois poderia ser dar muito mal.O que poderia fazer? Está sozinha em um país desconhecido, não possui amigos, tampouco um emprego para se manter financeiramente. Detesta confessar isso para si mesma, porém está em um beco sem saída.Durante grande parte do vôo, quando não estava sob o poder de Matthis, entre seus braços sendo possuída por ele, pensava sobre como seria dali para frente, continuando a morar
Os dias seguintes em solo italiano foram surpreendentes para Ingrid.Fizeram um tour pelos principais monumentos e atrações turísticas, como a Torre de Pisa, a Fontana di Trevi, passearam pelo Pantheon, na PIazza del Poppolo e no Campo de' Fiori.Ela conheceu o melhor da gastronomia italiana, das bebidas e do que o país oferece à noite.No último dia no país Matthis a surpreendeu com um inusitado presente, um perfume exclusivo feito especialmente para ela com seu nome. Ela não soube o que dizer ou como reagir. Apenas sabia que estavam sendo dias maravilhosos. ☆Matthis calmamente desliza seus lábios pela barriga de Ingrid e lambe seu umbigo em um gesto sensual, enquanto suas mãos acariciam os seios dela e toda extensão de suas coxas, até chegar em sua região íntima. Não demora até que sua língua avance em seus lábios vaginais e ele sinta seu gosto e seu cheiro.A brasileira suspira longamente e deixa um baixo gemido escapar por entre seus lábio
Em algum lugar desconhecido…— Andreassen está mantendo uma mulher com ele na casa. — A voz do subordinado soa em tom submisso ao se dirigir ao seu superior, que o encara com um misto de confusão e curiosidade.— Uma mulher? Mas quem é ela? Mais uma de suas fodas? — Indaga em tom depreciativo, rindo logo em seguida com desprezo ao passo que acende um cigarro, o tragando em seguida.O mais novo nega com a cabeça, apesar de não ter mais certeza de nada.— Não acho. Ele tem estado sempre com ela pelo que temos visto ao vigiá-lo.— Como ela é?O subordinado sorri.— Linda, elegante e estuda na Universidade de Bergen, pelo que descobri é estudante de doutorado em economia, o que me leva a crer que seja inteligente.O superior o encara com ainda mais curiosidade.— Quero um relatório completo sobre essa garota na minha mesa para ontem. Se ela for de fato importante na vida de Matthis, é exatamente o ponto onde iremos atacar.O mais novo assente.— Irei providenciar imediatamente o relatório
Ingrid termina de calçar os sapatos que irá usar na recepção do casamento de um amigo próximo de Matthis. Coloca um par de brincos dourados e ajeita os cabelos a contragosto. É mais do que óbvio que não queria estar ali. Não conhecia aquelas pessoas e estar ao lado de Matthis havia se tornado um inferno desde que havia descoberto quem de fato ele é.— Vamos descer, estão todos nos aguardando! — Ele diz, ao adentrar a suíte presidencial do hotel em que estão hospedados. Se fosse em outra situação Ingrid poderia aproveitar o conforto oferecido naquele quarto do hotel, com sua sala requintada, o grande espaço para jantar e o closet, contudo na situação em que se encontra não tem vontade nem ânimo para mais nada na vida, desde que passou a entender que vivia debaixo do mesmo teto de um mafioso assassino.— Vamos. — ela diz a contragosto, o encarando com indiferença. Não sabia fingir sentimentos e o que Matthis conseguia enxergar em sua face no momento era algo próximo do mais puro ódio