— Ainda não consigo acreditar que você vai para outro país, você tem noção do quão bom isso será para sua carreira, Ingrid? — a voz de Manuela soa de forma ansiosa enquanto observa aquela que por dois anos foi sua colega de apartamento arrumar suas coisas.ㅡ Eu sei, mal posso acreditar que eu realmente passei para um doutorado na Noruega. ㅡ Ingrid responde animada, ao passo que termina de dobrar suas roupas e colocar nas malas.Na primeira fase que constituiu na prova de admissão que era de cárater eliminatório, Ingrid foi uma das alunas que obteve uma das melhores notas, o que a fez passar para a segunda fase que foi de seleção por meio de análise de informações acadêmicas e de documentos. Por ter sempre se envolvido nos programas extracurriculares da faculdade durante a graduação, Ingrid possuía um currículo acadêmico impecável para alguém na sua idade e foi uma dentre as três pessoas selecionadas para a vaga no doutorado pleno na Universidade de Bergen, tendo ganhado o primeiro lug
Ingrid terminava de ler avidamente mais uma página de um dos muitos livros que Matthis lhe dera, o alquimista de Paulo Coelho. Ele possuía milhares e milhares de livros na enorme biblioteca de sua casa e lhe deu total acesso à mesma, isso porque ele passa muito tempo fora e como as aulas dela ainda não começaram era uma forma de não fazê-la se sentir entediada enquanto ficava ‘’presa’’ na residência.Ela já estava a alguns dias na Noruega e como era de se esperar ainda não se acostumou com o país. Os costumes, o clima, a gastronomia eram muito diferentes das do seu amado Brasil, mas ela não reclama, pois sabe que em algum momento irá se acostumar. Matthis tem sido incrível em sua vida. Quando está em casa os dois ficam conversando por horas a fio sobre as coisas que já aconteceram na vida de cada. Ele a trata muito bem e a tem levado para conhecer vários pontos turísticos da cidade, sobre isso não há o que reclamar, por outro lado, uma coisa que a incomoda é o fato de que os emprega
Quando Matthis e Ingrid chegam ao local de realização do evento, uma enorme mansão com uma bela arquitetura, eles atraem olhares de todos os lados. Por Matthis ser um dos homens mais influentes da Noruega isso acaba por acontecer sempre e por Ingrid ser sua acompanhante isso a colocava na frente dos holofotes também, mesmo que isso não a agradasse. — Não estou acostumada a receber tantos olhares e atenção. — A brasileira comenta com o norueguês ao adentrarem a propriedade. — Pois deveria. Mulheres bonitas como você deveriam estar habituadas a isso. — ele diz simples a encarando intensamente e Ingrid cora violentamente ao ouví-lo dizer isso. Ele lhe dá passagem para ultrapassar a porta de entrada da mansão primeiro e logo a segue. Ingrid sente a grande e quente mão dele ser apoiada bem no final de suas costas nuas devido ao grande decote na região e um arrepio bom sobe por sua espinha. No interior da mansão, novamente os dois são alvos de olhares curiosos dos que já estão lá. Eram r
Matthis ultrapassa a porta de entrada de sua mansão enquanto retira seu paletó. Ele é seguido por Ingrid e ambos encontram-se molhados devido à chuva que os atingiu quando a jovem tentava ir embora do evento sozinha e ele a alcançou.O caminho até a residência foi feito sob absoluto silêncio e a brasileira percebeu que o norueguês estava irritado, ela só não sabia com o que. Provavelmente com seu comportamento, mas não é como se importasse.Ele caminha até a mesa de bebidas, logo despejando uísque em um copo com gelo e Ingrid retira seu xale, ficando perdida sobre o que fazer, se tentava uma conversa ou não, porém prefere não tentar no momento, pois aparentemente ele não está com bom humor para tal.— Eu vou subir para o quarto. — Ela finalmente quebra o silêncio que já estava se tornando incômodo e o visualiza se virar em sua direção. — Vou tirar essa roupa molhada, devia fazer o mesmo ou ficará doente. — Sugere.— Vá, mas volte, quero que beba algo comigo. — Ele expõe, não como um
⚠Aviso: cena tortura⚠Matthis encara o sujeito à sua frente com desdém no olhar. Para ele aquele homem e 90% das pessoas que lhe rodeiam não passam de insetos a quem ele poderia pisar e destruir facilmente com a quantidade de poder que tem em mãos.— Eu já disse que não sei de nada! — O homem que se encontra amarrado à uma cadeira diz de forma desesperada. O pânico é visível em seus olhos e ele tem noção de que não havia para onde correr.— Qual o seu nome mesmo? Sabe, não consigo me lembrar de nomes de subordinados traidores como você, mas preciso saber para objetivos futuros.O homem toma uma lufada de ar. Os olhos negros arregalados e a pele pálida tomada pelo pavor da incerteza sobre o que estava por vir.— Friederick, senhor — ele diz sem encarar Matthis nos olhos e não é para menos, o último homem que fizera isso fora morto a pancadas pelo próprio.— Friederick... — ele repete com desgosto — por que está com
Após acordar, Ingrid toma banho e aproveita para hidratar o cabelo e cuidar da pele.Estava frio naquela manhã então optou por vestir uma calça preta por cima de uma meia calça grossa, uma blusa de lã vinho, um confortável e quente sobretudo igualmente preto e por fim calça suas botas.Pega sua bolsa e coloca tudo de que iria precisar, como seu notebook, celular, os carregadores de ambos, sombrinha visto que o clima em Bergen era instável, sua necessaire com coisas femininas e alguns outros objetos.É seu primeiro dia de aula na Universidade de Bergen e não conseguia pôr em palavras sua animação em conhecer melhor o campus, os docentes e os outros estudantes que fariam parte de seu cotidiano nos próximos quatro anos.— Bom dia, o Matthis já saiu? — Já na sala onde são feitas as refeições, Ingrid pergunta a uma das funcionárias da casa. Depois de muito pedir a ele, o norueguês contratou uma empregada que também fala inglês para se comunicar com ela, no entanto o diálogo mantido era o
Ele é louco, é a única explicação. É a afirmação que Ingrid repete para si mesma enquanto olha ao redor do local para onde Matthis a tinha levado. O cômodo localizado na parte superior da casa possui estruturas específicas de um sótão, como as paredes mais baixas e assimétricas e o forro inclinado devido aos desníveis da cobertura da residência. — Vou deixá-la aqui para pensar um pouco em suas ações, mas não se preocupe, tudo isso que faço é para você melhorar, é para seu bem. — Ainda se recorda muito bem das palavras dele e do beijo que ele depositou em sua testa após isso e a forma como deixou o local sem olhar para trás. Ingrid não sabe quanto tempo se passou desde então, não havia relógio naquele lugar, tampouco janelas para saber se era dia ou noite, no entanto ela imagina que já tenha se passado um bom tempo, haja vista que já sentia fome. Ela começa a pensar e definitivamente não poderia aceitar aquele tipo de coisa. Não importa se está em sua casa ou se ele a tem ajudad
Sonata ao luar de Beethoven toca no sistema de som da casa ao passo que em uma caminhada lenta Matthis se aproxima do corpo de Ingrid esticado sobre a cama em um sono profundo. Seu corpo coberto apenas com uma simples e leve camisola de seda rosa perolado. Os olhos cinzas dele tornam-se escuros ao encarar a frágil e manipulável jovem que ressona do lado esquerdo da cama e finalmente ele a alcança, tendo em suas mãos duas cordas resistentes.Cautelosamente, para não acordá-la, ergue cada um de seus braços e os amarra à cabeceira da cama com nós dignos dos feitos por marinheiros. Ele já a tinha tomado para si naquela noite quando haviam chegado da pensão onde ela havia passado os últimos dias, o que explica seu sono pesado. Com certeza ela estava exausta, mas Matthis não.Com beijos e carícias suaves aos poucos ele a traz de volta do mundo dos sonhos, um mundo onde ele não existia.— Olá, min prinsesse — seus olhos cinzas a encaram de forma nebulosa e Ingrid entende ali que naquele mom