— Sr. Martins, receio que esteja perguntando algo que já sabe, não é? Ou o senhor não consegue ver bem e quer dar uma olhada mais de perto?Anthony falou e acenou para Afonso, que obedientemente se aproximou mais, quase ficando cara a cara com Miguel e Sebastião.Dessa vez, eles puderam vê-lo claramente, nos mínimos detalhes, incluindo os pelos da nuca.Eu também podia ver claramente, claro o suficiente para a voz dentro de mim dizer: ele é o George.— Anthony, você realmente se esforçou, onde encontrou alguém assim? — Sebastião falou ironicamente.Anthony sorriu levemente: — Destino.Ele então me olhou: — Não é, Sra. Carolina?Eu ainda estava observando Afonso, tentando ver através de sua pele até sua alma, apenas para confirmar que ele era meu George.— Afonso, a Sra. Carolina quer que você fique, você aceita? — Anthony enrolou bastante antes de finalmente chegar ao ponto.— Sr. Anthony, você conhece as minhas regras, eu não me vendo, — Respondeu Afonso claramente.A frase ‘não me ve
Não sei se Miguel vai bater nele, mas já me sinto extremamente constrangida de estar aqui. Virei-me e comecei a caminhar para fora, sem sequer usar a cadeira de rodas.— Que gente mais estranha. — Luana desabafou irritada com todos ali, e correu para me apoiar.Ela me levou para fora do campo de visão deles antes de parar.— Carol, ele não tinha uma pinta no pescoço? Será que a removeram? Você sentiu alguma cicatriz?Ela fez essas perguntas porque, no fundo, ainda não acredita que Afonso não seja George, especialmente pensando nesse incrível parecido.Sacudi a cabeça levemente. Eu também tinha estado descrente e continuado tocando, cobrindo todo o pescoço dele com minhas mãos.Vendo minha reação, Luana também ficou confusa. Ela me ajudou a sentar e perguntou novamente: — Então, você acha que ele é o George?Às vezes, nossos sentimentos são mais precisos que nossos olhos, porque muitas coisas podem enganar nossa visão.Eu não sabia. Originalmente, eu pensava que ele era o George, apenas
Assenti com a cabeça, não perguntei quem era e fui direito à sala de reuniões.— Espere um segundo, — Edger me chamou, — o modelo de ontem não era o Geo.— Eu sei, — disse, mordiscando a borda do copo de café, — eu mesmo o enterrei.Edger assentiu levemente, observando enquanto eu me dirigia à sala de reuniões, onde também avistei a pessoa sentada lá.Era Sebastião.Seu olhar recaía diretamente em meu rosto, parecendo tentar discernir meu humor, mas hoje eu estava tendo um dos melhores dias recentes, especialmente porque eu havia me maquiado. Ao sair de casa, senti-me radiante.Além disso, a ferida em minha perna parecia ter melhorado bastante durante a noite, já não doía tanto ao caminhar.— Parece que você está atrasada. — Disse Sebastião, me examinando, tentando puxar conversa.— Ah, é principalmente porque meu chefe é permissivo e não desconta do meu salário. — Minhas palavras deixaram Sebastião um pouco tenso.Quando trabalhava no Grupo Martins, um atraso significava uma multa, as
Olhei para rosto dele, ainda tão reconhecível, como poderia tratá-lo como um estranho? Mas eu precisava acabar com suas esperanças, então, sorrindo, disse: — Eu já te vejo como um estranho.Sebastião segurou minha mão, que tremeu brevemente antes de eu retirá-la. Levantei-me e saí.Não sei em que momento ele foi embora, mas eu li as informações que ele enviou. Eram praticamente as mesmas que Anthony mencionou ontem, apenas com detalhes adicionais sobre os pais e irmãos de Afonso.Sebastião me enviou esses dados para me convencer de que Afonso não é George, para evitar que eu o confundisse com outra pessoa.Dei um riso leve ao terminar de ler e, ao meio-dia, retornei a chamada de Anthony. Não sei se ele estava ressentido porque eu não atendi sua ligação na noite anterior, mas ele também não atendeu a minha.Não insisti e, à noite, fui ao Palácio Imperial. Desta vez, fui direto ao gerente e disse: — Estou aqui para ver o Sr. Anthony, sou a Carolina.— Sra. Carolina, por favor! — O geren
Fui imediatamente verificar se Afonso estava ferido.Felizmente, ele estava de pé, apenas um pouco pálido.Provavelmente estava assustado!Mas se fosse George aqui, ele certamente não teria medo. Ele realmente não é George.Embora eu soubesse disso, não podia simplesmente ficar parada, mesmo que fosse por causa daquele rosto.Pisei nos cacos de vidro espalhados pelo chão e me aproximei de Afonso. — O que aconteceu?Mas ele não me respondeu, e até seu olhar para mim carregava um certo desdém. Um dos empresários sentados falou: — Quem diabos é você?Outra pessoa o puxou de lado e sussurrou: — É da família Martins.Com o lembrete, o gordinho me avaliou mais cuidadosamente, antes de dizer: — Sebastião não quis mais ela, não é?Olha só, como isso me irrita.Então, como Sebastião ainda tem a cara de pau de querer recomeçar algo comigo?Se eu voltasse com ele, isso daria motivo para essas pessoas comentarem.— Eu sou Carolina, ele é meu homem. Se ele fez algo errado, eu assumo a responsabilid
Pensando nisso, eu senti que algo não estava certo. Eu não havia vindo durante esses últimos dias. E hoje, logo que cheguei, Afonso estava exatamente ali, e exatamente algo aconteceu. Isso parecia ter sido planejado por alguém intencionalmente.Eu fui diretamente para o parque de estacionamento e enfrentei o gordinho ao qual eu havia batido na cabeça: — Diga, hoje quem mandou vocês incomodar as pessoas?Metade da cara do gordinho estava sangrando. Se fosse eu antes, eu provavelmente ficaria tremendo de medo, mas não sei a partir de quando eu já me tornei forte.— Eu não entendo o que você está dizendo.O gordinho olhava para mim com medo em seus olhos.Embora a violência não seja recomendada, mas sempre funcionava. Eu o tinha acertado com aquele cinzeiro e o tinha feito se calar.Eu sorri e olhei em volta. Parece que o gordinho percebeu minha intenção e imediatamente se recuou: — Sra. Carolina, não me incomode.Eu o olhei diretamente nos olhos: — Se você disser, eu não terei nada a o i
— Pago a dívida que lhe devo!A resposta de Afonso foi bem direta e me fez lembrar da sua antiga má compreensão sobre mim.— Então, como é que você apareceu justamente no momento em que eu estava em perigo? Devo suspeitar de que foi você quem planejou esse embuste? — Usei suas próprias palavras.Afonso não mostrou muitas mudanças de emoções e olhou fixamente para a frente:— Desculpe, eu me enganei sobre você.Eu fiquei surpreendida,e ele percebeu tão rápido?— Ouvi o gordinho falando no celular. O embuste de hoje foi planejado por Miguel, do Grupo Martins.As palavras de Afonso me deixaram perplexa, o gordinho claramente disse Sebastião logo agora.— Você não acredita? — Afonso olhou para mim. — Eu gravei a conversa.Ele logo tirou o celular e me deu. Eu peguei o celular, que já estava iluminado automaticamente, e toquei no botão de reproduzir a gravação:…Sr. Miguel, está feito. Sra.Carolina acha que foi o Sr. Sebastião... Minhas mãos tremiam levemente. Eu não esperava que Miguel fo
A ponta do meu dedo sentiu uma dor aguda e instintivamente tentei puxar a mão de volta, mas Afonso a segurou firmemente e disse baixinho: — Aguenta só um pouco, já vai acabar. A voz dele estava incrivelmente suave, bem diferente da frieza com que ele costumava me tratar. A mudança repentina no comportamento dele me pegou desprevenida, e eu não conseguia entender suas intenções. A enfermeira era bem profissional e, em poucos instantes, retirou um caco de vidro da ponta do meu dedo. Ela segurou o fragmento e me mostrou: — Olha o tamanho! Se ficasse preso na pele, continuaria doendo. Eu realmente não fazia ideia de quando tinha me cortado, mas provavelmente aconteceu quando peguei o cinzeiro para jogar em alguém. Depois de desinfetar meu machucado, a enfermeira colou um curativo sobre o corte. — Obrigado. — Afonso agradeceu à enfermeira e soltou minha mão. Rapidamente, recolhi minha mão de volta. Olhei para o curativo e, em seguida, para ele. — E você? — Perguntei. — E