O rosto de Benedita ficou corado, e ela apertou os lábios antes de responder:— Sim.Era óbvio que ela estava mentindo.Eu não fiz questão de apontar isso, apenas olhei ao redor da biblioteca e disse:— Um lugar tão bom assim, vou vir aqui relaxar quando não tiver nada para fazer.Benedita simplesmente não respondeu à minha pergunta. Se ela não tivesse algo a esconder, com certeza teria me abraçado alegremente e dito que sim, talvez até acrescentasse que, se eu fosse, ela teria companhia.Parece que Benedita não estava sozinha na biblioteca, e provavelmente estava acompanhada de um rapaz.Será que era Vinicius?Ele tinha dito que vinha aqui de vez em quando, então talvez eu estivesse pensando demais.— Tem muitos meninos aqui lendo, achei que os meninos de hoje em dia só quisessem jogar videogame e competir em esporte, não se interessando por livros. — Eu comentei de propósito.— Não é nada disso! — Benedita rebateu imediatamente.— Ah é? Você conhece algum menino que estude muito? — E
Eu sorri.— Mas do jeitinho que você está, parece que você... está um pouco apaixonada, ou pelo menos sentindo algo, né?— Cunhada... — Disse Benedita, timidamente.Ou seja, eu estava certa. Ela estava começando a se apaixonar.— Não tem problema, com a sua idade, se apaixonar é super normal. — Eu olhei para o lado e vi um casal sentado, lendo juntos. Eles trocavam olhares de carinho o tempo inteiro.Isso me fez lembrar dos tempos da escola, quando eu via casais estudando juntos na biblioteca, e eu sentia uma inveja imensa. Eu costumava chamar Sebastião várias vezes para ir estudar comigo, mas ele ficava apenas alguns minutos antes de arranjar alguma desculpa para sair.Acho que naquele momento já estava claro que eu e ele não íamos dar certo. Nossos gostos e ritmos eram diferentes.— Cunhada... — Benedita me chamou.Eu tirei a mente daquelas lembranças e a olhei.— E o nome do menino, você pode me contar em segredo?Eu realmente queria saber se ele era Vinicius.Benedita hesitou um po
— Irmão, o que aconteceu com a Cunhada? Ela está doente?— Irmão, você não vai falar nada? A Cunhada não quis voltar para casa comigo, será que vocês brigaram?— Irmão, quanto tempo ela vai demorar para acordar?Eu abri os olhos no meio da preocupação de Benedita, com George de pé ao meu lado. Benedita estava segurando seu braço, com os olhos vermelhos de tanto chorar, provavelmente assustada com o que aconteceu quando eu desmaiei.O rosto de George estava sério.— Não fique pensando bobagem, o médico disse que ela está bem.— Mas e vocês dois, tem algum problema? — Benedita não parecia disposta a ser enganada.George hesitou.— Eu explico depois, tá?— George... — Benedita o chamou mais alto. — Então vocês brigaram, né? O que aconteceu? Você disse que ia tratar a Cunhada como me trata, com carinho.— Benê, tem coisas que você não sabe, não fique questionando, vai para casa, tá? — George tentava acalmá-la.— Não, eu vou esperar a Cunhada acordar. — Benedita estava teimosa.George parec
Senão, ele não salvaria tantas pessoas a cada ano, deixando até de ter dinheiro para fazer a cirurgia de coração da própria irmã.Além disso, na situação de Sebastião, se eu não tivesse dado o sangue, seria um caso de vida ou morte.Eu realmente não sabia o que George estava pensando, e não queria mais fingir que não sabia. Por isso, abri os olhos de repente, fazendo toda a suavidade e ternura dele se desvelarem.O gesto de acariciar meu rosto congelou. A suavidade e o carinho nos olhos de George se tornaram impossíveis de esconder por um momento.Depois de um breve momento de estagnação, ele retirou a mão, mas eu rapidamente segurei seu braço.— George, o que você quer dizer com isso? Você claramente se importa comigo, sente minha dor, então porque está me torturando?As palavras saíram e, junto com elas, as lágrimas começaram a rolar pelo meu rosto.Parece que eu tenho uma predisposição para chorar.Muitas vezes, eu sinto que posso ser muito forte, mas as lágrimas sempre acabam apare
George me olhou sem dizer uma palavra.Meu coração batia cada vez mais rápido, aquela sensação era como a de um criminoso esperando o veredito.Depois de um longo silêncio, finalmente houve movimento de George. Ele levantou a mão e me puxou.— Carolina Pinto, solte-me.Meu coração, que estava preso na garganta, despencou como se eu tivesse sido lançada de um abismo profundo.Uma dor imensa e a vergonha tomaram conta de mim, e eu deixei de lado toda a minha teimosia e orgulho para pedir reconciliação, mas ele ainda assim se manteve firme.Era evidente que ele estava realmente determinado.Apesar de me amar, ele se recusa a se reconciliar comigo..Este homem teimoso.A raiva, o desgosto e a frustração me deixaram à beira da loucura. Eu abri a boca e mordi seu ombro com todas as forças.Nessa mordida, eu usei todas as minhas forças.Ouvi um gemido abafado dele, mas ele não me afastou, simplesmente me deixou morder.Eu mordi mais forte, a raiva me consumia, e eu nem pensava direito, só que
Se Luana também fosse embora, eu não teria nem mesmo uma amiga para conversar.Embora o relacionamento entre as pessoas seja um ciclo constante de encontros e despedidas. — Seja com pais, familiares, amigos ou até mesmo entre casais. — Eu não queria que Luana também saísse da minha vida.— Não é isso. Eu só quero descansar mais. Eles me suspendem quando querem, depois me chamam de volta como se fosse fácil me manipular, mas eu não sou um mero peão no jogo deles. — As palavras de Luana me fizeram sorrir.— Olha só, diretora Luana está com atitude agora, vai ensinar uma lição neles?— Pois é, se eu não me impor, na próxima vez, quando surgir um problema, vão ser os primeiros a me abandonar.Luana era uma mulher que sabia muito bem onde pisava.Ela levava a vida com a mesma clareza, tanto no trabalho quanto no amor.— E você não tem medo de ser dura demais e eles não te darem mais uma chance? — Eu perguntei com um sorriso.Luana me deu um copo de água e respondeu com confiança:— Se não
Eu segurava o telefone, hesitando por dois segundos, sem saber o que Sebastião queria de mim.Luana fez um gesto com o queixo, indicando para eu atender.— Carol. — Do outro lado da linha, Sebastião também me chamava.— O que foi? — Eu mantinha a mesma atitude fria e distante com ele.Mesmo que eu tivesse terminado com o George, não havia mais nenhuma possibilidade entre nós, então, sempre que ele me procurava ou se aproximava, eu automaticamente levantava um muro de defesa.— Eu voltei. — Disse ele, com uma sensação de quem retorna de um grande sofrimento.— Hum, eu sei. — Miguel já tinha me contado.Sebastião ficou em silêncio por um momento.— Podemos nos encontrar? Se você não quiser me ver sozinha, pode vir à minha casa também, meus pais estão com saudades de você.Eu imaginei a cena de João e Cátia me recebendo no aeroporto, com a preocupação deles evidente.— Eu ainda tenho algo para te falar. — Ele continuou, interrompendo o meu silêncio. — É sobre o Pedro, e também... tem a ve
— Quem estava batendo na porta agora? — Luana, provavelmente para não deixar eu ficar com o humor ruim, mudou de assunto.— A Lídia, ela tentou me convencer a fazer uma parceria na última vez, e agora veio para conversar de novo. Eu nem dei bola. — Eu abri a cortina e olhei para fora, onde estava começando a chover.— O filho dela vai poder sair do hospital em um mês, o desenvolvimento dele está ótimo, mas ela nunca foi visitá-lo. — Luana comentou sobre o bebê prematuro.Eu pensei na última vez que vi a criança.— Essa mulher só pensa em dinheiro. Se o Sebastião pegasse o bebê agora, ela com certeza ia colar se agarrar nele. — Eu falei, com desdém.— Ela veio falar de que tipo de parceria com você? — Luana me perguntou de repente.— Não sei, mas sei que não vai ser coisa boa. Mulheres como ela não são boas para se envolver, se não, é só dor de cabeça mais para frente. — Estou completamente lúcido.Luana também se levantou da cama.— Exato, o melhor é não se meter, mas já que ela quer f