Capítulo 4
- Sr. Walter, você quer que eu explique o quê? - Questionou Larissa.

- Por que a demitiu? - Retrucou Walter.

- Ela elaborou o contrato para o Grupo HN, com um erro de vírgula. Felizmente, nossos clientes não reclamaram muito. De acordo com as regras da empresa, um novo funcionário que comete um erro grave prejudicando os interesses da empresa pode ser demitido, e reservamos o direito de buscar responsabilidade. - Explicou Larissa.

- Eu fui descuidada, desculpe... - Murmurou Bianca, visivelmente abatida.

Walter a olhou, buscando tranquilizar ela.

- Documentos. - Ordenou Walter, se dirigindo a Larissa.

Larissa colocou os documentos na mesa.

Walter folheou até o final e jogou os documentos de volta.

- Esta data é quando você faltou ao trabalho. Se não fosse pela sua falta injustificada, esse contrato não seria atribuído a Bianca, uma novata. - Disse Walter.

- Sr. Walter, você quer dizer que a responsabilidade é minha? - Questionou Larissa, absurdo.

- Você é a líder da secretaria. Se seus subordinados cometem erros, quem deve ser culpado além de você? - Retrucou Walter, mostrando uma clara preferência por Bianca.

- Além do fato de eu estar ausente quando ela foi contratada, mesmo que ela não soubesse, poderia ter pedido ajuda a outras pessoas ou simplesmente recusado. Já que ela se ofereceu e agiu por conta própria, deve arcar com as consequências. Além do mais, quem entra na secretaria geralmente é o topo da turma na faculdade ou tem um histórico profissional destacado. Uma artista, por natureza, não tem qualificações para estar aqui. - Disse Larissa, cautelosamente.

- Caso eu precise manter ela? - Perguntou Walter.

- A secretaria está cheia, não precisa de uma assistente. Se você quiser manter ela, então atribua a ela uma nova posição. - Respondeu Larissa, impaciente.

Walter a encarou.

Larissa com os lábios cerrados, demonstrava uma obstinação que lembrava ter tido três anos atrás.

- Já que a secretaria está cheia, você cede o seu lugar para ela. - Concluiu Walter, sorrindo.

Larissa ficou atônita.

- O quê? - Questionou Larissa.

Ao perceber o que ele queria dizer, Larissa sentiu como se tivesse caído em um abismo gelado.

Ela sabia que demitir Bianca deixaria Walter insatisfeito, mas não esperava que ele ficasse tão irritado.

Ela percebeu que subestimou o interesse de Walter por Bianca e talvez, superestimou sua própria importância para Walter.

- Sr. Walter, eu... - Hesitou Bianca.

- Você vai cuidar do projeto da filial na Cidade F. Não precisa voltar para a sede até concluir. - Interrompeu Walter, entregando um documento para Larissa.

...

Após sair do escritório do presidente, Larissa voltou à secretaria para arrumar suas coisas.

- Lari, para onde você vai? - Perguntaram as secretárias, confusas.

- Projeto na Cidade F, Sr. Walter disse para eu cuidar. - Respondeu Larissa.

Isso era uma transferência.

Ambas as secretárias ficaram surpresas. Nunca havia ocorrido de uma secretária-chefe do presidente ser transferida, especialmente para uma filial. Além disso, as condições nas filiais não se comparavam à sede. Será que ela teria a chance de voltar?

Bianca entrou carregando coisas e as colocou na mesa de Larissa.

- Larissa, eu... Eu posso ajudar você a arrumar. - Disse Bianca.

- Sr. Walter disse que esse será o seu lugar no futuro? – Perguntou Larissa, olhando para ela.

- O Sr. Walter disse que, sentada aqui, ele pode ver qualquer coisa que aconteça. - Disse Bianca.

Um sorriso irônico apareceu nos lábios de Larissa. Aquela posição estava diretamente em frente ao escritório do presidente. Enquanto o escritório não estivesse fechado, poderia ver Walter.

No passado, ela costumava, às vezes, levantar os olhos do trabalho para dar uma espiada nele.

Agora, Walter queria observar Bianca abertamente, talvez para evitar situações como a de hoje que alguém incomodou Bianca.

Larissa suspirou, sentindo a dor do aborto ressurgir, como se a inundasse mais uma vez.

- Eu vou estudar e trabalhar duro. Não vou cometer erros de novo, Larissa, pode confiar em mim. - Disse Bianca, colocando o calendário na caixa.

Larissa não tinha motivos para desconfiar.

Como dizia o ditado, com um novo amor, quem se importaria com o antigo? Além disso, ela nem mesmo poderia ser considerada “antigo amor”.

Ela era apenas uma ferramenta da qual Walter já estava cansado.
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