- Não fui eu. - Larissa nem conseguia contar quantas vezes havia dito essas três palavras no curto período de uma hora. - Eu não fiz isso, também não faria... Se eu quisesse fazer algo assim, não deixaria tantas pistas para a polícia me encontrar. A segunda parte da frase fez com que a expressão fria de Walter se transformasse em um leve resmungo.Larissa não sabia se esse som indicava confiança ou desconfiança. Ela prendeu o cinto de segurança novamente, mas não tinha esperanças de convencer ele a acreditar nela.Ela enviou uma mensagem para Milena. “Milena, você tem um tempo mais tarde? Eu tive alguns problemas, podemos conversar por telefone.” Milena ainda não havia respondido.Walter instruiu Jéssica a dirigir, e perguntou indiferente: - Os pais de Sarah já sabem disso? - Sim, já sabem, mas eles estão de férias na Nova Zelândia e ainda levará um tempo para voltarem, então eles deixaram tudo nas mãos do Sr. Luiz. - Respondeu Jéssica.Larissa ainda queria saber todos os detalhes
Sentindo o calor intenso do homem, Milena se agarrou ao chão com os dedos dos pés, suprimindo a voz enquanto empurrava ele. - Não seja bobo... É um assunto da Lari. - O que aconteceu com a secretária Larissa de novo? - Perguntou Yuri, despreocupado, se inclinando para baixar a gola da camisa dela com a boca, beijando seu pescoço. - Ela não foi para o Grupo Dias na Cidade X? Como ela pode causar problemas? A pele fina do pescoço de Milena se arrepiou com os lábios molhados dele e ela não pôde conter os arrepios. Com as mãos no peito dele, perguntava: - Quanto você sabe sobre a família Nunes da Cidade R? - O tio e a tia do Luiz? - Sim. - Lembro que eles têm apenas uma filha, certo? Eles tratam a filha tardia como se fosse a menina dos sonhos deles. Recentemente, ela estava trabalhando em um projeto sob Walter. - Respondeu Yuri, sem muita preocupação. Ele então levantou os olhos e presumiu. - Então, o caso em que a secretária Larissa se envolveu desta vez é com a família Nunes? Mi
A secretária abaixou a cabeça e entregou a sacola para ele. - Sr. Yuri. - Obrigada, você trabalhou duro. No próximo ano vou aumentar seu salário. - Disse Yuri, pegando a sacola e fechando a porta.A sala de estar estava apenas iluminada pelos círculos de luz do teto, meio escuro, meio claro. Yuri achou a bolsa de Milena jogada no sofá.Ela costumava levar documentos para casa e normalmente os colocava no escritório dentro do cofre, mas naquele dia, assim que entrou, foi surpreendida com um beijo, e as roupas foram tiradas no caminho, então ela nem se lembrou da bolsa.Yuri olhou para o segundo andar por um momento, não havia ninguém, então abriu a bolsa de Milena e encontrou uma caixa de remédios dentro.Ao tirar as cartelas de comprimidos de alumínio, ela viu que duas fileiras já haviam sido consumidas.Impressionante, ele se esforçou tanto, enquanto ela comia contraceptivos todos os dias.Ele pegou os comprimidos da sacola, também retirou duas fileiras, verificou se estavam idêntic
Larissa não queria começar uma briga sem sentido, então disse antes de encerrar a ligação. - Obrigada pelo aviso, estou ciente da situação. Já está tarde, vá descansar. Com isso, ela desligou a chamada de imediato. Mas no segundo seguinte, Walter puxou ela para fora da porta e pressionou ela contra a parede!Por instinto, Larissa colocou as mãos no peito dele. - Walter! Com uma mão apoiada na parede e a outra segurando seu queixo, Walter exalava uma aura dominadora. - Vocês sempre falam sobre isso? Nunca te ajudei antes? Na Mansão da família Limas não te ajudei? Em Vida como um Sonho não te ajudei? Com o coração artificial de sua mãe, não te ajudei? Larissa virou o rosto para evitar seu olhar.- Foi o Sr. Luiz quem disse isso. Sr. Walter, qual é o seu problema? Se tem alguma insatisfação, vá falar com o Sr. Luiz, o que isso tem a ver comigo? Walter não respondeu, apenas continuou olhando nos olhos dela. - Quando você estava sendo perseguida por dívidas, eu não te ajudei? Laris
- Eu acabei de acordar e vi essas fotos enviadas por alguém para mim. - Larissa acabou de acordar e, sua voz rouca, ela estava um pouco assustada agora.Aquelas fotos eram como uma batata quente, porque pareciam muito com ela contratando alguém para intimidar Sarah e depois a outra parte enviou as fotos para ela confirmar.Ela segurava o celular, tremendo de medo.Era um sentimento de medo como “um cego cavalgando um cavalo cego, se aproximando de um lago profundo na calada da noite”.Mas apesar de estar com medo, ela não estava completamente em pânico e olhou novamente para o horário das mensagens. - Elas foram enviadas às quatro da manhã, eu tentei ligar de volta, mas o número estava desligado. Milena focou no ponto crucial. - Não é um número de telefone virtual? Nem é um número falso? É um número de celular normal?Larissa apertou os lábios. - Sim, é um número normal, com origem na Cidade S. - Isso é muito delicado. - Milena torceu a tampa da garrafa de água mineral. - Envie o
Larissa chegou à delegacia, mas dessa vez não foi levada para o escritório para ser interrogada. Em vez disso, foi conduzida para uma sala de interrogatório com um aviso de fundo azul e letras brancas, que dizia “A verdade liberta, a mentira compactua”. Larissa se sentou nas cadeiras em frente a dois policiais, sentindo a pressão imponente ao seu redor. Ela apertou os lábios e disse: - Eu não conheço esses homens, muito menos ordenei eles. Eles estão tentando me incriminar ou estão fabricando acusações contra mim. O policial do sexo masculino então mostrou as fotos dos dois homens que pediram orientações a ela. - Eles afirmam que estavam confirmando a aparência de Sarah com você naquele momento. Larissa achou isso absurdo. - Eles estão mentindo! Eles só estavam pedindo direções naquele momento. - Encontramos trinta mil reais em dinheiro na bolsa deles, eles dizem que você deu pessoalmente a eles, e as impressões digitais correspondem às suas. - Continuou o policial.Larissa se r
Larissa achou tudo isso ridículo e perguntou a Milena: - Instigar alguém a cometer estupro, e ainda mais de duas pessoas, mesmo que não tenha sido consumado, deve render uma pena pesada, certo? - Se houver provas concretas, de três a dez anos. - Respondeu Milena.O rosto de Larissa empalideceu ainda mais, entendendo por que Sarah disse que ela certamente iria para a prisão naquele dia.Na noite passada, um vento frio de inverno começou a soprar e mesmo dentro da sala de visitas sem janelas, ainda era possível sentir o frio penetrando nos ossos.Milena costumava ser direta ao lidar com casos, mas ao perceber que Larissa não estava bem, suavizou o tom: - Estou falando sobre provas concretas. - Embora suas impressões digitais estejam no dinheiro, de acordo com a lei do nosso país, as evidências são mais importantes que os depoimentos, e uma única evidência não é suficiente para condenar. Isso significa que, se houver apenas uma prova, ela é considerada inválida. Não se preocupe tanto
Quando os pensamentos turbulentos atingiram seu ápice, a porta da cela foi aberta de repente de fora. - Todos de pé! - Gritou o guarda.Todos imediatamente largaram suas tigelas de comida e se levantaram. Larissa tinha ouvido falar das regras ali e se lembrou delas. Mas mal teve tempo de pôr os pés no chão quando uma pontada no estômago a fez se dobrar, quase caindo, até que um braço se estendeu e envolveu ela. Ela colidiu com o peito daquela pessoa, o nariz encontrando um cheiro familiar de neve limpa. Nos olhos de Larissa, surgiu uma onda de angústia indescritível.A injustiça de ser acusada, a injustiça de passar fome por duas refeições. Uma pergunta quase escapar pela sua poca, “por que você demorou tanto?”, mas ela conseguiu morder a língua a tempo. A voz de Walter veio de cima dela. - Não consegue andar? - Dor de estômago... - Disse Larissa fracamente.- Você mereceu, não pensou em deixar a Milena me procurar? Larissa empurrou fracamente o peito dele e Walter ergueu ela