Larissa respirou fundo.Aquele assunto aconteceu há apenas dois meses, não dois anos. Ela ainda não esqueceu. Naquela hora, ele estava tentando usar ela como moeda de troca para um projeto. Agora ele estava tentando distorcer os fatos?Larissa interrompeu à força seus pensamentos que Walter involuntariamente guiava ela, pegou em silêncio a caixa de remédios da mesa.Ao ver o umidificador que Lara deu a ela, ela o levou para o quarto, o conectou à eletricidade. Uma fina névoa de água com aroma de laranja começou a ser liberada, era relaxante.Para garantir que Susana fosse poupada, Walter estava disposto a oferecer uma compensação dobrada. Qualquer mulher que estivesse com ele, seja qual fosse, recebia a sua proteção. No entanto, ela, quando estava com ele, só era usada.Larissa apertou os lábios, viu o horário, já passava das onze. Ela ligou para Sara, querendo perguntar como estava sua mãe.Sara ainda não estava dormindo naquele horário, geralmente ela ligasse aquele hora, Sara atend
No quarto, o umidificador exalava uma fina névoa, deixando o ar impregnado com um sutil aroma de laranja. A mulher na cama estava profundamente adormecida, envolta em um edredom branco, se assemelhando a um delicado dente-de-leão, frágil e belo.Severino estava sentado à beira da cama, se inclinando para abrir o edredom dela, como se não estivesse preocupado com a possibilidade de acordar ela.Ele não escondia, como se entre eles a intimidade fosse algo natural.Larissa, vestindo um pijama de algodão de mangas compridas e calças, propenso a sentir frio, teve todo o corpo examinado pelo olhar dele, se certificando de que ela não havia ferimentos. Ele pegou a mão dela.Em sua palma, um grande curativo adesivo estava colado, Severino usou a ponta do polegar para acariciar de leve a borda do curativo.Depois de algum tempo, ele devolveu a mão dela ao lugar, cobrindo ela novamente com o edredom.- Lari. - Chamou ele, em tom suave.Severino não ficou muito tempo no quarto de Larissa, apenas
- Walter… - Chamou Larissa.Walter se afastou, deixando o lobby através da porta giratória e Larissa também foi - empurrada - para fora pela mesma porta.Larissa olhou para trás para ver ele se afastando até ouvir o entregador chamar ela. - Seu telefone termina com 2055, certo? - Perguntou o entregador.- Sim, é isso. - Respondeu Larissa, só então desviando o olhar.Após pegar a comida, ela voltou para o quarto. O bom humor que tinha ao acordar já havia desaparecido.Ela podia sentir que Walter tinha fortes sentimentos negativos em relação a Severino, até mesmo antipatia. No entanto, ela não sabia de onde vinham essas emoções... Eles não eram colegas do ensino médio? E naquele incidente no cruzeiro, a relação entre Walter e o Sr. Davi parecia boa, muito melhor do que com o Sr. Carlos. Por que, então, Walter tinha uma opinião tão forte sobre Severino?Larissa não se via como o motivo desses problemas. Mesmo que houvesse alguma razão relacionada a ela, com certeza seria apenas uma peq
Na conversa entre Walter e Jéssica, havia uma frase “aquilo que o diretor Xavier mencionou”, o que significava que o diretor Xavier suspeitou que alguém foi morto?Combinando isso com a menção de “cavar um buraco” por Larissa, Walter concluiu que a pessoa estava morta. Aquele dia, ele foi à delegacia registrar um boletim de ocorrência e foi por isso que os policiais vieram fazer perguntas a Larissa?O rosto de Enrico também não estava bom. No rosto gentil e educado dele, havia uma expressão séria. - Você quase foi intimidada ontem à noite? Por que não contou? - Perguntou Enrico.Larissa colocou o cachecol de volta ao redor do pescoço. - Eles não chegaram a me tocar. Assim que percebi suas intenções, fugi imediatamente. - Respondeu Larissa.- Você tem certeza de que quer deixar Susana escapar? - Perguntou Enrico, com gravidade.Se fosse apenas uma “brincadeira”, tudo bem. No entanto, devido a essa “brincadeira”, algo tão sério aconteceu e Larissa pensou que não valia a pena. Mesmo En
Larissa ficou atônita por um memento.- Diana. - Chamou Enrico, franzindo a testa. - O que foi? Estamos aqui para jogar, essas perguntas são normais para animar a festa. Se não acredita, pergunte aos outros. - Disse Diana, parecia inocente.- Entendi, eu não conheço as regras do jogo. Se eu escolher “Desafio”, qual seria? - Perguntou Larissa, mantendo a compostura.- Desafio seria beijar o homem à sua direita por dez segundos. - Disse Diana, com um sorriso.Larissa tinha um homem do lado direito, era a pessoa de contato do local naquele dia.Quando eles propuseram ir para a rua dos bares, o contato local ouviu, como era da Cidade C, sabia qual bar era o mais divertido. Ele se ofereceu para levar eles, por isso se juntou ao grupo deles.No entanto, o problema era que à esquerda dela estava Enrico.Mesmo que esse desafio envolvesse um beijo, deveria ter sido proposto beijar o homem à esquerda, já que a provocação com Enrico já tinha acontecido anteriormente.Diana insistiu em dizer que
Segundo andar do bar.Walter não apreciava lugares barulhentos demais. O Clube Palácio Oeste, de propriedade de Lucas, era relativamente tranquilo e ele raramente o frequentava, especialmente locais de entretenimento puro como esse.Naquela noite, ele veio ali por um convite de alguém que queria se encontrar com ele. Quando ele chegou, percebeu que era um bar.Sentado em uma cabine, Walter cruzou as pernas, sem tocar nas bebidas pedidas, nem sequer provou a fruta do prato, pegando apenas uma laranja quando estava com sede.Ele a dividiu em quatro partes, pegando um gomo de cada vez, se movendo de maneira lenta e distinta, com uma elegância reprimida.Naquela noite, Walter não vestia camisa, usava uma malha de gola alta preta combinada com um paletó marrom escuro. Naquele ambiente agitado, ele não se deixou envolver, permanecendo indiferente e altivo.- Sr. Zaca, você me convidou para uma conversa, mas não era necessário. A compensação pela demolição já foi decidida há muito tempo, ass
Larissa mordeu os lábios, se mantendo com firmeza e tentando se manter consciente enquanto se esforçava para se aproximar de Enrico.- Enrico! Professor Enrico! - Chamou Larissa.A pista de dança estava muito barulhenta. Enrico estava focado em Diana. Larissa finalmente conseguiu se espremer até ele, estendendo a mão. Faltava apenas um metro, mas havia duas pessoas entre eles. Ela estava prestes a alcançá-lo.No entanto, Diana, naquele momento, foi derrubada por alguém, em meio à multidão, havia um alto risco de ser pisoteada após uma queda.Enrico, ansioso, abriu caminho à frente empurrando quem estava na frente. A pessoa empurrada, por acaso, acabava batendo na mão estendida de Larissa.Enrico se abaixou, pegando Diana, que estava chorando, os dois saíram da pista de dança.Larissa, derrubada pelo homem que foi empurrado por Enrico, ele se virou sem perceber que ela estava ali.Walter, no segundo andar, observou toda a cena com um sorriso irônico.Olhe, esse era o homem que aquela m
Os caras gordo e magro estavam fumando à porta.- Você fica de olho nela aqui, vou procurar o chefe, esteja atento, não deixe ela escapar! - Disse o cara magro e alto.- Haha, uma mulher, como ela poderia escapar? Além disso, ela deve estar completamente fraca agora, afinal, ela tomou a droga! - Disse o cara gordo e baixo, não se importando.- Você usou apenas um sonífero nela, não foi? - Perguntou o cara magro.- Naquela noite, não deu certo na floresta, eu ainda estava pensando nela. - Respondeu o cara gordo.- Você usou aquela droga nela? - Questionou o cara magro.- Sim, rápido, vá embora, quando você voltar, entraremos, afinal, o chefe não disse que não podemos mexer, vamos nos divertir primeiro! - Disse o cara gordo.O magro coçou o queixo e saiu apressado, enquanto o gordo, pensando nos prazeres futuros, já estava imaginando a sensação de sucesso.De repente, ele ouviu barulhos de cadeiras e mesas caindo lá dentro. Sem hesitar, ele abriu a porta, mas só viu as cordas espalhadas