Um grupo de pessoas estranhas apareceu do nada, correndo em direção a eles. Jéssica, sendo apenas uma secretária comum, ficou um pouco assustada.- O que vocês estão fazendo? Se continuarem vindo, vou chamar a polícia! – Disse Jéssica.Ouvindo que ela chamaria a polícia, os aldeões avançaram ainda mais rápido.- Peguem eles! – Disseram os aldeões.Larissa sentiu que algo estava errado e tentou descer de Walter, mas ele segurou ela com firmeza enquanto chutava um aldeão que se aproximava.- Você acha que não posso te levar embora? – Questionou Walter, olhando para ela rapidamente enquanto desviava de um bastão.Com as mãos cheias, não conseguiriam enfrentar os quatro punhos. Se continuassem assim, seria impossível sair.- Entre no carro! – Gritou Larissa, agarrando a porta do carro.Walter chutou outro aldeão, se virando, colocou Larissa no banco de trás. Jéssica também entrou rapidamente no carro.Walter mal terminou de acomodar Larissa quando viu um bastão sendo abaixado. Os olhos del
A noite ficou mais densa, com o frio noturno se condensando em uma leve névoa, pairando sob os postes de luz.- Eu não sou uma médica, eu não poderia ajudar mesmo se eu olhasse. Sr. Walter, é melhor você procurar um médico. – Disse Larissa, mantendo a calma.Ela não quis entrar na conversa duvidosa que Walter iniciou.Walter riu ao ver o rosto de Larissa refletido na janela do carro, às vezes claro, às vezes escuro.Ela estava vestindo a roupa dele, o casaco era um pouco grande, acentuando ainda mais a delicadeza de seu corpo já naturalmente esguio. Ele notou como ela estava desarrumada, com os cabelos bagunçados e a palidez no rosto persistindo, semelhante àquela noite chuvosa três anos atrás.- Você não aprendeu a lição. – Comentou Walter.Larissa sabia que ele estava falando dela, mas não se preocupou em aprofundar a conversa sobre o motivo. - O que aconteceu hoje foi uma armadilha criada de propósito pela gerente Susana. – Respondeu Larissa.- E daí? Quer que eu acerte as contas
Enquanto todos olhavam para a porta, Susana entrou.Ao ver ela, a expressão no rosto de Larissa mudou.- Secretária Larissa, peço desculpas. Brinquei demais hoje. O Sr. Walter já me repreendeu. Felizmente, você está bem. – Disse Susana, com sinceridade, se aproximando.- “Você estou bem”? – Repetiu Larissa, as últimas três palavras dela.Ela não estava bem. Se Walter não tivesse aparecido, Larissa poderia ter enfrentado sérios perigos.Embora Larissa não tivesse compartilhado isso, não significava que Susana pudesse resumir o incidente como uma simples “brincadeira”.Inesperadamente, Susana levantou a mão e deu um tapa a si mesma!Os outros ficaram surpresos, inclusive Larissa, que por instinto olhou para Walter, mas ele permaneceu neutro.A força foi forte, deixando uma marca vermelha no rosto de Susana. - Realmente sinto muito, Srta. Larissa. Agi sem pensar. Me diga, o que posso fazer para que você me perdoe? – Disse Susana.- Eu aceito suas desculpas, mas não sou tão magnânima a po
O quê? Quem ela se parecia?Danilo tentou visualizar o rosto de Susana em sua mente. Inicialmente, ele não tinha pensado nisso, mas agora, depois da sugestão de Walter, parecia que havia alguma semelhança com o rosto de alguém...O elevador chegou ao térreo no momento em que ele estava refletindo.- Por que estamos no térreo? – Perguntou Danilo. Eles deveriam voltar para os andares 19 e 20.- Eu preciso pegar algo na recepção. – Disse Walter, saindo do elevador. Já que era só para pegar algo, Danilo achou que seria rápido e ficou segurando o botão da porta, esperando por ele.Walter voltou em pouco tempo, trazendo uma pequena caixa de remédios.- Você se machucou? – Perguntou Danilo. Em seguida, ele percebeu que Walter tinha pressionado o botão do 17º andar, ele perguntou de novo, sorrindo. – Secretária Larissa está ferida? Você vai ajudar ela a fazer um curativo?Walter lançou um olhar casual para Danilo, sem dizer uma palavra.O comentário de Danilo cutucou ele.- Mas agora a secre
Walter pegou a mão dela diretamente. Por instinto, Larissa tentou puxar de volta. No entanto, ele usou uma pinça para segurar um algodão, o mergulhou em iodo e o pressionou na palma de sua mão.Larissa não pôde deixar de soltar um suspiro.Walter olhou para ela com zombaria e continuou limpando os pequenos arranhões na palma de sua mão, resultado da queda ao descer da árvore.Algumas arranhaduras superficiais, que, devido à falta de curativos e lavagens, tinham a pele ligeiramente levantada e esbranquiçada.Larissa não sabia quando ele notou.Mesmo com Enrico ficando por tanto tempo, não percebeu.- Você nem sabe como aplicar um curativo? - Zombou Walter, com desdém.- São apenas feridas superficiais. Em dois ou três dias estarão bem. - Disse Larissa.Walter pegou uma pomada, espremeu um pouco sobre o ferimento e espalhou com um cotonete. - Quando você morrer de tétano, vai perceber se melhora ou não. - Continuou Walter.A boca do cachorro não copia marfim.Depois de lidar com uma mão
Larissa respirou fundo.Aquele assunto aconteceu há apenas dois meses, não dois anos. Ela ainda não esqueceu. Naquela hora, ele estava tentando usar ela como moeda de troca para um projeto. Agora ele estava tentando distorcer os fatos?Larissa interrompeu à força seus pensamentos que Walter involuntariamente guiava ela, pegou em silêncio a caixa de remédios da mesa.Ao ver o umidificador que Lara deu a ela, ela o levou para o quarto, o conectou à eletricidade. Uma fina névoa de água com aroma de laranja começou a ser liberada, era relaxante.Para garantir que Susana fosse poupada, Walter estava disposto a oferecer uma compensação dobrada. Qualquer mulher que estivesse com ele, seja qual fosse, recebia a sua proteção. No entanto, ela, quando estava com ele, só era usada.Larissa apertou os lábios, viu o horário, já passava das onze. Ela ligou para Sara, querendo perguntar como estava sua mãe.Sara ainda não estava dormindo naquele horário, geralmente ela ligasse aquele hora, Sara atend
No quarto, o umidificador exalava uma fina névoa, deixando o ar impregnado com um sutil aroma de laranja. A mulher na cama estava profundamente adormecida, envolta em um edredom branco, se assemelhando a um delicado dente-de-leão, frágil e belo.Severino estava sentado à beira da cama, se inclinando para abrir o edredom dela, como se não estivesse preocupado com a possibilidade de acordar ela.Ele não escondia, como se entre eles a intimidade fosse algo natural.Larissa, vestindo um pijama de algodão de mangas compridas e calças, propenso a sentir frio, teve todo o corpo examinado pelo olhar dele, se certificando de que ela não havia ferimentos. Ele pegou a mão dela.Em sua palma, um grande curativo adesivo estava colado, Severino usou a ponta do polegar para acariciar de leve a borda do curativo.Depois de algum tempo, ele devolveu a mão dela ao lugar, cobrindo ela novamente com o edredom.- Lari. - Chamou ele, em tom suave.Severino não ficou muito tempo no quarto de Larissa, apenas
- Walter… - Chamou Larissa.Walter se afastou, deixando o lobby através da porta giratória e Larissa também foi - empurrada - para fora pela mesma porta.Larissa olhou para trás para ver ele se afastando até ouvir o entregador chamar ela. - Seu telefone termina com 2055, certo? - Perguntou o entregador.- Sim, é isso. - Respondeu Larissa, só então desviando o olhar.Após pegar a comida, ela voltou para o quarto. O bom humor que tinha ao acordar já havia desaparecido.Ela podia sentir que Walter tinha fortes sentimentos negativos em relação a Severino, até mesmo antipatia. No entanto, ela não sabia de onde vinham essas emoções... Eles não eram colegas do ensino médio? E naquele incidente no cruzeiro, a relação entre Walter e o Sr. Davi parecia boa, muito melhor do que com o Sr. Carlos. Por que, então, Walter tinha uma opinião tão forte sobre Severino?Larissa não se via como o motivo desses problemas. Mesmo que houvesse alguma razão relacionada a ela, com certeza seria apenas uma peq