Larissa se levantou de imediato, pegou um galho ao alcance e começou a bater nas moitas ao seu redor.Mas não havia nada lá.O vento noturno balançava as folhas das árvores, fazendo um som de assovio. Larissa olhou para cima e as sombras das árvores se torciam em formas estranhas no escuro, como se mãos estivessem balançando.Essa visão bizarra, quando observada por um tempo, começou a fazer com que o som do vento parecesse gritos agudos de uma mulher.Uma série de imagens assustadoras e toscas de filmes de terror inundaram a mente dela, mesmo que fossem produções de baixa qualidade e ela soubesse que eram falsas, ainda assim, eram assustadoras.Continuar naquele ambiente por muito tempo, mesmo sem enfrentar perigos reais, poderia provocar medo.Larissa tentou abraçar a árvore à sua frente e pensou em subir para procurar um lugar iluminado e encontrar um caminho para sair. No entanto, a árvore era um cipreste, alta e esbelta, sem galhos divididos, sem pontos para se apoiar. Apesar de
Ao mesmo tempo, uma voz mais alta gritou “Larissa”, eclipsando a voz do homem, fazendo com que os passos do homem parassem de repente!Eles pararam na linha tênue da escuridão.Larissa, em meio à sua corrida frenética, ergueu a cabeça confusa. Seria uma ilusão?Ela parecia ter ouvido alguém chamando ela de “Lari”?- Larissa! – Gritou alguém. Outro chamado, seja “Lari” ou “Larissa”.De repente, Larissa congelou, vendo duas conjuntos de faróis se aproximando rapidamente, se transformando em luzes altas que a iluminaram a dezenas de metros de distância.Era como se uma luz divina estivesse descendo do céu.A floresta era vasta, com mais de uma trilha, mas sem marcadores, sem um local para quem não conhecia o caminho, restava dependia da sorte.Walter teve muita sorte, encontrou a estrada principal e dirigiu o carro até uns vinte ou trinta metros dela.Aqueles dois homens, ao perceberem que alguém estava chegando, trocaram olhares e rapidamente se esconderam na floresta.Larissa percebeu
Um grupo de pessoas estranhas apareceu do nada, correndo em direção a eles. Jéssica, sendo apenas uma secretária comum, ficou um pouco assustada.- O que vocês estão fazendo? Se continuarem vindo, vou chamar a polícia! – Disse Jéssica.Ouvindo que ela chamaria a polícia, os aldeões avançaram ainda mais rápido.- Peguem eles! – Disseram os aldeões.Larissa sentiu que algo estava errado e tentou descer de Walter, mas ele segurou ela com firmeza enquanto chutava um aldeão que se aproximava.- Você acha que não posso te levar embora? – Questionou Walter, olhando para ela rapidamente enquanto desviava de um bastão.Com as mãos cheias, não conseguiriam enfrentar os quatro punhos. Se continuassem assim, seria impossível sair.- Entre no carro! – Gritou Larissa, agarrando a porta do carro.Walter chutou outro aldeão, se virando, colocou Larissa no banco de trás. Jéssica também entrou rapidamente no carro.Walter mal terminou de acomodar Larissa quando viu um bastão sendo abaixado. Os olhos del
A noite ficou mais densa, com o frio noturno se condensando em uma leve névoa, pairando sob os postes de luz.- Eu não sou uma médica, eu não poderia ajudar mesmo se eu olhasse. Sr. Walter, é melhor você procurar um médico. – Disse Larissa, mantendo a calma.Ela não quis entrar na conversa duvidosa que Walter iniciou.Walter riu ao ver o rosto de Larissa refletido na janela do carro, às vezes claro, às vezes escuro.Ela estava vestindo a roupa dele, o casaco era um pouco grande, acentuando ainda mais a delicadeza de seu corpo já naturalmente esguio. Ele notou como ela estava desarrumada, com os cabelos bagunçados e a palidez no rosto persistindo, semelhante àquela noite chuvosa três anos atrás.- Você não aprendeu a lição. – Comentou Walter.Larissa sabia que ele estava falando dela, mas não se preocupou em aprofundar a conversa sobre o motivo. - O que aconteceu hoje foi uma armadilha criada de propósito pela gerente Susana. – Respondeu Larissa.- E daí? Quer que eu acerte as contas
Enquanto todos olhavam para a porta, Susana entrou.Ao ver ela, a expressão no rosto de Larissa mudou.- Secretária Larissa, peço desculpas. Brinquei demais hoje. O Sr. Walter já me repreendeu. Felizmente, você está bem. – Disse Susana, com sinceridade, se aproximando.- “Você estou bem”? – Repetiu Larissa, as últimas três palavras dela.Ela não estava bem. Se Walter não tivesse aparecido, Larissa poderia ter enfrentado sérios perigos.Embora Larissa não tivesse compartilhado isso, não significava que Susana pudesse resumir o incidente como uma simples “brincadeira”.Inesperadamente, Susana levantou a mão e deu um tapa a si mesma!Os outros ficaram surpresos, inclusive Larissa, que por instinto olhou para Walter, mas ele permaneceu neutro.A força foi forte, deixando uma marca vermelha no rosto de Susana. - Realmente sinto muito, Srta. Larissa. Agi sem pensar. Me diga, o que posso fazer para que você me perdoe? – Disse Susana.- Eu aceito suas desculpas, mas não sou tão magnânima a po
O quê? Quem ela se parecia?Danilo tentou visualizar o rosto de Susana em sua mente. Inicialmente, ele não tinha pensado nisso, mas agora, depois da sugestão de Walter, parecia que havia alguma semelhança com o rosto de alguém...O elevador chegou ao térreo no momento em que ele estava refletindo.- Por que estamos no térreo? – Perguntou Danilo. Eles deveriam voltar para os andares 19 e 20.- Eu preciso pegar algo na recepção. – Disse Walter, saindo do elevador. Já que era só para pegar algo, Danilo achou que seria rápido e ficou segurando o botão da porta, esperando por ele.Walter voltou em pouco tempo, trazendo uma pequena caixa de remédios.- Você se machucou? – Perguntou Danilo. Em seguida, ele percebeu que Walter tinha pressionado o botão do 17º andar, ele perguntou de novo, sorrindo. – Secretária Larissa está ferida? Você vai ajudar ela a fazer um curativo?Walter lançou um olhar casual para Danilo, sem dizer uma palavra.O comentário de Danilo cutucou ele.- Mas agora a secre
Walter pegou a mão dela diretamente. Por instinto, Larissa tentou puxar de volta. No entanto, ele usou uma pinça para segurar um algodão, o mergulhou em iodo e o pressionou na palma de sua mão.Larissa não pôde deixar de soltar um suspiro.Walter olhou para ela com zombaria e continuou limpando os pequenos arranhões na palma de sua mão, resultado da queda ao descer da árvore.Algumas arranhaduras superficiais, que, devido à falta de curativos e lavagens, tinham a pele ligeiramente levantada e esbranquiçada.Larissa não sabia quando ele notou.Mesmo com Enrico ficando por tanto tempo, não percebeu.- Você nem sabe como aplicar um curativo? - Zombou Walter, com desdém.- São apenas feridas superficiais. Em dois ou três dias estarão bem. - Disse Larissa.Walter pegou uma pomada, espremeu um pouco sobre o ferimento e espalhou com um cotonete. - Quando você morrer de tétano, vai perceber se melhora ou não. - Continuou Walter.A boca do cachorro não copia marfim.Depois de lidar com uma mão
Larissa respirou fundo.Aquele assunto aconteceu há apenas dois meses, não dois anos. Ela ainda não esqueceu. Naquela hora, ele estava tentando usar ela como moeda de troca para um projeto. Agora ele estava tentando distorcer os fatos?Larissa interrompeu à força seus pensamentos que Walter involuntariamente guiava ela, pegou em silêncio a caixa de remédios da mesa.Ao ver o umidificador que Lara deu a ela, ela o levou para o quarto, o conectou à eletricidade. Uma fina névoa de água com aroma de laranja começou a ser liberada, era relaxante.Para garantir que Susana fosse poupada, Walter estava disposto a oferecer uma compensação dobrada. Qualquer mulher que estivesse com ele, seja qual fosse, recebia a sua proteção. No entanto, ela, quando estava com ele, só era usada.Larissa apertou os lábios, viu o horário, já passava das onze. Ela ligou para Sara, querendo perguntar como estava sua mãe.Sara ainda não estava dormindo naquele horário, geralmente ela ligasse aquele hora, Sara atend