Larissa foi direto para a galeria de fotos, pressionando repetidamente o botão de retrocesso. Não conseguia contar quantas vezes pressionou antes de chegar ao fim. Eram todas fotos dela, em várias ocasiões...Ela pressionou mais algumas vezes e viu algumas fotos da fábrica de barcos de dragão.Larissa finalmente lembrou onde tinha visto essa câmera antes, levantou a cabeça para o homem de máscara.- Há alguns meses, na fábrica de barcos de dragão do patrimônio cultural imaterial, você me emprestou essa câmera para ser uma testemunha, certo? – Perguntou Larissa.Era a vez em que ela foi injustamente acusada por Bianca de sabotar o barco.Depois, ela entregou a câmera ao diretor da fábrica, para que ele devolvesse a câmara ao “bom samaritano”. Ela até ligou para o diretor da fábrica, que afirmou que a câmera já havia sido retirada pelo blogueiro. Ela não pensou mais nisso.Nunca imaginou.Ele estava seguindo ela e tirando fotos dela desde então.- Quem diabos é você? – Continuou Larissa,
Walter estava no hospital cuidando de Susana quando recebeu uma mensagem de Danilo. Ele respondeu com um simples “Está bem”. Justo naquele momento, alguém estava ligando para ele. Ele deu uma olhada e ignorou diretamente.Susana estava aproximada dele, vendo que aquela ligação foi Bianca.- Walter, você é realmente um cafajeste. Eu estou aqui com você e você deixa seu amigo ir cuidar da Srta. Larissa, e a Srta. Bianca ainda está ligando para você. – Provocou Susana, com um tom sugestivo e mimado.- Então, você fica no hospital sozinha. – Disse Walter, lançando um olhar para ela.- Homem ruim atrai mulher, quanto mais cafajeste você é, mais eu sinto que você tem charme, eu adoro isso. – Disse Susana, agarrando a barra da sua roupa.- Você está bem, por que está perdendo tempo no hospital? – Perguntou Walter, impaciente.- Mas eu quero esperar por uma ligação que ainda não chegou, você fica aqui, quando ele ligar para mim, você vai ter que me ajudar. – Respondeu Susana, percorrendo a pá
Larissa andou com passos largos do jardim para o saguão do hotel, se sentindo um pouco instável emocionalmente. Naquele momento, porém, ouviu uma intensa e apaixonada melodia de piano.Por instinto, ela se evirou e viu um piano no saguão sendo tocado por alguém. Uma melodia capaz de mexer com as emoções fluía dos dedos daquela pessoa, atraindo a atenção dos transeuntes ao redor, alguns até estavam gravando vídeos.Larissa se aproximou.Ele estava tocando a parte climática de “Time”, da trilha sonora de “A Origem”. Uma música que ela gostava muito.Na época do ensino médio, ela correu até o ensino superior para encontrar Severino, ao passar pela sala de música, ouviu essa música pela primeira vez. Foi cativada num instante.Naquela hora, ela estava com pressa para encontrar Severino, então não viu quem estava tocando... Agora, ela se abriu caminho pela multidão, curiosa para ver o pianista.E então, ela viu Walter no banco do piano.Ele, sem saber de onde vem o ânimo, tocou piano em púb
De volta ao lado dele.As condições estavam ao critério dela.- Por exemplo? – Perguntou Larissa.As teclas preto e branco eram pressionadas ritmicamente, a música fluía melodiosa.- A posição de secretária-chefe ainda é sua. – Falou Walter, devagar.- Tem mais alguma coisa? – Perguntou Larissa, de novo.- Aumento salarial, com bônus. – Continuou Walter.- Tem mais alguma coisa? – Questionou Larissa, ainda.Walter virou a cabeça para olhar para ela, com os olhos semicerrados. Ele lembrava de uma versão dela menos gananciosa.Mas ela estava disposta a negociar, indicando que ela estava disposta a voltar. Ele parou de tocar o piano.- Você ainda não tem um carro, certo? Pode ser inconveniente para você. – Sugeriu Walter. Larissa riu de leve, considerando os três anos com ele. Além de trabalho, ela não tinha recebido nada, nem mesmo joias ou bolsas. Agora ele estava oferecendo isso tudo. - Mais alguma coisa? – Perguntou Larissa.- Posso cuidar disso até o fim a cirurgia de sua mãe. – Di
Susana desligou a chamada, se arrumou um pouco e foi bater na porta do quarto ao lado na hora marcada.A porta não estava fechada direito e se abriu com um empurrão. Ela entrou e encontrou Walter sentado no sofá, com uma garrafa de uísque aberta na mesa.Ela levantou uma sobrancelha de maneira provocativa.- Sr. Walter, você me chamou para beber? E eu ainda fiz questão de me maquilhar e usar perfume, vesti o meu vestido mais sexy, pensando que íamos ter um encontro romântico. – Disse Susana.Walter ergueu a cabeça, seu olhar escaneando de maneira desinteressada do cabelo bagunçado ao rosto sem maquiagem dela, parecendo não se importar muito com o casaco de penas bem fechado dela.Sem dizer uma palavra, ele serviu mais um copo de uísque.A relação entre Susana e Walter não era fácil de definir em poucas palavras.Ela se sentou no outro sofá, cruzou as pernas, apoiou o cotovelo no joelho e sustentou o queixo com a mão, observando ele com interesse.- Está de mau humor? Por quê? A secret
- Eu vou sozinha ou continuo esperando por ela? – Perguntou Larissa, franzindo a testa.Lara deu de ombros, indicando que ela não tinha ideia, deixando Larissa decidir por si mesma. Como ela também tinha que sair com Danilo para trabalhar, ela saiu às pressas.Larissa fez outra ligação, ponderando que se ela não atendesse de novo, ela sairia por conta própria. Afinal, ela não parecia ter senso de pontualidade.Dessa vez, a chamada foi atendida. A voz de Susana, distante no início, se aproximou. - Srta. Larissa, eu cheguei, me desculpe pelo atraso. – Desculpou Susana, chegando perto e encerrando a chamada, sorriu. – Aguentei por muitos dias, perdi a noção, quase prejudiquei o trabalho. - Agora que você está aqui, vamos sair logo, temos muito trabalho hoje. – Disse Larissa, assentindo.A equipe do projeto providenciou um carro para buscar elas.Como tinham muito trabalho e Susana se atrasou por meia hora, o tempo ficou ainda mais apertado. Assim que entraram no carro, Larissa começou a
- Parece que você gosta muito de discutir sobre sua vida pessoal comigo, começou no avião, sempre que tem uma oportunidade, você compartilha essas coisas. Eu pensava que as pessoas valorizavam sua privacidade, mas você parece gostar de expor. Você tem algum tipo especial de fetiche por exposição? – Disse Larissa, em um tom tranquilo.- Você realmente se importa? É por causa do que aconteceu entre eu e o Sr. Walter? Você está com ciúmes? Talvez ainda haja sentimentos por ele em seu coração, afinal, você ficou com ele por três anos, intimamente ligada. Como seria possível cortar esses laços tão facilmente? – Disse Susana, sorrindo de forma maliciosa.Larissa não respondeu à provocação de Susana e falou sobre si mesma. - Se for esse o caso, sugiro que você veja um psicólogo. Ser tão insensível nesse aspecto pode, às vezes, causar transtornos aos outros. Mas se você me considera uma inimiga amorosa e diz essas coisas para se exibir ou provocar, então você realmente está indo longe demais.
Larissa não conseguiu evitar parar os passos por instinto.Walter também ergueu os olhos e os dois se encararam. Walter estava ao telefone. - Pense bem no que deve me dizer antes de ligar novamente. – Disse Walter, com um tom frio e ríspido. Ele então desligou. Seu humor estava claramente ruim e ele descontou em Larissa. – Se você não vai entrar, largue de mão e não atrapalhe meu tempo. Larissa pressionou o botão para descer, fazendo a porta não se fechar.Larissa realmente queria não pegar o mesmo elevador que ele, mas se esperasse pelo próximo, perderia a reunião.Ela só podia entrar.O espaço no elevador era pequeno, mesmo que ela ficasse perto da porta para manter a maior distância possível dele, ainda podia sentir de leve o cheiro fresco, quase como neve, que emanava dele.Ambos ficaram em silêncio. Durante os breves dez segundos da descida, o celular dele tocou duas vezes e ele desligou ambas as vezes.Larissa não se importava com isso, mas viu o nome que piscou no visor do cel