Larissa andou com passos largos do jardim para o saguão do hotel, se sentindo um pouco instável emocionalmente. Naquele momento, porém, ouviu uma intensa e apaixonada melodia de piano.Por instinto, ela se evirou e viu um piano no saguão sendo tocado por alguém. Uma melodia capaz de mexer com as emoções fluía dos dedos daquela pessoa, atraindo a atenção dos transeuntes ao redor, alguns até estavam gravando vídeos.Larissa se aproximou.Ele estava tocando a parte climática de “Time”, da trilha sonora de “A Origem”. Uma música que ela gostava muito.Na época do ensino médio, ela correu até o ensino superior para encontrar Severino, ao passar pela sala de música, ouviu essa música pela primeira vez. Foi cativada num instante.Naquela hora, ela estava com pressa para encontrar Severino, então não viu quem estava tocando... Agora, ela se abriu caminho pela multidão, curiosa para ver o pianista.E então, ela viu Walter no banco do piano.Ele, sem saber de onde vem o ânimo, tocou piano em púb
De volta ao lado dele.As condições estavam ao critério dela.- Por exemplo? – Perguntou Larissa.As teclas preto e branco eram pressionadas ritmicamente, a música fluía melodiosa.- A posição de secretária-chefe ainda é sua. – Falou Walter, devagar.- Tem mais alguma coisa? – Perguntou Larissa, de novo.- Aumento salarial, com bônus. – Continuou Walter.- Tem mais alguma coisa? – Questionou Larissa, ainda.Walter virou a cabeça para olhar para ela, com os olhos semicerrados. Ele lembrava de uma versão dela menos gananciosa.Mas ela estava disposta a negociar, indicando que ela estava disposta a voltar. Ele parou de tocar o piano.- Você ainda não tem um carro, certo? Pode ser inconveniente para você. – Sugeriu Walter. Larissa riu de leve, considerando os três anos com ele. Além de trabalho, ela não tinha recebido nada, nem mesmo joias ou bolsas. Agora ele estava oferecendo isso tudo. - Mais alguma coisa? – Perguntou Larissa.- Posso cuidar disso até o fim a cirurgia de sua mãe. – Di
Susana desligou a chamada, se arrumou um pouco e foi bater na porta do quarto ao lado na hora marcada.A porta não estava fechada direito e se abriu com um empurrão. Ela entrou e encontrou Walter sentado no sofá, com uma garrafa de uísque aberta na mesa.Ela levantou uma sobrancelha de maneira provocativa.- Sr. Walter, você me chamou para beber? E eu ainda fiz questão de me maquilhar e usar perfume, vesti o meu vestido mais sexy, pensando que íamos ter um encontro romântico. – Disse Susana.Walter ergueu a cabeça, seu olhar escaneando de maneira desinteressada do cabelo bagunçado ao rosto sem maquiagem dela, parecendo não se importar muito com o casaco de penas bem fechado dela.Sem dizer uma palavra, ele serviu mais um copo de uísque.A relação entre Susana e Walter não era fácil de definir em poucas palavras.Ela se sentou no outro sofá, cruzou as pernas, apoiou o cotovelo no joelho e sustentou o queixo com a mão, observando ele com interesse.- Está de mau humor? Por quê? A secret
- Eu vou sozinha ou continuo esperando por ela? – Perguntou Larissa, franzindo a testa.Lara deu de ombros, indicando que ela não tinha ideia, deixando Larissa decidir por si mesma. Como ela também tinha que sair com Danilo para trabalhar, ela saiu às pressas.Larissa fez outra ligação, ponderando que se ela não atendesse de novo, ela sairia por conta própria. Afinal, ela não parecia ter senso de pontualidade.Dessa vez, a chamada foi atendida. A voz de Susana, distante no início, se aproximou. - Srta. Larissa, eu cheguei, me desculpe pelo atraso. – Desculpou Susana, chegando perto e encerrando a chamada, sorriu. – Aguentei por muitos dias, perdi a noção, quase prejudiquei o trabalho. - Agora que você está aqui, vamos sair logo, temos muito trabalho hoje. – Disse Larissa, assentindo.A equipe do projeto providenciou um carro para buscar elas.Como tinham muito trabalho e Susana se atrasou por meia hora, o tempo ficou ainda mais apertado. Assim que entraram no carro, Larissa começou a
- Parece que você gosta muito de discutir sobre sua vida pessoal comigo, começou no avião, sempre que tem uma oportunidade, você compartilha essas coisas. Eu pensava que as pessoas valorizavam sua privacidade, mas você parece gostar de expor. Você tem algum tipo especial de fetiche por exposição? – Disse Larissa, em um tom tranquilo.- Você realmente se importa? É por causa do que aconteceu entre eu e o Sr. Walter? Você está com ciúmes? Talvez ainda haja sentimentos por ele em seu coração, afinal, você ficou com ele por três anos, intimamente ligada. Como seria possível cortar esses laços tão facilmente? – Disse Susana, sorrindo de forma maliciosa.Larissa não respondeu à provocação de Susana e falou sobre si mesma. - Se for esse o caso, sugiro que você veja um psicólogo. Ser tão insensível nesse aspecto pode, às vezes, causar transtornos aos outros. Mas se você me considera uma inimiga amorosa e diz essas coisas para se exibir ou provocar, então você realmente está indo longe demais.
Larissa não conseguiu evitar parar os passos por instinto.Walter também ergueu os olhos e os dois se encararam. Walter estava ao telefone. - Pense bem no que deve me dizer antes de ligar novamente. – Disse Walter, com um tom frio e ríspido. Ele então desligou. Seu humor estava claramente ruim e ele descontou em Larissa. – Se você não vai entrar, largue de mão e não atrapalhe meu tempo. Larissa pressionou o botão para descer, fazendo a porta não se fechar.Larissa realmente queria não pegar o mesmo elevador que ele, mas se esperasse pelo próximo, perderia a reunião.Ela só podia entrar.O espaço no elevador era pequeno, mesmo que ela ficasse perto da porta para manter a maior distância possível dele, ainda podia sentir de leve o cheiro fresco, quase como neve, que emanava dele.Ambos ficaram em silêncio. Durante os breves dez segundos da descida, o celular dele tocou duas vezes e ele desligou ambas as vezes.Larissa não se importava com isso, mas viu o nome que piscou no visor do cel
Larissa, de repente, ficou confusa e olhou para cima.- E daí? Isso não é algo escasso. Todos os grandes hospitais têm. – Disse Larissa.- Diferentes marcas, diferentes níveis de médicos, o resultado pode variar. O médico que você consultou disse qual é a taxa de infecção? 50%? Meu médico diz 10%. – Disse Walter, sem emoção.Larissa prendeu a respiração. 10%!O médico de sua mãe, que já era um renomado diretor na Cidade S, só conseguiu reduzir a taxa de infecção para 50%.Ele tinha um médico que conseguia reduzir para 10%, o que significava que ele poderia aumentar as chances de sua mãe sobreviver de 50% para 90%.Noventa por cento.- Secretária Larissa, desta vez eu não estou chantageando você, nem impedindo você, ainda te dei uma saída. – Disse Walter, soltou ela, pressionando o botão com os dedos longos, a porta do elevador que se abria novamente. – Escolha por si mesma. Larissa ficou sozinha no elevador, os dedos inconscientemente se apertando em um punho.Ele parecia ter dado a
Susana voltou para o hotel e entrou correndo diretamente na sala de reuniões.- Problema sério! A Srta. Larissa desapareceu! – Exclamou ela.Todos que estavam prestes a resumir o trabalho olharam para ela.Enrico se levantou de repente. Ele havia voltado depois de resolver os assuntos no laboratório. Ele pensou que, ao esperar ali, poderia encontrar Larissa após o expediente. No entanto, ele se deparou com essa notícia terrível.- O que você está dizendo?! – Perguntou Enrico, tenso.A atuação de Susana era extraordinária.- Hoje, fomos a vários locais para coletar dados. Depois de terminarmos e nos prepararmos para voltar ao hotel, a Srta. Larissa de repente disse que precisava usar o banheiro. No entanto, eu e o motorista esperamos por meia hora e ela não voltou. Percebi que algo estava errado e fui verificar, mas ela nem sequer estava lá! Tentei ligar para ela, mas o celular está desligado! Eu procurei ela nas proximidades, mas não encontrei ela. Voltei de imediato para informar voc