À tarde, todos começaram a trabalhar.Larissa estava organizando dados em seu tablet quando Susana se aproximou, apontando para algum lugar.- Parece que isso está errado. – Falou Susana.Larissa, confiando na observação, olhou para onde ela indicava. - O quê? Onde está o erro? – Perguntou Larissa.Susana apontou aleatoriamente, principalmente querendo se aproximar dela durante a discussão do trabalho.- A marca de mão no rosto do Sr. Walter da noite passada foi você quem deixou, né? – Perguntou Susana. Larissa entendeu que era apenas uma desculpa, então não se envolveu e continuou com suas próprias tarefas. Susana perguntou baixinho. – Você realmente ousa bater nele, com base em quê? Larissa não tinha motivo algum, ao contrário de Walter, que ficava agressivo quando bebia.- Sem medo. – Resmungou Susana.Larissa olhou para o homem à frente por um momento. Uma noite foi suficiente para apagar qualquer vestígio da noite anterior em Walter.Ele estava sóbrio, vestindo um terno preto, e
- Professor Enrico, não me interprete mal, eu não estou... – Explicou Larissa, de imediato.- Não quero ouvir. – Enrico fez birra. – De qualquer forma, é assim que eu vejo. Colega Larissa, se você tiver alguma objeção, espere eu resolver as coisas no laboratório, vou até a Cidade C te buscar e então podemos discutir mais a fundo. O termo “colega Larissa” fez ela se sentir como se fosse sua estudante e Larissa se sentiu sem palavras.- Está tarde, vá descansar, vou desligar agora. – Disse Enrico. Ele terminou com palavras simples, deixando ela sem chance de apelar.Enrico abriu a porta da varanda, pegou o regador e regou algumas plantas de hortelã, se sentindo mais feliz do que nunca.Ele recordou um dia na escola, durante o intervalo, quando ouviu casualmente algumas piadas de estudantes masculinos.“Ronaldo, a esposa do amigo é minha esposa, sua namorada é tão bonita, vamos ver o que acontece...” A esposa do amigo era minha esposa. Enrico não pôde deixar de rir.Se ele realmente e
Era um rosto escurecido.- Você... – Disse Larissa, surpresa.Parecia ser um trabalhador da base.- Você está bem? – Perguntou o homem, com uma voz baixinha.- Estou bem, e você? Você está bem? Obrigada por me salvar. Como você se chama? – Perguntou Larissa, se recuperando.Ele foi atingido no ombro e alguém já havia chamado um médico. Outros trabalhadores o ajudaram a sair.Larissa ainda estava um pouco atordoada e as pessoas ao redor perguntavam sobre sua condição.Walter estava a alguns metros de distância.Ele viu a barra de aço cair e deu alguns passos para trás. Embora estivesse longe demais, ele lembrou da cena na fábrica de barcos de dragão, quando um barco havia caído.Naquela hora, na verdade ele notou o movimento de Larissa para tentar tirar ele do caminho, mas ele se lançou em direção a Bianca naquele momento.Naquela hora, ele não pareceu ser grande coisa. No entanto, agora, ao observar de lado e considerando a reação da Larissa, ele percebeu que naquela ocasião ela claram
Larissa foi direto para a galeria de fotos, pressionando repetidamente o botão de retrocesso. Não conseguia contar quantas vezes pressionou antes de chegar ao fim. Eram todas fotos dela, em várias ocasiões...Ela pressionou mais algumas vezes e viu algumas fotos da fábrica de barcos de dragão.Larissa finalmente lembrou onde tinha visto essa câmera antes, levantou a cabeça para o homem de máscara.- Há alguns meses, na fábrica de barcos de dragão do patrimônio cultural imaterial, você me emprestou essa câmera para ser uma testemunha, certo? – Perguntou Larissa.Era a vez em que ela foi injustamente acusada por Bianca de sabotar o barco.Depois, ela entregou a câmera ao diretor da fábrica, para que ele devolvesse a câmara ao “bom samaritano”. Ela até ligou para o diretor da fábrica, que afirmou que a câmera já havia sido retirada pelo blogueiro. Ela não pensou mais nisso.Nunca imaginou.Ele estava seguindo ela e tirando fotos dela desde então.- Quem diabos é você? – Continuou Larissa,
Walter estava no hospital cuidando de Susana quando recebeu uma mensagem de Danilo. Ele respondeu com um simples “Está bem”. Justo naquele momento, alguém estava ligando para ele. Ele deu uma olhada e ignorou diretamente.Susana estava aproximada dele, vendo que aquela ligação foi Bianca.- Walter, você é realmente um cafajeste. Eu estou aqui com você e você deixa seu amigo ir cuidar da Srta. Larissa, e a Srta. Bianca ainda está ligando para você. – Provocou Susana, com um tom sugestivo e mimado.- Então, você fica no hospital sozinha. – Disse Walter, lançando um olhar para ela.- Homem ruim atrai mulher, quanto mais cafajeste você é, mais eu sinto que você tem charme, eu adoro isso. – Disse Susana, agarrando a barra da sua roupa.- Você está bem, por que está perdendo tempo no hospital? – Perguntou Walter, impaciente.- Mas eu quero esperar por uma ligação que ainda não chegou, você fica aqui, quando ele ligar para mim, você vai ter que me ajudar. – Respondeu Susana, percorrendo a pá
Larissa andou com passos largos do jardim para o saguão do hotel, se sentindo um pouco instável emocionalmente. Naquele momento, porém, ouviu uma intensa e apaixonada melodia de piano.Por instinto, ela se evirou e viu um piano no saguão sendo tocado por alguém. Uma melodia capaz de mexer com as emoções fluía dos dedos daquela pessoa, atraindo a atenção dos transeuntes ao redor, alguns até estavam gravando vídeos.Larissa se aproximou.Ele estava tocando a parte climática de “Time”, da trilha sonora de “A Origem”. Uma música que ela gostava muito.Na época do ensino médio, ela correu até o ensino superior para encontrar Severino, ao passar pela sala de música, ouviu essa música pela primeira vez. Foi cativada num instante.Naquela hora, ela estava com pressa para encontrar Severino, então não viu quem estava tocando... Agora, ela se abriu caminho pela multidão, curiosa para ver o pianista.E então, ela viu Walter no banco do piano.Ele, sem saber de onde vem o ânimo, tocou piano em púb
De volta ao lado dele.As condições estavam ao critério dela.- Por exemplo? – Perguntou Larissa.As teclas preto e branco eram pressionadas ritmicamente, a música fluía melodiosa.- A posição de secretária-chefe ainda é sua. – Falou Walter, devagar.- Tem mais alguma coisa? – Perguntou Larissa, de novo.- Aumento salarial, com bônus. – Continuou Walter.- Tem mais alguma coisa? – Questionou Larissa, ainda.Walter virou a cabeça para olhar para ela, com os olhos semicerrados. Ele lembrava de uma versão dela menos gananciosa.Mas ela estava disposta a negociar, indicando que ela estava disposta a voltar. Ele parou de tocar o piano.- Você ainda não tem um carro, certo? Pode ser inconveniente para você. – Sugeriu Walter. Larissa riu de leve, considerando os três anos com ele. Além de trabalho, ela não tinha recebido nada, nem mesmo joias ou bolsas. Agora ele estava oferecendo isso tudo. - Mais alguma coisa? – Perguntou Larissa.- Posso cuidar disso até o fim a cirurgia de sua mãe. – Di
Susana desligou a chamada, se arrumou um pouco e foi bater na porta do quarto ao lado na hora marcada.A porta não estava fechada direito e se abriu com um empurrão. Ela entrou e encontrou Walter sentado no sofá, com uma garrafa de uísque aberta na mesa.Ela levantou uma sobrancelha de maneira provocativa.- Sr. Walter, você me chamou para beber? E eu ainda fiz questão de me maquilhar e usar perfume, vesti o meu vestido mais sexy, pensando que íamos ter um encontro romântico. – Disse Susana.Walter ergueu a cabeça, seu olhar escaneando de maneira desinteressada do cabelo bagunçado ao rosto sem maquiagem dela, parecendo não se importar muito com o casaco de penas bem fechado dela.Sem dizer uma palavra, ele serviu mais um copo de uísque.A relação entre Susana e Walter não era fácil de definir em poucas palavras.Ela se sentou no outro sofá, cruzou as pernas, apoiou o cotovelo no joelho e sustentou o queixo com a mão, observando ele com interesse.- Está de mau humor? Por quê? A secret