- Não confia na medicina chinesa? - Brincou Enrico, arqueando as sobrancelhas. - A medicina chinesa é a herança transmitida por milênios.- Acredito, confio plenamente na grandiosidade da medicina chinesa. É por isso que acho que você não seria fácil para você dominar essa habilidade tão facilmente. - Disse Larissa, ponderando. Se não a medicina chinesa era fácil demais.Dominar a arte de diagnosticar apenas pelo pulso exige anos de estudo dedicado. Como um professor que já tem muito o que fazer, seria difícil para você ter essa habilidade. - Você está certa, eu não sei como fazer isso, não tenho essa habilidade. - Admitiu Enrico, sorrindo com sinceridade.- Você está mentindo. - Disse Larissa, baixinho.- Estou mentindo porque acredito que você não mentiria. - Disse Enrico, encarando ela.As sobrancelhas de Larissa não podiam deixar de arquearem.Enrico, que a conhecia há menos de um mês, acreditava nela, enquanto Walter...Walter até sentiu que ela o enganou sobre o aborto.A garga
Larissa chorava em silêncio, lágrimas escorrendo uma após a outra.Esqueceu se foi ela que se aproximou de Enrico ou se foi Enrico que abraçou ela, mas ela estava encostada no peito dele. Suas lágrimas caíam em sua camisa azul, deixando marcas escuras.- É a primeira vez que uma garota chora minha camisa desse jeito. Larissa, você vai ter que me compensar por mais uma camisa. - Sussurrou Enrico.Essa foi a primeira vez que ele a chamou pelo nome.Larissa ergueu a cabeça para encarar ele.Seus olhos estavam gentis e tranquilos, com um encanto acalentador.Walter e Enrico eram totalmente diferentes.Walter era do tipo que, mesmo estando próximo, era difícil encontrar emoção em seus olhos. Ele era indiferente.Com lágrimas nos olhos, Larissa, com sua aparência vulnerável, parecia provocar Enrico de alguma forma.A garganta de Enrico se moveu.- Não deveria encarar um homem assim. Se continuar, vou ter que te beijar. - Disse Enrico, com uma voz rouca.Mesmo assim, Larissa continuou olhando
Walter abaixou o vidro do carro, e com mãos bem definidas, jogou a cinza do cigarro para fora.- Pega as imagens das câmeras na entrada do hospital. - Disse Walter, para Hanna, no banco da frente.Obviamente, ele se referia às filmagens do momento em que Larissa e Viviane confrontaram Bianca, evitando que isso caísse em mãos erradas e virasse um escândalo.Ferir alguém de propósito, se investigado, pelo menos dava cadeia.- Entendido. - Respondeu Hanna.- Chama os cirurgiões responsáveis pela mãe da Larissa e pelo pai da Bianca. - Continuou Walter.- Certo. - Disse Hanna.Numa coincidência que não parecia tão coincidente, o médico responsável por Vanda e pelo pai de Bianca era o mesmo.Médicos capazes de realizar transplantes cardíacos eram todos de alta patente, o departamento de cirurgia cardíaca do Hospital Santa Maria só tinha dois, ou era um ou era outro.Diante dos outros, o Dr. Samuel era elogiado e respeitado, mas diante de Walter, nem se atrevia a entrar no carro, apenas segur
- Eu sei que ela ainda não acordou, deixa ela descansar. Já tomou café da manhã? - Perguntou Enrico, em tom calmo.- Eu vou comprar um sanduíche de presunto e leite a caminho do trabalho. - Respondeu Viviane, piscando os olhos.- Eu trouxe algumas coisas, vou fazer uma canja. Se não estiver com pressa, em breve estará pronto para comer. - Disse Enrico.Viviane logo entendeu, isso não era só sobre fazer uma canja, era sobre cozinhar para Larissa!Nesses tempos, ainda existiam homens que sabiam cozinhar, ainda mais um cara bem criado como ele.- Fique à vontade, a cozinha é ali, use o que quiser. Eu estou com pressa para o trabalho, vou pular o café da manhã, mas vocês podem comer. - Disse Liliane, de imediato.Enrico sorriu agradecendo, carregando os mantimentos para a cozinha.Viviane imediatamente pegou o celular, tirou uma foto dele rolando as mangas e lavando as costelas na pia, enviando a foto pelo WhatsApp para Larissa.Depois de Viviane se arrumar para sair para a trabalho, enqua
Online?- Sim. - Respondeu Larissa, sem entender. - Vá dar uma olhada primeiro. Na minha opinião, você provavelmente não precisa fazer mais nada. A situação já se reverteu. - Disse Milena.O que isso significava?Confusa, Larissa minimizou a chamada e abriu os trending topics locais. O primeiro era #Hospital Santa Maria Declaração#.Ela clicou e rapidamente examinou.Cerca das 10 da manhã, o Hospital Santa Maria divulgou uma explicação detalhada sobre os acontecimentos do incidente médico.O foco do comunicado era admitir que a comunicação deles não foi suficientemente ágil, falhando em informar imediatamente aos pacientes e familiares sobre a troca de corações, resultando em idas desnecessárias. Eles também não esclareceram adequadamente aos familiares sobre o procedimento da plataforma de transplantes, levando a uma reação emocional compreensível. Com o desdobramento do incidente até esse ponto, reconheceram a responsabilidade da instituição, emitindo um pedido de desculpas sincero
Enrico voltou para o escritório depois da aula e viu a mensagem de agradecimento de Larissa.Além do agradecimento, ela também enviou uma foto de uma planta verde perto da janela, mencionando que a luz do sol estava boa.Ele sorriu respondendo a sua mensagem.“Isso é hortelã? Como você decidiu cultivar hortelã?”“É fácil de cuidar, se precisar temperar algo, é só pegar uma folha. É bonito, delicioso e cheiroso.”, respondeu Larissa.Enrico não pôde deixar de rir. “Obrigado pela recomendação. Eu também vou comprar uma para colocar em casa.”, disse Enrico “Não precisa comprar, essa planta tem uma vida forte. Eu vou cavar algumas para você, logo você terá um vaso cheio.”, disse Larissa.Lendo as palavras de Larissa, Enrico sentiu que ela estava de bom humor.Depois de refletir um pouco, ele respondeu. “O que? Uma noite de bebida e você está mais animada?” Larissa respondeu com um sorriso. “Não é isso. Eu só queria te dizer que você não precisa se preocupar em perguntar aos seus colega
Larissa ficou surpresa. Não fazia sentido.Ela, como secretária de Walter por três anos, sabia que as segundas-feiras eram sempre os dias mais ocupados para ele. E ele evitava ao máximo ir à família Pires, então por que ele apareceria naquele momento constrangedor?Larissa franziu as sobrancelhas rapidamente. Após dois meses sem ver ele, Walter parecia não ter mudado nada. O inverno na Cidade S já havia chegado, com temperaturas abaixo de dez graus, ele estava usando um sobretudo de lã comprido sobre o terno preto. Era evidente que ele tinha acabado de chegar, pois estava tirando o casaco para o entregar à empregada.Ela saiu da cozinha, Walter levantou os olhos, olhando para ela.Os olhares deles se encontraram por alguns segundos, com Walter desviando o olhar primeiro, pegando a toalha quente que a empregada trouxe para limpar as mãos, com uma expressão impassível.Larissa já começava a se sentir desconfortável.Ela colocou a sopa na mesa da sala de jantar, onde Sra. Pires estava o
Larissa não agiu como antes para acalmar a situação, apenas ficou em silêncio, como qualquer convidado comum faria quando os donos da casa discutiam.Sra. Pires se apressou para impedir que Walter saísse.- Por que brigam assim? Walter, você nem comeu ainda. Coma um pouco mais, à tarde, pode ficar ocupado e não terá tempo para comer, acabando com problemas estomacais novamente. - Disse Sra. Pires.Walter foi impedido e seu olhar continuou frio.Sra. Pires chamou por Carlos. Carlos ficou tenso por alguns segundos e teve que ceder. - Eu só queria perguntar, com a troca de diretores no final do ano, você não pretende manter Sr. Bruno e Sr. Ângelo? - Perguntou Carlos.Walter se sentou de novo, mas não tocou mais na comida.- Sim. - Respondeu ele.- Eles são veteranos da empresa. - Disse Carlos, franzindo a testa.- Isso não significa que podem abusar de sua posição. - Disse Walter, indiferente.- Eles contribuíram muito para o Grupo BY. Talvez se sintam um pouco superiores. - Disse Carlo