- Eu sei que ela ainda não acordou, deixa ela descansar. Já tomou café da manhã? - Perguntou Enrico, em tom calmo.- Eu vou comprar um sanduíche de presunto e leite a caminho do trabalho. - Respondeu Viviane, piscando os olhos.- Eu trouxe algumas coisas, vou fazer uma canja. Se não estiver com pressa, em breve estará pronto para comer. - Disse Enrico.Viviane logo entendeu, isso não era só sobre fazer uma canja, era sobre cozinhar para Larissa!Nesses tempos, ainda existiam homens que sabiam cozinhar, ainda mais um cara bem criado como ele.- Fique à vontade, a cozinha é ali, use o que quiser. Eu estou com pressa para o trabalho, vou pular o café da manhã, mas vocês podem comer. - Disse Liliane, de imediato.Enrico sorriu agradecendo, carregando os mantimentos para a cozinha.Viviane imediatamente pegou o celular, tirou uma foto dele rolando as mangas e lavando as costelas na pia, enviando a foto pelo WhatsApp para Larissa.Depois de Viviane se arrumar para sair para a trabalho, enqua
Online?- Sim. - Respondeu Larissa, sem entender. - Vá dar uma olhada primeiro. Na minha opinião, você provavelmente não precisa fazer mais nada. A situação já se reverteu. - Disse Milena.O que isso significava?Confusa, Larissa minimizou a chamada e abriu os trending topics locais. O primeiro era #Hospital Santa Maria Declaração#.Ela clicou e rapidamente examinou.Cerca das 10 da manhã, o Hospital Santa Maria divulgou uma explicação detalhada sobre os acontecimentos do incidente médico.O foco do comunicado era admitir que a comunicação deles não foi suficientemente ágil, falhando em informar imediatamente aos pacientes e familiares sobre a troca de corações, resultando em idas desnecessárias. Eles também não esclareceram adequadamente aos familiares sobre o procedimento da plataforma de transplantes, levando a uma reação emocional compreensível. Com o desdobramento do incidente até esse ponto, reconheceram a responsabilidade da instituição, emitindo um pedido de desculpas sincero
Enrico voltou para o escritório depois da aula e viu a mensagem de agradecimento de Larissa.Além do agradecimento, ela também enviou uma foto de uma planta verde perto da janela, mencionando que a luz do sol estava boa.Ele sorriu respondendo a sua mensagem.“Isso é hortelã? Como você decidiu cultivar hortelã?”“É fácil de cuidar, se precisar temperar algo, é só pegar uma folha. É bonito, delicioso e cheiroso.”, respondeu Larissa.Enrico não pôde deixar de rir. “Obrigado pela recomendação. Eu também vou comprar uma para colocar em casa.”, disse Enrico “Não precisa comprar, essa planta tem uma vida forte. Eu vou cavar algumas para você, logo você terá um vaso cheio.”, disse Larissa.Lendo as palavras de Larissa, Enrico sentiu que ela estava de bom humor.Depois de refletir um pouco, ele respondeu. “O que? Uma noite de bebida e você está mais animada?” Larissa respondeu com um sorriso. “Não é isso. Eu só queria te dizer que você não precisa se preocupar em perguntar aos seus colega
Larissa ficou surpresa. Não fazia sentido.Ela, como secretária de Walter por três anos, sabia que as segundas-feiras eram sempre os dias mais ocupados para ele. E ele evitava ao máximo ir à família Pires, então por que ele apareceria naquele momento constrangedor?Larissa franziu as sobrancelhas rapidamente. Após dois meses sem ver ele, Walter parecia não ter mudado nada. O inverno na Cidade S já havia chegado, com temperaturas abaixo de dez graus, ele estava usando um sobretudo de lã comprido sobre o terno preto. Era evidente que ele tinha acabado de chegar, pois estava tirando o casaco para o entregar à empregada.Ela saiu da cozinha, Walter levantou os olhos, olhando para ela.Os olhares deles se encontraram por alguns segundos, com Walter desviando o olhar primeiro, pegando a toalha quente que a empregada trouxe para limpar as mãos, com uma expressão impassível.Larissa já começava a se sentir desconfortável.Ela colocou a sopa na mesa da sala de jantar, onde Sra. Pires estava o
Larissa não agiu como antes para acalmar a situação, apenas ficou em silêncio, como qualquer convidado comum faria quando os donos da casa discutiam.Sra. Pires se apressou para impedir que Walter saísse.- Por que brigam assim? Walter, você nem comeu ainda. Coma um pouco mais, à tarde, pode ficar ocupado e não terá tempo para comer, acabando com problemas estomacais novamente. - Disse Sra. Pires.Walter foi impedido e seu olhar continuou frio.Sra. Pires chamou por Carlos. Carlos ficou tenso por alguns segundos e teve que ceder. - Eu só queria perguntar, com a troca de diretores no final do ano, você não pretende manter Sr. Bruno e Sr. Ângelo? - Perguntou Carlos.Walter se sentou de novo, mas não tocou mais na comida.- Sim. - Respondeu ele.- Eles são veteranos da empresa. - Disse Carlos, franzindo a testa.- Isso não significa que podem abusar de sua posição. - Disse Walter, indiferente.- Eles contribuíram muito para o Grupo BY. Talvez se sintam um pouco superiores. - Disse Carlo
Larissa, franzindo a testa internamente, não sabia se era um teste dela ou uma ideia de Sr. Carlos.O tópico era perigoso demais. Larissa desviou o olhar.- Sra. Pires, eu não entendo completamente, mas acredito que as pessoas precisam mudar e se aventurar fora de suas zonas de conforto. Você e Sr. Carlos me consideram sua filha, eu vejo isso como um pássaro jovem que precisa deixar o ninho dos pais e explorar. Não concorda? - Disse Larissa.Ao apelar para a emoção, Larissa conseguiu desviar do assunto arriscado. - Vamos beber mais chá. - Sra. Pires só conseguiu responder.Ela não mais mencionou.Larissa achou melhor não prolongar a conversa. Após terminar o chá, ela colocou a xícara na mesa. - Não é mais cedo. Você precisa descansar à tarde. Vou indo. - Disse Larissa.- Carlos está no escritório no segundo andar. Vá lá e se despeça dele. Você, como um passarinho, nunca sabemos quando voltará para visitar ele. - Sugeriu Sra. Pires.Era uma sugestão razoável. - Qual é o quarto dele? -
Larissa apertou os lábios e levantou a mão para ajudar ele com os botões do punho.A tonalidade intensa da pedra preciosa combinava perfeitamente com a camisa de Walter.Ele olhou para ela enquanto ela realizava a tarefa.Antes, quando ela ajudava ele com a gravata, os botões, ou ajustava a manga, tudo era feito de maneira natural e fluida. Agora, parecia que ela estava carregando um fardo.Um sorriso suave apareceu nos lábios dele.Os botões eram pequenos e difíceis de manusear, e Larissa tentou ser rápida. - O que você quis dizer com coração artificial? - Perguntou Larissa.Ela ainda estava em guarda contra qualquer artimanha dele.Surpreendentemente, não houve trapaça dessa vez.- Essa tecnologia é madura no exterior e foi introduzida na clínica no país há alguns anos. No entanto, em comparação, ainda não foi amplamente adotada. - Respondeu Walter, com indiferença.O coração não era uma manga, não brotava do nada em uma árvore.Comparado ao doador, aquele desenvolvimento de máquina
Larissa saiu da família Pires e pegou um táxi diretamente para a Universidade da Cidade S. Ao mesmo tempo, ela pesquisava sobre corações artificiais em seu celular.Chegando ao local, ela já tinha uma compreensão inicial sobre corações artificiais. Guardando o celular, ela mostrou seu crachá de funcionária para passar pela segurança da universidade e caminhou com pressa em direção ao prédio dos professores.Nesses dois meses em que não procurou emprego, Larissa fez um trabalho de meio período como assistente de Enrico, um professor na universidade. Desde o início, quando Enrico a chamou para ajudar ao lado dele e até pagou a ela salário, Larissa realmente sentiu que ele percebeu que ela não tinha emprego e estava sob pressão financeira. Para ajudar ela, ele inventou razões para enviar dinheiro a ela.No entanto, Enrico explicou que estava muito ocupado com as responsabilidades de ensino e pesquisas no final do semestre, que ela poderia tentar ajudar por alguns dias.Após experimentar