- Não precisa. - Recusou Larissa.Mas Bianca insistiu em colocar o guarda-chuva em suas mãos. - Pegue. Com esse tempo, pegar um resfriado é fácil. - Insistiu Bianca. Larissa não entendia a intenção de Bianca. Ela disse com sinceridade. - Larissa, não pense que pegar um resfriado é apenas uma doença leve. Às vezes, uma pequena doença pode levar a grandes problemas. Como meu pai, no início achamos que era apenas um resfriado comum, mas acabou se transformando em uma doença grave que quase custou a vida dele. Apenas graças a um transplante cardíaco, senão, eu não teria pais agora. - O que você quer dizer com um “transplante cardíaco”? - Perguntou Larissa, ouvindo palavras sensíveis.- Larissa, você não conhece esse procedimento? Transplante cardíaco é quando um paciente com problemas cardíacos recebe um novo coração saudável. Meu pai fez a cirurgia ontem e é uma operação séria. Se o Sr. Walter não tivesse conseguido trazer o melhor cirurgião, eu não teria ficado tão tranquila. - Falou
Um estrondo como um trovão ecoou!Viviane desabafou sem hesitar, Larissa mal teve tempo de interromper ela. - Viviane! - Chamou Larissa.Walter se virou, fixando os olhos negros em Larissa.Enrico, ao ver a tensão na entrada, abandonou o carro, ao ouvir aquelas palavras, congelou, também olhando para Larissa.Walter soltou Bianca, os olhos dela piscaram, criança... Criança...- Perdemos um filho? - Pergunto Walter, a emoção dele permanecendo inabalada, ele só questionou Larissa. - Quando foi isso?Larissa engoliu em seco.Walter repassou rapidamente os últimos meses em sua mente.- Mentir requer habilidade, como eu não saberia que você engravidou e teve um aborto? - Zombou Walter, incrédulo.- Chame de mentira, se quiser. - Disse Larissa, soltando um sorriso irônico.Ela puxou Viviane, querendo ir embora com Enrico.- Você não vai explicar e pretende sair? Parece que você quer que sua amiga perca o emprego. - Ameaçou Walter, agarrando a outra mão dela.Larissa se virou bruscamente e V
- Eu... Eu coloquei aquele papel em um caderno, mas de repente não consigo encontrar o caderno. - Gaguejou Viviane, saindo do quarto com uma expressão pálida.Essa frase tornou o evento já absurdo ainda mais ridículo.Enrico franzia a testa, olhando para Larissa, que apenas torceu os lábios, sem humor, assim como Walter, sem expressão.Viviane estava desesperada para provar a existência do caderno, não sendo uma invenção dela. - Lari, você conhece meu caderno azul, com meu nome na capa? Você riu de mim dizendo que marcava todos os cadernos como fazia na época da escola, lembra? - Continuou Viviane.Larissa sabia sobre o caderno.Mas cada uma delas tinha um quarto próprio e ela não costumava entrar no quarto de Viviane, então não sabia onde estava o caderno dela.- Quer dizer que não há evidências, certo? - Sussurrou Bianca, ficando atrás de Walter e tocando o curativo no rosto.Com essa declaração, a temperatura na pequena sala do apartamento diminuiu mais um grau.Viviane ainda estav
Mas não podia, não era possível.Ela ainda tinha os pais, não podia ignorar tudo.- Você tirou o coração da minha mãe, roubou a chance dela de continuar viva. Isso é um fato inegável. Você está prestes a me fazer perder minha mãe. Se tiver um pingo de humanidade, deveria parar por aqui. O que ganha me forçando a revelar tudo? - Retrucou Larissa.- Fato inegável. - Walter repetiu essas palavras com um sorriso irônico. - Você insiste nisso?Larissa também não queria acreditar nisso.Mas ela acreditava que o destino dele seria como Bianca informara ela naquele dia, que aquele coração estava agora no peito do pai dela!Enrico segurou seu ombro, visivelmente tremendo, tremendo de raiva. - Tenho uma maneira de confirmar se a Srta. Larissa já esteve grávida e sofreu um aborto. - Falou Enrico, com uma voz séria. Os olhares de todos se voltaram para ele. Enrico continuou. - É muito simples, basta verificar os pulsos.- Você sabe verificar os pulsos? - Questionou Walter, descrente.Era uma dúvi
- Não confia na medicina chinesa? - Brincou Enrico, arqueando as sobrancelhas. - A medicina chinesa é a herança transmitida por milênios.- Acredito, confio plenamente na grandiosidade da medicina chinesa. É por isso que acho que você não seria fácil para você dominar essa habilidade tão facilmente. - Disse Larissa, ponderando. Se não a medicina chinesa era fácil demais.Dominar a arte de diagnosticar apenas pelo pulso exige anos de estudo dedicado. Como um professor que já tem muito o que fazer, seria difícil para você ter essa habilidade. - Você está certa, eu não sei como fazer isso, não tenho essa habilidade. - Admitiu Enrico, sorrindo com sinceridade.- Você está mentindo. - Disse Larissa, baixinho.- Estou mentindo porque acredito que você não mentiria. - Disse Enrico, encarando ela.As sobrancelhas de Larissa não podiam deixar de arquearem.Enrico, que a conhecia há menos de um mês, acreditava nela, enquanto Walter...Walter até sentiu que ela o enganou sobre o aborto.A garga
Larissa chorava em silêncio, lágrimas escorrendo uma após a outra.Esqueceu se foi ela que se aproximou de Enrico ou se foi Enrico que abraçou ela, mas ela estava encostada no peito dele. Suas lágrimas caíam em sua camisa azul, deixando marcas escuras.- É a primeira vez que uma garota chora minha camisa desse jeito. Larissa, você vai ter que me compensar por mais uma camisa. - Sussurrou Enrico.Essa foi a primeira vez que ele a chamou pelo nome.Larissa ergueu a cabeça para encarar ele.Seus olhos estavam gentis e tranquilos, com um encanto acalentador.Walter e Enrico eram totalmente diferentes.Walter era do tipo que, mesmo estando próximo, era difícil encontrar emoção em seus olhos. Ele era indiferente.Com lágrimas nos olhos, Larissa, com sua aparência vulnerável, parecia provocar Enrico de alguma forma.A garganta de Enrico se moveu.- Não deveria encarar um homem assim. Se continuar, vou ter que te beijar. - Disse Enrico, com uma voz rouca.Mesmo assim, Larissa continuou olhando
Walter abaixou o vidro do carro, e com mãos bem definidas, jogou a cinza do cigarro para fora.- Pega as imagens das câmeras na entrada do hospital. - Disse Walter, para Hanna, no banco da frente.Obviamente, ele se referia às filmagens do momento em que Larissa e Viviane confrontaram Bianca, evitando que isso caísse em mãos erradas e virasse um escândalo.Ferir alguém de propósito, se investigado, pelo menos dava cadeia.- Entendido. - Respondeu Hanna.- Chama os cirurgiões responsáveis pela mãe da Larissa e pelo pai da Bianca. - Continuou Walter.- Certo. - Disse Hanna.Numa coincidência que não parecia tão coincidente, o médico responsável por Vanda e pelo pai de Bianca era o mesmo.Médicos capazes de realizar transplantes cardíacos eram todos de alta patente, o departamento de cirurgia cardíaca do Hospital Santa Maria só tinha dois, ou era um ou era outro.Diante dos outros, o Dr. Samuel era elogiado e respeitado, mas diante de Walter, nem se atrevia a entrar no carro, apenas segur
- Eu sei que ela ainda não acordou, deixa ela descansar. Já tomou café da manhã? - Perguntou Enrico, em tom calmo.- Eu vou comprar um sanduíche de presunto e leite a caminho do trabalho. - Respondeu Viviane, piscando os olhos.- Eu trouxe algumas coisas, vou fazer uma canja. Se não estiver com pressa, em breve estará pronto para comer. - Disse Enrico.Viviane logo entendeu, isso não era só sobre fazer uma canja, era sobre cozinhar para Larissa!Nesses tempos, ainda existiam homens que sabiam cozinhar, ainda mais um cara bem criado como ele.- Fique à vontade, a cozinha é ali, use o que quiser. Eu estou com pressa para o trabalho, vou pular o café da manhã, mas vocês podem comer. - Disse Liliane, de imediato.Enrico sorriu agradecendo, carregando os mantimentos para a cozinha.Viviane imediatamente pegou o celular, tirou uma foto dele rolando as mangas e lavando as costelas na pia, enviando a foto pelo WhatsApp para Larissa.Depois de Viviane se arrumar para sair para a trabalho, enqua