O homem parecia completamente encantado com aquele comportamento, extremamente mimado. — Compra.— Ah, querido, eu realmente te amo demais. — Joyce abraçou o homem e lhe deu um beijo.Carolina estava bebendo água e acabou se engasgando.Que exagero...Será que isso foi o que diziam sobre a mulher que fazia charme ser mais amada?E se ela também agisse assim com José... será que ele gostaria dela?Só de imaginar se comportando assim com José, Carolina sentiu um arrepio pelo corpo.Ela não conseguiria fazer isso...— Querido, eu também gostei dessa pulseira. Amanhã vou a um evento e não tenho uma joia decente para usar, vão dar risada de mim. — Joyce continuou com seu charme, quase grudada no homem, abraçando e se encostando nele.Na porta, Liliane já estava lá, parada, rígida, havia algum tempo.Aquele homem, com o qual ela tinha se esforçado tanto, passando quatro anos de sua juventude na prisão para o manter, estava ali, rodeado de uma jovem estrela, a abraçando e gastando dinheiro co
— Sra. Joyce, por que você escolheu ser a amante e destruir o casamento dos outros?— Dizem que sua prima Cátia intimida os outros na escola. O que você tem a dizer sobre isso?— Você foi influenciada pela sua prima nisso tudo?— Basta de bobagens! Desliguem essas câmeras! — Joyce olhou furiosa para os jornalistas. — Já que sabem quem eu sou, desliguem as câmeras agora. Se ousarem divulgar o que aconteceu hoje, meu tio não vai perdoar nenhum de vocês.Carolina encostada na porta, testemunhando o jeito dominador e agressivo de Joyce.— Sabe que esse tipo de idiota revela um problema bem específico? — Disse Matilde, encostada de lado, com um sorriso irônico no rosto.Lidar com alguém como Joyce, foi até fácil demais, não era necessário nem se esforçar para a manipular.— Tristeza da educação familiar. Em casa, ela é mimada e acredita que pode contar com os pais para resolver tudo. Cresce achando que é uma princesa em casa e que, na sociedade, todo mundo deve se submeter a ela, como se fo
Ela ligou para o pai, pedindo que acalmasse Ricardo e garantisse que até as 15h a situação fosse controlada.Em seguida, tentou ligar para José, querendo explicar que não tinha nenhum vínculo próximo com Joyce.Mas José nem atendeu as chamadas.— Droga... — Sofia sentiu os olhos ardendo de raiva, seu corpo todo tremendo enquanto apertava com força o celular.Ela não podia permitir aquilo.Não podia perder dessa forma. Não ia se render.José tinha que ser dela. Esperou tantos anos, fez tantos sacrifícios, tinha que conquistar José. Se não conseguisse, ela destruiria tudo.José, melhor reconhecer o que era melhor para ele. Ela já foi boa o suficiente com ele.Fez tudo o que ele queria, o que mais ele queria dela?— Srta. Sofia, não conseguimos abafar a situação. — No salão, a assistente correu até ela, desesperada. — Está claro que tem alguém por trás disso.— É José? — Sofia saiu correndo desajeitada, perguntando em tom baixo e tenso.— Nós verificamos, e não parece ser José. A situaç
Carolina mordeu o canto dos lábios, pensando no cartão que José lhe havia dado... Comprar uma bolsa, ele não iria se chatear, né?Ela olhou discretamente para as bolsas no balcão e então para os preços...Ah, não...Uma bolsa dessas custando mais de 300 mil...Era exagerado demais.— Pobre coitada! — A supervisora percebeu a hesitação e o choque de Carolina e fez um som de desdém. — O que está exposto ali são modelos comuns. Se nem isso você consegue comprar, tem coragem de ficar aqui em pé?A supervisora apontou para o lounge VIP onde Joyce estava escondida. — Viu aquele lugar? Você nem pense em entrar lá a vida toda.Se não gastasse pelo menos uns milhõezinhos na loja, nem sonhasse em entrar lá.— Não fica aí nos olhando como se fosse superior. — Matilde alertou a supervisora para não exagerar.— Eu é que estou me achando superior? Se ela conseguir comprar essa bolsa de 300 mil, eu vou até aprender a latir como um cachorro. — A supervisora revirou os olhos. — Não consegue comprar? En
José estreitou os olhos, claramente imune às palavras de Carolina.Carolina não teve escolha a não ser sussurrar no ouvido de José: — Essas bolsas não valem tudo isso, que tal... você me dar o dinheiro em vez disso?Ela achava que José estava sendo um pouco desperdício.José riu, olhando para Carolina, a achando incrivelmente fofa. — Meu dinheiro não está todo com você?— Ah? — Carolina pareceu perceber só depois.— O cartão que te dei está vinculado ao meu cartão principal, sem limite. Você pode gastar à vontade. — José afagou a cabeça de Carolina e olhou para Matilde. — Já terminou o expediente? Vamos almoçar.Matilde quase pulou de empolgação. — O chefe vai pagar!A supervisora e a gerente não ousaram dizer mais, especialmente a gerente, que nervosamente se adiantou. — Sr. José, desculpe, isso foi um mal-entendido, não sabíamos...— Parece que você precisa fazer um curso de aprimoramento sobre como gerenciar e ter um melhor olhar para as pessoas que você escolhe para a loja. — José
No Grupo Santos.Ricardo estava considerando cancelar temporariamente a coletiva de imprensa da tarde, mas a Família Reis não concordava.Se a Família Santos cancelasse a coletiva, o impacto sobre a Família Reis seria ainda maior.— Ricardo, isso foi combinado com antecedência! As notícias online não têm nada a ver conosco. O que você está tentando fazer? Trair seus aliados? — O pai de Sofia entrou na sede do Grupo Santos com ela, visivelmente irritado.Para a Família Reis, as sucessivas controvérsias na mídia eram uma calamidade, mas não a ponto de impossibilitar uma recuperação.— Os internautas têm memória curta. Com o tempo, tudo será esquecido. É apenas o grito de alguns pobres frustrados, nada que abale o valor da nossa família. — O pai de Sofia resmungou com desdém, se sentando diante de Ricardo. — Para restaurar a reputação da Família Reis, já enviei minha filha mais nova para o exterior. Nossa família já fez sacrifícios suficientes. Esse casamento foi algo que você garantiu vá
Ela havia enlouquecido inúmeras vezes, gritado em silêncio até ficar rouca, e a única coisa que conseguia fazer era se machucar cada vez mais, sem encontrar um modo de desabafar.No dia em que saiu da prisão, Carolina disse a si mesma que tudo havia ficado para trás, que o sol, finalmente, iluminaria seu caminho. Mas os anos de sofrimento haviam deixado marcas profundas, mesmo quando o sol realmente brilhou sobre ela, a falta de confiança persistiu.Seria o sol mesmo? E por quanto tempo ele permaneceria?Não era que Carolina não confiasse em José, mas sim que ela não confiava em si mesma.— Sr. José, esta é a resposta da escola. Eles já relataram a situação de Carolina, e se a prisão injusta for confirmada, com novas provas que demonstrem que o julgamento original estava errado, podemos apresentar uma apelação. — O advogado mostrou a resposta da Universidade A para José.— Quais as chances de sucesso? — José estava na porta, olhando para Carolina, que dormia na cama. Seu rosto estava
— Pode ir. — José levantou a mão, segurando a testa.O advogado hesitou. Depois de um longo silêncio, finalmente decidiu falar: — Sr. José, já suportou isso por mais de dez anos. Alguns dias a mais não farão diferença.José não disse nada.Foram mais de dez anos.Desde que era apenas uma criança, algumas sementes já haviam começado a criar raízes em silêncio.— José, se lembra: eu nunca tiraria a própria vida, nunca.— José... enquanto eu tiver você, nunca faria algo para machucar a mim mesma. Guarde isso: se algum dia algo acontecer comigo, com certeza não será suicídio...Ele nunca conseguiu apagar essa memória. Naquele ano, ele tinha apenas oito anos, e Ricardo, embriagado, provocou uma cena de violência doméstica que deixou a casa em completo caos.Naquela noite tempestuosa, com chuva e vento fortes, José ficou parado atrás da porta, observando Ricardo golpear repetidamente sua mãe com um taco de golfe.Ele estava trancado do lado de dentro. Não importava o quanto gritasse ou chora