— Mateus? — A voz de José estava baixa e sombria.— O segundo filho do dono da Azul Turismo, Mateus. — Afonso respondeu, revelando o histórico do Mateus.— A Azul Turismo não está enfrentando problemas financeiros ultimamente? — José soltou um riso frio.Será que eles achavam que ele era idiota?— Sim, a cadeia de financiamento foi interrompida. Várias filiais da empresa já fecharam, e eles estão enfrentando processos judiciais.Afonso estava visivelmente irritado.— Não sei quantas pessoas Carolina conseguiu provocar. Vou o expulsar daqui.Do outro lado da linha, o barulho era intenso. Mateus estava gritando que precisava ver Carolina e José.— Sr. José, ele insiste em vê-lo. Disse que não vai sair enquanto não o encontrar. — Afonso murmurou.— Quer me ver? — José respondeu com desdém. — Ele não tem essa moral.— Então, Carolina deve vê-lo? Se Tiago realmente for filho de Mateus, seria melhor que ela o mandasse embora quanto antes. — Afonso parecia indignado com a situação. Para ele,
Na época da escola, Carolina era considerada a deusa da escola. Muitos garotos a perseguiam, e os que a admiravam em segredo eram incontáveis.Bernardo era o mais descarado entre os que corriam atrás dela, como “cachorrinho obediente”.Pedro foi o único que conseguiu conquistar.Leandro, desde pequeno, sempre foi um covarde. Ele só conseguia admirar de longe, fazendo declarações de amor discretas, mas nunca teve coragem de se declarar abertamente.— Bernardo era um cachorrinho? — Perguntou Afonso com um sorriso malicioso.— Ha! Não só isso. — Zombou Mateus. — Quando Carolina subia ao palco para se apresentar, era ele quem fazia o maior escândalo na plateia. Quem não soubesse, pensaria que ela era namorada dele. Para entrar na mesma universidade que Carolina, ele até começou a estudar de madrugada, veja só!Mateus continuou com seu tom sarcástico:— Ele até brigou com Pedro por causa dela! Quem diria… Agora vem chamar os outros de oportunistas? Isso é só inveja, puro despeito porque Car
No Restaurante Pérola, José havia reservado a mesa com antecedência e levou Tiago e Carolina para jantar, sem se deixar abalar por nada.Carolina, no entanto, não fazia ideia de que, naquele exato momento, na sala de descanso do Grupo Santos, dois homens estavam brigando ferozmente por causa dela.— Sr. José, tudo resolvido. O Mateus levou uma surra do Bernardo e acabou no hospital. Acho que vai ficar quieto por um bom tempo. — Informou Afonso pelo celular.Carolina olhava de forma discreta para José, que se afastara para atender à ligação, se sentindo apreensiva.— Mamãe, este lugar parece tão caro… — Disse Tiago em voz baixa.Carolina sorriu para o filho.— Tiago, estude bastante e se torne forte. Quando você crescer e ganhar seu próprio dinheiro, que tal trazer o Sr. José para jantar aqui?Tiago piscou os olhos, confuso.— Mas ele é papai… — Murmurou o garoto.Carolina olhou para os lados, como se tivesse medo de ser ouvida, e respondeu suavemente:— Tiago, o Sr. José só foi gentil.
— Então vocês não vão pedir nada e ainda ficam sentados aqui? Quem vocês acham que reservou este lugar para vocês? — O garçom insistia para que Carolina fosse embora.— Tio! — Alberto gritou, indignado.Bem na hora, José entrou pela porta, com um semblante visivelmente satisfeito.Mateus tinha acabado no hospital depois de apanhar de Bernardo. Bernardo ainda avisou que, caso Mateus aparecesse novamente no Grupo Santos espalhando boatos, seria espancado de novo. José, por sua vez, estava muito contente com a eficiência do primo bobo que servia tão bem aos seus interesses.— Tio! Esse garçom está maltratando o Tiago e a minha tia! — Alberto exclamou.José franziu a testa e se aproximou. — O que aconteceu?O garçom, ao ver José, entrou em pânico. Tapou a boca com as mãos, visivelmente nervoso. — Senhor… Sr. José…Como poderia ser José quem trouxera essas pessoas?Como um magnata de tamanha importância traria uma mulher vestida de forma tão simples para um restaurante como aquele? Nem lhe
José retirou discretamente o braço das mãos de Paula e deu um passo para mais perto de Carolina.— Vim trazer sua cunhada para jantar.— … — Paula ficou atônita, como se não tivesse ouvido direito. — Quem é essa senhora?— Eu… sou a assistente do Sr. José — Carolina se apressou em responder, interrompendo o que José estava prestes a dizer.Ele tinha acabado de dizer “cunhada”?José franziu a testa, lançando um olhar significativo para Carolina, como se estivesse a lembrando de não esquecer o próprio papel.Carolina finalmente se deu conta. A razão pela qual ela estava ali era para ajudar José a afastar outras mulheres.Mas será que Paula também precisava ser afastada?— Assistente? — Paula sorriu de um jeito encantador, seu rosto exibindo uma leve familiaridade. — Desde quando você trocou de assistente, José?— Eu… eu também sou… a amante do Sr. José! — Carolina soltou a frase em um impulso, gaguejando de nervosismo.Com isso, Paula certamente deixaria José em paz, certo?José respirou
Anos atrás, Rosa, mãe de Raul, uma mulher de negócios extraordinária, estava grávida de oito meses quando foi à Cidade A para tratar de negócios. Durante uma reunião, sua bolsa amniótica estourou de repente, e ela foi levada às pressas para um hospital próximo, onde deu à luz uma menina.Rosa tinha três filhos, e a caçula deveria ser a princesa da família Oliveira, a joia mais preciosa, adorada por todos. Infelizmente, de forma semelhante à experiência da família Silva, Rosa descobriu, no terceiro ano após levar a filha para casa, que os tipos sanguíneos não eram compatíveis, percebendo então que sua filha havia sido trocada na maternidade.A menina que ela levou para casa era Paula. Paula não era a verdadeira princesa da família Oliveira, mas desfrutou de todos os privilégios e riquezas reservados à herdeira legítima.A verdadeira filha da família Oliveira, no entanto, desapareceu sem deixar rastros. Apesar de todos os esforços e conexões utilizados pela família Oliveira, a filha legí
Raul franziu o cenho e apertou as mãos com força.José estava louco?Por causa de uma mulher, ele realmente iria o confrontar?Seu rosto ficou sombrio e a raiva se intensificou.— José, você escolheu uma mulher dessas para ser padrasto desse bastardinho? — Disse Raul com um tom carregado de desprezo.Ele ainda queria dizer algo mais, mas foi interrompido quando Paula segurou seu braço.— Irmão… Não fale mais, por favor. Vocês dois mal se encontram e já começam a brigar? Não foi para isso que veio me ver, certo? Vamos, vamos embora. — Disse Paula, tentando amenizar a situação.Carolina olhou para Paula por um instante, mas permaneceu em silêncio.Foi Tiago quem quebrou o silêncio ao falar baixinho:— Mamãe, essa atriz parece muito com o tio.Carolina ficou surpreendida e lançou outro olhar para Paula. Se Tiago não tivesse comentado, talvez ela nem teria notado, mas, ao observar melhor, realmente havia algo familiar nos traços de Paula. As sobrancelhas e o olhar lembravam muito Augusto.
Paula, com os olhos avermelhados, assentiu e abraçou Raul.— Irmão, você é tão bom para mim. Amo você mais do que tudo.Raul sorriu, meio sem jeito, enquanto dava leves tapinhas na cabeça dela.— Já está bem grandinha para isso, e ainda gosta de fazer manha.— Eu sempre serei a irmãzinha do meu irmão. — Paula disse com alegria.— Sim, sempre será.…Ao sair do Restaurante Pérola, Carolina, sentada no banco do passageiro ao lado de José, falou baixinho:— Me desculpe…— Por que está pedindo desculpas? — José perguntou.Porque eu… fiz o Sr. José e o Sr. Raul… — Carolina se sentia culpada. Sentia que sua própria existência era um erro.— Raul? Ele e toda a família dele são malucos. A verdadeira princesinha deles foi trocada no hospital, e eles parecem cachorros loucos, atacando todo mundo. Não precisa dar atenção para ele. — Respondeu José, com um sorriso despreocupado.Carolina piscou algumas vezes, intrigada.— A menina trocada da família Oliveira ainda não foi encontrada?Na verdade, e