José protegeu Carolina e deu um chute no estômago de Pedro: — Você está procurando a morte? Mexendo com a minha pessoa.— José! Carolina é minha! — Pedro limpou o sangue do canto do olho e olhou para José com muita raiva: — Nós estivemos juntos aos dezesseis anos. Pergunte a ela se ainda me ama!— Aos dezesseis anos? Você realmente tem coragem de dizer isso. Quando crianças brincam de casinha, sabem o que é amor? — A voz de José era baixa e ele protegeu Carolina a apertando forte nos braços.Ele não precisava perguntar a Carolina se havia Pedro em seu coração. Se havia ou não, não importava.Ele só precisava fazer o que deveria fazer. Se Carolina iria ou não se apaixonar por ele era a liberdade dela.— Carolina, diga a ele que ainda me ama, diga a ele que a pessoa que você ama sou eu! — A voz de Pedro tremia, parecendo muito com uma criança se esforçando para se mostrar, pedindo infantilmente uma confirmação e uma resposta.Carolina tremia todo, com os sintomas de ansiedade fazendo com
José apenas deixou que ela chorasse.— Eu… — Não sabia por quanto tempo havia chorado, mas Carolina tentou falar, com a voz rouca. — Eu… — José deu leves tapinhas nas costas dela.— Não amo… Não amo o Pedro.Ao ouvir a explicação, José curvou os lábios, de excelente humor. — Bom, eu sei. — Só um idiota continuaria amando um canalha daquele.Carolina não era uma idiota, era uma raposa esperta que sabia morder quando necessário.— Ele… Ele é mau.— Sim, não é mesmo um bom sujeito. — José concordou.Carolina voltou a chorar. — Desculpa… Eu bati nele…Ela parecia ter quebrado a cabeça de Pedro. A família Santos aproveitaria certamente a situação para criar problemas para José.— Você realmente errou… Por não ter batido mais forte e acabado com ele. — José bagunçou os cabelos de Carolina de leve.Carolina ergueu o rosto e olhou para José com os olhos vermelhos, mas incrivelmente brilhantes.José prendeu a respiração. Os olhos de Carolina… Eram provavelmente os mais bonitos que ele já tinha
— Segurança agora virou uma simples formalidade? — José perguntou em um tom grave a Afonso.Afonso parecia confuso, afinal, o setor de segurança não era responsabilidade dele.O Sr. José andava estranho ultimamente, sempre implicando com ele…— Sr. José, vou já falar com o gerente do departamento de segurança e pedir que tome as providências necessárias. — Respondeu Afonso em voz baixa.— José… — Sofia, com os olhos levemente marejados, falou suavemente. — Vim como representante da família Reis. Precisamos conversar sobre o caso da Cátia.José olhou para o calendário. Amanhã era o prazo final que ele havia dado à família Reis.Ele fechou a porta do escritório e, com um tom estritamente profissional, conduziu Sofia até a sala de reuniões VIP.Lá havia câmeras de segurança.Tudo seria aberto e transparente.José estava deixando claro que queria tratar tudo de forma estritamente profissional com Sofia.Sofia respirou fundo, contendo a emoção, e o seguiu até a sala de reuniões.— Dessa vez
Sofia suspirou e voltou a falar:— José, você sabe muito bem que a Carolina disse a todos que o Tiago é filho do Marcos, e o Marcos e o Sr. Nono acreditam nisso. Além disso, o Sr. Nono está muito envolvido com o Tiago. Porém, as famílias Reis e Nono têm uma relação de aliança matrimonial. Se a nossa família Reis agora assumir publicamente o erro da Cátia, estaremos praticamente sacrificando essa aliança. O Sr. Nono certamente ficará ressentido com a Carolina, e se por acaso…As palavras de Sofia eram gentis, acompanhadas de uma expressão preocupada, como se ela estivesse realmente preocupada com a situação da Carolina.Mas, em cada frase, deixava implícito que Carolina era uma mentirosa nata, da boca dela não saía uma única verdade.José ignorou Sofia e abriu o envelope, tirando de dentro o resultado do teste de DNA e dando uma rápida olhada.O resultado mostrava que o Sr. Nono e Tiago não tinham qualquer relação de parentesco.Isso significava que o Sr. Nono não era bisavô de Tiago.F
— Sr. José, está procurando alguma coisa? — Carolina, ao ver José mexendo em algo, se aproximou e fez a pergunta.— Nada… Nada de mais. — José, instintivamente, escondeu a foto no cofre e pigarreou. — Vá até o departamento financeiro e peça para trazerem o relatório do último trimestre.Carolina, um pouco confusa, assentiu e saiu do escritório.Relatório do último trimestre? O departamento financeiro não entregou para o Sr. José?Assim que Carolina saiu, José respirou aliviado. Ele nunca havia se sentido tão culpado na vida…Tiago parecia demais com ele quando era criança.Passou a mão pela testa, esfregando as têmporas, e então saiu rapidamente do escritório.— Afonso, proteja a Carolina. Mesmo se ela for ao banheiro, fique esperando do lado de fora. Não quero o Pedro se aproximando dela. — José apontou para Afonso em tom de advertência. — E use a cabeça quando estiver na empresa.— O senhor está indo a algum lugar? Não quer que eu o leve? — Afonso coçou a cabeça.— Eu mesmo dirijo. S
Carolina recuou instintivamente, sem se acostumar com a proximidade das pessoas.— Carolina, somos amigas. Da próxima vez que tiver qualquer dificuldade, me avise, tá bom? — Sofia falou baixinho. — Eu não tenho amigas muito próximas. Você é minha melhor amiga agora… Pode ser?Carolina apertou os dedos, querendo dizer que não.— Carolina, não se preocupe. Na coletiva de amanhã, vamos apenas admitir os erros da Cátia. Não vamos mencionar você e não vamos expô-la novamente ao público. — Sofia antecipou o pedido de José, assim, quando a coletiva fosse ao ar, Carolina não acharia que a consideração vinha dele.Carolina não disse nada.Justiça tardia… Ela não sabia se ainda poderia ser considerada justiça.Mas era melhor que nunca chegar.— Carolina, a família vai mandar a Cátia para o exterior. Depois disso, vai ser difícil para ela voltar para a Cidade A. — Sofia se aproximou novamente. — Carolina, eu quero que você seja minha irmã. De agora em diante, em Cidade A, vou cuidar de você.Caro
No jardim da infância.— Alberto, seus pais ainda não vieram te buscar? — As crianças já estavam indo embora uma a uma.— O pai do Alberto não gosta mais dele. — Um grupo de crianças se reuniu e começou a provocar. — O pai do Alberto abandonou ele.— É mentira! — Alberto, usando um macacãozinho com alças, olhou para eles, muito irritado. — Não digam isso, meu pai gosta muito de mim!Mas Alberto estava mentindo.Na verdade, o pai dele não gostava dele nem um pouco.— É você que está mentindo! Minha mãe disse que ninguém gosta do Alberto, nem os adultos. Seu pai não gosta da sua mãe e muito menos de você! — O líder do grupo mostrou a língua para Alberto, zombando.— Você tá mentindo! — Os olhos de Alberto ficaram cheios de lágrimas, e ele avançou para brigar com as outras crianças.Mas o menino que o provocava era mais alto do que ele, e Alberto, com seu jeitinho de “bebê fofinho”, não tinha força para o enfrentar.— O seu pai abandonou você! Ninguém veio buscar você! — O menino debochav
José franziu o rosto e olhou para o relógio.Já era essa hora, e mesmo que Luísa não pudesse vir buscar o filho, Leandro e a governanta da família eram apenas enfeites?Ligou para Luísa, mas ela não atendeu.José ficou irritado e tentou ligar para a governanta da família Santos.— Senhor José, a senhorita Luísa está bêbada… Sim, sim, é isso.— E o filho dela? Ela decidiu abandoná-lo? — Perguntou José com a voz grave.— Ah? O jovem mestre? A senhorita Luísa ligou para o senhor Leandro, ele não foi buscá-lo?José, furioso, desligou o celular na hora.Será que Leandro estava morto?Nem para buscar o próprio filho?Tiago observava José com os olhos arregalados, ouvindo a conversa ao celular. Instintivamente, olhou para Alberto.Então era verdade… O pai dele realmente não o queria mais.— Papai, posso… O levar para casa? — Tiago perguntou baixinho.— Não dizia que não gostava dele? — José bagunçou o cabelo de Tiago, aproveitando para puxar alguns fios.— Ai! — Tiago fez uma careta de dor, m