— É normal os casais brigarem. Todo mundo se comunica e se entende, e está tudo bem. Não tem nada que não se possa superar. Eu contei para o Marcelo que você está no hospital, ele deve estar muito preocupado com você.Esther recusou internamente essa ideia e disse:— Não conte para ele.— Você não ouviu a enfermeira dizer que precisa informar seus familiares? Se não informar, você não pode ter alta.Esther olhou para Isaac e respondeu:— Eu espero que você não se intrometa.Ela estava com uma expressão péssima e muito teimosa, mas sua maneira de falar era idêntica à de Marcelo, afinal, eram marido e mulher.Isaac disse:— Marcelo está te procurando por todos os lados. Eu já o contatei, ele virá para o hospital em breve.Esther apertou os lábios, muito contrariada, mas Isaac era amigo de Marcelo, então ele certamente ficaria do lado dele.Com medo de que Esther fugisse, Isaac a vigiou até Marcelo chegar ao hospital.Ele estava ofegante e, ao ver Esther, finalmente relaxou, caminhando ra
Ela não deveria mais desejar mais nada, mas deixar que o relacionamento deles voltasse ao ponto inicial.Isso era o que ela deveria fazer.Marcelo achava tudo muito normal, mas ao mesmo tempo nemão tão normal assim. Olhando para o seu rostinho pálido, ele não teve coragem de questioná-la demais, mas disse:— Da próxima vez, não seja tão teimosa e não saia sozinha. Pelo menos leve o celular e tenha alguém com você, assim eu poderei te encontrar imediatamente.Esther deu um sorriso amargo. Ele ainda estava fingindo.Fingindo se importar com ela para compensar a culpa que sentia?Ela deveria acompanhá-lo nessa encenação?— Eu entendi, vou ouvir você. — Esther respondeu docilmente.Marcelo pegou uma cadeira e se sentou em frente a ela, seus olhos profundos percorreram seu corpo várias vezes, se certificando de que ela não tinha outros problemas.Ele então perguntou:— Esther, você ainda se lembra daquela noite?Esther perguntou, incerta:— Qual noite?— A noite em que eu estava em um event
— Esther. — Marcelo chamou seu nome.Esther levantou a cabeça e disse:— O quê?— A mulher daquela noite era você.O corpo de Esther ficou rígido por um momento, incapaz de reagir normalmente, mas ela ainda conseguiu sorrir imediatamente e respondeu:— Presidente Marcelo, você está brincando. Eu só cheguei ao local no dia seguinte, ainda pedi para a Fernanda te levar roupas. Se fosse eu, Presidente Marcelo, você teria percebido logo. Eu também gostaria que fosse eu, quem sabe até já teríamos um filho.Ela falou tão despreocupadamente que Marcelo ficou um pouco incerto.Mas sua atitude não demonstrava preocupação, afinal, ele era seu marido, e para ela parecia não importar que ele tivesse dormido com outra mulher.Sua voz ficou fria e ele disse:— Então descubra! — E saiu do quarto.O sorriso de Esther desapareceu assim que ele saiu."Entrando em dúvida."Antes que pudesse pensar mais, o médico entrou, vendo apenas Esther ali, ele perguntou:— Cadê seu familiar?Esther se recuperou e re
Ela se lembrava de que Sofia tinha saído chorando naquele dia.Dessa vez, ela conseguia sorrir para ela.Ela conseguia ir para a empresa e sair sorrindo, certamente havia algo que a fazia feliz.Esther agora não tinha certeza e não queria se envergonhar, então decidiu ignorá-la.Sofia não ficou com raiva, mas sorriu, e quando estava quase entrando no elevador, disse:— Esther, eu sei, em breve você não será mais a esposa de Marcelo, então aproveite seus últimos dias de glória. Não faz muita diferença, afinal, Marcelo ainda vai te abandonar.A porta do elevador se fechou, e Esther viu Sofia com um sorriso vitorioso, como se já soubesse que ela seria apenas um sacrifício no casamento.Esther ficou com uma expressão sombria, cerrando os punhos com força.Ela olhou instintivamente para sua barriga e, pensando na criança que carregava, ainda tinha que ter esperança.Ao chegar ao escritório, todos estavam trabalhando. Ela não voltou ao seu posto de trabalho, mas foi direto para a sala.Marce
O gesto dela fez com que Marcelo franzisse profundamente a testa, recolhendo a mão e perguntando friamente:— Sou tão assustador assim?Esther apenas olhou para ele, sem conseguir dizer uma palavra.A repulsa dela o incomodava profundamente, e Marcelo, com um rosto extremamente frio, deu a ordem para ela sair:— Se não tem mais nada, pode sair.Esther demorou um pouco para se recuperar do susto que tinha acabado de levar.Depois de engravidar, parecia que tudo tinha mudado, ela não permitiria que ele machucasse seu filho.Esther se levantou, recuou alguns passos e, respeitosamente, disse a Marcelo:— Farei bem o que você me pediu, Presidente Marcelo, não se preocupe! — Depois de falar, ela saiu do escritório sem olhar para trás.As palavras dela deixaram Marcelo com um semblante de desagrado no rosto,; quanto mais pensava nisso, mais irritado ficava.Depois de um tempo, Gilberto entrou e lembrou:— Presidente Marcelo, a reunião ainda está acontecendo...— Saia! — Marcelo rosnou....Es
— Nicole.A menina chamada Nicole tinha cabelos longos, dava uma sensação de fragilidade, muito magra e tímida.Com uma constituição física parecida, mas a aparência muito semelhante à de Sofia, ela tinha uma beleza pura e inocente, o tipo que os homens não conseguem resistir.A dona do estabelecimento apresentou ela a Esther:— Esta é a nossa nova garota, de aparência bonita, ainda em treinamento, nunca trabalhou antes. Ela vem de uma área rural, a mãe está doente em casa e precisa urgentemente de dinheiro. Seu histórico é bem limpo.Esther achou que ela era perfeita.Ingênua, bonita, capaz de despertar o instinto de proteção nos homens.Deve ser o tipo que Marcelo gosta.— Ela será perfeita. — Disse Esther.Nicole ainda não sabia por que a chamaram, seus olhos mostravam medo, um pouco nervosa, gaguejou:— O que vocês querem fazer? Acabei de chegar, mas eu não vendo meu corpo, não vou fazer esse tipo de coisa.Esther podia entender sua confusão, não iria forçá-la, disse gentilmente:—
— Essa garota é bonita e jovem, que homem resistiria a esse tipo de tentação?Diana estava um pouco preocupada, os homens deste mundo não são imunes ao desejo. Ao ver uma garota tão jovem, por mais disciplinados que sejam, sempre haverá um pouco de impulso masculino.Na situação atual, Esther já não tinha outro caminho a seguir.— Eu não tenho escolha. — Esther apenas forçou um sorriso. — Mesmo assim, eu preciso fazer isso, ou me arrependeria por não tomar essa decisão hoje.Ela não se atreveria a arriscar com a vida da criança em risco.Diana não sabia exatamente o objetivo dela, mas se ela estava agindo assim, certamente tinha suas razões.Ela não perguntou.Se Esther quisesse falar, contaria para ela.Mas elas haviam se reconciliado há poucos dias, e agora isso estava acontecendo, tinha que ser algo sério.Ela sentia pena da amiga.Se não fosse por Marcelo, ela ainda seria muito feliz.Diana apenas deu um conselho:— Mas tome cuidado, não só com Marcelo, mas também com essa garota.
As duas riram.Diana ainda tinha uma reunião para ir, então, depois de conversarem um pouco, cada uma seguiu seu caminho.Esther não voltou para casa, sua mente estava vazia, sem saber no que pensar. Sem rumo, acabou vagando até sua antiga escola de ensino médio.Já fazia mais de dez anos desde que ela frequentou o ensino médio.Com o desenvolvimento da sociedade, a escola havia mudado muito. Foi renovada, a estrutura aumentou, e várias novas construções foram adicionadas.Mas a pedra na entrada, após o passar dos anos, continuava a mesma, com o nome "Colégio Luz do Futuro" gravado nela.Foi sua escola de ensino médio e o lugar onde encontrou Marcelo pela primeira vez.Ela sempre se lembraria do dia 13 de agosto, quando quase morreu.Foi na entrada da escola, na saída do meio-dia, quando ela e a maioria dos colegas saíam do portão, que alguns sequestradores encapuzados, carregando grandes mochilas e armados, apareceram.Naquela época, a situação era mais caótica, as armas eram proibida