A flecha se cravou com força no tronco de uma árvore próxima.Esther ficou paralisada, o seu coração batia descompassado. O ataque foi tão inesperado que ela demorou a processar o que tinha acontecido.Bernardo, com o semblante sério, olhou em direção à floresta. O atirador, percebendo que havia falhado, não perdeu tempo e fugiu rapidamente, desaparecendo entre as sombras.— Você está bem? — Perguntou Bernardo, desviando o olhar da floresta para Esther.Ela ainda olhava para o local de onde a flecha havia sido disparada, com os olhos arregalados. A intenção do ataque era clara. Eles queriam tirar sua vida. E agora? Estava em um lugar considerado seguro, cheio de pessoas, mas alguém ainda assim havia tentado matá-la. Por quê? Quem poderia odiá-la tanto?— Esther? — Bernardo chamou novamente, com a voz mais firme.Esther piscou algumas vezes e finalmente voltou a si. Seguiu o olhar de Bernardo para a floresta, mas tudo estava tão escuro que era impossível ver qualquer coisa. O agressor j
— Saber demais pode ser perigoso. — Alertou Bernardo. — Além disso, parte da culpa por esse ataque é minha. Não vou deixar que algo assim aconteça de novo.Era uma promessa feita com seriedade, ele não queria que isso afetasse a vida de Esther.— Não se preocupe. Minha vida não vai acabar tão fácil assim. — Respondeu ela, tentando soar confiante.— Vamos. — Bernardo indicou o caminho de volta à vila, se colocando ao lado dela para garantir sua segurança.Enquanto caminhavam, Esther franzia levemente o cenho. Bernardo não tocou no nome do Faraó novamente, claramente mudou de assunto de propósito. Talvez ele não confiasse nela o suficiente para falar a verdade. Mas, se o Faraó realmente tinha alguma ligação com ele, Bernardo estava se esforçando para esconder isso."Ele é a chave para desvendar isso.", pensou Esther. Mas precisava ser cuidadosa. Não podia arriscar alertá-lo antes da hora.Assim que chegaram à entrada da aldeia, uma voz chamou:— Srta. Esther está de volta!Os aldeões par
— O que aconteceu para você ficar a tarde toda com ele? — Perguntou Marcelo, sem esconder o descontentamento.— Eu já expliquei. Acabei dormindo lá. — Respondeu Esther, sem muita paciência.— Se queria descansar, por que não voltou para cá? Você sabe que isso pode dar margem para fofocas. Um homem e uma mulher sozinhos... Não pega bem. — Insistiu Marcelo, com um tom mais sério.Esther arqueou uma sobrancelha, claramente irritada.— Fofoca por quê? Não estávamos sozinhos, havia crianças por perto. Além disso, eu e Bernardo somos inocentes. Quem quiser falar, que fale. Não estamos mais no século passado! Que mentalidade atrasada, hein?Marcelo apertou os lábios, e seu rosto escureceu com um misto de frustração e constrangimento.— E outra coisa. — Continuou Esther. — Hoje de manhã você sumiu, ninguém sabia onde você estava. Eu só fui cuidar da minha vida. Isso não é um problema, é? Mas deixa para lá, não quero brigar.Ela balançou a cabeça, indicando que queria encerrar o assunto ali.—
— Todo mundo na família confirmou! Eu sou sua irmã perdida há anos! — Rebateu Estrella, enfatizando as palavras.— Você mesma disse que foi separada da família por muito tempo. — Retrucou Bernardo, com um olhar frio. — E se a pessoa que voltou não for quem diz ser? Se não quiser que as coisas piorem, pare de interferir na minha vida.Estrella apertou os punhos com tanta força que as mãos tremiam. Aquela foi a primeira vez que Bernardo falava com ela em um tom tão duro. Ele duvidava dela! Isso deixou ela inquieta.Bernardo claramente não dava importância para ela, mas também não queria que ela atrapalhasse sua rotina. Evitava voltar para casa justamente para reduzir o contato com ela, já que a proximidade apenas aumentava seu desagrado.Porém, Estrella parecia incapaz de entender.Sem dizer mais nada, Bernardo se virou e foi embora, deixando Estrella sozinha, com uma expressão de fúria que deformava seu rosto.— Senhorita, não leve tão a sério o que o Sr. Bernardo disse... — Começou Ade
Esther observou Bernardo sair da sala. Assim que ele fechou a porta, ela se aproximou da escrivaninha. Havia algumas letras escritas e alguns livros estrangeiros empilhados.Curiosa, abriu um deles e viu um marcador cair.Ela o pegou. À primeira vista, parecia comum, mas o desenho no marcador chamou sua atenção. “Onde foi que já vi isso antes?”, pensando um pouco, Esther se lembrou daquele símbolo estava nas roupas das pessoas que a perseguiram junto com Rita. Um arrepio percorreu sua espinha. Não podia ser coincidência.Esse símbolo devia era um tipo de emblema. Estaria Bernardo envolvido com o Faraó?Antes que pudesse pensar em mais alguma coisa, Bernardo entrou, segurando duas tigelas de macarrão.— Está pronto. — Ele colocou as tigelas na mesa e sorriu de forma descontraída. — Vem comer logo.Esther rapidamente escondeu o marcador na manga e respondeu, tentando não demonstrar nervosismo:— Certo.Eles se sentaram um de frente para o outro. Na mesa, apenas o básico, macarrão simples
Esther ficou chocada. Estendeu o braço, olhando para a pulseira de contas que sempre usava.— O que você disse? Essa pulseira era da sua mãe?— Sim. — Bernardo fixou o olhar no pulso dela.— Isso é impossível. — Esther balançou a cabeça, incrédula. — Como você pode ter tanta certeza? É só uma pulseira comum. Não deve ser única.— É única, sim. — Bernardo respondeu com firmeza.Esther olhou para ele, confusa e atordoada.— Acho que você não entende muito de pedras preciosas, né? — Bernardo explicou com calma. — Aqui na nossa região, a jade é algo especial. Cada peça é única. Não existem duas iguais no mundo. Essa pulseira era da minha mãe, por isso eu tenho dúvidas sobre quem você realmente é. Será que você é só a Esther mesmo?Esther apertou os punhos. Tirou a pulseira e a colocou sobre a mesa.— Essa pulseira nem era minha. Um amigo me deu. Ele me entregou...A imagem de Geraldo surgiu na mente dela. Foi ele quem deu a pulseira. Mas nunca explicou o motivo. Apenas disse que era para t
No hotel, tudo estava uma bagunça.Esther Moura acordou com uma dor intensa pelo corpo.Ela massageou a testa, pronta para se levantar, e olhou para a figura alta deitada ao lado dela.Um rosto exageradamente bonito, com traços definidos e olhos profundos.Ele ainda dormia profundamente, sem sinal de despertar.Esther se sentou, o cobertor deslizou, revelando seus ombros brancos e sensuais, marcados por algumas manchas.Ela desceu da cama, e no lençol havia marcas claras de sangue.Ao ver a hora, percebeu que estava quase na hora de ir para o trabalho. Pegou o tailleur que estava jogado no chão e vestiu.As meias-calças estavam rasgadas por ele.Ela as amassou e jogou no lixo, calçando os sapatos de salto alto.Ao mesmo tempo, alguém bateu na porta.Esther já estava vestida e pronta, parecendo novamente a secretária eficiente, pegou sua bolsa e foi em direção à saída.Quem entrou foi uma jovem de aparência pura e inocente.Ela quem tinha chamado.Exatamente o tipo que Marcelo Mendes go
Ao ouvir as suas palavras, Esther ficou surpresa e quase torceu o tornozelo. Perdendo o equilíbrio, ela se apoiou nele. Marcelo sentiu seu corpo inclinar e segurou sua cintura. O calor do toque trouxe de volta as lembranças da noite passada, quando ele a tomou com intensidade.Esther tentou se acalmar e levantou a cabeça para encarar ele. Seus olhos profundos eram sérios, com um misto de questionamento e dúvida, como se estivessem prestes a desvendar seus segredos. O coração de Esther batia acelerado. Ela não ousava sustentar o olhar dele por mais um segundo e, instintivamente, abaixou a cabeça.Quando ele pensou que a mulher que estava com ele ontem era aquela que acabou de ver, ficou furioso. Se soubesse que era ela, o destino dela não seria muito diferente.Mas ela não podia aceitar isso. Se Marcelo soubesse que era ela, será que o casamento deles poderia durar um pouco mais?Ela não teve coragem de olhar nos olhos dele: - Por que está perguntando isso?Apenas ela própria sabi