Marcelo segurava Esther firmemente em seus braços, querendo incorporá-la aos ossos para poupá-la de todo o sofrimento. Seu queixo descansava sobre a cabeça dela, enquanto ele sussurrava profundamente com culpa: — Estou aqui, Esther, já passou, já passou! Esther se enterrava em seu peito, seu corpo ainda tremendo incessantemente, dizendo histericamente: — Por que você demorou tanto? Por pouco, por pouco... Eu não teria te visto mais! Marcelo segurava Esther, cujos lábios estavam pálidos, com os punhos cerrados, a raiva claramente visível em seus olhos. No entanto, ele pacientemente tentava acalmá-la, dando a ela segurança e suavizando o dano recente: — Desculpe, eu cheguei tarde. Não tenha medo, nunca mais vou te deixar sozinha! Ele estava inquieto por Esther e por isso veio, mas mesmo assim chegou tarde! Esther chorava descontroladamente, sua insegurança, seu medo e suas queixas contra Marcelo. Ela torcia as mãos e batia em seu peito: — Você vai me deixar, você vai me
Depois que ele saiu, só restaram os gritos lastimosos lá dentro. Esther teve um sonho muito longo, no qual um demônio a perseguia. Ela queria correr, mas não conseguia, um medo gigantesco a envolvia, deixando ela sufocada, como se estivesse prestes a morrer. Ela estava soluçando e as lágrimas continuavam a escorrer. Marcelo viu isso e limpou as lágrimas dos cantos dos olhos dela com a mão. A temperatura do corpo de Esther estava muito alta, ela estava com febre. Fernanda estava chorando ao lado, ela queria chamar ajuda, mas encontrou Marcelo na porta. Felizmente, ele chegou a tempo, caso contrário, as consequências seriam inimagináveis. Ela chorava enquanto dizia: — Presidente Marcelo, a culpa é minha, eu não cuidei bem da Esther. Ela está com febre, vamos levá-la ao hospital. Marcelo estava muito frio naquele momento, como um bloco de gelo, sem qualquer traço de humanidade. Ele apenas disse: — Não precisa, Gilberto, leve ela para casa! — Após isso, Marcelo carregou
Ao abrir a porta do banheiro, Marcelo viu Esther sentada na banheira, esfregando vigorosamente o corpo, sem emitir nenhum som, com medo de que ele a ouvisse.— Esther, pare!Ele rapidamente se aproximou e segurou suas mãos, que estavam se machucando.Esther, com os olhos vermelhos, tentou se esquivar, lutando com força e disse:— Não me toque, estou suja...— Você não está suja. — Marcelo disse em voz baixa, segurando seu corpo para evitar que ela se machucasse. — Você não está suja.Esther só conseguia pensar na imagem de ser forçada na mesa, se sentindo enojada por todo o corpo. Só de ser tocada por Marcelo, ela se sentia impura e balançou a cabeça dizendo:— Não precisa me confortar, eu sei que estou suja, até eu mesma me sinto nojenta!Esther continuou esfregando seu corpo avermelhado.— Esther.Não importava o quanto Marcelo a chamasse, Esther não o ouvia.Ela esfregava cada parte do corpo, murmurando repetidamente:— Estou suja, preciso me limpar. Eu... — Esther repetia a mesma f
Esther abraçou o pescoço dele com as duas mãos e disse:— Quero que você fique comigo.— Estou aqui e não vou a lugar nenhum. — Marcelo acariciou a bochecha dela. — Você está toda vermelha, não se mexa muito enquanto dorme, para não machucar o ferimento, entendeu?Esther olhou para ele, finalmente entendendo como Sofia se sentia ao mostrar fraqueza para ele.Criança que chora ganha doce.Ela mostrou um pouco de fraqueza, e Marcelo realmente foi muito gentil com ela.— Tá bom. — Esther, mesmo relutante, soltou as mãos.Marcelo a cobriu com o cobertor e se sentou ao lado da cama dizendo:— Está com frio?Esther balançou a cabeça:— Não.— Você está com uma leve febre. — Marcelo disse preocupado. — Vou usar uma toalha para baixar a temperatura.— Tá bom, você é muito bom. — Esther olhou para ele, dizendo as palavras mais sinceras.Marcelo sorriu, apertou o nariz dela. Esther não se esquivou, apenas olhou para ele com os olhos cheios de ternura.Queria guardar a bondade dele no coração par
Fernanda disse:— Claro que não, eu nem tive tempo, eu saí e acabei encontrando o Presidente Marcelo apressado, Esther. Parecia que ele previa algo, dava para ver que ele estava muito preocupado com você. — Ao mencionar isso, Fernanda ainda achou muito estranho e disse a ela. — Esther, você não sabe o quão assustador foi quando o Presidente Marcelo chegou no local, parecia outra pessoa, ele acabou com o Presidente Heitor e ainda bateu naqueles que participaram. O Presidente Marcelo estava furioso, segurou Esther nos braços e não deixou ninguém tocá-la.As palavras de Fernanda fizeram Esther parar por um momento, e ela não pôde deixar de pegar o copo de água ao lado para beber.— Esther, o Presidente Marcelo se importa tanto com seus subordinados? Eu nunca vi isso antes, se fosse eu que estivesse machucada, ele se importaria tanto assim? — Fernanda não entendia muito bem, como se estivesse procurando algo, ela murmurou para si mesma. — Mesmo com seus subordinados que estão ao lado dele
— Vocês não entendem, é que a Esther queria subir na vida. A secretária do Presidente Marcelo não pode ser a esposa legítima do Presidente Marcelo. Depois de tantos anos, ela com certeza queria procurar outro caminho. Se achando bonita, ela queria ser amante do Presidente Heitor. Talvez ela nem tenha conseguido ser amante do Presidente Heitor, então deliberadamente disse que o Presidente Heitor a estuprou. Olha só a situação terrível em que ele se meteu, ele vai para a prisão.— Normalmente a Esther parece ser tão gentil, quem imaginaria que ela tem truques. Ela conseguiu deixar o Presidente Heitor em uma situação tão ruim, não é de se admirar que ela esteja ao lado do Presidente Marcelo há tanto tempo. Aposto que ela usou muitos truques!— Hum, vocês só agora perceberam que a Esther não é simples? Eu já tinha percebido há tempos. Olhem para esta empresa, quem aqui que tem mais experiência não é melhor do que a Esther? Nossa Lavínia tem habilidades, tem experiência, é muito melhor do q
Josiane não teve chance de reagir. Seu rosto ficou vermelho de tantas bofetadas, e ela soltava gritos de dor a cada impacto. As lágrimas escorriam pelo rosto, misturando-se com o suor de medo e humilhação. Nunca tinha passado por algo assim e estava furiosa. Seus olhos, antes arrogantes, agora estavam marejados de dor e incredulidade.— Se eu não te bater, você nunca vai aprender a sobreviver no Grupo Mendes! — Esther disse friamente, seu olhar gelado perfurando Josiane. Sua mão ainda latejava da força dos golpes, mas seu rosto mantinha uma expressão de gelo, impassível.— Esther, quem você pensa que é para bater na minha gente? — A voz de Lavínia cortou o ar como um chicote. A confusão atraiu a atenção de todos, que vieram ver o que estava acontecendo. O burburinho aumentava, e os olhares curiosos se voltavam para a cena no banheiro.Ao saber da situação, Lavínia correu até lá, os saltos ecoando no corredor. Encontrou sua subordinada sendo espancada por Esther, e seus olhos se arregal
Enquanto os outros observavam a cena, sentiam uma certa pena de Esther. Afinal, ela era apenas uma secretária e certamente não tinha o mesmo poder que um vice-presidente. Ela estava encrencada!Em pouco tempo, o vice-presidente, Gabriel Silva, chegou com Josiane, claramente preocupado com a sobrinha.— Quem foi? Quem ousou machucar minha Josiane? — Seu rosto estava vermelho de raiva, e ele olhava ao redor com olhos faiscantes.Josiane apontou para Esther, que estava na sala de descanso.— Foi ela, tio! Desde pequena, ninguém nunca me bateu! — Suas lágrimas escorriam pelo rosto enquanto ela olhava para Gabriel, esperando por justiça.Lavínia, fingindo ser uma boa pessoa, observava a situação com um olhar de falsa preocupação. — Sr. Gabriel, peço desculpas. Eu não consegui cuidar bem da Josiane. Minha influência neste escritório é limitada. — Suas palavras eram cuidadosamente escolhidas para parecer inocente, enquanto implicava que Esther era a verdadeira culpada.Com suas palavras, Laví