Enquanto os outros observavam a cena, sentiam uma certa pena de Esther. Afinal, ela era apenas uma secretária e certamente não tinha o mesmo poder que um vice-presidente. Ela estava encrencada!Em pouco tempo, o vice-presidente, Gabriel Silva, chegou com Josiane, claramente preocupado com a sobrinha.— Quem foi? Quem ousou machucar minha Josiane? — Seu rosto estava vermelho de raiva, e ele olhava ao redor com olhos faiscantes.Josiane apontou para Esther, que estava na sala de descanso.— Foi ela, tio! Desde pequena, ninguém nunca me bateu! — Suas lágrimas escorriam pelo rosto enquanto ela olhava para Gabriel, esperando por justiça.Lavínia, fingindo ser uma boa pessoa, observava a situação com um olhar de falsa preocupação. — Sr. Gabriel, peço desculpas. Eu não consegui cuidar bem da Josiane. Minha influência neste escritório é limitada. — Suas palavras eram cuidadosamente escolhidas para parecer inocente, enquanto implicava que Esther era a verdadeira culpada.Com suas palavras, Laví
Marcelo entrou na sala com uma comitiva atrás dele. Seu ar imponente e gelado fez todos se afastarem. Ele estava de terno escuro, gravata perfeitamente ajustada, e cada passo que dava ecoava no chão, aumentando a tensão no ambiente.Lavínia, que já tinha planejado arruinar a vida de Esther, congelou ao ver Marcelo. Seus olhos se arregalaram de medo, e a mão que estava levantada para dar o golpe final ficou parada no ar, tremendo ligeiramente. O pânico tomou conta dela no instante em que Marcelo apareceu.— Sr. Marcelo! — Disse alguém na multidão, a voz trêmula.Os funcionários rapidamente abriram caminho, suas expressões uma mistura de respeito e temor. Marcelo caminhou até o centro da confusão, seus olhos escuros fixos em Esther, que estava sendo segurada por dois seguranças. Com a testa franzida e uma expressão fria, ele disse: — Se eu não tivesse visto com meus próprios olhos, pensaria que esta não é minha empresa, mas o território do Sr. Gabriel!Gabriel empalideceu. Ele tentou su
Gabriel segurou Josiane pelo braço, tentando evitar mais problemas. Ele sabia que, se continuasse assim, até ele, um veterano do Grupo Mendes, poderia ser expulso. Sentiu o suor frio escorrer pela nuca enquanto tentava se redimir.— Seu Marcelo, foi um engano meu. Peço desculpas à Srta. Esther pelo transtorno.— Sr. Gabriel, você entendeu, mas sua sobrinha entendeu? — Marcelo franziu o cenho com uma mão no bolso e expressão severa.Gabriel puxou Josiane para frente com firmeza, seu rosto estava pálido de medo e vergonha.— Você desrespeitou a Srta. Esther. Peça desculpas agora e pare de espalhar boatos.Josiane, surpresa por ter levado tapas e ainda ter que se desculpar, começou a chorar, as lágrimas escorrendo pelo rosto.— Tio, por que eu devo pedir desculpas? Eu não vou!A cena se tornou dramática, com Josiane chorando e se recusando a se desculpar. Gabriel olhou novamente para Marcelo, que já demonstrava impaciência, batendo o pé discretamente no chão.Sabendo que não poderia desaf
Esther disse o que precisava, mas sempre mantendo certa distância. Seus pensamentos estavam voltados para o futuro, considerando a possibilidade de um divórcio e as fofocas que surgiriam. Para Marcelo, essa atitude parecia ser uma tentativa constante de evitar fofocas, como se a opinião dos outros sobre o relacionamento deles fosse mais importante do que o próprio relacionamento.A expressão de Marcelo esfriou, uma barreira gélida se formando entre eles. Ele suspirou fundo, e suas palavras saíram carregadas de ironia: — Você tem tanto medo assim? Esther notou a mudança no semblante dele, e seu coração acelerou. Tentando explicar, ela falou com uma voz que traía sua crescente ansiedade: — Não quero causar problemas pra você. Depois do divórcio, as pessoas vão falar sobre a gente. Eu sei que você não quer ouvir esse tipo de fofoca. Além disso, minha reputação já não é das melhores, e eu não quero te prejudicar. — Esther, você calcula comigo com tanta clareza neste assunto, como aind
Sofia não se importava em usar a mesma roupa pela segunda vez. Ela sabia que, se alguém a flagrasse, seria ridicularizada e as manchetes seriam cruéis. Contudo, Sofia já não se importava mais com isso. Depois de tudo o que passou, ela emagreceu bastante, seu corpo parecia mais frágil. No entanto, diante das câmeras e dos flashes, continuava destemida, exibindo seu sorriso acolhedor, um escudo contra a dor interna que carregava.Os jornalistas começaram perguntando sobre sua experiência de quase morte. Sofia aproveitou a oportunidade para contar sua história de maneira comovente. Seus olhos brilhavam com uma sinceridade quase dolorosa enquanto falava, destacando seu lado positivo e solar. Prometeu que não haveria uma próxima vez, sua voz firme apesar do tremor quase imperceptível que apenas quem a conhecia bem poderia perceber.Esther via os comentários de apoio nas redes sociais, onde todos expressavam compaixão por Sofia. Cada comentário era uma pequena vitória, um lembrete de que, ap
— Fernanda, parece até que eu e o Sr. Marcelo estamos namorando. — A indignação de Fernanda fez Esther rir, tentando suavizar a situação. Ela lançou um olhar de leve desdém, mas seu coração estava apertado. Fernanda, ainda incerta, sentia que havia algo entre eles. Seus olhos brilhavam com determinação, uma chama de esperança de que ela se recusava a deixar apagar. — O Sr. Marcelo parece se importar muito com você. Talvez vocês não percebam, mas quem está de fora vê claramente. Não podemos deixar a Sofia estragar tudo.Para Fernanda, Esther e Marcelo formavam o casal perfeito. Ela via a cumplicidade entre os dois e achava que aquilo era mais que profissional. — Moça, não tome partido sem saber. — Esther disse, dando um leve toque na cabeça de Fernanda. — Minha relação com o Sr. Marcelo é puramente profissional. Quem ele decide ficar não tem nada a ver comigo. Pare de falar isso, se alguém ouvir, vai ser um problema.Fernanda, tocando a testa onde Esther a tocou, garantiu, com um olh
— Não é isso, Diana. Você sabe que nunca te culparia. — Disse Esther, apertando os punhos até que os nós dos dedos ficassem brancos. Seu rosto estava pálido, mas seus olhos brilhavam com uma intensidade determinada. — Mas este casamento sempre foi um acordo.— O quê? — Diana ficou de olhos arregalados e se levantou abruptamente, derrubando sua xícara de café. — Você nunca me contou! Por que o Marcelo aceitaria um casamento de conveniência? Isso não faz sentido!— Eu te contei que o vovô Mendes gostava de mim e queria que eu me casasse com o Marcelo. Naquela hora, eu não tive escolha. — Esther respirou fundo, tentando acalmar o tremor em sua voz. Diana lembrava que Esther sempre gostou de Marcelo, mas nunca tinha pensado em se casar com ele até aquele momento. Agora, tudo fazia sentido. Seu coração batia acelerado enquanto tentava processar a informação. — Preciso de um minuto para processar isso. — Disse Diana, ainda chocada. — Você e Marcelo se casaram por um acordo, e o vovô Mendes
— Se vocês vacilarem, terão problemas! — Iara falou com um tom de desdém, se achando superior aos demais. Sua expressão arrogante e a postura rígida deixavam claro que ela se via acima de todos ali.Diante de uma situação assim, ninguém ousaria desafiar. Mariana, a atendente, que estava ao lado, não teve escolha a não ser responder com total respeito, apesar do nó em seu estômago. — Claro, o vestido que a Srta. Sofia precisa será feito com o máximo de cuidado. — Sua voz estava firme, mas seus olhos revelavam a preocupação crescente.— Mas se lembrem, amanhã é a festa de leilão beneficente mais importante do Grupo Mendes, e Sofia precisa estar impecável. O vestido precisa estar pronto até amanhã! — Iara acrescentou, cruzando os braços e elevando o queixo em um gesto de superioridade.Mariana estava preocupada, seu rosto mostrando claramente a tensão. O vestido já havia sido alterado tantas vezes, e cada nova versão sempre apresentava problemas. Em sua longa carreira, ela nunca havia en