Michele ficou surpresa, restando apenas raiva e decepção.Nesse momento, Marcelo saiu do quarto do hospital, levantou a cabeça e viu Michele com Esther. Ele educadamente chamou:— Tia Michele.— Não me chame assim! — Michele, irritada, começou a repreender Marcelo. — Você ainda me considera sua tia Michele? Você e Esther querem se divorciar e não me consultam sobre isso? Você esqueceu o que o vovô te disse, para cuidar bem da Esther? É assim que você cuida dela? Marcelo, eu te vi crescer, como é que eu não sabia que você era tão irresponsável, ainda quer se divorciar! Por causa dessa amante fingindo estar doente na cama, você não tem nenhum respeito pelo seu casamento!— Michele, fale direito, que amante, que irresponsabilidade, o que isso tem a ver? — Joana, ouvindo as palavras duras de Michele, pela primeira vez rebateu. — Marcelo quer se divorciar, isso é problema deles, o que você tem a ver com isso? Você se aproveita do seu status de mais velha para repreender meu filho!Esther nã
Esther também se culpava, aguentou por tanto tempo, por que não poderia aguentar por mais um momento? Se não fosse tão impulsiva, Michele não teria descoberto. — Eu sinto muito. Esther realmente não queria causar problemas para Marcelo, mas as palavras ditas não podiam ser retiradas. Os olhos profundos de Marcelo apenas a observavam, pensando em muitas coisas, e então ele falou: — Você quer tanto se divorciar de mim? Esther estava pensando, ela realmente queria se divorciar de Marcelo? Na verdade, ela queria dar uma nova vida a si mesma. Agora estava sem esperança, sem perspectiva, não queria mais se afundar nisso. Vendo que ela não respondia, Marcelo perguntou novamente: — Ficar comigo te causa muitos problemas? Ao ouvir isso, Esther não aguentou, seus olhos ficaram quentes, como se algo fosse cair. Se ele estivesse muito zangado, culpando ela, talvez ela não tivesse essa emoção. Ele falou de forma tão gentil, que ela não conseguiu controlar suas emoções. E
Ao ver isso, Fernanda pegou a taça de vinho e disse:— Presidente Heitor, Esther não bebe álcool, eu bebo por ela.O Presidente Heitor não ficou satisfeito e respondeu:— Isso não é justo. — Fernanda ficou imediatamente constrangida. Com pouca experiência social, não conseguia ser tão diplomática, estava nervosa e com medo de fazer algo errado, então ficou hesitante. — Esther, você não pode deixar sua subordinada beber no seu lugar.As duas eram mulheres, o que deu ao Presidente Heitor ainda mais coragem, e ele falou sem cerimônia:— Você representa o Presidente Marcelo, e o Presidente Marcelo sempre bebe conosco. Como você pode se recusar a beber? Já que você veio, tem que se integrar a nós. Só assim mostra consideração. Vou encher sua taça, esta noite vamos beber até ficarmos satisfeitos.Outros também incentivaram dizendo:— Esther, não faça desfeita. Se o Presidente Heitor pediu para você beber, então beba, não invente tantas desculpas! Não arruine nossa diversão. Se o Presidente M
O toque dele imediatamente enojou Esther, e ela não conseguia aceitar, então o empurrou falando:— Presidente Heitor, por favor, tenha um pouco de respeito!— Respeito? O que mais você quer de respeito? Você não passa de uma amante do Marcelo. Quem sabe quantas vezes você já foi usada? Dar uma bebida para você já é dar muita moral. Não seja ingrata! — O presidente Heitor não desistia de sua intenção maliciosa e sua paciência se esgotava após tantas recusas dela. Ele avançou e segurou Esther. — O que Marcelo te deu, eu também posso te dar. Posso te dar uma mansão, e você nunca mais precisará se preocupar com nada. Ser minha amante é muito melhor do que ser amante do Marcelo...— Saia! — Esther não se conteve e deu nele um tapa com força. — Não me toque!O presidente Heitor, após levar o tapa, ficou com os olhos vermelhos de raiva, encarando Esther com fúria e dizendo:— Você, vadia! Como ousa me bater? Vou te matar!Fernanda estava apavorada.Esther também temia pela segurança de Fernan
Marcelo segurava Esther firmemente em seus braços, querendo incorporá-la aos ossos para poupá-la de todo o sofrimento. Seu queixo descansava sobre a cabeça dela, enquanto ele sussurrava profundamente com culpa: — Estou aqui, Esther, já passou, já passou! Esther se enterrava em seu peito, seu corpo ainda tremendo incessantemente, dizendo histericamente: — Por que você demorou tanto? Por pouco, por pouco... Eu não teria te visto mais! Marcelo segurava Esther, cujos lábios estavam pálidos, com os punhos cerrados, a raiva claramente visível em seus olhos. No entanto, ele pacientemente tentava acalmá-la, dando a ela segurança e suavizando o dano recente: — Desculpe, eu cheguei tarde. Não tenha medo, nunca mais vou te deixar sozinha! Ele estava inquieto por Esther e por isso veio, mas mesmo assim chegou tarde! Esther chorava descontroladamente, sua insegurança, seu medo e suas queixas contra Marcelo. Ela torcia as mãos e batia em seu peito: — Você vai me deixar, você vai me
Depois que ele saiu, só restaram os gritos lastimosos lá dentro. Esther teve um sonho muito longo, no qual um demônio a perseguia. Ela queria correr, mas não conseguia, um medo gigantesco a envolvia, deixando ela sufocada, como se estivesse prestes a morrer. Ela estava soluçando e as lágrimas continuavam a escorrer. Marcelo viu isso e limpou as lágrimas dos cantos dos olhos dela com a mão. A temperatura do corpo de Esther estava muito alta, ela estava com febre. Fernanda estava chorando ao lado, ela queria chamar ajuda, mas encontrou Marcelo na porta. Felizmente, ele chegou a tempo, caso contrário, as consequências seriam inimagináveis. Ela chorava enquanto dizia: — Presidente Marcelo, a culpa é minha, eu não cuidei bem da Esther. Ela está com febre, vamos levá-la ao hospital. Marcelo estava muito frio naquele momento, como um bloco de gelo, sem qualquer traço de humanidade. Ele apenas disse: — Não precisa, Gilberto, leve ela para casa! — Após isso, Marcelo carregou
Ao abrir a porta do banheiro, Marcelo viu Esther sentada na banheira, esfregando vigorosamente o corpo, sem emitir nenhum som, com medo de que ele a ouvisse.— Esther, pare!Ele rapidamente se aproximou e segurou suas mãos, que estavam se machucando.Esther, com os olhos vermelhos, tentou se esquivar, lutando com força e disse:— Não me toque, estou suja...— Você não está suja. — Marcelo disse em voz baixa, segurando seu corpo para evitar que ela se machucasse. — Você não está suja.Esther só conseguia pensar na imagem de ser forçada na mesa, se sentindo enojada por todo o corpo. Só de ser tocada por Marcelo, ela se sentia impura e balançou a cabeça dizendo:— Não precisa me confortar, eu sei que estou suja, até eu mesma me sinto nojenta!Esther continuou esfregando seu corpo avermelhado.— Esther.Não importava o quanto Marcelo a chamasse, Esther não o ouvia.Ela esfregava cada parte do corpo, murmurando repetidamente:— Estou suja, preciso me limpar. Eu... — Esther repetia a mesma f
Esther abraçou o pescoço dele com as duas mãos e disse:— Quero que você fique comigo.— Estou aqui e não vou a lugar nenhum. — Marcelo acariciou a bochecha dela. — Você está toda vermelha, não se mexa muito enquanto dorme, para não machucar o ferimento, entendeu?Esther olhou para ele, finalmente entendendo como Sofia se sentia ao mostrar fraqueza para ele.Criança que chora ganha doce.Ela mostrou um pouco de fraqueza, e Marcelo realmente foi muito gentil com ela.— Tá bom. — Esther, mesmo relutante, soltou as mãos.Marcelo a cobriu com o cobertor e se sentou ao lado da cama dizendo:— Está com frio?Esther balançou a cabeça:— Não.— Você está com uma leve febre. — Marcelo disse preocupado. — Vou usar uma toalha para baixar a temperatura.— Tá bom, você é muito bom. — Esther olhou para ele, dizendo as palavras mais sinceras.Marcelo sorriu, apertou o nariz dela. Esther não se esquivou, apenas olhou para ele com os olhos cheios de ternura.Queria guardar a bondade dele no coração par