Nora não queria deixar Esther ir embora. Sua fúria era tão intensa que seus olhos pareciam brilhar de ódio. Ela agarrou Esther com uma força inesperada, quase brutal, como se quisesse matá-la ali mesmo, naquela sala fria da delegacia.— Eu sabia que você só podia ser um mau agouro! — Nora gritou, sua voz carregada de rancor, enquanto seus dedos apertavam o braço de Esther com um fervor insano. — Sem você, estaríamos todos bem. Seu pai sempre nos ajudou, e nossa família seria feliz se você não tivesse se intrometido! Foi você quem o afastou de nós, sua mulher fria e venenosa! Eu vou te matar!Os olhos de Nora estavam vidrados, sua respiração ofegante enquanto as palavras saíam como veneno de sua boca. Ela realmente acreditava que tudo era culpa de Esther. Em um movimento desesperado, Nora agarrou os cabelos de Esther, puxando-os com tanta força que a cabeça de Esther foi puxada para trás, despenteando-a completamente.Esther tentou se esquivar, tentando afastar Nora com um empurrão para
— Ah, que bom que já se conhecem! Fifi, essa é a Nicole. — Disse Joana, com um sorriso largo no rosto.Sofia retribuiu o sorriso, um gesto cheio de simpatia, mas também com uma ponta de superioridade velada. — E esta é Sofia, — Continuou Joana, olhando para as duas, como se quisesse que se entendessem imediatamente.Nicole, com um aperto no coração, observou Sofia com mais atenção. Cada detalhe no rosto dela parecia se encaixar com algo que Nicole temia, mas não queria admitir. De repente, tudo fez sentido, e o pânico tomou conta de seus pensamentos.Seu rosto ficou pálido ao perceber a verdade.— Joana, essa é a... famosa amada do Marcelo, não é? — Perguntou Nicole, a voz trêmula, lutando para manter a compostura enquanto a realidade caía sobre ela como uma avalanche. Ela havia imaginado que, se Joana aceitou seu filho, também a aceitaria. Mas parecia que ela estava se iludindo.Sofia sorriu ao ouvir a expressão. — Oi, tudo bem? A Sra. Joana já me falou de você. — Sofia comentou, in
Mesmo que Sofia não aceitasse a situação, Joana com certeza aceitaria. Joana sempre tinha a palavra final e Sofia jamais iria contra sua vontade. Além disso, Sofia não estava disposta a se tornar a vilã dessa história, não sem antes planejar meticulosamente seus próximos passos.Enquanto Nicole estava absorta em seus pensamentos, ponderando sobre a nova presença em sua vida, uma batida na porta a trouxe de volta à realidade. — Quem é? — Perguntou ela, tentando disfarçar o nervosismo que sentia.— Sou eu, Sofia. — Respondeu uma voz suave.Nicole hesitou por um instante, mas acabou decidindo abrir a porta. Sofia estava parada na entrada, com um sorriso gentil no rosto, segurando uma tigela de sopa fumegante. — Você não desceu, então eu trouxe um pouco de sopa para você. — Disse Sofia, adentrando o quarto com passos leves e graciosos. — A Sra. Joana que preparou, está uma delícia.— Não estou com muita fome. — Nicole respondeu sem muita animação, suas palavras soando mecânicas.Sofia,
Essas palavras atingiram Nicole em cheio, como se tivessem arrancado o chão sob seus pés. Antes, Esther tinha dito para Nicole não se apaixonar por Marcelo, mas agora parecia que ela própria estava envolvida até o pescoço nesse relacionamento. E mais, com uma gravidez em jogo, quem sabia o que Esther seria capaz de fazer? Talvez até conspirar contra o filho dela. Nicole sentiu um calafrio percorrer sua espinha ao imaginar essa possibilidade.Instintivamente, ela envolveu a barriga com as mãos, num gesto de proteção, como se pudesse afastar qualquer ameaça ao seu bebê. A crescente desconfiança se enraizou profundamente em seu coração. Ela não podia permitir que Esther saísse vitoriosa, muito menos deixar que meu filho fosse prejudicado por ela.Sofia, percebendo a preocupação estampada no rosto de Nicole, deu um passo à frente, com um sorriso que escondia sua verdadeira intenção. — Descanse bem, e não se esqueça de tomar a sopa. É para proteger o bebê. — Sugeriu, sua voz suave como o
Caio franziu a testa, suas sobrancelhas se unindo em uma linha dura enquanto continuava a fumar com irritação visível. — Não precisa falar assim, eu vou devolver o dinheiro, claro que vou! — Insistiu ele, tentando soar convincente. Ele deu uma última tragada no cigarro, como se buscasse coragem no tabaco. — Só preciso que você me empreste agora.— Eu não tenho dinheiro para te emprestar. — Esther respondeu, sua voz firme como uma rocha. — Se tem mais alguma coisa a dizer, fale agora, senão estou indo.Caio, vendo que ela realmente ia embora sem sequer olhar para trás, sentiu o sangue ferver. Jogou o cigarro no chão com raiva, esmagando-o com o pé como se estivesse esmagando sua própria impotência. — Esther, não me force a romper com você de vez. Se isso acontecer, vai ficar feio para todo mundo! — Ameaçou ele, sua voz carregada de ressentimento. Seus olhos escureceram, cheios de malícia.Mas Esther apenas entrou no carro e foi embora, ignorando completamente as ameaças. Ela conhecia
Gilberto soltou um suspiro, sem ter escolha a não ser desligar o telefone. O alívio, no entanto, foi passageiro, pois o telefone tocou novamente quase que imediatamente.— Sr. Marcelo, pode ser algo sério. — Gilberto alertou, seu tom levemente ansioso, embora tentasse manter a calma.Marcelo estava lendo o jornal do dia, as páginas ligeiramente amassadas sob seus dedos. Ele levantou os olhos com certa irritação quando o telefone tocou de novo. Ao ver que era Diana, uma ruga de preocupação se formou em sua testa. Ela nunca ligava para ele diretamente... Isso só podia ter a ver com a Esther.Lentamente, Marcelo fechou o jornal, a tensão em seus ombros aumentando. — Me dê o telefone. — Ordenou ele, estendendo a mão com uma calma que não refletia o turbilhão em seu peito.Gilberto, sentindo a mudança no ar, rapidamente entregou o aparelho. Assim que Marcelo atendeu, a voz aflita de Diana explodiu do outro lado da linha.— Marcelo, por que você não atende? Está mesmo disposto a deixar a Es
Marcelo rapidamente pegou o celular, os olhos fixos na tela, enquanto suas mãos tremiam ligeiramente com a adrenalina que corria por seu corpo. Ele acompanhava atentamente as imagens de segurança, sentindo o coração apertado a cada movimento que captava. As imagens mostravam o sequestrador tentando evitar ser filmado, movendo-se pelas sombras, mas acabou sendo capturado por uma das câmeras enquanto trocava de roupa em um ponto cego antes de sair.Depois de um tempo que pareceu uma eternidade, finalmente conseguiram rastrear todos os movimentos do sequestrador e encontrar a localização.— Vamos agora! — Marcelo ordenou, sem hesitar, sua voz cortante como um chicote, enquanto já se movia na direção indicada. ...Enquanto isso, em um lugar sombrio e desconhecido, Esther estava completamente exausta. Seu corpo parecia pesado, como se estivesse preso em um estado de sono profundo do qual não conseguia despertar. Em meio a essa escuridão, uma voz distante e abafada invadia seus ouvidos.—
— Eu tenho dinheiro, não me machuque! — Esther exclamou, a voz trêmula de medo, enquanto sentia o suor escorrer pelo rosto e pelo corpo, deixando-a completamente encharcada. Seu peito subia e descia rapidamente enquanto tentava respirar, sentindo-se sufocada pelo pânico crescente.Conforme seus olhos começaram a focar, ela percebeu que estava em um quarto desordenado, sujo, com móveis velhos espalhados pelo chão. Tentou puxar as mãos, mas logo percebeu que estavam amarradas, os pulsos doendo pela força das cordas. Quando seu olhar se fixou na figura à sua frente, seu coração parou por um segundo. — Tio Caio... — Murmurou ela, a voz fraca, quase inaudível, enquanto seu rosto empalidecia.Caio a encarou friamente, os olhos duros como pedra. — Agora você me chama de tio? — Perguntou ele com desprezo, o tom ácido em sua voz revelando o ressentimento profundo que carregava. Esther sentiu um nó se formar em sua garganta. Ela nunca imaginou que ele pudesse ser tão cruel ao ponto de sequest