As palavras dele deram a Nicole o conforto que ela precisava, e ela se sentou bem perto dele. — Sr. Marcelo, você acha que eu posso mesmo entrar na faculdade? — Perguntou Nicole, com olhos brilhando de expectativa.— Sim. — Ele respondeu com um sorriso gentil.Nicole sorriu radiante, mostrando as covinhas no rosto. — Sr. Marcelo, você é tão bom para mim. Você é a pessoa mais gentil que eu já conheci! — Comentou ela, segurando o braço dele com carinho e um brilho de admiração nos olhos.Essas palavras fizeram Marcelo hesitar por um momento. Ele fechou o jornal que estava lendo e o colocou de lado. Esther observava a cena. Era raro ver Marcelo tão à vontade, especialmente em comparação com a frieza que ele demonstrava ao estar com Sofia. A felicidade de Nicole, que parecia satisfeita apenas com a possibilidade de estudar, a tornava diferente de muitas outras pessoas. Ela era inocente, com uma pureza quase infantil, e isso despertava o desejo de protegê-la.Aquela simplicidade e inocê
Ele fez como ela desejava, então ela deveria estar feliz, certo? Esther mordeu os lábios, tentando conter as emoções que borbulhavam dentro dela, sem dizer uma palavra.Nicole, ao perceber os semblantes pesados de ambos, tentou aliviar a tensão do momento. — Srta. Esther, fique para jantar comigo, por favor. — Disse ela, com um sorriso radiante. — Vou te contar, a empregada que cozinha aqui é realmente talentosa. Ela faz qualquer prato que você queira. Não é incrível? Você precisa experimentar a comida dela! Esther desviou o olhar para Nicole, seus lábios ainda ligeiramente tremendo. — Acho que não é necessário... — Recusou ela, tentando manter a voz firme, embora um traço de hesitação fosse perceptível.— Claro que é, claro que é. — Respondeu Nicole rapidamente, lançando um olhar suplicante para Marcelo, como se buscasse sua aprovação sem pedir diretamente. — Sr. Marcelo, posso pedir para a Srta. Esther ficar para jantar comigo? Eu estou aqui há tanto tempo, sem ninguém para fazer
Esther olhou para Nicole e percebeu o brilho de admiração nos olhos dela. Era aquele olhar típico de quem desejava conhecer tudo sobre alguém, de quem queria se tornar a pessoa que mais entendia Marcelo.— Eu conheço um pouco sobre ele. — Respondeu Esther de forma evasiva. — O que exatamente você quer saber?— Quero saber tudo. Se eu souber mais sobre ele, talvez consiga evitar deixar ele irritado. — Disse Nicole, não escondendo sua curiosidade.— E você acha que, conhecendo tudo sobre ele, fazendo tudo para agradar ele, ele vai gostar mais de você? — Esther, então, perguntou.— Srta. Esther, você percebeu, né? Acha que Sr. Marcelo sabe disso? — Nicole ficou um pouco envergonhada e corou. Esther ficou em silêncio, observando Nicole. Ela não disfarçava sua ambição..— Mas isso não adianta. Ele percebe tudo, e se eu tentar agradar ele demais, pode parecer que estou sendo interesseira. — Murmurou Nicole, refletindo sobre a situação, pensando em como agradar Marcelo. — Eu não tenho um bom
Marcelo ficou surpreso com a iniciativa de Esther em esclarecer a situação. Seu cenho se franziu levemente enquanto ele ponderava sobre as palavras dela. A incredulidade estava clara em sua voz quando ele perguntou, com um toque de irritação:— Por que você não disse isso da última vez?Esther ainda se lembrava de como ele havia saído da sala sem lhe dar a oportunidade de se explicar. Aquela lembrança ainda a incomodava, e sua frustração era evidente quando seus olhos encontraram os de Marcelo, tentando transmitir a sinceridade de suas palavras.— Você não me deu a chance de explicar. — Disse ela, sua voz revelando um toque de frustração, os olhos fixos nos dele. Marcelo, ainda desconfiado, não conseguia afastar a sensação de que algo estava fora do lugar. — Se Nicole não foi trazida por você, como ela te conhece? Na primeira vez que a vi, parecia que vocês já eram próximas, como se tivessem se conhecido há pouco tempo. — Marcelo perguntou, sua voz revelando um ceticismo profundo, en
Quanto mais Nicole pensava, mais tinha certeza disso. Quando Esther se arrependeu de não a trazer de volta, ficou claro que ela não queria ninguém perto de Marcelo para não afetar sua posição. Não era de se admirar que ela tivesse mudado de atitude.Esther gostava de Marcelo e não permitia que outra mulher se aproximasse dele, por isso disse aquelas coisas para ela. Nicole pensava que, se não tivesse vindo até ali, Marcelo jamais descobriria que ela foi a mulher que passou aquela noite com ele. Esther faria de tudo para encobrir isso e mandá-la embora.Inicialmente, Nicole não pensou muito sobre o assunto. Naquela noite, ela perdeu sua virgindade e estava assustada e nervosa, e só queria não causar problemas. Sabia que Marcelo a procurava, mas não queria criar confusão, só queria se despedir adequadamente.Porém, Marcelo foi muito gentil e carinhoso com ela, e a manteve ao seu lado. Ele a fez se sentir cuidada e amada. Por isso, ela resolveu ficar. Sua permanência ali podia ser vista
— Você não disse que adora a comida da cozinheira daqui? Então coma mais um pouco. — Esther disse, colocando o copo na mesa. Ela não pretendia continuar ali e estava prestes a sair quando Nicole, percebendo a oportunidade, decidiu agir.— Quando alguém não responde diretamente, isso significa que a resposta já está implícita. — Nicole disse, sua voz tremendo levemente, mas cheia de determinação. — Você gosta do Sr. Marcelo! Então, tudo o que me disse foi por medo que minha presença representasse uma ameaça para você, Srta. Esther? Você tem motivos pessoais? Você não queria que eu aparecesse porque eu e o Sr. Marcelo tivemos um caso, e isso te incomodou! Nicole deu um passo à frente, o olhar fixo em Esther, de forma desafiadora.Esther franziu a testa e se voltou para encará-la, os olhos estreitos e frios. Nicole, com uma confiança renovada, não parecia mais a garota tímida que conheceu. — De onde vem essa sua confiança? — Esther perguntou calmamente. — Você realmente teve algo com o
O recém-chegado olhou para a ficha caída no chão, com uma expressão de surpresa ao ver Esther ali tão cedo. Ele se abaixou para pegar o papel, seus movimentos lentos e cuidadosos, como se estivesse tentando entender a situação.Esther, vendo isso, ficou alarmada. Seus olhos se arregalaram e seu coração disparou. Rapidamente, ela tentou pegar a ficha, mas ele estava mais perto e conseguiu pegar primeiro.— Você está se sentindo mal? — Perguntou ele, olhando para a ficha com uma mistura de preocupação e curiosidade. Ao ver que era apenas para um ultrassom, franziu a testa, intrigado, e seu olhar se voltou para Esther, buscando respostas.Esther, confusa e nervosa, tentou pegar a ficha da mão dele, mas suas mãos tremiam ligeiramente, como se toda a sua força tivesse sido drenada. Ela finalmente conseguiu colocar rapidamente no bolso, tentando disfarçar seu nervosismo com um sorriso forçado.— Eu só vim fazer um check-up. — Respondeu ela, tentando manter a calma enquanto evitava o olhar de
Esther ficou assustada. Antes, por mais doente ou machucada que estivesse, ele nunca mostrava tanta preocupação. Marcelo sempre se envolvia tanto no trabalho que acabava ignorando os sentimentos dela. Agora que ela não precisava de sua companhia, ele insistia em estar ao lado dela, o que a deixava desconcertada. Ela não conseguia entender essa mudança repentina, e a ansiedade começou a tomar conta de seu peito.Marcelo percebeu que outras pessoas queriam usar o elevador. Ele olhou em volta e fez um gesto para as pessoas entrarem. — Vamos entrar primeiro, depois conversamos. — Disse ele, sua voz firme.Eles ficaram na porta do elevador por um tempo, até que Esther finalmente entrou com ele, relutante. Ela manteve a mão no bolso, segurando firmemente a ficha, que parecia estar queimando em suas mãos. Encontrar Marcelo naquele dia específico foi realmente um azar. O silêncio entre eles era pesado, cheio de tensão e sentimentos não ditos.Dentro do elevador, Marcelo olhava fixamente para